sábado, 26 de março de 2011

Profecia do Dia

Domingo, dia 27 de Março de 2011
3º Domingo da Quaresma - Ano A

3º Domingo da Quaresma (semana III do saltério)
S. João do Egipto, eremita, +374,  S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749,  Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326,  Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Tiago de Sarug : «Porventura és mais do que o nosso patriarca Jacob?»

Leituras

Ex. 1,3-7.

Ali o povo teve sede de água, e murmurou contra Moisés, dizendo: «Porque nos fizeste subir do Egipto para nos fazer morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e ao nosso gado?»
Moisés clamou ao Senhor, dizendo: «Que farei a este povo? Mais um pouco e vão apedrejar-me.»
O Senhor disse a Moisés: «Passa diante do povo e toma contigo alguns anciãos de Israel; e leva na tua mão a vara com que feriste o rio, e vai.
Eis que estarei diante de ti, lá, sobre a rocha no Horeb. Tu ferirás a rocha e dela sairá água, e o povo beberá.» Assim fez Moisés diante dos anciãos de Israel.
Ele deu àquele lugar o nome de Massá e Meribá, por causa do litígio dos filhos de Israel, e por terem posto o Senhor à prova, dizendo: «Está o Senhor no meio de nós ou não?»


Salmos 95(94),1-2.6-7.8-9.

Vinde, exultemos de alegria no SENHOR, aclamemos o rochedo da nossa salvação.
Vamos à sua presença com hinos de louvor, saudemo lo com cânticos jubilosos.
Vinde, prostremo nos por terra, ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou.
Ele é o nosso Deus e nós somos o seu povo, as ovelhas por Ele conduzidas. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:

"Não endureçais os vossos corações, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto,
quando os vossos pais me provocaram e me puseram à prova, apesar de terem visto as minhas obras.


Romanos 5,1-2.5-8.

Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus.
Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios.
Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa boa talvez alguém se atreva a morrer.
Mas é assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós.


João 4,5-42.

Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacob tinha dado ao seu filho José. Ficava ali o poço de Jacob.
Então Jesus, cansado da caminhada, sentou-se, sem mais, na borda do poço. Era por volta do meio-dia.
Entretanto, chegou certa mulher samaritana para tirar água. Disse-lhe Jesus: «Dá-me de beber.»
Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos.
Disse-lhe então a samaritana: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?» É que os judeus não se dão bem com os samaritanos.
Respondeu-lhe Jesus: «Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: 'dá-me de beber', tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!»
Disse-lhe a mulher: «Senhor, não tens sequer um balde e o poço é fundo...
Onde consegues, então, a água viva? Porventura és mais do que o nosso patriarca Jacob, que nos deu este poço donde beberam ele, os seus filhos e os seus rebanhos?»
Replicou-lhe Jesus: «Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede;
mas, quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna.»
Disse-lhe a mulher: «Senhor, dá-me dessa água, para eu não ter sede, nem ter de vir cá tirá-la.»
Respondeu-lhe Jesus: «Vai, chama o teu marido e volta cá.»
A mulher retorquiu-lhe: «Eu não tenho marido.» Declarou-lhe Jesus: «Disseste bem: 'não tenho marido',
pois tiveste cinco e o que tens agora não é teu marido. Nisto falaste verdade.»
Disse-lhe a mulher: «Senhor, vejo que és um profeta!
Os nossos antepassados adoraram a Deus neste monte, e vós dizeis que o lugar onde se deve adorar está em Jerusalém.»
Jesus declarou-lhe: «Mulher, acredita em mim: chegou a hora em que, nem neste monte, nem em Jerusalém, haveis de adorar o Pai.
Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus.
Mas chega a hora e é já em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são assim os adoradores que o Pai pretende.
Deus é espírito; por isso, os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.»
Disse-lhe a mulher: «Eu sei que o Messias, que é chamado Cristo, está para vir. Quando vier, há-de fazer-nos saber todas as coisas.»
Jesus respondeu-lhe: «Sou Eu, que estou a falar contigo.»
Nisto chegaram os seus discípulos e ficaram admirados de Ele estar a falar com uma mulher. Mas nenhum perguntou: 'Que procuras?', ou: 'De que estás a falar com ela?'
Então a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àquela gente:
«Eia! Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz! Não será Ele o Messias?»
Eles saíram da cidade e foram ter com Jesus.
Entretanto, os discípulos insistiam com Ele, dizendo: «Rabi, come.»
Mas Ele disse-lhes: «Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis.»
Então os discípulos começaram a dizer entre si: «Será que alguém lhe trouxe de comer?»
Declarou-lhes Jesus: «O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.
Não dizeis vós: 'Mais quatro meses e vem a ceifa'? Pois Eu digo-vos: Levantai os olhos e vede os campos que estão doirados para a ceifa.
Já o ceifeiro recebe o seu salário e recolhe o fruto em ordem à vida eterna, de modo que se alegram ao mesmo tempo aquele que semeia e o que ceifa.
Nisto, porém, é verdadeiro o ditado: 'um é o que semeia e outro o que ceifa'.
Porque Eu enviei-vos a ceifar o que não trabalhastes; outros se cansaram a trabalhar, e vós ficastes com o proveito da sua fadiga.»
Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram nele devido às palavras da mulher, que testemunhava: «Ele disse-me tudo o que eu fiz.»
Por isso, quando os samaritanos foram ter com Jesus, começaram a pedir-lhe que ficasse com eles.
E ficou lá dois dias. Então muitos mais acreditaram nele por causa da sua pregação, e diziam à mulher:
«Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Homilia sobre Nosso Senhor e Jacob, sobre a Igreja e Raquel (a partir da trad. de Ir. Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 1, p. 98 rev.)

«Porventura és mais do que o nosso patriarca Jacob?»

A vista da beleza de Raquel tornou Jacob, de certo modo, mais forte: ele
conseguiu levantar a enorme pedra de cima do poço e, assim, dar de beber ao
rebanho (Gn 29, 10). [...] Em Raquel, com quem casou, viu o símbolo da
Igreja. Foi por isso que, ao beijá-la, teve de chorar e de sofrer (v. 11),
a fim de prefigurar, pelo seu casamento, os sofrimentos do Filho. [...]
Quão mais belas são as núpcias do Esposo real do que as dos Seus
embaixadores! Jacob chorou por Raquel, ao desposá-la; Nosso Senhor cobriu a
Igreja com o Seu sangue, ao salvá-la. As lágrimas são o símbolo do sangue,
porque não é sem dor que elas jorram dos olhos. O choro do justo Jacob é o
símbolo do grande sofrimento do Filho, pelo qual a Igreja das nações foi
salva.


Vem, contempla o nosso Mestre: Ele veio do Seu Pai para o mundo,
aniquilou-Se para fazer o Seu caminho na humildade (Fil 2, 7). [...] Ele
viu as nações como rebanhos sedentos e a fonte da vida fechada pelo pecado,
como que por uma pedra. Ele viu a Igreja semelhante a Raquel, então avançou
e derrubou o pecado, que era pesado como uma rocha. Ele abriu o baptistério
para a sua Esposa, para que ela se banhasse nele; e foi aí buscar água para
dar de beber às nações da terra, como aos Seus rebanhos. Com toda a Sua
omnipotência, levantou o pesado fardo dos pecados; pôs a descoberto a fonte
de água doce para o mundo inteiro. [...]


Sim, pela Igreja, Nosso Senhor deu-Se a grandes trabalhos. Por amor, o
Filho de Deus vendeu os Seus sofrimentos para poder desposar, à custa das
Suas chagas, a Igreja abandonada. Por ela, que adorava os ídolos, sofreu
sobre a cruz. Por ela, quis entregar-Se, para que ela fosse para Ele
completamente imaculada (Ef 5, 25-27). Ele consentiu em levar às pastagens
o rebanho inteiro dos homens, com o grande cajado da cruz; Ele não rejeitou
o sofrimento. Ele aceitou conduzir raças, nações, tribos, multidões e
povos, para poder reaver a Igreja, sua única Esposa (Ct 6, 9).




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