sábado, 17 de abril de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 18 de Abril de 2010
3º Domingo da Páscoa - Ano C

Terceiro Domingo do Tempo Pascal (semana III do saltério)
Santa Maria da Encarnação, viúva, +1618, Beata Sabina Petrilli, religiosa, +1923



Comentário ao Evangelho do dia feito por
João Paulo II : «Tu amas-Me?»

Leituras

Actos 5,27-32.40-41.
Trouxeram-nos, pois, e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo
Sacerdote, interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós
enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o
sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que
aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o
num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a
fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que
Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar,
proibiram-lhes de falar no nome de Jesus e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido
considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.


Salmos 30,2.4.5-6.11-12.13.
SENHOR, eu te enalteço, porque me salvaste e não permitiste que os inimigos
se rissem de mim.
SENHOR, livraste a minha alma da mansão dos mortos, poupaste me a vida,
para eu não descer ao túmulo.
Cantai salmos ao SENHOR, vós que o amais, e dai-lhe graças, lembrando a sua
santidade.
A sua indignação dura apenas um instante, mas a sua benevolência é para
toda a vida. Ao cair da noite, vem o pranto; e, ao amanhecer, volta a
alegria.
Ouve me, SENHOR, tem compaixão de mim; SENHOR, vem em meu auxílio.
Tu converteste o meu pranto em festa, tiraste me o luto e vestiste me de
júbilo.
Por isso o meu coração te cantará sem cessar. SENHOR, meu Deus, eu te
louvarei para sempre.


Apoc. 5,11-14.
Na visão, ouvi a voz de uma multidão angélica, à volta do trono, dos seres
viventes e dos anciãos; o seu número era de miríades de miríades, milhares
de milhares e
cantavam com voz forte: «O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o
poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor.»
Ouvi também todas as criaturas do céu, da terra e de debaixo da terra, do
mar e de tudo quanto neles existe, que proclamavam: «Ao que está sentado no
trono e ao Cordeiro, sejam dados o louvor, a honra, a glória e a fortaleza
pelos séculos dos séculos.»
E os quatro seres viventes diziam: «Ámen.» E os anciãos prostraram-se em
adoração.


João 21,1-19.
Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago
de Tiberíades, e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de
Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também
vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não
apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não
sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles
responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de
encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não
tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão
Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais
roupa, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com
efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e
pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes
grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se
rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a
perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois
de ter ressuscitado dos mortos.
Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de
João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu
sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus
cordeiros.»
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?»
Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus
disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras
meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira
vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo;
Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta
as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o
cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos
e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória
a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia em Paris 30/05/80 (© Libreria Editrice Vaticana)

«Tu amas-Me?»

«Tu amas? [...] Tu amas-Me? [...]» Pedro havia de caminhar para sempre, até
ao fim da sua vida, acompanhado por esta tripla pergunta: «Tu amas-Me?» E
mediu todas as suas actividades de acordo com a resposta que então deu.
Quando foi convocado perante o Sinédrio. Quando foi metido na prisão em
Jerusalém, prisão donde não devia sair, e da qual contudo saiu. E [...] em
Antioquia, e depois ainda mais longe, de Antioquia para Roma. E quando, em
Roma, perseverou até ao fim dos seus dias, conheceu a força das palavras
segundo as quais um Outro o conduziu para onde ele não queria. E sabia
também que, graças à força dessas palavras, a Igreja «era assídua ao ensino
dos apóstolos e à união fraterna, à fracção do pão e à oração» e que «o
Senhor adicionava diariamente à comunidade os que seriam salvos» (Act 2,
42.48). [...]

Pedro não pode nunca desligar-se desta pergunta: «Tu amas-Me?» Leva-a
consigo para onde quer que vá. Leva-a através dos séculos, através das
gerações. Para o meio de novos povos e de novas nações. Para o meio de
línguas e de raças sempre novas. Leva-a sozinho, e contudo já não está só.
Outros a levam com ele. [...] Houve e há muitos homens e mulheres que
souberam e que sabem ainda hoje que as suas vidas têm valor e sentido
exclusivamente na medida em que são é uma resposta a esta mesma pergunta:
«Tu amas? Tu amas-Me?» Eles deram e dão a sua resposta de maneira total e
perfeita – uma resposta heróica –, ou então de maneira comum, banal. Mas,
em qualquer dos casos, sabem que a sua vida, que a vida humana em geral,
tem valor e sentido graças a esta pergunta: «Tu amas?» É somente graças a
esta pergunta que vale a pena viver.




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