segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 12 de Janeiro de 2010


S. Bernardo de Corleone, religioso, +1667, S. Bento Biscop, abade, +690



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Boaventura : «Eis um novo ensinamento, e feito com autoridade!»

Leituras

1 Sam. 1,9-20.
Ana levantou-se, depois de ter comido e bebido em Silo. O sacerdote Eli
estava instalado no seu assento, à entrada do templo do Senhor.
Ana, profundamente amargurada, orou ao Senhor e chorou copiosas lágrimas.
E fez um voto, dizendo: «Senhor do universo, se te dignares olhar para a
aflição da tua serva e te lembrares de mim, se não te esqueceres da tua
serva e lhe deres um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor, por todos os
dias da sua vida, e a navalha não passará sobre a sua cabeça.»
Ela repetiu muitas vezes a sua oração diante do Senhor; Eli observava o
movimento dos seus lábios.
Ana, porém, falava só para si e apenas movia os lábios, sem se lhe ouvir
palavra alguma.
Eli, julgando-a ébria, disse-lhe: «Até quando durará a tua embriaguez?
Vai-te embora e deixa passar o efeito do vinho de que estás cheia.»
Ana respondeu: «Não é assim, meu senhor; a verdade é que sou uma mulher de
espírito atribulado; não bebi vinho nem álcool; apenas estava a desabafar
as minhas mágoas na presença do Senhor.
Não tomes a tua serva por alguma das filhas de Belial, porque só a grandeza
da minha dor e da minha aflição é que me fez falar até agora.»
Eli respondeu: «Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o que lhe pedes.»
Ana respondeu: «Que a tua serva mereça o teu favor.» A mulher foi-se
embora, comeu e nunca mais houve tristeza em seu rosto.
No dia seguinte pela manhã, prostraram-se diante do Senhor e voltaram para
sua casa, em Ramá. Elcana conheceu Ana, sua mulher, e o Senhor lembrou-se
dela.
Ana concebeu e, passado o seu tempo, deu à luz um filho, ao qual pôs o nome
de Samuel, porque dizia: «eu o pedi ao Senhor.»


1 Sam. 2,1.4-5.6-7.8.
Ana orou, entoando este cântico: «Exulta o meu coração de júbilo noSenhor.
Nele se ergue a minha fronte, a minha boca desafia os meus adversários,
porque me alegro na tua salvação.
O arco dos fortes foi quebrado e os fracos foram revestidos de vigor.
Os saciados tiveram que ganhar o pão e os famintos foram saciados. Até a
estéril foi mãe de sete filhos e a mulher que os tinha numerosos, ficou
estéril.
O Senhor é que dá a morte e a vida, leva à habitação dos mortos e tira de
lá.
O Senhor despoja e enriquece, humilha e exalta.
Levanta do pó o mendigo e tira da imundície o pobre, para os sentar com os
príncipes e ocupar um trono de glória; porque são do Senhor as colunas da
terra e sobre elas assentou o mundo.


Marcos 1,21-28.
Entraram em Cafarnaúm. Chegado o sábado, veio à sinagoga e começou a
ensinar.
E maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem
autoridade e não como os doutores da Lei.
Na sinagoga deles encontrava-se um homem com um espírito maligno, que
começou a gritar:
«Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei
quem Tu és: o Santo de Deus.»
Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.»
Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando
um grande grito.
Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um
novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos
malignos e eles obedecem-lhe!»
E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da
Galileia.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja
Sermão «Christus unus omnium magister» (a partir da trad. coll. Maîtres spirituels, Seuil 1963, p. 72)

«Eis um novo ensinamento, e feito com autoridade!»

Não se pode chegar à certeza da fé revelada senão pelo advento de Cristo no
espírito. Cristo vem seguidamente na carne, como palavra que confirma toda
a palavra profética. Foi por isso que foi dito aos Hebreus: «Muitas vezes e
de muitos modos falou Deus a nossos pais, noutros tempos, pelos profetas;
nestes tempos, que são os últimos, Deus falou-nos por meio de Seu Filho»
(1, 1-2). Com efeito, Cristo é a Palavra do Pai, cheio de poder, e quem
pode dizer-Lhe: «Por que fazes isto?». Cristo é também uma palavra cheia de
verdade, mais ainda, é a própria verdade, segundo aquilo que diz São João:
«Santifica-os na verade, a Tua palavra é a verdade» (17, 17). [...]Assim, e dado que a autoridade pertence à palavra poderosa e
verídica, e que Cristo é o Verbo do Pai, sendo por isso Poder e Sabedoria,
assim está Nele fundada e consumida toda a firmeza da autoridade. É por
isso que toda a doutrina autêntica e os pregadores desta doutrina se
relacionam com Cristo, que veio na carne como fundamento de toda a fé
cristã: «Segundo a graça que me foi dada, eu, como sábio arquitecto,
coloquei o alicerce [...]. Mas ninguém pode pôr outro fundamento diferente
do que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Cor 3, 10-11). Com efeito, só Ele
é o fundamento de toda a doutrina autêntica, quer apostólica, quer
profética, de acordo com uma e outra Lei, a nova e a antiga. Foi por isso
que foi dito aos Efésios: «Fostes edificados sobre o alicerce dos Apóstolos
e dos Profetas, com Cristo por pedra angular» (2, 20). É pois claro que
Cristo é o Senhor do conhecimento segundo a fé; Ele é o Caminho, de acordo
com a Sua dupla vinda, em espírito e na carne.




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