sábado, 11 de setembro de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 12 de Setembro de 2010
24º Domingo do Tempo Comum - Ano C

S. Guido de Anderlecht, peregrino, +1012, Santíssimo Nome de Maria



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo : «Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha»

Leituras

Ex. 32,7-11.13-14.
O Senhor disse a Moisés: «Vai, desce, porque o teu povo, aquele que tiraste
do Egipto, está pervertido.
Desviaram-se bem depressa do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro
de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e
disseram: «Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egipto.»

O Senhor prosseguiu: «Vejo bem que este povo é um povo de cerviz dura.
Agora, deixa-me; a minha cólera vai inflamar-se contra eles e
destruí-los-ei. Mas farei de ti uma grande nação.»
Moisés implorou ao Senhor, seu Deus, dizendo-lhe: «Porquê, Senhor, a tua
cólera se inflamará contra o teu povo, que fizeste sair do Egipto com tão
grande poder e com mão tão poderosa?
Recorda-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, aos quais juraste
por ti mesmo: tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas
do céu e concederei à vossa posteridade esta terra de que falei, e eles
hão-de recebê-la como herança eterna.»
E o Senhor arrependeu-se das ameaças que proferira contra o seu povo.


Salmos 51(50),3-4.12-13.17.19.
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande
misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava me de toda a iniquidade; purifica me dos meus delitos.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito!
Abre, Senhor, os meus lábios, para que a minha boca possa anunciar o teu
louvor.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; ó Deus, não desprezes
um coração contrito e arrependido.


1 Tim. 1,12-17.
Dou graças àquele que me confortou, Cristo Jesus Nosso Senhor, por me ter
considerado digno de confiança, pondo-me ao seu serviço,
a mim que antes fora blasfemo, perseguidor e violento. Mas alcancei
misericórdia, porque agi por ignorância, sem ter fé ainda.
E a graça de Nosso Senhor manifestou-se em mim com superabundância,
juntamente com a fé e o amor que está em Cristo Jesus.
Eis uma palavra digna de fé e de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro.
E justamente por isso alcancei misericórdia, para que, em mim
primeiramente, Cristo Jesus mostrasse toda a sua magnanimidade, como
exemplo para aqueles que haviam de crer nele para a vida eterna.
Ao rei dos séculos, ao Deus incorruptível, invisível e único, honra e
glória pelos séculos dos séculos. Ámen.


Lucas 15,1-32.
Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o
ouvirem.
Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este
acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus propôs-lhes, então, esta parábola:
«Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma
delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se
tinha perdido, até a encontrar?
Ao encontrá-la, põe na alegremente aos ombros
e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: 'Alegrai-vos
comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.'
Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte,
do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»
«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a
candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar?
E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: 'Alegrai-vos comigo,
porque encontrei a dracma perdida.'
Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se
converte.»
Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos.
O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.'
E o pai repartiu os bens entre os dois.
Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra
longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada.
Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar
privações.
Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual
o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam,
mas ninguém lhas dava.
E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em
abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o
Céu e contra ti;
já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
jornaleiros.'
E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o
e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o
de beijos.
O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser
chamado teu filho.'
Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e
vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos,
porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi
encontrado.' E a festa principiou.
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se
de casa ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque
chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que
entrasse.
Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca
transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa
com os meus amigos;
e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes,
mataste-lhe o vitelo gordo.'
O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é
teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava
morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena e Doutor da Igreja
Sermão 5 sobre o filho pródigo; PL 52,197 (a partir da trad. Année en fête, Migne 2000, p. 243)

«Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha»

O filho regressa a casa do pai e exclama : «Pai, pequei contra o céu e
contra ti, já não mereço ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
assalariados.» [...] Mas o pai acorreu, e acorreu de longe. «Quando ainda
éramos pecadores, Cristo morreu por nós» (Rom 5, 8). O Pai acorreu [...] na
pessoa do Filho, quando por Ele desceu do céu à terra. «O Pai que me enviou
está Comigo», diz Ele no evangelho (Jo 16, 32). E lançou-se-lhe ao pescoço:
lançou-Se a nós quando, por Cristo, toda a Sua divindade desceu do céu e Se
instalou na nossa carne. E cobriu-o de beijos. Quando? Quando «se
encontraram a compaixão e a verdade, se abraçaram a justiça e a paz» (Sl
84, 11).Mandou trazer-lhe a melhor túnica, a túnica que
Adão tinha perdido, a glória eterna da imortalidade. Pôs-lhe um anel no
dedo: o anel da honra, o título de liberdade, o especial penhor do
espírito, o sinal da fé, a caução das núpcias celestes. Ouve o que diz o
apóstolo Paulo: «Desposei-vos com um único esposo, como virgem pura
oferecida a Cristo» (2Cor 11, 2). E calçou-lhe umas sandálias: para termos
os pés calçados quando anunciamos a boa nova do evangelho, a fim de que
sejam «os pés daqueles que anunciam a boa nova da paz» (Is 52, 7; Rom 10,
15).Por ele mandou matar o vitelo gordo. [...] O vitelo
foi morto por ordem do pai porque Cristo, o Filho de Deus, não podia ser
morto contra a vontade do Pai. Ouve novamente o apóstolo Paulo: «Ele não
poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós» (Rom 8, 32).




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