quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 18 de Novembro de 2009
Quarta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, Beato Domingos Jorge, leigo, mártir, +1619



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Gertrudes d'Helfta : «Ele convocou os servos»

Leituras

2 Mac. 7,1.20-31.
Aconteceu também que um dia foram presos sete irmãos com a mãe, aos quais o
rei, por meio de golpes de azorrague e de nervos de boi, quis obrigar a
comer carnes de porco, proibidas pela lei.
Particularmente admirável e digna de grandes elogios foi a mãe que, num dia
só, viu perecer os seus sete filhos e suportou essa dor com serenidade,
porque punha a sua esperança no Senhor.
Ela exortava cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos,
juntava uma coragem varonil à ternura de mulher.
Dizia-lhes: «Não sei como aparecestes nas minhas entranhas, porque não fui
eu que vos dei a alma nem a vida, nem fui eu que formei os vossos membros.
Mas o Criador do mundo, autor do nascimento do homem e origem de todas as
coisas, restituir-vos-á, na sua misericórdia, tanto o espírito como a vida,
se agora vos sacrificardes a vós mesmos por amor das suas leis.»
Mas Antíoco, julgando que ela se ria dele e o insultava, começou a exortar
o mais jovem, o que restava, e não só com palavras mas até com juramento,
lhe prometia, se abandonasse as tradições dos seus antepassados, torná-lo
rico e feliz, tratá-lo como amigo e confiar-lhe honrosos cargos.
Como o jovem não lhe prestasse atenção, o rei mandou à mãe que se
aproximasse e aconselhasse o filho a salvar a sua vida.
E, depois de ter insistido com ela muito tempo, ela consentiu em persuadir
o filho.
Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel tirano, disse-lhe na língua
materna: «Meu filho, tem compaixão de mim que te trouxe nove meses no seio,
que te amamentei durante três anos, que te criei, eduquei e alimentei até
agora.
Suplico-te, meu filho, que contemples o céu e a terra. Reflecte bem: o que
vês, Deus o criou do nada, assim como a todos os homens.
Não temas, portanto, este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a
morte, para que, no dia da misericórdia, eu te encontre no meio deles.»
Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: «Que esperais? Não obedecerei
às ordens do rei, mas somente aos mandamentos da Lei, dada a nossos pais
por intermédio de Moisés.
Mas tu, que és o inventor desta perseguição contra os hebreus, não
escaparás à mão de Deus.


Salmos 17,1.5-6.8.15.
Ouve, SENHOR, a minha causa justa, atende ao meu clamor. Escuta a minha
oração, que não sai de lábios mentirosos.
Dirigi os meus passos por duras veredas; os meus pés não vacilaram nos teus
caminhos.
Eu te invoco, ó Deus; responde me! Inclina para mim o ouvido, escuta as
minhas palavras.
Guarda me como à pupila dos teus olhos; esconde me à sombra das tuas asas,
Eu, porém, pela justiça, contemplarei a tua face e, ao despertar, serei
saciado com a tua presença.


Lucas 19,11-28.
Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por
estar perto de Jerusalém e por eles pensarem que o Reino de Deus ia
manifestar-se mediatamente.
Disse, pois: «Um homem nobre partiu para uma região longínqua, a fim de
tomar posse de um reino e em seguida voltar.
Chamando dez dos seus servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: 'Fazei
render a mina até que eu volte.'
Mas os seus concidadãos odiavam-no e enviaram uma embaixada atrás dele,
para dizer: 'Não queremos que ele seja nosso rei.'
Quando voltou, depois de tomar posse do reino, mandou chamar os servos a
quem entregara o dinheiro, para saber o que tinha ganho cada um deles.
O primeiro apresentou-se e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu dez minas.'
Respondeu-lhe: 'Muito bem, bom servo; já que foste fiel no pouco, receberás
o governo de dez cidades.'
O segundo veio e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.'
Respondeu igualmente a este: 'Recebe, também tu, o governo de cinco
cidades.'
Veio outro e disse: 'Senhor, aqui tens a tua mina que eu tinha guardado num
lenço,
pois tinha medo de ti, que és homem severo, levantas o que não depositaste
e colhes o que não semeaste.'
Disse-lhe ele: 'Pela tua própria boca te condeno, mau servo! Sabias que sou
um homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei;
então, porque não entregaste o meu dinheiro ao banco? Ao regressar,
tê-lo-ia recuperado com juros.'
E disse aos presentes: 'Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez minas.'
Responderam-lhe: 'Senhor, ele já tem dez minas!'
Digo-vos Eu: A todo aquele que tem, há-de ser dado, mas àquele que não tem,
mesmo aquilo que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles,
trazei-os cá e degolai-os na minha presença.»
Dito isto, Jesus seguiu para diante, em direcção a Jerusalém.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Gertrudes d'Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, 7, Prémio (a partir da trad. SC 127, p. 265 rev.)

«Ele convocou os servos»

Ó Verdade querida, ó justa Rectidão de Deus, como comparecerei perante ti,
levando a minha iniquidade [...], o fardo da minha tão grande negligência?
O tesouro da fé cristã e da vida espiritual, infelizmente, não o entreguei
ao tesouro dos banqueiros da caridade, de onde o poderias ter retirado em
seguida, segundo a tua vontade, aumentado com os juros de toda a perfeição.
O talento que me foi confiado, o meu tempo, não só o gastei em vão, como o
deixei fugir, desbaratado e totalmente perdido. Onde irei? Para que lado me
voltarei? «Como poderei ausentar-me do Vosso espírito e como fugirei à
Vossa presença?» (Sl 138, 7).

Ò Verdade, tu tens por assessores inseparáveis a justiça e a rectidão
[...]. Mal de mim se comparecer perante o teu tribunal sem ter advogado que
responda por mim. Ó Caridade, vem resgatar-me. Responde tu por mim.
Solicita tu o meu perdão. Defende tu a minha causa a fim de que, graças a
ti, eu viva.

Já sei o que farei: «Elevarei o cálice da salvação» (Sl 115, 13). Colocarei
o cálice de Jesus sobre a bandeja vazia da Verdade. Assim suprirei tudo o
que me falta. Assim cobrirei todos os meus pecados. Por esse cálice
reconstruirei todas as minhas ruínas. Por esse cálice suprirei, dignamente
e muito para além do necessário, tudo o que há em mim de imperfeito.
[...]

Ó Verdade querida, vir a ti sem o meu Jesus ser-me-ia intolerável; mas com
o meu Jesus, comparecer perante ti será para mim coisa bem agradável e
aprazível. Ó Verdade, senta-te agora no teu tribunal. [...]. «Nenhum mal
temerei» (Sl 22, 4).




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