quarta-feira, 2 de março de 2011

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 03 de Março de 2011
Quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Beato Inocêncio de Berzo, presbítero, +1890, Santos Marino e Astério, mártires, +260



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno : «Ele gritava cada vez mais»

Leituras

Sirac 42,15-25.
Relembrarei, agora, as obras do Senhor e anunciarei o que vi. Pelas
palavras do Senhor foram realizadas as suas obras e segundo a sua vontade
realizou-se o seu decreto.
O Sol que brilha contempla todas as coisas; a obra do Senhor está cheia da
sua glória.
Os santos do Senhor não têm capacidade para contar todas as suas
maravilhas, que o Senhor omnipotente solidamente estabeleceu, a fim de que
subsistam na sua glória.
Ele sonda o abismo e o coração humano, e penetra os seus pensamentos mais
subtis. Realmente, o Senhor conhece toda a ciência e contempla os sinais
dos tempos futuros.
Anuncia o passado e o futuro e descobre os vestígios das coisas ocultas.
Nenhum pensamento lhe escapa, não se esconde dele uma só palavra.
Dispôs em ordem os grandes feitos da sua sabedoria. Ele que existe antes de
todos os séculos e para sempre. Nada se lhe pode acrescentar nem diminuir,
nem necessita do conselho de ninguém.
Quão amáveis são todas as suas obras! E todavia não podemos ver delas mais
que uma centelha.
Estas obras vivem e subsistem para sempre e, em tudo o que é preciso, todas
lhe obedecem.
Todas as coisas vão aos pares, uma corresponde à outra, e Ele nada fez
incompleto.
Uma contribui para o bem da outra, e quem se saciará de contemplar a sua
glória?


Salmos 33(32),2-3.4-5.6-7.8-9.
Louvai o SENHOR com a cítara; cantai lhe salmos com a harpa de dez cordas.
Cantai lhe um cântico novo, tocai com arte por entre aclamações.
As palavras do SENHOR são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça; a terra está cheia da sua bondade.
A palavra do SENHOR criou os céus, e o sopro da sua boca, todos os astros.
Ele juntou as águas do mar como numa represa e guardou as torrentes do
Abismo nos seus depósitos.
A terra inteira tema o SENHOR, tremam diante dele os habitantes do mundo.
Porque Ele disse e tudo foi feito, Ele ordenou e tudo foi criado.


Marcos 10,46-52.
Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma
grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava
sentado à beira do caminho.
E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a
dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!»
Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais:
«Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem,
levanta-te que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!»
respondeu o cego.
Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e
seguiu Jesus pelo caminho.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho n°2; PL 76, 1081 (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p.141 rev.)

«Ele gritava cada vez mais»

Que todo o homem que conhece as trevas que fazem dele um cego [...] grite a
plenos pulmões: «Jesus filho de David, tem misericórdia de mim!». Mas
ouçamos também o que se segue aos gritos do cego: «Aqueles que caminhavam à
frente repreendiam-no para o fazer calar» (Lc 18, 39). Quem são eles? Eles
estão ali para representar os desejos da nossa condição neste mundo,
promotores de confusão, os vícios do homem e o seu tumulto, que, querendo
impedir a vinda de Jesus a nós, perturbam o nosso pensamento semeando nele
a tentação, e querem abafar a voz do nosso coração que ora. Com efeito,
acontece frequentemente que a nossa vontade de nos virarmos de novo para
Deus [...], o nosso esforço para afastar os nossos pecados através da
oração, é contrariado pela sua imagem; a vigilância do nosso espírito
afrouxa ao seu contacto, eles semeiam a confusão no nosso coração, sufocam
o grito das nossas preces. [...]


Que fez então este cego para receber a luz maugrado estes obstáculos? «Ele
gritava cada vez mais: 'Filho de David, tem misericórdia de mim!'». [...]
Sim, quanto mais o tumulto dos nossos desejos nos acabrunhar, mais
insistente deve ser a nossa prece. [...] Quanto mais abafada for a voz do
nosso coração, mais vigorosamente ela deve insistir até se sobrepor ao
tumulto dos pensamentos invasores e tocar o ouvido fiel do Senhor. Creio
que todos nos reconheceremos nesta imagem: no momento em que nos esforçamos
por desviar o nosso coração deste mundo para o reencaminhar para Deus
[...], são muitos os importunos que pesam sobre nós e que temos de
combater. É um enxame que o desejo de Deus tem dificuldade em afastar dos
olhos do nosso coração. [...] Mas, persistindo vigorosamente na oração,
deteremos no espírito Jesus que passa. Donde a narração do Evangelho:
«Jesus parou e ordenou que o levassem até Ele» (v. 40).




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