quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 14 de Janeiro de 2011
Sexta-feira da 1a semana do Tempo Comum

S. Félix de Nola, confessor, +256, Santo Odorico de Pordenone, Santa Veronica de Milao



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Hilário : «Levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»

Leituras

Heb. 4,1-5.11.
Temamos, pois, que, permanecendo a promessa de entrar no seu repouso, algum
de vós seja considerado excluído.
Porque, a nós como a eles, foi anunciada a Boa-Nova; porém, a eles, a
palavra escutada não valeu de nada, pois não permaneceram unidos na fé aos
que a tinham escutado.
Quanto a nós, os que acreditámos, entraremos no descanso, como Ele disse:
Tal como jurei na minha ira, não entrarão no meu repouso. No entanto, as
suas obras estavam realizadas desde a fundação do mundo,
pois diz-se em qualquer parte, a propósito do sétimo dia: Deus repousou no
sétimo dia, de todas as suas obras;
e ainda, neste passo: Não entrarão no meu repouso.
Apressemo-nos, então, a entrar nesse repouso para que ninguém caia no mesmo
tipo de desobediência.


Salmos 78,3.4.6-7.8.
O que ouvimos e aprendemos e os nossos antepassados nos transmitiram,
não o ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações
vindouras: as glórias do SENHOR e o s
para que as gerações futuras a conhecessem e os filhos que haviam de nascer
a contassem aos seus próprios
para que pusessem em Deus a sua confiança e não esquecessem as suas obras,
mas obedecessem aos seus mandam
Para que não fossem como os seus pais, uma geração rebelde e desobediente,
uma raça de coração inconstante


Marcos 2,1-12.
Dias depois, tendo Jesus voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em
casa.
Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e
anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no
sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia
o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus
pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus
corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e
disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados',
ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda'?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para
perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para
tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo
que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos
coisa assim!»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de São Mateus 8, 5 (a partir da trad. SC 254, p. 199, rev.)

«Levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»

[No Evangelho de São Mateus, Jesus acabara de curar dois estrangeiros, em
território pagão.] Neste paralítico, é a totalidade dos pagãos que se
apresenta a Cristo, para ser curada. Mas mesmo os termos dessa cura devem
ser analisados: o que Ele diz ao paralítico não é «Fica curado», nem
«Levanta-te e anda», mas «Filho, tem confiança, os teus pecados estão
perdoados» (Mt 9, 2). Num só homem, Adão, foram os pecados transmitidos a
todos os povos. É por isso que aquele a quem se chama filho se apresenta
para ser curado [...]; porque esse filho é a primeira obra de Deus [...],
que agora recebe a misericórdia que provém do perdão da primeira
desobediência. Com efeito, não vemos que este paralítico tenha cometido
pecado; de resto, o Senhor diz noutro sítio que a cegueira de nascença não
é contraída por causa do pecado próprio ou hereditário (Jo 9, 3).


Ninguém a não ser Deus pode realizar a remissão dos pecados, por isso
Aquele que os remiu é Deus. E, para que possamos perceber que assumiu a
nossa carne para redimir as almas dos seus pecados e lhes obter a
ressurreição, diz-lhes: «Para que saibais que o Filho do Homem tem na terra
poder para perdoar pecados», diz Ele ao paralítico, «levanta-te e pega no
teu catre.» Ter-Lhe-ia sido suficiente dizer «Levanta-te», mas acrescentou:
«Pega no teu catre e vai para tua casa.» Primeiro concedeu a remissão dos
pecados, depois mostrou o poder da ressurreição, a seguir, ao fazer remover
o leito, demonstrou que a fragilidade e a dor não mais atingiriam os
corpos. Por último, ao mandar este homem curado para sua casa, ensinou que
os fiéis devem encontrar o caminho que leva ao Paraíso, o caminho que Adão,
pai de todos os homens, abandonara quando foi desfeito pela mancha do
pecado.





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33catolico a serviço da Igreja

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Papa João XXIII “o que teriam dito de mim meu pai e minha mãe”

Posted: 13 Jan 2011 02:00 AM PST

Papa João XXIII "o que teriam dito de mim meu pai e minha mãe"

As anedotas sobre a vida do Papa João XXIII são muitas. Uma delas é sobre o diálogo que se deu entre o Papa e o seu secretário, após a solene coroação na Basílica de São Pedro. O Papa já estava nos seus aposentos e caminhava para frente e para trás com uma mão no bolso e a outra contando as contas do terço. Andava pensativo e cabisbaixo. Vendo isto, o secretário se preocupou e perguntou:

·         O que o senhor tem? Não está passando bem?
·         Não, estou bem, meu filho, estou só um pouco triste, de verdade, um pouco triste, respondeu o Papa.
·         Mas por que, santidade? – retrucou o secretário – Não deve; olhe pela janela, que dia magnífico, que alegria, que triunfo da fé!
·         E o Santo Padre respondeu: tudo isso é muito grande para mim, é rico demais, é luxuoso demais. Acredite, quando me carregaram naquela cadeira, me senti humilhado: sim, foi para mim uma humilhação ver-me levantado tão alto! Olhei no meio do povo e pensei: "o que teriam dito de mim meu pai e minha mãe se tivessem me visto naquela situação"

Essas palavras do Papa João XXIII são um grande exemplo de humildade.

Ele sabia muito bem que não podia confundir a responsabilidade do cargo que estava ocupando com a sua pobre realidade humana. A lembrança das suas humildes origens, dos pais e dos irmãos camponeses, sempre o acompanhou. Em nenhum momento, nem na hora da coroação, pensou em se considerar superior aos outros. Ao contrário, ficou triste por tanta imerecida exaltação. Nem o canto "Tu és Pedro!" mudou a consciência dele.

Dom Pedro José Conti,
Bispo de Macapá

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Comunidade São Paulo Apóstolo

Justo a mim me coube ser eu! – Igreja Católica

Posted: 13 Jan 2011 01:00 AM PST

Toda vez que minha avó paterna me dizia, que o molde em que fui feita fora quebrado quando nasci, eu achava que ela estava me elogiando. Acreditava que somente eu era "única" no mundo. Aos poucos fui percebendo meu engano. Primeiro, porque ao invés de me tornar diferente, ser uma criatura única é o que me igualava a todos os seres humanos. Entendi que é parte da nossa condição humana sermos indivíduos exclusivos. Dela ninguém escapa. Em segundo lugar, porque essa exclusividade, ganha com meu nascimento, não me foi dada assim de mão beijada. Nem veio pronta, nem tinha um manual. Ela se parece com aquelas massinhas de modelar, que quando a gente ganha, ganha só a massa, não a forma, e o resultado final é sempre o fruto de um longo processo de faz e desfaz.

Cedo percebi que jamais teria sossego e muito trabalho. Típico presente de grego, uma armadilha. Encontrei eco para o meu espanto nas palavras da Mafalda, a famosa personagem de Quino, o cartunista argentino, quando ela diz: "Justo a mim me coube ser eu!" Ser quem só a gente mesmo pode ser, é quase uma desolação. Quem eu sou e deverei ser? Minha individualidade é um mistério.

Quantas vezes eu não preferi ser outra! Se não, pelo menos duvidei se não seria melhor ter nascido em outra família, em outra época, com outra situação financeira, outra cara, outro corpo, outro temperamento... Ainda mais, porque, aparentemente, sempre soube resolver a vida dos outros muito melhor do que a minha própria.

Para ser sincera, quando penso que o meu "eu" está em aberto, o que sinto mesmo é um grande alívio. Se eu tivesse nascido pronta, não teria conserto. E se não houvesse remédio para os meus erros e uma chance para os meus fracassos? E se eu não pudesse mudar de ponto de vista, de gosto, de planos, de opinião? E se eu não tivesse escolhas, nem alternativas?

Mas também vejo um lado sombrio em ser um projeto em aberto, o de nunca ter certeza, sobretudo de antemão, de ter tomado a atitude certa, de ter feito a escolha mais apropriada – aquela em que não me traio. Quando percebo que um gesto qualquer vai afetar o meu destino, sinto medo, angustia, suo frio, tenho vertigens, adoeço. Aí, a tentação de pegar carona na escolha dos outros, ou no estilo de vida deles é grande, mas minha alma grita que não vai dar certo, e me lembra que o meu molde foi quebrado, que é exclusivo.

Levei muito tempo para entender que minha exclusividade não está simplesmente em mim, ou na minha cor de olhos, nem nos meus talentos mais especiais. Ela está sempre lançada adiante de mim como um desafio, como um destino a que tenho que chegar e uma história a ser vivida. Minha exclusividade – eu mesma – apenas virá, quando eu puder afirmar que a história que vim realizando, só eu, e ninguém mais, a poderia ter vivido.

É a isso que a personagem Amparo, no filme de Almodóvar "Tudo sobre minha mãe", se refere, quando afirma que ela é tanto mais autêntica, quanto mais perto estiver daquilo que projetou para si mesma. Fala com orgulho e alegria, revelando assim, que desvendou o mistério que envolve o problema de ser quem somos: autenticar nossa biografia. Avalizá-la.

Onde estou, senão no rastro de história que venho deixando atrás de mim, naquilo que vim fazendo e dizendo? Onde estou, senão nessa biografia que realizo e atualizo a cada instante, por meio das minhas decisões e do meu empenho? Hoje não importa mais se sou diferente dos outros, mas se faço alguma diferença neste mundo.

Texto: Dulce Critelli publicado na coluna "Outras Idéias", Folha Equilíbrio,
"Folha de São Paulo, de 22 de julho de 2004

Enviado por: Patriciana Gomes

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