segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 15 de Fevereiro de 2011
Terça-feira da 6ª semana do Tempo Comum

S. Cláudio La Colombière, presbítero, + 1682, Santa Jovita, mártir, +120, S. Faustino, mártir, + 120



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz : «Não vedes? Ainda não compreendeis?»

Leituras

Gén. 6,5-8.7,1-5.10.
O Senhor reconheceu que a maldade dos homens era grande na Terra, que todos
os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal.
O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem sobre a Terra, e o seu coração
sofreu amargamente.
E o Senhor disse: «Eliminarei da face da Terra o homem que Eu criei, e,
juntamente com o homem, os animais domésticos, os répteis e as aves dos
céus, pois estou arrependido de os ter feito.»
Noé, porém, era agradável aos olhos do Senhor.
O Senhor disse, depois, a Noé: «Entra na arca, tu e toda a tua família,
porque só a ti reconheci como justo nesta geração.
De todos os animais puros levarás contigo sete pares, o macho e a fêmea;
dos animais que não são puros levarás um par, o macho e a sua fêmea;
das aves do céu, também sete pares, macho e fêmea, a fim de conservares a
sua raça viva sobre a Terra.
Porque dentro de sete dias, vou mandar chuva sobre a Terra, durante
quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei na superfície de toda a
Terra todos os seres que Eu criei.»
E Noé cumpriu tudo quanto o Senhor lhe ordenara.
Ao cabo de sete dias, as águas do dilúvio submergiram a Terra.


Salmos 29(28),1-2.3-4.9-10.
Filhos de Deus, prestai ao SENHOR, prestai ao SENHOR glória e honra.
Prestai ao Senhor a glória do seu nome, adorai o SENHOR no seu átrio
sagrado.
A voz do SENHOR ressoa sobre as águas, o Deus glorioso faz ecoar o seu
trovão, o SENHOR está sobre a vastidão das águas.
A voz do SENHOR é poderosa, a voz do SENHOR é cheia de majestade.
A voz do SENHOR retorce os carvalhos, despoja as árvores dos bosques. No
seu santuário todos exclamam: "Glória!"
Para além do dilúvio, está sentado o SENHOR; o SENHOR está sentado como rei
eterno.


Marcos 8,14-21.
Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no
barco.
Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento
dos fariseus e com o fermento de Herodes.»
E eles discorriam entre si: «Não temos pão.»
Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes
pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração
endurecido?
Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais
de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães
para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.»
«E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de
bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.»
Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 637 rev.)

«Não vedes? Ainda não compreendeis?»

Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e
obscuro. E é obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio
Deus que ultrapassam qualquer luz natural e excedem toda a compreensão
humana, seja ela qual for. Daí decorre que a luz excessiva dada pela fé se
transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força
superior supera e enfraquece uma que lhe seja inferior; desse modo, o sol
eclipsa todas as luzes restantes, ao ponto de, quando ele resplandece,
todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando
está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade
visual até nos ofuscar em vez de nos fazer ver, devido a tornar-se
excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da
fé, que pelo seu prodigioso excesso abate e enfraquece a luz do
intelecto.


Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença que, por isso
mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o
branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela
não retirará delas qualquer conhecimento directo, porque nunca viu as
cores, cujo nome será a única coisa que ela reterá no espírito, através do
ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas
que nunca vimos nem conhecemos e a respeito das quais não possuímos a mais
pequena réstia de conhecimento natural, mas retemo-las através do ouvido,
crendo no que nos é ensinado e ofuscando em nós a luz natural. Com efeito,
como nos diz São Paulo, «a fé surge da pregação» (Rom 10, 17). É como se
ele nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos,
mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então
evidente que a fé é para a alma uma noite escuríssima, mas é precisamente
com a sua escuridão que ela ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas,
mais lhe faz brilhar a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia,
segundo as palavras de Isaías: «se não acreditardes, não compreendereis»
(7, 9).




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