sábado, 4 de junho de 2011

Profecia do Dia

Domingo, dia 05 de Junho de 2011
Ascensão do Senhor

Ascensão do Senhor, ano A (semana III do Saltério)Maria, Mãe da Igreja
São Bonifácio, bispo, mártir, +754



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beato John Henry Newman : «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»

Leituras

Actos 1,1-11.


No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio
até ao dia em que, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao Céu.
A eles também apareceu vivo depois da sua paixão e deu-lhes disso numerosas provas com as suas aparições, durante quarenta dias, e falando-lhes também a respeito do Reino de Deus.
No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai, «do qual disse Ele me ouvistes falar.
João baptizava em água, mas, dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.»
Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?»
Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade.
Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.»
Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos.
E como estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus se afastava, surgiram de repente dois homens vestidos de branco,
que lhes disseram: «Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o Céu.»


Salmos 47(46),2-3.6-7.8-9.


Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com brados de alegria,
porque o SENHOR, o Altíssimo, é temível; Ele é o grande rei de toda a terra.
Deus subiu por entre aclamações, o SENHOR subiu ao som da trombeta.
Cantai a Deus, cantai! Cantai ao nosso rei, cantai!

Pois Deus é o rei de toda a terra, cantai-lhe um poema de louvor!
Deus reina sobre as nações, Deus está sentado no seu trono santo.


Efésios 1,17-23.


Que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e vo-lo revele, para o conhecerdes;
sejam iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos
e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa,
que eficazmente exerceu em Cristo: ressuscitou-o dos mortos e sentou-o à sua direita, no alto do Céu,
muito acima de todo o Poder, Principado, Autoridade, Potestade e Dominação e de qualquer outro nome que seja nomeado, não só neste mundo, mas também no que há-de vir.
Sim, Ele tudo submeteu a seus pés e deu-o, como cabeça que tudo domina, à Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude daquele que tudo preenche em todos.


Mateus 28,16-20.


Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado.
Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam.
Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra.
Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Beato John Henry Newman, presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
PPS, vol.6, n.º10

«Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»

O regresso de Cristo a Seu Pai é ao mesmo tempo fonte de pesar, por ser
sinónimo da Sua ausência, e fonte de alegria, por significar a Sua
presença. Brotam da doutrina da Ressurreição e da Ascensão estes paradoxos
cristãos, mencionados com frequência nas Escrituras, a saber, que nos
afligimos sem por isso pararmos de rejubilar, como «nada tendo e, no
entanto, tudo possuindo» (2Cor 6,10).


Na verdade, é esta a nossa condição presente: perdemos a Cristo, e
encontramo-Lo; não O vemos e, apesar disso, podemos discerni-Lo;
estreitamos-Lhe os pés (Mt 28,9) e Ele diz-nos «Não Me detenhas» (Jo
20,17). Mas como? Acontece que, tendo perdido a percepção sensível e
consciente da Sua pessoa, já não nos é possível vê-Lo, ouvi-Lo, falar-Lhe,
segui-Lo de terra em terra; no entanto, usufruimos espiritual, imaterial,
interior, mental e realmente da Sua visão e da Sua posse, uma posse
envolvida por maior realidade e por maior presença do que alguma vez na
vida tiveram os Apóstolos, precisamente por ser espiritual e invisível.


Todos nós sabemos que, neste mundo, quanto mais um objecto está perto de
nós, tanto menos conseguimos dele aperceber-nos e compreendê-lo. Cristo
veio até tão perto de nós, na Igreja, que não somos sequer capazes de O
fixar com o olhar, ou até de O distinguir; apesar disso, Ele instala-Se em
nós e assim toma posse da herança por Ele adquirida; não Se nos apresenta,
e todavia atrai-nos a Si e faz de nós Seus correligionários. [...] Não O
vemos sequer, mas no entanto, pela fé, sentimos a Sua presença porque Ele
está ao mesmo tempo acima de nós e em nós. Por conseguinte, sentimos pesar,
porque não temos consciência dessa presença, e ao mesmo tempo alegria,
porque sabemos a Quem possuímos: «Sem O terdes visto, vós O amais; sem o
ver ainda, credes n'Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e
irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das [vossas]
almas» (1Pe 1,8-9).




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