sábado, 2 de abril de 2011

Profecia do Dia

Domingo, dia 03 de Abril de 2011
4º Domingo da Quaresma - Ano A

Quarto domingo da Quaresma (semana IV do saltério)
Santas Ágape, Quilónia e Irene, irmãs, mártires, +304,  Santa Engrácia, virgem, mártir, +1050,  S. Ricardo de Chichester, bispo, +1253



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Efrém : «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam»

Leituras

1 Sam. 16,1.6-7.10-13.

O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine em Israel? Enche o teu chifre de óleo e vai. Quero enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus filhos.» Samuel respondeu: «Como hei-de ir? Se Saul souber, irá tirar-me a vida.»
Logo que entraram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor.»
Mas o Senhor disse a Samuel: «Que te não impressione o seu belo aspecto, nem a sua alta estatura, pois Eu rejeitei-o. O que o homem vê não importa; o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração.»
Jessé apresentou-lhe, assim, os seus sete filhos, mas Samuel disse: «O Senhor não escolheu nenhum deles.»
E acrescentou: «Estão aqui todos os teus filhos?» Jessé respondeu: «Resta ainda o mais novo, que anda a apascentar as ovelhas.» Samuel ordenou a Jessé: «Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos à mesa antes de ele ter chegado.»
Jessé mandou então buscá-lo. David era louro, de belos olhos e de aparência formosa. O Senhor disse: «Ei-lo, unge-o: é esse.»
Samuel tomou o chifre de óleo e ungiu-o na presença dos seus irmãos. E, a partir daquele dia, o espírito do Senhor apoderou-se de David. E Samuel voltou para Ramá.


Salmos 23(22),1-3.4.5.6.

O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão me confiança.

Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão de acompanhar me todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


Efésios 5,8-14.

É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz –
pois o fruto da luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade –
procurando discernir o que é agradável ao Senhor.
E não tomeis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as.
Porque o que por eles é feito às escondidas, até dizê-lo é vergonhoso.
Mas tudo isso, se denunciado, é posto às claras pela luz;
pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz: «Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo brilhará sobre ti».


João 9,1-41.

Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença.
Os seus discípulos perguntaram-lhe, então: «Rabi, quem foi que pecou para este homem ter nascido cego? Ele, ou os seus pais?»
Jesus respondeu: «Nem pecou ele, nem os seus pais, mas isto aconteceu para nele se manifestarem as obras de Deus.
Temos de realizar as obras daquele que me enviou enquanto é dia. Vem aí a noite, em que ninguém pode actuar.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.»
Dito isto, cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama
e disse-lhe: «Vai, lava-te na piscina de Siloé» que quer dizer Enviado. Ele foi, lavou-se e regressou a ver.
Então, os vizinhos e os que costumavam vê-lo antes a mendigar perguntavam: «Não é este o que estava por aí sentado a pedir esmola?»
Uns diziam: «É ele mesmo!» Outros afirmavam: «De modo nenhum. É outro parecido com ele.» Ele, porém, respondia: «Sou eu mesmo!»
Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?»
Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!»
Perguntaram-lhe: «Onde está Ele?» Respondeu: «Não sei.»
Levaram aos fariseus o que fora cego.
O dia em que Jesus tinha feito lama e lhe abrira os olhos era sábado.
Os fariseus perguntaram-lhe, de novo, como tinha começado a ver. Ele respondeu-lhes: «Pôs-me lama nos olhos, lavei-me e fiquei a ver.»
Diziam então alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado.» Outros, porém, replicavam: «Como pode um homem pecador realizar semelhantes sinais miraculosos?» Havia, pois, divisão entre eles.
Perguntaram, então, novamente ao cego: «E tu que dizes dele, por te ter aberto os olhos?» Ele respondeu: «É um profeta!»
Ora os judeus não acreditaram que aquele homem tivesse sido cego e agora visse, até que chamaram os pais dele.
E perguntaram-lhes: «É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Então como é que agora vê?»
Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego;
mas não sabemos como é que agora vê, nem quem foi que o pôs a ver. Perguntai-lhe a ele. Já tem idade para falar de si.»
Os pais responderam assim por terem receio dos judeus, pois estes já tinham combinado expulsar da sinagoga quem confessasse que Jesus era o Messias.
Por isso é que os pais disseram: 'Já tem idade, perguntai-lhe a ele'.
Chamaram, então, novamente o que fora cego, e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Quanto a nós, o que sabemos é que esse homem é um pecador!»
Ele, porém, respondeu: «Se é um pecador, não sei. Só sei uma coisa: que eu era cego e agora vejo.»
Eles insistiram: «O que é que Ele te fez? Como é que te pôs a ver?»
Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse, e não me destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo outra vez? Será que também quereis fazer-vos seus discípulos?»
Então, injuriaram-no dizendo-lhe: «Discípulo dele és tu! Nós somos discípulos de Moisés!
Sabemos que Deus falou a Moisés; mas, quanto a esse, não sabemos donde é!» Replicou-lhes o homem:
«Ora isso é que é de espantar: que vós não saibais donde Ele é, e me tenha dado a vista!
Sabemos que Deus não atende os pecadores, mas se alguém honrar a Deus e cumprir a sua vontade, Ele o atende.
Jamais se ouviu dizer que alguém tenha dado a vista a um cego de nascença.
Se este não viesse de Deus, não teria podido fazer nada.»
Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e dás-nos lições?» E puseram-no fora.
Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado e, quando o encontrou, disse-lhe: «Tu crês no Filho do Homem?»
Ele respondeu: «E quem é, Senhor, para eu crer nele?»
Disse-lhe Jesus: «Já o viste. É aquele que está a falar contigo.»
Então, exclamou: «Eu creio, Senhor!» E prostrou-se diante dele.
Jesus declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos.»
Alguns fariseus que estavam com Ele ouviram isto e perguntaram-lhe: «Porventura nós também somos cegos?»
Jesus respondeu-lhes: «Se fôsseis cegos, não estaríeis em pecado; mas, como dizeis que vedes, o vosso pecado permanece.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Comentário do Diatesseron, 16, 28-31 (a partir da trad. SC 121, pp. 299ss.)

«Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam»

«Fez lama com a saliva e ungiu-lhe os olhos». E a luz jorrou da terra, como
no começo, quando [...] as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus Se
movia sobre a superfície das águas. Deus disse: «Faça-se a luz» e a luz foi
feita (Gn 1, 2-3). Assim, curou um defeito que existia desde a nascença,
para mostrar que Ele, cuja mão terminava aquilo que faltava à natureza, era
Aquele que, com a Sua mão, tinha dado origem à Criação, no princípio. E
como se recusavam a crer que Ele era antes de Abraão (Jo 8, 57), provou com
esta acção que era o Filho d'Aquele que, com a Sua mão, «formou o homem do
pó da terra» (Gn 2, 7).


Ele fez isso para aqueles que procuravam os milagres a fim de acreditarem:
«Os judeus pedem sinais» (1Cor 1, 22). Não foi a piscina de Siloé que abriu
os olhos ao cego, tal como não foram as águas do Jordão que purificaram
Naamã (2Rs 5, 14): foi a ordem do Senhor que realizou tudo. Mais do que
isso, não é a água do nosso baptismo, mas os nomes da Trindade que se
pronunciam sobre ela que nos purificam. Ele ungiu-lhe os olhos com lama,
para que os fariseus pudessem limpar a cegueira do seu coração. [...]
Aqueles que viam a luz física foram conduzidos por um cego que via a luz do
espírito; e, na sua noite, o cego era conduzido por aqueles que viam
exteriormente, mas que eram espiritualmente cegos.


O cego lavou a lama dos seus olhos e viu-se a si próprio; os outros lavaram
a cegueira do coração, e examinaram-se a si mesmos. Assim, ao abrir
exteriormente os olhos dum cego, Nosso Senhor abria secretamente os olhos
de muitos outros cegos. [...] Nestas poucas palavras do Senhor estavam
escondidos tesouros admiráveis e, nesta cura, estava esboçado um símbolo:
Jesus, o Filho do Criador.




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