quarta-feira, 6 de abril de 2011

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 07 de Abril de 2011
Quinta-feira da 4ª da Quaresma

S. João Baptista de la Salle, presbítero, fundador, +1719,  S. Pedro Nguyen Van Luu, presbítero, mártir, +1861



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Tiago de Sarug : «Se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito»

Leituras

Ex. 32,7-14.

O Senhor disse a Moisés: «Vai, desce, porque o teu povo, aquele que tiraste do Egipto, está pervertido.
Desviaram-se bem depressa do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: «Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egipto.»
O Senhor prosseguiu: «Vejo bem que este povo é um povo de cerviz dura.
Agora, deixa-me; a minha cólera vai inflamar-se contra eles e destruí-los-ei. Mas farei de ti uma grande nação.»
Moisés implorou ao Senhor, seu Deus, dizendo-lhe: «Porquê, Senhor, a tua cólera se inflamará contra o teu povo, que fizeste sair do Egipto com tão grande poder e com mão tão poderosa?
Não é conveniente que se possa dizer no Egipto: 'Foi com má intenção que Ele os fez sair, foi para os matar nas montanhas e suprimi-los da face da Terra!' Não te deixes dominar pela cólera e abandona a decisão de fazer mal a este povo.
Recorda-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, aos quais juraste por ti mesmo: tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e concederei à vossa posteridade esta terra de que falei, e eles hão-de recebê-la como herança eterna.»
E o Senhor arrependeu-se das ameaças que proferira contra o seu povo.


Salmos 106(105),19-20.21-22.23.

Fizeram um bezerro de ouro no Horeb e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram assim o seu Deus glorioso pela figura de um animal que come feno.
Esqueceram a Deus, que os salvara, que realizara prodígios no Egipto,
maravilhas do país de Cam, feitos gloriosos no Mar dos Juncos.

Deus decidiu aniquilá-los. Moisés, porém, seu escolhido, intercedeu junto dele, para acalmar a sua ira destruidora.


João 5,31-47.

«Se Eu testemunhasse a favor de mim próprio, o meu testemunho não teria valor;
há outro que testemunha em favor de mim, e Eu sei que o seu testemunho, favorável a mim, é verdadeiro.
Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.
Não é, porém, de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para vos salvardes.
João era uma lâmpada ardente e luminosa, e vós, por um instante, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas tenho a meu favor um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai me confiou para levar a cabo, essas mesmas obras que Eu faço, dão testemunho de que o Pai me enviou.
E o Pai que me enviou mantém o seu testemunho a meu favor. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu rosto,
nem a sua palavra permanece em vós, visto não crerdes neste que Ele enviou.
Investigai as Escrituras, dado que julgais ter nelas a vida eterna: são elas que dão testemunho a meu favor.
Vós, porém, não quereis vir a mim, para terdes a vida!
Eu não ando à procura de receber glória dos homens;
a vós já vos conheço, e sei que não há em vós o amor de Deus.
Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome, a esse já o receberíeis.
Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?
Não penseis que Eu vos vou acusar diante do Pai; há quem vos acuse: é Moisés, em quem continuais a pôr a vossa esperança.
De facto, se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em mim, porque ele escreveu a meu respeito.
Mas, se vós não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Homilia sobre o véu de Moisés, 12-13 (a partir da trad. Coll. Peres dans la foi, nº66, Migne 1997, p. 225 rev.)

«Se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito»

Moisés enunciou os mistérios, mas sem os explicar. Com efeito, ele tinha
dificuldade em falar e não conseguia exprimir-se claramente (Ex 4, 10).
Esta dificuldade em falar foi-lhe conservada como desígnio, para que todos
os seus discursos permanecessem inexplicados. Quando Nosso Senhor veio,
soltou a língua de Moisés, e hoje todas as suas palavras se tornaram
distintas, porque a sua língua não gagueja mais e os seus discursos são
transparentes como o dia.


Até Nosso Senhor, a palavra estava entorpecida e permanecia sem explicação,
e tudo o que tinha sido dito a Seu respeito permanecia obscuro. O mistério
permaneceu escondido por trás da gaguez e por trás do véu (Ex 34, 33; 2Cor
3, 14), enquanto não chegou a hora da sua proclamação ao dia claro.


Moisés pedira para ver o Pai (Ex 33, 18); com efeito, ele pressentia que o
Filho viria mostrar-Se a este mundo. Foi então que o Pai lhe mostrou o
reverso da Sua face; com isso, quis-lhe ensinar que o Seu Filho se
manifestaria sob a aparência humana. O Eterno fez a Seu respeito uma
distinção entre a face e o reverso, para que Moisés reconhecesse que a
terra contemplaria o Seu Filho sob a forma de um homem. [...] Foi para Ele
que Moisés olhou, e foi Dele que veio o brilho com o qual resplandecia a
pele do seu rosto (Ex 34, 29). O brilho do Filho repousava sobre toda a
profecia [...]; quando Moisés falava, era Ele que falava pela sua boca,
porque Ele é a Palavra que inspirava todas as palavras da profecia. Sem
Ele, não há para os profetas nem palavra nem revelação possível, porque Ele
é a fonte primeira da profecia. [...] Mas quando veio o Crucificado, o
Esposo, a profecia revelou o seu rosto e elevou a voz no meio da
assembleia. O Filho da Virgem levantou o véu que cobria os Hebreus e tudo
se tornou claro, luminoso e fácil de interpretar.




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