quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 10 de Setembro de 2010
Sexta-feira da 23ª semana do Tempo Comum

S. Nicolau Tolentino, presbítero, +1305



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho : «O argueiro e a trave»

Leituras

1 Cor. 9,16-19.22-27.
Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes
uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo
de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado.
Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu
faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me
confere.
De facto, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos, para
ganhar o maior número.
Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos,
para salvar alguns a qualquer custo.
E tudo faço por causa do Evangelho, para dele me tornar participante.
Não sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um ganha o
prémio? Correi, pois, assim, para o alcançardes.
Os atletas impõem a si mesmos toda a espécie de privações: eles, para
ganhar uma coroa corruptível; nós, porém, para ganhar uma coroa
incorruptível.
Assim, também eu corro, mas não às cegas; dou golpes, mas não no ar.
Castigo o meu corpo e mantenho-o submisso, para que não aconteça que, tendo
pregado aos outros, venha eu próprio a ser eliminado.


Salmos 84,3.4.5-6.12.
A minha alma suspira e tem saudades dos átrios do SENHOR; o meu coração e a
minha carne cantam de alegria ao Deus vivo!
Até os pássaros encontram abrigo e as andorinhas um ninho, para os seus
filhos, junto dos teus altares, SENHOR do universo, meu rei e meu Deus.
Felizes os que habitam na tua casa e te louvam sem cessar.
Felizes os que em ti encontram a sua força, e os que desejam peregrinar até
ao monte Sião.
Porque o SENHOR é sol e é escudo; Ele concede a graça e a glória; o SENHOR
não recusa os seus favores aos que vivem com rectidão.


Lucas 6,39-42.
Jesus disse-lhes ainda esta parábola: «Um cego pode guiar outro cego? Não
cairão os dois nalguma cova?
Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como
o mestre.
Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na
trave que está na tua própria vista?
Como podes dizer ao teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o argueiro da tua
vista', tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a
trave da tua vista e, então, verás para tirar o argueiro da vista do teu
irmão.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Explicação do Sermão da montanha, 19 (a partir da trad. DDB 1978, p.134)

«O argueiro e a trave»

«Como podes dizer ao teu irmão: 'Irmão, deixa-me tirar o argueiro da tua
vista', tu que não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a
trave da tua vista e, então, verás para tirar o argueiro da vista do teu
irmão». Quer isto dizer: afasta primeiro, para longe de ti, o ódio: poderás
então corrigir aquele a quem amas. E Ele diz «hipócrita» justamente.
Censurar os vícios deve ser a atitude própria dos homens justos e bondosos.
Ao fazê-lo, os homens maus usurpam um papel; fazem lembrar comediantes que
escondem por detrás de uma máscara a sua identidade [...].


Quando tivermos de censurar ou corrigir, façamos com escrupulosa
preocupação esta pergunta a nós próprios: será que nunca cometemos esse
erro? E ficámos curados dele? Mesmo se nunca o tivermos cometido,
lembremo-nos de que somos humanos e de que podíamos tê-lo cometido. Se por
outro lado o tivermos cometido no passado, lembremo-nos da nossa
fragilidade para que a benevolência e não o ódio nos dite reprovação ou
censura. Venha o culpado a tornar-se melhor ou pior com a nossa censura
benévola – pois o resultado é incerto –, ficaremos ao menos seguros de que
o nosso olhar se manteve puro. Mas se na introspecção descobrirmos em nós o
mesmo defeito que pretendemos repreender, em vez de admoestar com
reprimendas o culpado, choremos com ele; não lhe peçamos que nos obedeça,
mas que partilhe o nosso esforço.




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