terça-feira, 27 de julho de 2010

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 28 de Julho de 2010
Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum

S. Vítor I, papa, +199, Beata Maria Teresa Kowalska, virgem e mártir, +1941



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Boaventura : A pérola de grande valor

Leituras

Jer. 15,10.16-21.
Ai de mim, ó mãe, porque me deste à luz! Sou um homem de discórdia e de
polémica para toda a terra! Nunca emprestei e ninguém me emprestou; no
entanto, todos me maldizem.
Eu devoro as tuas palavras, onde as encontro; a tua palavra é a minha
alegria, e as delícias do meu coração, porque o teu Nome, foi invocado
sobre mim, ó Senhor, Deus do universo!
Nunca me sentei entre os escarnecedores, para com eles me divertir. Forçado
pela tua mão, sentei-me solitário, porque me possuía a tua indignação.
Porque se tornou perpétua a minha dor, e não cicatriza a minha chaga,
rebelde ao tratamento? Ai! Serás para mim como um riacho enganador de água
inconstante?
Por esta razão, o Senhor diz-me: «Se te reconciliares comigo, receber-te-ei
novamente e poderás estar na minha presença. Se conseguires retirar o
precioso do vil, serás como a minha boca. Serão eles, então, que virão a ti
e não tu que irás a eles.
Tornar-te-ei, para este povo, como sólida muralha de bronze. Combaterão
contra ti, mas não conseguirão vencer-te, porque Eu estarei a teu lado para
te proteger e salvar – oráculo do Senhor.
Livrar-te-ei das garras dos maus, resgatar-te-ei do poder dos opressores.»


Salmos 59(58),2-3.4-5.10-11.17.18.
Meu Deus, livra me dos meus inimigos; protege me dos que se levantam contra
mim.
Livra me dos que praticam o mal e salva me dos homens sanguinários.
Vê como armam ciladas à minha vida; ó SENHOR, conspiram contra mim os
poderosos, sem que eu tenha cometido nenhum
Sem que eu tenha culpa, agitam se e preparam se. Desperta, SENHOR, e vem Tu
em meu auxílio!
Ó minha força, é para ti que eu me volto, pois Tu, ó Deus, és a minha
fortaleza.
O amor do meu Deus virá ao meu encontro, Deus me fará ver o castigo dos
meus opressores.
Eu, porém, cantarei o teu poder, pela manhã celebrarei a tua bondade,
porque foste o meu amparo e o meu refúgio n
Ó minha força, a ti eu cantarei hinos, pois Tu, ó Deus, és a minha
fortaleza, o Deus que me tem amor.


Mateus 13,44-46.
«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem
encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que
possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas.
Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e
compra a pérola.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja
Vida de São Francisco, Legenda major, cap. 7 (a partir da trad. de Vorreux, Eds franciscaines 1951, p. 122)

A pérola de grande valor

De entre os dons espirituais recebidos da generosidade de Deus, Francisco
obteve em particular o de enriquecer constantemente o seu tesouro de
simplicidade graças ao seu amor pela extrema pobreza. Vendo que aquela que
tinha sido a companheira habitual do Filho de Deus se tornara, nessa
altura, objecto de uma aversão universal, tomou a peito desposá-la e
devotou-lhe um amor eterno. Não satisfeito em «deixar por ela pai e mãe»
(cf. Gn 2, 24), distribuiu pelos pobres tudo o que pudesse ter (cf. Mt 19,
21). Nunca ninguém guardou tão ciosamente o seu dinheiro como Francisco
guardou a sua pobreza; nunca ninguém vigiou o seu tesouro com maior cuidado
do que o que ele colocou em guardar esta pérola de que fala o Evangelho.



Nada o magoava mais do que encontrar junto dos seus irmãos qualquer coisa
que não fosse perfeitamente conforme à pobreza dos religiosos.
Pessoalmente, desde o princípio da sua vida como religioso até à morte, não
teve senão uma túnica, uma corda a servir de cinto e umas bragas como única
riqueza; não precisava de mais nada. Acontecia-lhe muitas vezes chorar ao
pensar na pobreza de Cristo Jesus e na de Sua Mãe. Dizia ele: «Aqui está a
razão pela qual a pobreza é a rainha das virtudes: pelo esplendor com que
brilhou no «Rei dos reis» (1Tm 6, 15) e na Rainha Sua Mãe.»


Quando os irmãos lhe perguntaram um dia qual era a virtude que nos torna
mais amigos de Cristo ele respondeu abrindo-lhes, por assim dizer, o
segredo do seu coração: «Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o
caminho privilegiado para a Salvação, visto que é a seiva da humildade e a
raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis, embora escondidos. Ela é
esse «tesouro escondido num campo», do qual nos fala o Evangelho, pelo qual
é necessário vender tudo o resto e cujo valor deve impelir-nos a desprezar
todas as outras coisas.»




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