domingo, 31 de janeiro de 2010

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 01 de Fevereiro de 2010


Beata Ana Michelotti, religiosa fundadora, +1887



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI : «Sai desse homem, espírito maligno.»

Leituras

2 Sam. 15,13-14.30.16,5-13.
Foram, então, dizer a David: «O coração dos israelitas inclinou-se para
Absalão!»
David disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: «Fujamos depressa
porque, de outro modo, não podemos escapar a Absalão! Apressemo-nos a sair,
não suceda que ele se apresse, nos surpreenda e se lance sobre nós,
passando a cidade ao fio da espada.»
David, chorando, subia o monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e
descalço. Todo o povo que o acompanhava subia também, chorando, com a
cabeça coberta.
Chegou, pois, o rei a Baurim, e saía de lá um homem da parentela de Saul,
chamado Chimei, filho de Guera, que, enquanto caminhava, ia proferindo
maldições.
Lançava pedras contra David e contra os servos do rei, apesar de todo o
povo e todos os guerreiros seguirem o rei, agrupados à direita e à
esquerda.
E Chimei amaldiçoava-o, dizendo: «Vai, vai embora, homem sanguinário e
criminoso.
O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo trono
usurpaste, e entregou o reino a teu filho Absalão. Vês-te, agora, oprimido
de males, por teres sido um homem sanguinário.»
Então, Abisai, filho de Seruia, disse ao rei: «Porque há-de continuar este
cão morto a insultar o rei, meu senhor? Deixa-me passar, para lhe cortar a
cabeça.»
Mas o rei respondeu-lhe: «Que te importa, filho de Seruia? Deixa-o
amaldiçoar-me. Se o Senhor lhe ordenou que amaldiçoasse David, quem poderá
dizer-lhe: ‘Porque fazes isto?’»
David disse também a Abisai e aos seus homens: «Vede! Se o meu próprio
filho, fruto das minhas entranhas, conspira contra a minha vida, quanto
mais agora este filho de Benjamim? Deixai-o amaldiçoar-me, conforme a
permissão do Senhor.
Talvez o Senhor tenha em conta a minha miséria e me venha a dar bens em
troca destes ultrajes.»
David e os seus homens prosseguiram o seu caminho, mas Chimei seguia a par
dele pelo flanco da montanha, amaldiçoando-o, atirando-lhe pedras e
espalhando poeira no ar.


Salmos 3,2-7.
SENHOR, são tantos os meus adversários! São tantos os que se levantam
contra mim!
Muitos dizem a meu respeito: "Nem Deus o poderá salvar!"
Mas Tu, SENHOR, és o meu escudo protector, és a minha glória e quem me faz
levantar a cabeça.
Em alta voz invoco o SENHOR e Ele responde me da sua montanha santa.
Deito me, adormeço e acordo, porque o SENHOR é o meu sustentáculo.
Não temo as grandes multidões que de todos os lados me cercam.


Marcos 5,1-20.
Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um
homem possesso de um espírito maligno.
Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo
com uma corrente,
pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os
grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar.
Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a
ferir-se com pedras.
Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele
e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus
Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!»
Efectivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.»
Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é
Legião, porque somos muitos.»
E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região.
Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para
entrarmos neles.»
Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram
nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e
ali se afogou.
Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As
pessoas foram ver o que se passara.
Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito
juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor.
As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao
possesso e o que se passara com os porcos.
Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território.
Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o
deixasse andar com Ele.
Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus,
e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de
ti.»
Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele,
e todos se maravilhavam.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Papa Bento XVI
Audiência geral de 03/12/08 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Sai desse homem, espírito maligno.»

O facto do poder do mal no coração humano e na História da humanidade é
indesmentível. Mantém-se a questão: como explicar este mal? [...] A fé
diz-nos que existem dois mistérios de luz e um mistério de noite que, no
entanto, está rodeado pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é
o seguinte: a fé diz-nos que não há dois princípios, um bom e um mau, mas
um único princípio, o Deus criador, e que este princípio é bom, somente
bom, sem sombra de mal. É por isso que o ser também não é um misto de bem e
de mal: o ser como tal é bom, e portanto é bom ser, é bom viver. Tal é o
anúncio feliz da fé: só existe uma origem, que é boa, o Criador. [...]

Em seguida vem um mistério de obscuridade, de noite. O mal não provém da
origem do próprio ser, não é igualmente original. O mal provém de uma
liberdade criada, de uma liberdade mal utilizada. Como foi isso possível?
Como se produziu isso? As coisas permanecem obscuras. O mal não é lógico.
Apenas Deus e o bem são lógicos, são luz. O mal permanece misterioso. [...]
Podemos adivinhar, mas não explicar; não podemos falar dele como de um
facto que se segue a outro, uma vez que se trata de uma realidade mais
profunda. Continua a ser um mistério de obscuridade, de noite.

Mas surge de imediato um mistério de luz. O mal provém de uma origem
subordinada. Deus é mais forte, com a Sua luz. É por isso que o mal pode
ser ultrapassado. Então a criatura, o homem, pode ser curado. [...] Tanto
assim é que, em última análise, vemos que o homem não só pode ser curado
mas efectivamente o é. Deus introduziu a cura. Ele entrou pessoalmente na
história. À origem permanente do mal, Ele opôs a origem do bem puro. Cristo
crucificado e ressuscitado, novo Adão, contrapõe ao rio poluído do mal um
rio de luz. E este rio está presente na História: lembremo-nos dos santos,
dos grandes santos mas também dos santos humildes, dos simples fiéis, e
perceberemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente, é
poderoso.




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