quarta-feira, 31 de março de 2010

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 01 de Abril de 2010
5a-FEIRA DA SEMANA SANTA. Missa vespertina da Ceia do Senhor

Quinta-feira Santa
Santo Hugo de Grenoble, bispo, +1152



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João-Maria Vianney : «Amou-os até ao fim»

Leituras

Ex. 12,1-8.11-14.
O Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro
dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará
cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por
casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o
vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o
animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano, e
tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês, e toda a assembleia
da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o
dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem
fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o
cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite, e ferirei todos os
primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais, e contra
todos os deuses do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o
sangue e passarei ao largo; e não haverá contra vós nenhuma praga de
extermínio, quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa
em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como
uma lei perpétua.


Salmos 116(115),12-13.15-16.17-18.
Como retribuirei ao SENHOR todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do SENHOR.
preciosa aos olhos do SENHOR a morte dos seus fiéis.
SENHOR, sou teu servo, filho da tua serva; quebraste as minhas cadeias.
Hei-de oferecer-te sacrifícios de louvor, invocando, SENHOR, o teu nome.
Cumprirei as minhas promessas feitas ao SENHOR na presença de todo o seu
povo,


1 Cor. 11,23-26.
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus
na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para
vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a
nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de
mim.»
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.


João 13,1-15.
Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora
da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no
mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a
decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe
pusera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois, a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os
pés?»
Jesus respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora,
mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe
Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.»
Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos
e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés,
pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos
estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se
à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e
dizeis bem, porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar
os pés uns aos outros.
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.



Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São João-Maria Vianney (1786-1859); presbítero, Cura d'Ars
Sermão para a Quinta-Feira Santa

«Amou-os até ao fim»

Que amor, que caridade, a de Jesus Cristo, em ter escolhido a véspera do
dia em que ia ser morto para instituir um sacramento por meio do qual
permanecerá entre nós, como Pai, como Consolador, e como toda a nossa
felicidade! Mais felizes ainda do que aqueles que O conheceram na Sua vida
mortal pois, estando Ele num só lugar, tinham de se deslocar de longe para
terem a felicidade de O ver, nós encontramo-Lo em toda a parte, e essa
felicidade foi-nos prometida até ao fim do mundo. Ó imenso amor de Deus
pelas Suas criaturas!Não, nada pode detê-Lo, quando quer
mostrar-nos a grandeza do Seu amor. Neste momento de felicidade para nós,
toda a Jerusalém está a ferro e fogo, a populaça está enfurecida, todos
conspiram para a Sua perda, todos querem verter o Seu adorável sangue - e é
precisamente nesse momento que Ele prepara para eles, como para nós, a
prova mais inefável do Seu amor.




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terça-feira, 30 de março de 2010

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 31 de Março de 2010
4a-FEIRA DA SEMANA SANTA

4º feira da Semana Santa
Santa Balbina, virgem, mártir (+132), S. Benjamim, diácono, mártir, +420, Santo Acácio, bispo, +250



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Teresa Benedita da Cruz : «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»

Leituras

Is. 50,4-9.
«O Senhor DEUS ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de
alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu
aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a
barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes.
Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria
envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo?
Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa
contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos
esfrangalhados, como roupa velha, roída pela traça.»


Salmos 69(68),8-10.21-22.31.33-34.
Por causa de ti, tenho sofrido insultos, o meu rosto cobriu se de vergonha.
Tornei me um estranho para os meus irmãos, um desconhecido para os filhos
de minha mãe.
O zelo da tua casa me consome; os insultos dos que te ultrajam caíram sobre
mim.
O insulto despedaçou me o coração, até desfalecer; esperei compaixão, mas
foi em vão; alguém que me consolasse, m
Deram-me fel, em vez de comida, e vinagre, quando tive sede.
Louvarei, com cânticos, o nome de Deus; hei-de glorificá lo com acções de
graças.
Que os humildes vejam isto e se alegrem, e os que buscam a Deus se encham
de coragem,
porque o SENHOR escuta os necessitados e não despreza o seu povo cativo.


Mateus 26,14-25.
Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos
sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe
trinta moedas de prata.
E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e
perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a
Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O
Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero
celebrar a Páscoa com os meus discípulos.'»
Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»

Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua
vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai
daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse
homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu,
Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A Oração da Igreja (a partir da trad. Paris, 1955, pp. 19-22; cf. Source cachée, p. 54)

«Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»

Sabemos, pelos relatos evangélicos, que Cristo orou como judeu crente e
fiel à Lei. [...] Ele pronunciou as velhas orações de bênção do pão, do
vinho e dos frutos da terra que ainda hoje se recitam, como testemunham os
relatos da Última Ceia, totalmente consagrada a uma das mais sagradas
obrigações religiosas: a solene refeição pascal, que comemorava a
libertação da servidão do Egipto. Talvez seja aqui que temos a visão mais
profunda da oração de Cristo, e como que a chave que nos introduz na oração
de toda a Igreja. [...]A bênção e a partilha do pão e do vinho
faziam parte do rito da refeição pascal. Mas uma e outra recebem aqui um
sentido inteiramente novo. Aqui nasce a vida da Igreja. É certo que só no
Pentecostes é que a Igreja nasce como comunidade espiritual e visível; mas
aqui, na Ceia, cumpre-se o enxerto do sarmento na cepa que torna possível a
efusão do Espírito. As antigas orações de bênção tornaram-se, nos lábios de
Cristo, palavras criadoras de vida. Os frutos da terra transformaram-se na
Sua carne e no Seu sangue, encheram-se da Sua vida. [...] A Páscoa da
Antiga Aliança veio a ser a Páscoa da Nova Aliança.




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segunda-feira, 29 de março de 2010

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 30 de Março de 2010
3a-FEIRA DA SEMANA SANTA

3ª feira da Semana Santa
S. João Clímaco, religioso, +615, S. Leonardo Murialdo, confessor, +1900, Santa Irene, virgem (séc. IX)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho : «Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»

Leituras

Is. 49,1-6.
«Ouvi-me, habitantes das ilhas, prestai atenção, povos de longe. Quando
ainda estava no ventre materno, o SENHOR chamou-me, quando ainda estava no
seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão.
Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as
minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR, e no meu Deus
a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno, para ser
o seu servo, para lhe reconduzir Jacob, e para lhe congregar Israel. Assim
me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de
Jacob, e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das
nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»


Salmos 71(70),1-2.3-4.5-6.15.17.
Em ti, SENHOR, me refugio, jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra me e protege me; inclina para mim os teus ouvidos e
salva me.
Sê a minha protecção e o refúgio onde me acolho. Tu prometeste salvar-me,
pois és o meu rochedo e a minha
Meu Deus, livra me das mãos do ímpio, das mãos do opressor e do violento.
Tu és a minha esperança, ó Senhor DEUS, e a minha confiança desde a
juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno, desde o ventre materno és o meu
protector; és o objecto contínuo do m
A minha boca proclamará a tua justiça, e todo o dia anunciarei a tua
salvação, sabendo bem que ela é inen
Instruíste me, ó Deus, desde a minha juventude e até hoje anunciei sempre
as tuas maravilhas.


João 13,21-33.36-38.
Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade,
em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu
peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou:
«Senhor, quem é?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E
molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que
tens a fazer fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho
dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito:
'Compra o que precisamos para a Festa', ou que desse alguma coisa aos
pobres.
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do
Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a
glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e,
assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir',
também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para
onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais
tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida
por ti!»
Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não
cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.)

«Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»

Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e
marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a
fazer, fá-lo depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e
anunciava-nos o nosso bem. O facto de Cristo ser entregue não terá sido o
pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se,
beneficiando-nos sem o saber.

«O que tens a fazer, fá-lo depressa.» Palavras de um homem que está pronto,
não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai,
mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a
fazer, fá-lo depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade,
procura apressar a salvação dos crentes. «Foi entregue por causa das nossas
faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5,
25). É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se
entregou por mim» (Gal 2, 20). De facto, ninguém entregava Cristo se Ele
mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se
entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a
fazer, fá-lo depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a
vontade Daquele que pode tudo. [...]

«Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite». E aquele que
saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho
do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18,
3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e
O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo,
vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o
trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai»
(Mt 13, 43).




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domingo, 28 de março de 2010

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 29 de Março de 2010
2a-FEIRA DA SEMANA SANTA

2ª feira da Semana Santa
Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629, S. José de Arimateia, séc. I



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Guilherme Saint-Thierry : «A casa encheu-se com a fragrância do perfume»

Leituras

Is. 42,1-7.
«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar
sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça.
Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega.
Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as
leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus, que criou os céus e os estendeu, que
consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes, e
o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão;
formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações;
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e
da prisão, os que vivem nas trevas.


Salmos 27,1.2.3.13-14.
O SENHOR é minha luz e salvação: de quem terei medo? O SENHOR é o baluarte
da minha vida: quem me assustará?
Quando os malvados avançam contra mim, para me devorar, são eles, meus
opressores e inimigos, que resvalam e caem.
Ainda que um exército me cerque, o meu coração não temerá. Mesmo que me
declarem a guerra, ainda assim terei confiança.
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do SENHOR, na terra dos
vivos.
Confia no SENHOR! Sê forte e corajoso, e confia no SENHOR!


João 12,1-11.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele
tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam
com Ele à mesa.
Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro,
de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a
fragrância do perfume.
Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de
o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os
dar aos pobres?»
Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque
era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.

Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha
sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes
sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por
causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado
dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro,
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em
Jesus.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Guilherme Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino depois cisterciense
Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»

Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer
bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em
misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o
meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor
intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu
e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência.
Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha
longa negligência.

Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me
olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com
as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna
devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam,
de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada.
Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os
Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu
murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os
cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me
importa incomodar seja quem for.

Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume,
porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me
o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que
sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua
misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar
a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha
justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc
7, 47).




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sábado, 27 de março de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 28 de Março de 2010
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

Domingo de Ramos (semana II do saltério)
Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065, S. Sisto III, papa, +440



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Proclo de Constantinopla : «Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»

Leituras

Is. 50,4-7.
«O Senhor DEUS ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de
alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu
aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a
barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes.
Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria
envergonhado.


Salmos 22(21),8-9.17-18.19-20.23-24.
Todos os que me vêem escarnecem de mim; estendem os lábios e abanam a
cabeça.
"Confiou no SENHOR, Ele que o livre; Ele que o salve, já que é seu amigo."
Estou rodeado por matilhas de cães, envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos. Eles olham para mim cheios de espanto!
Repartem entre si as minhas vestes e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, SENHOR, não te afastes de mim! És o meu auxílio: vem socorrer me
depressa!
Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos e te louvarei no meio da
assembleia.
Vós, que temeis o SENHOR, louvai o! Glorificai o, descendentes de Jacob!
Reverenciai o, descendentes de Israel!


Filip. 2,6-11.
Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual
a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado
como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que
está acima de todo o nome,
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que
estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor!", para glória de Deus
Pai.


Lucas 22,14-71.23,1-56.
Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele.
Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes
de padecer,
pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento
no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o
Reino de Deus.»
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por
eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei
isto em minha memória.»
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova
Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.»
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele
por meio de quem vai ser entregue!»
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante
coisa.
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado
o maior.
Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas
exercem a autoridade são chamados benfeitores.
Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor,
e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que
está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações,
e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor,

a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de
sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.»
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar
como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez
convertido, fortalece os teus irmãos.»
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e
para a morte.»
Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por
três vezes, tenhas negado conhecer-me.»
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem
sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o
alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura:
Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito
chega ao seu termo.»
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele
respondeu-lhes: «Basta!»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os
discípulos seguiram também com Ele.
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em
tentação.»
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente;
e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha
vontade, mas a tua.»
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava.
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe
como grossas gotas de sangue, que caíam na terra.
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a
dormir, devido à tristeza.
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em
tentação.»
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze,
o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar.
Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor,
ferimo-los à espada?»
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.

Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do
servo, curou-o.
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos
oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como
se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas
esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»
Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do
Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe.
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se
no meio deles.
Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitandoo, disse: «Este também
estava com Ele.»
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»
Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro
disse: «Homem, não sou.»
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com
certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.»
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante,
estando ele ainda a falar, cantou um galo.
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da
palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás
negar-me três vezes.»
E, vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no.
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?»
E proferiam muitos outros insultos contra Ele.
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos
sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal.
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se
vo-lo disser, não me acreditareis
e, se vos perguntar, não respondereis.
Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus
todo-poderoso.»
Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o
dizeis; Eu sou.»
Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o
ouvimos da sua boca.»
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos
e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o
povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o
Messias Rei.»
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o
dizes.»
Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de
culpável neste homem.»
Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a
Judeia, desde a Galileia até aqui.»
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou-se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que
também se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante
tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que
fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com
veemência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o
cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do
outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo,
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a
revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum
dos crimes de que o acusais.
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada
praticou que mereça a morte.
Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.»
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso.
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada
na cidade, e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!»
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada
encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o
castigar.»
Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os
seus clamores aumentavam de violência.
Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e
entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que
voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no
peito e se lamentavam por Ele.
Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis
por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não
geraram e os peitos que não amamentaram.'
Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas:
'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?»
E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos
malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois,
deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou
os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem
vinagre,
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»
Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo:
«Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu
que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções
mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.»
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas
da tarde.
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito.» Dito isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo:
«Verdadeiramente, este homem era justo!»
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o
que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a
Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era
natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro
talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado.
Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam
José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado.
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram
o descanso, conforme o preceito.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Proclo de Constantinopla (c. 390-446), bispo
Sermão 9, para o Dia de Ramos; PG 65, 772 (a patir da trad. Brésard, 2000 anos, ano C, p. 108)

«Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»

O dia de hoje, meus bem-amados, é da maior importância. É um dia que nos
solicita um grande desejo, uma pressa imensa, um alento vivo, para nos
conduzir ao encontro do Rei dos Céus. Paulo, o mensageiro da Boa Nova,
dizia-nos: «O Senhor está perto. Não vos inquieteis» (Fil 4, 5-6). [...]
Acendamos, pois, as lamparinas da fé; à semelhança das cinco
virgens sensatas (Mt 25, 1ss.), enchamo-las do óleo da misericórdia para
com os pobres; acolhamos a Cristo bem despertos, e cantemos-Lhe com as
palmas da justiça na mão. Beijemo-Lo, derramando sobre Ele o perfume de
Maria (Jo 12, 3). Oiçamos o cântico da ressurreição: que as nossas vozes se
elevem, dignas da majestade divina, e brademos com o povo, soltando esse
grito que se escapa das bocas da multidão: «Hossana nas alturas! Bendito
seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». É razoável
chamar-Lhe «Aquele que vem», porque Ele vem sem cessar, porque Ele nunca
nos falta: «O Senhor está próximo de quantos O invocam em verdade» (Sl 144,
18). «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor».O Rei
manso e pacífico está à nossa porta. Aquele que tem o trono nos céus, acima
dos querubins, senta-Se, cá em baixo, sobre uma burrinha. Preparemos a casa
da nossa alma, limpemos as teias de aranha que são os mal-entendidos
fraternos, que não haja em nós a poeira da maledicência. Difundamos às
mãos-cheias a água do amor, e apaziguemos todas as feridas criadas pela
animosidade; semeemos o vestíbulo dos nossos lábios com as flores da
piedade. E soltemos então, na companhia do povo, esse grito que brota dos
lábios da multidão: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei
de Israel».




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sexta-feira, 26 de março de 2010

Profecia do Dia

Sabado, dia 27 de Março de 2010
Sábado da 5ª semana da Quaresma

S. João do Egipto, eremita, +374, S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749, Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326, Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Jerusalém : «Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

Leituras

Ezeq. 37,21-28.
E então lhes dirás: Assim fala o Senhor DEUS: Eis que Eu tomarei os filhos
de Israel de entre as nações, por onde se dispersaram; vou reuni-los de
toda a parte e reconduzi-los ao seu país.
Farei deles uma só nação na minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas
um rei reinará sobre todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão
divididos em dois reinos.
Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames
abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias, pelas quais pecaram, e os
purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei e eles terão um só pastor; caminharão
segundo os meus preceitos, observarão os meus mandamentos e os porão em
prática.
Habitarão o país que Eu dei ao meu servo Jacob e no qual habitaram seus
pais; aí ficarão eles, os seus filhos e os filhos de seus filhos para
sempre. David, meu servo, será para sempre o seu chefe.
Farei com eles uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os
estabelecerei e os multiplicarei; e colocarei o meu santuário no meio deles
para sempre.
A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu
povo.
Então, reconhecerão as nações que Eu sou o SENHOR que santifica Israel,
quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para sempre."


Jer. 31,10.11-12.13.
Povos, escutai a palavra do Senhor! Levai a notícia às ilhas longínquas e
dizei: 'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo e guardá-lo como o pastor
ao seu rebanho.'
Porque o Senhor resgatou Jacob e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião, e afluirão aos bens do Senhor: Ao
trigo, ao vinho e ao azeite, às crias de ovelhas e de vacas. A sua alma
será como um jardim bem regado, e não voltarão a desfalecer.
Então, a jovem alegrar-se-á, bailando; jovens e velhos partilharão do seu
júbilo. Converterei o seu pranto em exultação, hei-de consolá-los, e
aliviá-los das suas penas.


João 11,45-56.
Então, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que
Jesus fez, creram nele.
Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus
tinha feito.
Os sumos sacerdotes e os fari- seus convocaram então o Conselho e diziam:
«Que havemos nós de fazer, dado que este homem realiza muitos sinais
miraculosos?
Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão
o nosso Lugar santo e a nossa nação.»
Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós
não entendeis nada,
nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo, e não
pereça a nação inteira.»
Ora ele não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo Sacerdote naquele
ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.
E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus
que estavam dispersos.
Assim, a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte.
Por isso, Jesus já não andava em público, mas retirou-se dali para uma
região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os
discípulos.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém
antes da Páscoa para se purificar.
Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos
parece? Ele virá à Festa?»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo e Doutor da Igreja
Comentário sobre a Carta aos Romanos, 15, 7 (a partir da trad. Breviário)

«Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

Está escrito: «Nós, que somos muitos, constituímos um só corpo em Cristo»
(Rom 12, 5), porque Cristo nos congrega na unidade, pelos laços do amor:
«Ele que, de dois povos, fez um só, destruindo o muro de inimizade que os
separava, anulando pela Sua carne a Lei, os preceitos e as prescrições» (Ef
2, 14-15). Temos, pois, de ter os mesmos sentimentos recíprocos: «Se um
membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado,
todos os membros se alegram com ele» (1Cor 12, 26). Por isso, prossegue São
Paulo, «acolhei-vos uns aos outros, como Cristo também vos acolheu, para
glória de Deus» (Rom 15, 7). Acolhamo-nos uns aos outros, se queremos ter
os mesmos sentimentos, «suportando-nos uns aos outros com caridade,
solícitos em conservar a unidade de espírito, mediante o vículo da paz» (Ef
4, 2-3) Foi assim que Deus nos acolheu em Cristo, que disse: «Deus amou de
tal modo o mundo, que lhe deu o Seu Filho único» (Jo 3, 16). Com efeito, o
Filho foi dado em resgate pela vida de todos nós, e nós fomos libertados da
morte, resgatados da morte e do pecado.São Paulo esclarece as
perspectivas deste plano de salvação quando afirma que «Cristo Se fez
servidor dos circuncisos, a fim de mostrar a veracidade de Deus» (Rom 15,
8). Porque Deus tinha prometido aos patriarcas, pais dos judeus, que
abençoaria a sua descendência, que seria tão numerosa como as estrelas do
céu. Foi por isso que o Verbo, que é Deus, Se manifestou na carne e Se fez
homem. Ele mantém na existência toda a criação e assegura o bem de tudo
quanto existe, pois é Deus. Mas veio a este mundo e encarnou, «não para ser
servido, mas», como Ele próprio afirmou, «para servir e dar a vida em
resgate pela multidão» (Mc 10, 45).




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quinta-feira, 25 de março de 2010

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 26 de Março de 2010
Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma

S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Bernardo : «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»

Leituras

Jer. 20,10-13.
Ouvia invectivas da multidão: «Cerco de terror! Denunciai-o! Vamos
denunciá-lo!» Os que eram meus amigos espiam agora os meus passos: «Se o
enganarmos, triunfaremos dele, e dele nos vingaremos.»
O Senhor, porém, está comigo, como poderoso guerreiro. Por isso, os meus
perseguidores serão esmagados e cobertos de confusão, porque não hão-de
prevalecer. A sua ignomínia nunca se apagará da memória.
Mas Tu, Senhor do universo, examinas o justo, sondas os rins e os corações.
Que eu possa contemplar a tua vingança contra eles, pois a ti confiei a
minha causa!
Cantai ao Senhor, glorificai o Senhor, porque salvou a vida do pobre da mão
dos malvados.


Salmos 18(17),2-7.
Eu te amo, ó SENHOR, minha força.
O SENHOR é a minha rocha, fortaleza e protecção; o meu Deus é o abrigo em
que me refugio, o meu escudo, o meu baluarte de defesa.
Invoquei o SENHOR, que é digno de louvor, e fui salvo dos meus inimigos.
Cercaram me as ondas da morte e as vagas destruidoras encheram me de
terror;
envolveram me os laços do Abismo e lançaram me as suas redes fatais.
Na minha angústia invoquei o SENHOR e gritei pelo meu Deus. Do seu
santuário, Ele ouviu a minha voz; o meu clamor chegou aos seus ouvidos.


João 10,31-42.
Então, os judeus voltaram a pegar em pedras para o apedrejarem.
Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por
qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra
boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes
Deus.»
Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois
deuses'?
Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus e a
Escritura não se pode pôr em dúvida
a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: 'Tu
blasfemas', por Eu ter dito: 'Sou Filho de Deus'?
Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim;
mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras,
e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu
no Pai.»
Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos.
Depois, Jesus voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o
lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar, e ali se demorou.
Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum
sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.»
E muitos ali creram nele.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Bernardo (1091-1153), Monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermões diversos, n° 22, 5-6 (a partir da trad. de Brésard, 2000 ans, p. 104 rev)

«Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»

Deves toda a tua vida a Cristo Jesus, visto que Ele deu a Sua vida pela tua
e suportou amargos tormentos para que tu não tivesses que suportar os
tormentos eternos. [...] Quão doces te hão-de parecer todas as coisas,
depois de teres compreendido no teu coração todas as amarguras do teu
Senhor! [...] Tanto quanto os céus estão acima da terra (Is 55, 9), assim a
Sua vida é mais alta do que a nossa vida e, no entanto, foi dada pela
nossa. Tal como o nada não pode ser comparado a nenhuma outra coisa, assim
a nossa vida não é proporcional à Sua [...].

Quando eu Lhe tiver consagrado tudo o que sou, tudo o que posso, isso será
como uma estrela comparada com o sol, uma gota de água com o rio, uma pedra
com uma torre, um grão de areia com uma montanha. Tenho apenas duas
pequenas coisas, realmente mínimas: o meu corpo e a minha alma, ou antes,
uma única coisinha: a minha vontade. E não a daria eu Àquele que proveu de
tantos benefícios um ser tão pequeno como eu, Àquele que, dando-Se
completamente, me resgatou inteiramente? Além disso, se guardo para mim a
minha vontade, com que cara, com que olhos, com que espírito, com que
consciência me poderei refugiar junto do coração, da misericórdia do nosso
Deus? Ousaria eu atravessar essa muralha tão forte que guarda Israel, e
fazer correr, pelo preço do meu resgate, não apenas umas gotas, mas os
jorros de sangue que saem das cinco chagas do Seu corpo?




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quarta-feira, 24 de março de 2010

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 25 de Março de 2010
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidad

Solenidade da Anunciação do Senhor (ofício próprio)
S. Tarásio, patriarca, séc. VIII



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Beda : «O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim»

Leituras

Is. 7,10-14.8,10.
O SENHOR mandou dizer de novo a Acaz:
«Pede ao SENHOR teu Deus um sinal, quer no fundo dos abismos, quer lá no
alto dos céus.»
Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o SENHOR.»
Isaías respondeu: «Escuta, pois, casa de David: Não vos basta já ser
molestos para os homens, senão que também ousais sê-lo para o meu Deus?
Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a
jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-lhe o nome de
Emanuel.
Traçai planos, que serão frustrados; ordenai ameaças, que não serão
executadas, pois temos o Emanuel: «Deus-connosco.»


Salmos 40(39),7-11.
Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas abriste me os ouvidos para
escutar; não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou! No Livro da Lei está escrito aquilo que devo
fazer."
Esse é o meu desejo, ó meu Deus; a tua lei está dentro do meu coração.
Anunciei a tua justiça na grande assembleia; Tu bem sabes, SENHOR, que não
fechei os meus lábios.
Não escondi a tua justiça no fundo do coração; proclamei a tua fidelidade
e a tua salvação. Não ocultei à grande assembleia a tua bondade e a tua
verdade.


Heb. 10,4-10.
uma vez que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes apague os
pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: Tu não quiseste sacrifício nem
oferenda, mas preparaste-me um corpo.
Não te agradaram holocaustos nem sacrifícios pelos pecados.
Então, Eu disse: Eis que venho – como está escrito no livro a meu respeito
– para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Disse primeiro: Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e
holocaustos pelos pecados – e, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei.
Disse em seguida: Eis que venho para fazer a tua vontade. Suprime, assim, o
primeiro culto, para instaurar o segundo.
E foi por essa vontade que nós fomos santificados, pela oferta do corpo de
Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.


Lucas 1,26-38.
Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia
chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o
nome da virgem era Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o
Senhor está contigo.»
Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que
significava tal saudação.
Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus.
Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de
Jesus.
Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o
trono de seu pai David,
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»
Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?»
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do
Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer
é Santo e será chamado Filho de Deus.
Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no
sexto mês, ela, a quem chamavam estéril,
porque nada é impossível a Deus.»
Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua
palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para o Advento, nº 3; CCL 122, 14-17 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 170)

«O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim»

«O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada
Nazaré, uma virgem, desposada com um homem chamado José, da casa de David;
e o nome da virgem era Maria». O que é dito da casa de David não diz
respeito apenas a José, mas também a Maria. Porque a Lei prescrevia que um
homem se casasse com uma mulher da sua tribo e da sua estirpe, segundo o
testemunho do apóstolo Paulo, que escreveu a Timóteo: «Lembra-te de Jesus
Cristo, saído da estirpe de David, e ressuscitado dos mortos, segundo o meu
Evangelho» (2Tim 2, 8). [...]

«Ele será grande e vai chamar-Se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai
dar-Lhe o trono de Seu pai David». O trono de David significa aqui o poder
sobre o povo de Israel, que David governou no seu tempo, com um zelo pleno
de fé. [...] A este povo, que David dirigiu pelo seu poder temporal, vai
Cristo conduzir por uma graça espiritual para o reino eterno. [...]

«Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob». A casa de Jacob designa a
Igreja universal que, pela fé e o testemunho rendido a Cristo, se une ao
destino dos patriarcas, quer dos que tiram a sua origem carnal da sua cepa,
quer dos que, nascidos pela carne de uma outra nação, são reunidos em
Cristo, pelo baptismo no Espírito. É sobre esta casa de Jacob que Ele
reinará eternamente: «e o Seu reinado não terá fim». Sim, Ele reina sobre
ela na vida presente, quando governa o coração dos eleitos onde habita,
pela sua fé e o seu amor para com Ele; e governa-os pela Sua contínua
protecção, para lhes fazer chegar os dons da recompensa celeste. Ele reina
no futuro, quando, uma vez terminado o estado de exílio temporal, os
introduz na estadia da pátria celeste, onde eles se regozijam com a Sua
presença visível que continuamente lhes lembra que não podem senão cantar
os Seus louvores.




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terça-feira, 23 de março de 2010

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 24 de Março de 2010
Quarta-feira da 5ª semana da Quaresma

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801, Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Orígenes : «Se permanecerdes fiéis à Minha palavra, sereis realmente Meus discípulos; então conhecereis a verdade, e a verdade tornar-vos-á livres»

Leituras

Dan. 3,14-20.91-92.95.
Disse-lhes Nabucodonosor: «Chadrac, Mechac e Abed-Nego, é verdade que
rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração à estátua de ouro erigida
por mim?
Pois bem! Estais dispostos, no momento em que ouvirdes o som da trombeta,
da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro
instrumento musical, a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu
fiz? Se não o fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E
qual o deus que poderá libertar-vos da minha mão?»
Chadrac, Mechac e Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a
pena responder-te a propósito disto.
Se isso assim é, o Deus que nós servimos pode livrar-nos da fornalha
incandescente, e até mesmo, ó rei, da tua mão.
E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos
teus deuses e que não adoramos a estátua de ouro que tu levantaste.»
Então explodiu a fúria de Nabucodonosor contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego;
a expressão do seu rosto mudou e levantou a voz para mandar que se
aquecesse a fornalha sete vezes mais que de costume.
Em seguida, ordenou aos soldados mais vigorosos do seu exército que
amarrassem Chadrac, Mechac e Abed-Nego, a fim de os lançar na fornalha
incandescente.
Então o rei Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo
para os seus conselheiros: «Não foram três homens, atados de pés e mãos,
que lançámos ao fogo?» Responderam eles ao rei: «Com certeza».
«Pois bem –replicou o rei – vejo quatro homens soltos, que passeiam no meio
do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o aspecto de um filho de
Deus.»
Nabucodonosor, tomando a palavra, disse: «Bendito seja o Deus de Chadrac,
de Mechac e de Abed-Nego! Ele enviou o seu anjo para libertar os seus
servos que, confiando nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do
rei, antes que prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não
fosse o Deus deles.


Dan. 3,52-56.
«Bendito sejas, Senhor, Deus de nossos pais:– digno de louvor e glória
eternamente! Bendito seja o teu nome santo e glorioso:– digno de supremo
louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no templo da tua santa glória: – digno de supremo louvor e
glória eternamente!
Bendito sejas por penetrares os abismos,sentado sobre os querubins: – digno
de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no teu trono real: – digno de supremo louvor e exaltação
eternamente!
Bendito sejas no firmamento dos céus:– digno de supremo louvor e glória
eternamente!


João 8,31-42.
Então, Jesus pôs-se a dizer aos judeus que nele tinham acreditado: «Se
permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus
discípulos,
conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.»
Replicaram-lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de
ninguém! Como é que Tu dizes: 'Sereis livres'?»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que
comete o pecado é servo do pecado,
e o servo não fica na família para sempre; o filho é que fica para sempre.
Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.
Eu sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me,
porque não aderis à minha palavra.
Eu comunico o que vi junto do Pai, e vós fazeis o que ouvistes ao vosso
pai.»
Eles replicaram-lhe: «O nosso pai é Abraão!» Jesus disse-lhes: «Se fôsseis
filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão!
Agora, porém, vós pretendeis matar-me, a mim, um homem que vos comunicou a
verdade que recebi de Deus. Isso não o fez Abraão!
Vós fazeis as obras do vosso pai.» Eles disseram-lhe, então: «Nós não
nascemos da prostituição. Temos um só Pai, que é Deus.»
Disse-lhes Jesus: «Se Deus fosse vosso Pai, ter-me-íeis amor, pois é de
Deus que Eu saí e vim. Não vim de mim próprio, mas foi Ele que me enviou.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilias sobre o Êxodo, n° 8 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 2, p. 174)

«Se permanecerdes fiéis à Minha palavra, sereis realmente Meus discípulos; então conhecereis a verdade, e a verdade tornar-vos-á livres»

«Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egipto, da casa da
servidão» (Ex 20, 2). Estas palavras não se dirigem apenas aos que já
saíram do Egipto; dirigem-se sobretudo a ti que as ouves agora, se quiseres
sair do Egipto. [...] Reflecte, pois: as coisas deste mundo e as acções da
carne não serão essa casa de servidão e, ao contrário, a fuga às coisas
deste mundo e a vida segundo Deus não serão a casa da liberdade, conforme o
que o Senhor diz no Evangelho: «Se permanecerdes na Minha palavra,
conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres»?

Sim, o Egipto é a casa de servidão; Jerusalém e a Judeia são a casa da
liberdade. Escuta o que o Apóstolo Paulo declara a este respeito [...]: «A
Jerusalém que é do alto é livre; é a mãe de todos nós» (Gal 4, 26). E, da
mesma forma que o Egipto, esta província terrestre, é chamada «casa de
servidão» para os filhos de Israel relativamente a Jerusalém e à Judeia,
que são para eles a casa da liberdade, assim também, relativamente à
Jerusalém celeste que é, pode-se dizer, a mãe da liberdade, o mundo
inteiro, com tudo o que ele contém, é uma casa de servidão. Houve outrora,
para castigo do pecado, uma passagem do paraíso da liberdade à servidão
deste mundo [...]; por isso a primeira palavra dos mandamentos de Deus diz
respeito à liberdade: «Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do
Egipto, da casa da servidão».




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segunda-feira, 22 de março de 2010

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 23 de Março de 2010
Terça-feira da 5ª semana da Quaresma

S. Turíbio de Mogrovejo, bispo, +1606, Beato Marcos de Montegalo, presbítero, +1496



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Bernardo : «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou»

Leituras

Núm. 21,4-9.
Do monte Hor, os israelitas partiram pelo caminho do Mar dos Juncos para
contornar a terra de Edom, mas cansaram-se na caminhada.
O povo falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do
Egipto? Foi para morrer no deserto, onde não há pão nem água, estando
enjoados com este pão levíssimo?»
Mas o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que mordiam o povo, e
por isso morreu muita gente de Israel.
O povo foi ter com Moisés e disse-lhe: «Pecámos ao protestarmos contra o
Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as
serpentes.» E Moisés intercedeu pelo povo.
O Senhor disse a Moisés: «Faz para ti uma serpente abrasadora e coloca-a
num poste. Sucederá que todo aquele que tiver sido mordido, se olhar para
ela, ficará vivo.»
Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando
alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze,
vivia.


Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.
SENHOR, escuta a minha oração e chegue junto de ti o meu clamor!
Não me ocultes o teu rosto no dia da aflição. Inclina para mim o teu
ouvido; no dia em que te invocar, responde-me sem demora!
Os povos honrarão, SENHOR, o teu nome, e todos os reis da terra, a tua
majestade.
Quando o SENHOR reconstruir Sião e manifestar a sua glória,
há-de voltar-se para a oração do indigente e não desprezará as suas
súplicas.
Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras, e os que hão-de nascer
louvarão o SENHOR.
SENHOR observa do alto do seu santuário; lá do céu, Ele olha para a terra,
para escutar os gemidos dos cativos e livrar os condenados à morte.


João 8,21-30.
Uma outra vez, Jesus disse-lhes: «Eu vou-me embora: vós haveis de
procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não podereis ir para onde
Eu vou.»
Então, os judeus comentavam: «Será que Ele se vai suicidar, dado que está a
dizer: 'Vós não podeis ir para onde Eu vou'?»
Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois
deste mundo; Eu não sou deste mundo.
Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se não crerdes que
Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus:
«Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer!
Tenho muitas coisas que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que
falo ao mundo é do que ouvi àquele que me enviou, e que é verdadeiro.»
Eles não perceberam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes, pois, Jesus: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem,
então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo,
mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço
sempre aquilo que lhe agrada.»
Quando expunha estas coisas, muitos creram nele.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermão 1 para o primeiro Domingo de Novembro (a partir da trad. de Ir. Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 33)

«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou»

O profeta Isaías descreve-nos uma visão sublime: «Vi o Senhor sentado num
trono alto e elevado» (Is 6, 1). Magnífico espectáculo, meus irmãos!
Felizes os olhos que o viram! Quem não desejaria, com toda a alma,
contemplar o espectáculo de tão grande glória? [...] Mas eis que ouço o
mesmo profeta contar uma outra visão desse mesmo Senhor, e bem diferente:
«Vimo-lo sem aspecto atraente: [...] nós o reputávamos como um leproso» (Is
53, 2ss. Vulg). [...]

Tu, portanto, se desejas ver Jesus na sua glória, faz primeiro por vê-l'O
na Sua humilhação. Começa por fixar os olhos na serpente que se ergueu no
deserto (cf. Jo 3, 14), se desejas ver o Rei sentado em Seu trono. Que essa
primeira visão te encha de humildade, para que a segunda te reerga da tua
humilhação. Que aquela te reprima e te cure o orgulho, antes de esta te
encher de desejo e dele te saciar. Vês como o Senhor Se esvaziou a Si mesmo
(Fil 2, 7)? Que esta visão não te deixe indiferente, se não não poderás,
sem tribulação, contemplá-l'O depois na glória da Sua exaltação.

«Seremos semelhantes a Ele», seguramente, quando O virmos «tal como Ele é»
(1 Jo 3, 2); sê-Lhe pois semelhante desde este momento, ao veres em que Se
tornou por causa de ti. Se não recusares ser-Lhe semelhante na Sua
humilhação, Ele conceder-te-á certamente o reconhecimento da Sua glória.
Jamais suportará que aquele que participou da Sua Paixão seja excluído da
comunhão na Sua glória. E tão claro é que não Se recusará a admitir conSigo
no Reino aquele que partilhou a Sua paixão, que o ladrão, porque O
confessou na cruz, com Ele se encontrou no mesmo dia no paraíso (Lc 23,
42). [...] Sim, «pressupondo que com Ele sofremos, [...] com Ele [...]
[seremos] glorificados» (Rom 8, 17).




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domingo, 21 de março de 2010

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 22 de Março de 2010
Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma

Santa Catarina de Génova, viúva, +1510, S. Zacarias, papa, +752



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho : A luz do mundo

Leituras

Dan. 13,1-9.15-17.19-30.33-62.
Havia um homem chamado Joaquim, que habitava na Babilónia.
Tinha desposado uma mulher de nome Susana, filha de Hilquias, muito bela e
piedosa para com o Senhor,
pois tinha sido educada pelos pais, que eram justos, de harmonia com a lei
de Moisés.
Joaquim era muito rico. Contíguo à sua casa, tinha um pomar; e com
frequência se reuniam em casa dele os judeus, pois que entre todos os seus
compatriotas gozava de particular consideração.
Tinham sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo. A eles
justamente se aplicava a palavra do Senhor: «A iniquidade veio da
Babilónia, de anciãos e juízes, que passavam por dirigir o povo.»
Estas duas personagens frequentavam a casa de Joaquim, onde vinham
procurá-los todos os que tinham qualquer contenda.
À hora do meio-dia, quando toda esta gente se tinha retirado, Susana ia
passear para o jardim do marido.
Os dois anciãos viam-na todos os dias, por ocasião do passeio, de maneira
que a sua paixão se acendeu por ela.
Perderam a justa noção das coisas, afastaram os olhos para não olharem para
o céu e não se lembrarem da verdadeira regra de conduta.
Um dia, como de costume, chegou Susana, acompanhada apenas por duas
criadas, e preparava-se para tomar banho no jardim, pois fazia calor.
Não havia aí ninguém senão os dois anciãos que, escondidos, a espiavam.
Disse às jovens: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim,
para eu tomar banho.»
Logo que elas saíram, os dois homens precipitaram-se para junto de Susana
e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê. Nós
ardemos de desejo por ti. Aceita e entrega-te a nós.
Se não quiseres, vamos denunciar-te. Diremos que um rapaz estava contigo e
que foi por isso mesmo que tu mandaste embora as criadas.»
Susana bradou angustiada: «Estou sujeita a aflições de todos os lados! Se
faço isso, é para mim a morte. Se não o faço, nem mesmo assim vos
escaparei.
Mas é preferível para mim cair em vossas mãos sem ter feito nada, do que
pecar aos olhos do Senhor.»
Susana, então, soltou altos gritos e os dois anciãos gritaram também com
ela.
E um deles, correndo para as portas do jardim, abriu-as.
As pessoas da casa, ao ouvirem esta gritaria, precipitaram-se pela porta
traseira para ver o que tinha acontecido.
Logo que os anciãos falaram, os criados coraram de vergonha, pois jamais se
tinha dito coisa semelhante de Susana.
No dia seguinte, os dois anciãos, dominados pelo desejo criminoso contra a
vida de Susana, vieram à reunião que tinha lugar em casa de Joaquim, seu
marido.
Disseram diante de toda a gente: «Que se vá procurar Susana, filha de
Hilquias, a mulher de Joaquim!» Foram procurá-la.
E veio com os seus pais, os filhos e os membros da sua família.
Choravam todos os seus, assim como todos os que a conheciam.
Os dois anciãos levantaram-se diante de todo o povo e puseram a mão sobre a
cabeça de Susana,
enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas de coração cheio de confiança no
Senhor, olhava para o céu.
Disseram então os anciãos: «Quando passeávamos a sós pelo jardim, entrou
ela com duas criadas; e depois de ter fechado as portas, mandou embora as
criadas.
Então, um jovem, que estava lá escondido, aproximou-se e pecou com ela.
Encontrávamo-nos a um canto do jardim. Perante semelhante atrevimento,
corremos para eles e surpreendemo-los em flagrante delito.
Não pudemos ter mão no rapaz, porque era mais forte do que nós, abriu a
porta e escapou-se.
A ela apanhámo-la; mas, quando a interrogámos para saber quem era esse
rapaz,
recusou responder-nos. Somos testemunhas disto.» Dando crédito a estes
homens, que eram anciãos e juízes do povo, a assembleia condenou Susana à
morte.
Esta, então, em altos brados disse: «Deus eterno, que sondas os segredos,
que conheces os acontecimentos antes que se dêem,
Tu sabes que proferiram um falso testemunho contra mim. Vou morrer sem ter
feito nada daquilo que maldosamente inventaram contra mim.»
Deus ouviu a sua oração.
Quando a conduziam para a morte, o Senhor despertou a alma límpida de um
rapazinho, chamado Daniel,
que gritou com voz forte: «Estou inocente da morte dessa mulher!»
Toda a gente se voltou para ele e disse: «Que é que isso quer dizer?»
E, dirigindo--se para o meio deles, afirmou: «Israelitas! Estais loucos,
para condenardes uma filha de Israel, sem examinardes nem reconhecerdes a
verdade?
Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho o que estes dois
homens declararam contra ela.»
O povo apressou-se a voltar. Os anciãos disseram a Daniel: «Vem, senta-te
no meio de nós e esclarece-nos, porque Deus te deu maturidade!»
Bradou Daniel: «Separai-os para longe um do outro e eu os julgarei.»
Separaram-nos. Daniel, então, chamou o primeiro e disse-lhe: «Velho
perverso! Eis que se manifestam agora os pecados que cometeste outrora em
julgamentos injustos,
ao condenares os inocentes, absolvendo os culpados, quando o Senhor disse:
'Não farás com que morra o inocente ou o justo.'
Vamos! Se realmente os viste, diz-nos debaixo de que árvore os viste
entreterem-se um com o outro.» «Sob um lentisco.» – respondeu.
Retorquiu Daniel: «Pois bem! Aí está a mentira, que pagarás com a tua
cabeça. Eis que o anjo do Senhor, conforme a sentença divina, te vai rachar
a meio!»
Afastaram o homem, e Daniel mandou vir o outro e disse-lhe: «Tu és um filho
de Canaã e não um judeu. Foi a beleza que te seduziu e a paixão que te
perverteu.
É assim que sempre tendes procedido com as filhas de Israel, que, por medo,
entravam em relação convosco. Uma filha de Judá, porém, não consentiu na
vossa perversidade.
Vamos, diz-me: sob que árvore os surpreendeste em atitude de se unirem?»
«Sob um carvalho.»
Respondeu Daniel: «Pois bem! Também tu forjaste uma mentira que te vai
custar a vida. Eis que o anjo do Senhor, de espada em punho, se dispõe a
cortar-te ao meio, para vos aniquilar.»
Logo a multidão deu grandes brados, e bendizia a Deus que salva os que põem
nele a sua esperança.
Toda a gente, então, se insurgiu contra os dois anciãos que Daniel tinha
convencido de falso testemunho, pelas suas próprias declarações e
deu-se-lhes o mesmo tratamento que eles tinham infligido ao seu próximo.
De harmonia com a lei de Moisés, mataram-nos. Deste modo, foi poupada
naquele dia uma vida inocente.


Salmos 23(22),1-6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu
nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu
estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão me confiança.
Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a
minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão de acompanhar me todos os dias
da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


João 8,12-20.
Jesus falou-lhes novamente: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não
andará nas trevas, mas terá a luz da vida.»
Disseram-lhe, então, os fariseus: «Tu dás testemunho a favor de ti mesmo: o
teu testemunho não é válido.»
Jesus respondeu-lhes: «Ainda que Eu dê testemunho a favor de mim próprio, o
meu testemunho é válido, porque sei donde vim e para onde vou. Vós é que
não sabeis donde venho nem para onde vou.
Vós julgais segundo critérios humanos; Eu não julgo ninguém.
Mas, mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou
só, mas Eu e o Pai que me enviou.
Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido;
sou Eu a dar testemunho a favor de mim, e também dá testemunho a meu favor
o Pai que me enviou.»
Perguntaram-lhe, então: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Não me
conheceis a mim, nem ao meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o
meu Pai.»
Jesus pronunciou estas palavras junto das caixas das ofertas, quando estava
a ensinar no templo. E ninguém o prendeu, porque ainda não tinha chegado a
sua hora.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n°34 (a partir da trad. de Véricel, O Evangelho Comentado, p. 223)

A luz do mundo

As palavras do Senhor: «Eu sou a luz do mundo» são claramente, na minha
opinião, para aqueles que têm olhos que lhes permitem tomar parte dessa
luz; mas aqueles que só têm os olhos do corpo admiram-se de ouvir Nosso
Senhor Jesus Cristo dizer: «Eu sou a luz do mundo». Talvez haja mesmo
alguns que dizem para si próprios: Não será Cristo este sol que, ao nascer
e ao pôr-se, determina o dia? [...] Não, Cristo não é esse sol. O Senhor
não é o sol que foi criado, mas Aquele por Quem o sol foi criado. «Por Ele
é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência» (Jo 1, 3).
Ele é, pois, a luz que criou esta luz que vemos. Amemos esta Luz,
compreendamo-la, desejemo-la, para chegarmos um dia junto dela, conduzidos
por ela, e para vivermos nela de forma a nunca mais morrermos. [...]

Vedes, portanto, meus irmãos, vedes, se tendes olhos que vêem as coisas da
alma, que luz é esta da qual o Senhor declara: «Quem Me segue não anda nas
trevas». Segui este sol e veremos se não caminhareis nas trevas; pois eis
que ele se eleva e avança na vossa direcção e, seguindo o seu caminho se
dirige-se para ocidente. Mas tu deves caminhar para o sol nascente, que é
Cristo.




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sábado, 20 de março de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 21 de Março de 2010
5º Domingo da Quaresma - Ano C

5º Domingo da Quaresma (semana I do saltério)
S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487, Trânsito de S. Bento



Comentário ao Evangelho do dia feito por
João Paulo II : «Também Eu não te condeno»

Leituras

Is. 43,16-21.
Assim fala o SENHOR, que outrora abriu um caminho através do mar, uma
estrada nas torrentes das águas;
que pôs em campanha carros e cavalos, tropa de soldados e chefes; caíram
para nunca mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que se apaga:
«Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, não penseis mais no
passado,
pois vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais? Vou
abrir um caminho no deserto, e fazer correr rios na estepe.
Glorificar-me-ão os animais selvagens, os chacais e as avestruzes, porque
hei-de fazer brotar água no deserto e rios na terra árida, para dar de
beber ao meu povo, o meu eleito,
o povo que Eu formei para mim, e assim hão-de proclamar os meus louvores.»


Salmos 126(125),1-6.
Quando o SENHOR mudou o destino de Sião, parecia-nos viver um sonho.
nossa boca encheu-se de sorrisos e a nossa língua de canções. Dizia-se,
então, entre os pagãos: «O SENHOR fez por eles grandes coisas!»
Sim, o SENHOR fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria.
Transforma, SENHOR, o nosso destino, como as chuvas transformam o deserto
do Négueb.
Aqueles que semeiam com lágrimas, vão recolher com alegria.
ida vão a chorar, carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de
alegria, transportando os feixes de espigas.


Filip. 3,8-14.
Sim, considero que tudo isso foi mesmo uma perda, por causa da maravilha
que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor: por causa dele, tudo
perdi e considero esterco, a fim de ganhar a Cristo
e nele ser achado, não com a minha própria justiça, a que vem da Lei, mas
com a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e que se apoia
na fé.
Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão
com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte,
para ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos.
Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o
alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus.
Irmãos, não me julgo como se já o tivesse alcançado. Mas uma coisa faço:
esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o que vem à
frente,
corro em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama
em Cristo Jesus.


João 8,1-11.
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com
Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar.
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada
em adultério, colocaram-na no meio
e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante
adultério.
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?»
Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que
o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o
dedo na terra.
Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós
estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!»
E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra.
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou
só Jesus e a mulher que estava no meio deles.
Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém
te condenou?»
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te
condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

João Paulo II
Encíclica « Dives in Misericordia » § 7 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Também Eu não te condeno»

É precisamente a Redenção a última e definitiva revelação da santidade de
Deus, que é a plenitude absoluta da perfeição: plenitude da justiça e do
amor, pois a justiça funda-se no amor, dele provém e para ele tende. Na
paixão e morte de Cristo — no facto de o Pai não ter poupado o Seu próprio
Filho, mas «o ter tratado como pecado por nós» (2Cor 5, 21) — manifesta-se
a justiça absoluta, porque Cristo sofre a paixão e a cruz por causa dos
pecados da hurnanidade. Dá-se na verdade a «superabundância» da justiça,
porque os pecados do homem são «compensados» pelo sacrifício do Homem-Deus.
Esta justiça, que é verdadeiramente justiça «à medida» de Deus,
nasce toda do amor, do amor do Pai e do Filho, e frutifica inteiramente no
amor. Precisamente por isso, a justiça divina revelada na cruz de Cristo é
«à medida» de Deus, porque nasce do amor e se realiza no amor, produzindo
frutos de salvação. A dimensão divina da Redenção não se verifica somente
em ter feito justiça do pecado, mas também no facto de ter restituído ao
amor a força criativa, graças à qual o homem tem novamente acesso à
plenitude de vida e de santidade que provém de Deus. Deste modo, a Redenção
traz em si a revelação da misericórdia na sua plenitude.O
mistério pascal é o ponto culminante da revelação e actuação da
misericórdia, capaz de justificar o homem, e de restabelecer a justiça como
realização do desígnio salvífico que Deus, desde o princípio, tinha querido
realizar no homem e, por meio do homem, no mundo.




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sexta-feira, 19 de março de 2010

Profecia do Dia

Sabado, dia 20 de Março de 2010
Sábado da 4ª semana da Quaresma

S. Martinho de Braga, bispo, +580, Santa Eufémia, virgem e mártir, +300, Santa Cláudia, mártir, +304



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Orígenes 185-253) : «Ninguém Lhe deitou a mão»

Leituras

Jer. 11,18-20.
O Senhor instruiu-me e eu entendi. E então vi com clareza o seu proceder
para comigo.
E eu, como manso cordeiro conduzido ao matadouro, ignorava as maquinações
tramadas contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor;
arranquemo-la da terra dos vivos, que o seu nome caia no esquecimento.»
Mas o Senhor do universo, justo juiz, sonda os rins e o coração. Que eu
seja testemunha da tua vingança sobre eles, pois a ti confio a minha causa.



Salmos 7,2-3.9-10.11-12.
SENHOR, meu Deus, a ti me confio; livra me de todos os que me perseguem e
salva me.
Que não me arrebatem como o leão e me dilacerem, sem que ninguém me valha.
O SENHOR julga os povos; julga me, então, SENHOR, segundo o meu direito e
segundo a minha inocência.
Peço-te: acaba com a malícia dos ímpios; fortalece os que são justos, Tu,
que perscrutas o íntimo dos corações, ó Deus de justiça!
A minha protecção está em Deus, que salva os de coração sincero.
Deus é um justo juiz, que, a todo o momento, pode castigar.


João 7,40-53.
Então, entre a multidão de pessoas que escutaram estas palavras, dizia-se:
«Ele é realmente o Profeta.»
Diziam outros: «É o Messias.» Outros, porém, replicavam: «Mas pode lá ser
que o Messias venha da Galileia?!
Não diz a Escritura que o Messias vem da descendência de David e da cidade
de Belém, donde era David?»
Deste modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por sua causa.
Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão.
Depois os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes
perguntaram: «Porque é que não o trouxestes?»
Os guardas responderam: «Nunca nenhum homem falou assim!»
Replicaram-lhes os fariseus: «Será que também vós ficastes seduzidos?
Porventura acreditou nele algum dos chefes, ou dos fariseus?
Mas essa multidão, que não conhece a Lei, é gente maldita!»
Nicodemos, aquele que antes fora ter com Jesus e que era um deles,
disse-lhes:
«Porventura permite a nossa Lei julgar um homem, sem antes o ouvir e sem
averiguar o que ele anda a fazer?»
Responderam-lhe eles: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da
Galileia não sairá nenhum profeta.»
E cada um foi para sua casa.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Orígenes 185-253), presbítero e teólogo
Tratado dos príncipes, livro 2, cap. 6, 2: PG 11, 210-211 (a partir da trad. Orval)

«Ninguém Lhe deitou a mão»

Encontramos em Cristo características tão humanas, que não têm nada que as
distinga da fraqueza comum a nós, os mortais, e ao mesmo tempo
características tão divinas, que só podem pertencer à soberana natureza
divina. Perante isto, a inteligência humana, demasiado restrita, sente uma
admiração tão grande, que não sabe o que pensar nem que direcção tomar.
Pressente Deus em Cristo, mas no entanto vê-O morrer. Toma-O por homem, e
eis que Ele ressuscita dos mortos com o Seu espólio de vitória, após ter
destruído o império da morte. Deste modo, a nossa contemplação deve ser
exercida com muita reverência e temor, no sentido em que considera no mesmo
Jesus a verdade das duas naturezas, evitando atribuir à inefável essência
divina coisas que são indignas dela e que não lhe pertencem, mas também
evitando ver nos acontecimentos da História apenas aparências ilusórias.

Na verdade, fazer com que os ouvidos humanos ouçam estas coisas, tentar
exprimi-las por palavras, ultrapassa largamente as nossas forças, o nosso
talento e a nossa linguagem. Penso mesmo que ultrapassa a medida dos
apóstolos. Mais, a explicação deste mistério transcende provavelmente toda
a ordem dos poderes angélicos.




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quinta-feira, 18 de março de 2010

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 19 de Março de 2010
S. JOSÉ, esposo da Virgem Santa Maria, padroeiro da Igreja universal - solenidade

S. José, Esposo da Virgem Maria (ofício próprio)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Bernardino de Siena : São José, guardião fiel dos mistérios da salvação

Leituras

2 Sam. 7,4-5.12-14.16.
Mas, naquela mesma noite, o Senhor falou a Natan, dizendo-lhe:
«Vai dizer ao meu servo David: Diz o Senhor: "És tu que me vais construir
uma casa para Eu habitar?
Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, manterei
depois de ti a descendência que nascerá de ti e consolidarei o seu reino.
Ele construirá um templo ao meu nome, e Eu firmarei para sempre o seu trono
régio.
Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer
alguma falta, hei-de corrigi-lo com varas e com açoites, como fazem os
homens,
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu
trono estará firme para sempre".»


Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.
Hei de cantar para sempre o amor do SENHOR; a todas as gerações anunciarei
a sua fidelidade.
Proclamarei que o teu amor é para sempre, e que a tua fidelidade é eterna
como o céu.
"Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo:
'Estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se
eternamente'."
Ele me invocará, dizendo: 'Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da
minha salvação!'
Hei-de assegurar lhe para sempre o meu favor e a minha aliança com ele
há-de manter-se firme.


Romanos 4,13.16-18.22.
Não foi em virtude da Lei, mas da justiça obtida pela fé que a Abraão, ou à
sua descendência, foi feita a promessa de que havia de receber o mundo em
herança.
Por isso, é da fé que depende a herança. Só assim é que esta é gratuita, de
tal modo que a promessa se mantém válida para todos os descendentes: não
apenas para aqueles que o são em virtude da Lei, mas também para os que o
são em virtude da fé de Abraão, pai de todos nós,
conforme o que está escrito: Fiz de ti o pai de muitos povos. Pai diante
daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à
existência o que não existe.
Foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou
e assim se tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito:
Assim será a tua descendência.
Esta foi exactamente a razão pela qual isso lhe foi atribuído à conta de
justiça.


Mateus 1,16.18-21.24.
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama
Cristo.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava
desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo
poder do Espírito Santo.
José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu
deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos
e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará
o povo dos seus pecados.»
Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu
sua esposa.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Bernardino de Siena (1380-1444), franciscano
Homilia sobre São José; OC 7, 16. 27-50 (a partir da trad. do breviário)

São José, guardião fiel dos mistérios da salvação

Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe
todos os carismas necessários, o que aumenta muito a sua beleza espiritual.
Isto verificou-se totalmente com São José, pai legal de Nosso Senhor Jesus
Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos. O Pai
eterno escolheu-o para ser o guardião fiel dos Seus principais tesouros,
quer dizer, de Seu Filho e de Sua esposa, função que ele desempenhou muito
fielmente. Foi por isso que o Senhor disse: «Servo bom e fiel, entra no
gozo do teu senhor» (Mt 25, 21).

Se comparares José com o resto da Igreja de Cristo, não é verdade que é um
homem particularmente escolhido, pelo qual Cristo entrou no mundo de
maneira regular e honrosa? Pois se toda a Santa Igreja é devedora para com
a Virgem Maria porque foi a Ela que foi dado receber Cristo, após Ela, é a
São José que deve um reconhecimento e um respeito sem paralelo.

Ele é, com efeito, o epílogo do Antigo Testamento: é nele que a dignidade
dos patriarcas e dos profetas recebe o fruto prometido. Só ele possuiu
realmente o que a bondade divina lhes tinha prometido. Certamente não
podemos duvidar de que a intimidade e o respeito que, durante a Sua vida
humana, Cristo deu a José, como um filho a seu pai, não lhe foram negados
no céu, antes foram enriquecidos e completados. O Senhor também
acrescentou: «Entra no gozo do teu senhor».

Lembra-te de nós, bem-aventurado José, intercede, pelo auxílio da tua
oração, junto de teu Filho adoptivo; torna igualmente propícia a
bem-aventurada Virgem, tua esposa, porque Ela é a mãe Daquele que, com o
Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos sem fim.




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