sábado, 4 de setembro de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 05 de Setembro de 2010
23º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Beata Teresa de Calcutá, religiosa, +1997



Comentário ao Evangelho do dia feito por
João Cassiano : Oferecer a Deus o nosso verdadeiro tesouro

Leituras

Sab. 9,13-19.
Pois que homem poderia conhecer a vontade de Deus? Quem poderá imaginar o
que pretende o Senhor?
Os pensamentos dos mortais são hesitantes, e incertas as nossas reflexões;
porque o corpo corruptível é um peso para a alma, e esta tenda terrena
oprime a mente cheia de cuidados.
Mal podemos entender o que há sobre a terra e o que está ao nosso alcance
dificilmente o descobrimos; quem poderá, pois, penetrar o que há no céu?
E quem conhecerá a tua vontade, se não lhe deres a sabedoria, e não
enviares o teu santo espírito lá do céu?
Assim se endireitaram as veredas dos que vivem na terra, os homens
aprenderam o que é do teu agrado e pela sabedoria se salvaram.»


Salmos 90(89),3-4.5-6.12-13.14.17.
Tu podes reduzir o homem ao pó, dizendo apenas: "Voltai ao pó, seres
humanos!"
Mil anos, diante de ti, são como o dia de ontem, que passou, ou como uma
vigília da noite.
Tu os arrebatas como um sonho, ou como a erva que de manhã verdeja,
como a erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca.
Ensina nos a contar assim os nossos dias, para podermos chegar ao coração
da sabedoria.
Volta, SENHOR! Até quando...? Tem compaixão dos teus servos.
Sacia nos pela manhã com os teus favores, para podermos cantar e exultar
todos os dias.
Venham sobre nós as graças do Senhor, nosso Deus! Confirma em nosso favor a
obra das nossas mãos; faz prosperar a obra das nossas mãos.


Filémon 1,9-10.12-17.
levado pelo amor, prefiro pedir como aquele que sou: Paulo, um ancião e,
agora, até prisioneiro por causa de Cristo Jesus.
Peço-te pelo meu filho, que gerei na prisão: Onésimo,
É ele que eu te envio: ele, isto é, o meu próprio coração.
Eu bem desejava mantê-lo junto de mim, para, em vez de ti, se colocar ao
meu serviço nas prisões que sofro por causa do evangelho.
Porém, nada quero fazer sem o teu consentimento, para que o bem que fazes
não seja por obrigação, mas de livre vontade.
É que, afinal, talvez tenha sido por isto que ele foi afastado por breve
tempo: para que o recebas para sempre,
não já como escravo, mas muito mais do que um escravo: como irmão querido;
isto especialmente para mim, quanto mais para ti, que com ele estás
relacionado tanto humanamente como no Senhor.
Se, pois, me consideras em comunhão contigo, recebe-o como a mim próprio.


Lucas 14,25-33.
Seguiam com ele grandes multidões; e Jesus, voltando-se para elas,
disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo e não me tem mais amor que ao seu pai, à sua mãe,
à sua esposa, aos seus filhos, aos seus irmãos, às suas irmãs e até à
própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo.
Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para
calcular a despesa e ver se tem com que a concluir?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo acabar,
todos os que virem comecem a troçar dele,
dizendo: 'Este homem começou a construir e não pôde acabar.'
Ou qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta
primeiro para examinar se lhe é possível com dez mil homens opor-se àquele
que vem contra ele com vinte mil?
Se não pode, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores a pedir a
paz.
Assim, qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser
meu discípulo.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha
Conferências, I, 6-7, (a partir da trad. de SC 42, pp. 83-85)

Oferecer a Deus o nosso verdadeiro tesouro

Muitos dos que, para seguirem a Cristo, tinham desprezado fortunas
consideráveis, enormes quantias de ouro e de prata e propriedades
magníficas, mais tarde deixaram-se apegar a um raspador, a um estilete, a
uma agulha, a um junco de escrita. [...] Depois de terem distribuído todas
as suas riquezas por amor a Cristo, retiveram a sua anterior paixão e
colocaram-na em futilidades, sendo capazes de se deixar levar pela cólera
para as reter. Não tendo a caridade de que fala São Paulo, a sua vida foi
tocada pela esterilidade. O bem-aventurado apóstolo previu essa
infelicidade: «Ainda que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu
corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita», dizia
(1Cor 13, 3). Prova evidente de que não atingimos de imediato a perfeição
pela simples renúncia a todas as riquezas e pelo desprezo de todas as
honras, se a isso não juntarmos essa caridade cujas características o
apóstolo descreve.


Ora esta caridade apenas se encontra na pureza do coração. Porque rejeitar
a inveja, a arrogância, a ira e a frivolidade, não procurar o próprio
interesse, não se alegrar com a injustiça, não guardar ressentimento e tudo
o resto (1Cor 13, 4-5), que é tudo isso se não oferecer continuamente a
Deus um coração perfeito e muito puro e mantê-lo isento de toda a moção das
paixões? Assim, a pureza do coração será o fim último das nossas acções e
dos nossos desejos.




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