sábado, 31 de março de 2012

Profecia do Dia

Domingo, dia 01 de Abril de 2012
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano B

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor (semana II do saltério)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina : «Aí vem o noivo, ide ao seu encontro» (Mt 25,6)

Leituras

Is. 50,4-7.


«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.


Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.


Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo."

Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!








Filip. 2,6-11.


Cristo Jesus, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome,
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor!", para glória de Deus Pai.


Marcos 14,1-72.15,1-47.


Faltavam só dois dias para a Páscoa e os Ázimos; os sumos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam maneira de capturar Jesus à traição e de o matar.
É que diziam: «Durante a festa não, para que o povo não se revolte.»
Jesus encontrava-se em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Estando à mesa, chegou uma certa mulher que trazia um frasco de alabastro, com perfume de nardo puro de alto preço; partindo o frasco, derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus.
Alguns, indignados, disseram entre si: «Para quê este desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de trezentos denários e dar-se o dinheiro aos pobres.» E censuravam-na.
Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em mim uma boa acção!
Sempre tereis pobres entre vós e podereis fazer-lhes bem quando quiserdes; mas a mim, nem sempre me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu antecipadamente o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há-de contar-se também, em sua memória, o que ela fez.»
Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus.
Eles ouviram-no com satisfação e prometeram dar-lhe dinheiro. E Judas espreitava ocasião favorável para o entregar.
No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava a Páscoa, os discípulos perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?»
Jesus enviou, então, dois dos seus discípulos e disse: «Ide à cidade e virá ao vosso encontro um homem trazendo um cântaro de água. Segui-o
e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda dizer: 'Onde está a sala em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?'
Há-de mostrar-vos uma grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta. Fazei aí os preparativos.»
Os discípulos partiram e foram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes dissera e prepararam a Páscoa.
Chegada a tarde, Jesus foi com os Doze.
Estavam à mesa a comer, quando disse: «Em verdade vos digo: um de vós há-de entregar-me, um que come comigo.»
Começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: «Porventura sou eu?»
Jesus respondeu-lhes: «É um dos Doze, aquele que mete comigo a mão no prato.
Na verdade, o Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue! Melhor fora a esse homem não ter nascido!»
Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.»
Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele.
E Ele disse-lhes: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos.
Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus.»
Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras.
Jesus disse-lhes: «Todos ides aban-donar-me, pois está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas hão-de dispersar-se.
Mas, depois de Eu ressuscitar, hei-de preceder-vos a caminho da Galileia.»
Pedro disse: «Mesmo que todos venham a abandonar-te, eu não.»
E Jesus disse: «Em verdade te digo, que hoje, esta noite, antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.»
Mas ele insistia com mais ardor: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei.» E todos afirmaram o mesmo.
Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos discípulos: «Ficai aqui enquanto Eu vou orar.»
Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-se.
E disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.»
Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora.
E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres.»
Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, dormes? Nem uma hora pudeste vigiar!
Vigiai e orai, para não cederdes à tentação; o espírito está cheio de ardor, mas a carne é débil.»
Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
E, voltando de novo, encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados; e não sabiam que responder-lhe.
Voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai! Pois bem, chegou a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos! Vamos! Eis que chega o que me vai entregar.»
E logo, ainda Ele estava a falar, chegou Judas, um dos Doze, e, com ele, muito povo com espadas e varapaus, da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos.
Ora, o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar é esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado.»
Mal chegou, aproximou-se de Jesus, dizendo: «Mestre!»; e beijou-o.
Os outros deitaram-lhe as mãos e prenderam-no.
Então, um dos que estavam presentes, puxando da espada, feriu o criado do Sumo Sacerdote e cortou-lhe uma orelha.
E tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Como se eu fosse um salteador, viestes com espadas e varapaus para me prender!
Estava todos os dias junto de vós, no templo, a ensinar, e não me prendestes; mas é para se cumprirem as Escrituras.»
Então, os discípulos, deixando-o, fugiram todos.
Um certo jovem, que o seguia envolto apenas num lençol, foi preso;
mas ele, deixando o lençol, fugiu nu.
Conduziram Jesus a casa do Sumo Sacerdote, onde se juntaram todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei.
E Pedro tinha-o seguido de longe até dentro do palácio do Sumo Sacerdote, onde se sentou com os guardas a aquecer-se ao lume.
Ora os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus a fim de lhe dar a morte, mas não o encontravam;
de facto, muitos testemunharam falsamente contra Ele, mas os testemunhos não eram coincidentes.
E alguns ergueram-se e proferiram contra Ele este falso testemunho:
«Ouvimo-lo dizer: 'Demolirei este templo construído pela mão dos homens e, em três dias, edificarei outro que não será feito pela mão dos homens.'»
Mas nem assim o depoimento deles concordava.
Então, o Sumo Sacerdote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra ti?»
Mas Ele continuava em silêncio e nada respondia. O Sumo Sacerdote voltou a interrogá-lo: «És Tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?»
Jesus respondeu: «Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.»
O Sumo Sacerdote rasgou, então, as suas vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia! Que vos parece?» E todos sentenciavam que Ele era réu de morte.
Depois, alguns começaram a cuspir-lhe, a cobrir-lhe o rosto com um véu e, batendo-lhe, a dizer: «Profetiza!» E os guardas davam-lhe bofetadas.
Estando Pedro em baixo, no pátio, chegou uma das criadas do Sumo Sacerdote
e, vendo Pedro a aquecer-se, fixou nele o olhar e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.»
Mas ele negou, dizendo: «Não sei nem entendo o que dizes.» Depois, saiu para o átrio e um galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos que ali estavam: «Este é um deles.»
Mas ele negou outra vez. Pouco depois, os presentes disseram de novo a Pedro: «Com certeza que és um deles, pois também és galileu.»
Ele começou, então, a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais!»
E logo cantou o galo pela segunda vez. Pedro recordou-se, então, das palavras de Jesus: «Antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.» E desatou a chorar.
Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.»
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!»
Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto.
Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta.
A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder.
Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado.
Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?»
Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!»
Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»
Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte.
Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido.
Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!»
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o crucificar.
Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo.
E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer 'lugar do Crânio'.
Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber.
Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.
Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram.
Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.»
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores.
Os que passavam injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias!
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!»
Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros mas não pode salvar-se a si mesmo!
O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.
Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde.
E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!»
Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.»
Mas Jesus, com um grito forte, expirou.
E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo.
O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!»
Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé,
que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado,
José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito.
Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José.
Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo
Homilia para o Domingo de Ramos

«Aí vem o noivo, ide ao seu encontro» (Mt 25,6)

«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9), alegra-te e exulta, Igreja de
Deus, pois eis que o teu Rei vem a ti, eis o Esposo que chega, sentado num
burro como num trono! Vamos depressa ao Seu encontro para contemplar a Sua
glória. Eis a salvação do mundo: Deus avança para a cruz. Também nós, os
povos, gritamos hoje com o povo: «Hossana ao Filho de David! Bendito seja
aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» (Mt 21,9; Sl
118,26) [...]


A Igreja celebra um dia de festa à sombra de Cristo, oliveira carregada de
azeitonas na casa de Deus (Sl 52,10); celebra um dia de Festa com Cristo,
lírio primaveril do Paraíso em flor. Porque Cristo está no meio da Igreja
como verdadeiro lírio florido, raiz de Jessé que não julga o mundo mas o
serve (Is 11,1.3). Ele está no meio da Igreja, fonte eterna donde jorram,
não já os rios do paraíso (cf. Gn 2,10), mas Mateus, Marcos, Lucas e João,
que regam os jardins da Igreja de Cristo. Hoje, nós, que somos novos e
fecundos rebentos (cf Sl 128,3), levando nas mãos os ramos da oliveira,
supliquemos a misericórdia de Cristo. «Plantados na casa do Senhor»,
florescendo na Primavera nos «átrios do nosso Deus», celebremos um dia de
festa: «que o Inverno já passou!» (Sl 92,14; Ct 2,11) [...]


Clamo com São Paulo, com voz santa e forte: «O que era antigo passou; eis
que surgiram coisas novas» (2Co 5,17). [...] Um profeta, olhando para este
rei, grita: «Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo» (Jo 1,29)
[...]; e David, olhando para Cristo, saído da sua raça segundo a carne diz:
«O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado!» (Sl 118,27). Dia de festa
admirável, pela sua novidade, surpreendente e estupenda: as crianças
aclamam a Cristo como Deus e os sacerdotes maldizem-n'O, as crianças
adoram-n'O e os doutores da lei desprezam-n'O e caluniam-n'O. As crianças
dizem: «Hossana!» e os Seus inimigos gritam: «Crucifica-O!» Aquelas
juntam-se ao redor de Cristo com palmas, estes atiram-se a Ele com espadas;
aquelas cortam os ramos, estes preparam uma cruz.




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sexta-feira, 30 de março de 2012

Profecia do Dia

Sabado, dia 31 de Março de 2012
Sábado da 5ª semana da Quaresma




Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Prospério  da Aquitânia   : «Jesus devia morrer [...] não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

Leituras

Ezeq. 37,21-28.


Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, por onde se dispersaram; vou reuni-los de toda a parte e reconduzi-los ao seu país.
Farei deles uma só nação na minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão divididos em dois reinos.
Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias, pelas quais pecaram, e os purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei e eles terão um só pastor; caminharão segundo os meus preceitos, observarão os meus mandamentos e os porão em prática.
Habitarão o país que Eu dei ao meu servo Jacob e no qual habitaram seus pais; aí ficarão eles, os seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. David, meu servo, será para sempre o seu chefe.
Farei com eles uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os estabelecerei e os multiplicarei; e colocarei o meu santuário no meio deles para sempre.
A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Então, reconhecerão as nações que Eu sou o SENHOR que santifica Israel, quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para sempre."


Jer. 31,10.11-12ab.13.


Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'

Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte. 
Regressarão jubilosos às alturas de Sião,
e afluirão aos bens do Senhor.  

Então, a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los, e aliviá-los das suas penas.





João 11,45-56.


Naquele tempo, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus fez, creram nele.
Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito.
Os sumos sacerdotes e os fari- seus convocaram então o Conselho e diziam: «Que havemos nós de fazer, dado que este homem realiza muitos sinais miraculosos?
Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar santo e a nossa nação.»
Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não entendeis nada,
nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo, e não pereça a nação inteira.»
Ora ele não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.
E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos.
Assim, a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte.
Por isso, Jesus já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.
Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele virá à Festa?»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Prospério  da Aquitânia  (?-c. 460), teólogo leigo
O apelo de todos os povos, 9

«Jesus devia morrer [...] não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

São Paulo afirma: «Nestes dias que são os últimos, Deus falou-nos por Seu
Filho, a quem considerou como herdeiro de todas as coisas» (He 1,2). Não
quer esta frase dizer que o Pai considerou que todos os homens fazem parte
da herança de Cristo? Ela é conforme à profecia de David: «Pede-Me e Eu te
darei as nações por herança, e por domínio as extremidades da terra» (Sl
2,8).


O próprio Senhor declara: «Uma vez elevado da terra, atrairei tudo a Mim»
(Jo 12,32). Não é a conversão de todos que parece sera qui prometida?
Noutra passagem, encontramos uma profecia sobre a Igreja: «Todo o vale será
preenchido, toda a montanha e toda a colina serão baixadas, os lugares
acidentados serão aplanados e as escarpas transformadas em grandes vales»
(Is 40,4): haverá alguém que pareça aqui esquecido, que não seja aqui
designado como sujeito de Cristo? E que pensar quando lemos: «Toda a carne
virá prosternar-se diante da Minha face, para que Me adorem em Jerusalém,
diz o Senhor» (Is 66,23)? [...]


A expressão «povo de Deus» deve ser tomada em toda a sua plenitude. E, se
bem que a maioria dos homens recuse ou negligencie a graça do Salvador, é o
conjunto que é designado pelas palavras «eleitos» e «predestinados». [...]
O Apóstolo São Paulo também diz: «Nós proclamamos a Jesus Cristo
crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas
potência de Deus e sabedoria de Deus» (1Co 1,23-24). Cristo será «potência»
e «sabedoria» de Deus para os mesmos homens para os quais é «escândalo» e
«loucura»? De facto, porque alguns são salvos graças à sua fé, enquanto
outros são endurecidos na impiedade, o Apóstolo juntou os fiéis e os
infiéis sob o termo general de «chamados», mostrando assim que aqueles a
quem chamava pagãos se tornaram estranhos ao chamamento de Deus, apesar de
terem ouvido o Evangelho.




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quinta-feira, 29 de março de 2012

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 30 de Março de 2012
Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma

S. João Clímaco, religioso, +649,  S. Leonardo Murialdo, confessor, +1900,  Santa Irene, virgem (séc. IX)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurado João Paulo II : «Está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'»

Leituras

Jer. 20,10-13.


Disse Jeremias: «Eu ouvia invectivas da multidão: "Cerco de terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!" Os que eram meus amigos espiam agora os meus passos: «Se o enganarmos, triunfaremos dele, e dele nos vingaremos.»
O Senhor, porém, está comigo, como poderoso guerreiro. Por isso, os meus perseguidores serão esmagados e cobertos de confusão, porque não hão-de prevalecer. A sua ignomínia nunca se apagará da memória.
Mas Tu, Senhor do universo, examinas o justo, sondas os rins e os corações. Que eu possa contemplar a tua vingança contra eles, pois a ti confiei a minha causa!
Cantai ao Senhor, glorificai o Senhor, porque salvou a vida do pobre da mão dos malvados.


Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.


Eu te amo, ó Senhor, minha força.
minha fortaleza e protecção;

Meu Deus, abrigo em que me refugio,
meu escudo, o meu baluarte de defesa.
Invoquei o Senhor - louvado seja Ele -
e fiquei salvo dos meus inimigos.

Cercaram me as ondas da morte
e as vagas destruidoras encheram me de terror;
envolveram me os laços do Abismo
e lançaram me as suas redes fatais.

Na minha angústia invoquei o Senhor
e gritei pelo meu Deus.
Do seu santuário, Ele ouviu a minha voz;
o meu clamor chegou aos seus ouvidos.









João 10,31-42.


Naquele tempo, os judeus voltaram a pegar em pedras para  apedrejarem Jesus.
Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.»
Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'?
Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus e a Escritura não se pode pôr em dúvida
a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: 'Tu blasfemas', por Eu ter dito: 'Sou Filho de Deus'?
Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim;
mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.»
Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos.
Depois, Jesus voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar, e ali se demorou.
Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.»
E muitos ali creram nele.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Bem-aventurado João Paulo II
Audiência Geral 6/12/79

«Está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'»

«Deus disse: façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança» (Gn 1,26).
Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse
apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas, de uma maneira
particular, tirasse o homem do mistério do Seu próprio ser. E é
compreensível que assim fosse, porque não se tratava somente do ser, mas da
imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a
substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve
ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma
vida semelhante à de Deus. [...]


Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo
pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as
outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a
fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as
ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste
mundo, a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies.


Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas.
Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais
diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste
sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar
e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a
espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas
estas experiências da ciência e, ao dizer do homem que ele é «imagem de
Deus», faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não
deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem
assemelha-se mais a Deus que à natureza. É neste sentido que o salmo diz:
«Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus retomará.




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quarta-feira, 28 de março de 2012

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 29 de Março de 2012
Quinta-feira da 5ª da Quaresma

Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629,  Beata Joana Maria de Maillé, viúva, +1414,  S. José de Arimateia, séc. I



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cesário de Arles : «Abraão viu o Meu dia»

Leituras

Gén. 17,3-9.


Naqueles dias, Abrão prostrou-se com o rosto por terra e Deus disse-lhe:
«A aliança que faço contigo é esta: serás pai de inúmeros povos.
Já não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque Eu farei de ti o pai de inúmeros povos.
Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei que de ti nasçam povos e terás reis por descendentes.
Estabeleço a minha aliança contigo e com a tua posteridade, de geração em geração; será uma aliança perpétua, em virtude da qual Eu serei o teu Deus e da tua descendência.
Dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois de ti, o país em que resides como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei Deus para eles.»
Deus disse a Abraão: «Da tua parte, cumprirás a minha aliança, tu e a tua descendência, nas futuras gerações.


Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.


Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.
Recordai as maravilhas que Ele fez,
os seus prodígios e as sentenças da sua boca,  

Vós, descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu escolhido.
O Senhor, é o nosso Deus,
e governa sobre a terra.

Ele recordará sempre a sua aliança,
a promessa que jurou manter por mil gerações,  
o pacto que fez com Abraão
e aquele juramento que fez a Isaac.



  



João 8,51-59.


Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: se alguém observar a minha palavra, nunca morrerá.»
Disseram-lhe, então, os judeus: «Agora é que estamos certos de que tens demónio! Abraão morreu, os profetas também, e Tu dizes: 'Se alguém observar a minha palavra, nunca experimentará a morte'?
Porventura és Tu maior que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas morreram também! Afinal, quem é que Tu pretendes ser?»
Jesus respondeu: «Se Eu me glorificar a mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem me glorifica é o meu Pai, de quem dizeis: 'É o nosso Deus';
e, no entanto, não o conheceis. Eu é que o conheço; se dissesse que não o conhecia, seria como vós: um mentiroso. Mas Eu conheço-o e observo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.»
Disseram-lhe, então, os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: antes de Abraão existir, Eu sou!»
Então, agarraram em pedras para lhe atirarem. Mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Homilia 83

«Abraão viu o Meu dia»

Onde exactamente teve lugar o encontro [de Abraão e dos três visitantes]?
«Junto ao carvalho de Mambré», palavra que significa «visão» ou
«perspicácia». Vede bem em que sítios o Senhor combina os Seus encontros!
Pois não é verdade que as qualidades de perspicácia e clarividência de
Abraão agradaram ao Senhor? Não tinha ele a pureza de coração para lhe ser
possível ver a Deus? (cf. Mt 5,8). Em lugares assim, em corações assim,
pode bem o Senhor reunir os Seus convivas!


No Evangelho, o Senhor refere aos hebreus este encontro, ao dizer-lhes:
«Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou
feliz». «Viu-o», diz Ele, porque Abraão conseguiu reconhecer o Mistério da
Santíssima Trindade. Viu o Pai, o Filho e o Espírito Santo nos dias da sua
vida, e as três Pessoas no mesmo dia, uma vez que Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo são um só e o mesmo Deus. Com efeito, cada um deles é
Deus na totalidade, e todos juntos também. Não será, pois, difícil
discernir o Pai, o Filho e o Espírito Santo nas três medidas de farinha que
Sara foi buscar para eles, sendo que há nelas unidade de substância.


Podemos, no entanto, apresentar Sara a outra luz, como figura da Igreja:
neste caso, as três medidas de farinha seriam a fé, a esperança e a
caridade. Com efeito, estas virtudes são os frutos da Igreja universal, e
todos aqueles que as reunirem no coração podem ter a certeza de possuir
nele a Santíssima Trindade.




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terça-feira, 27 de março de 2012

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 28 de Março de 2012
Quarta-feira da 5ª semana da Quaresma

Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065,  ,  S. Sisto III, papa, +440



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cesário de Arles : Fazer as obras de Abraão

Leituras

Dan. 3,14-20.91-92.95.


Naqueles dias, Nabucodonosor, rei da Babilónia, disse aos três jovens israelitas: «Chadrac, Mechac e Abed-Nego, é verdade que rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração à estátua de ouro erigida por mim?
Pois bem! Estais dispostos, no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro instrumento musical, a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu fiz? Se não o fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E qual o deus que poderá libertar-vos da minha mão?»
Chadrac, Mechac e Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a pena responder-te a propósito disto.
Se isso assim é, o Deus que nós servimos pode livrar-nos da fornalha incandescente, e até mesmo, ó rei, da tua mão.
E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos teus deuses e que não adoramos a estátua de ouro que tu levantaste.»
Então explodiu a fúria de Nabucodonosor contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego; a expressão do seu rosto mudou e levantou a voz para mandar que se aquecesse a fornalha sete vezes mais que de costume.
Em seguida, ordenou aos soldados mais vigorosos do seu exército que amarrassem Chadrac, Mechac e Abed-Nego, a fim de os lançar na fornalha incandescente.
Então o rei Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo para os seus conselheiros: «Não foram três homens, atados de pés e mãos, que lançámos ao fogo?» Responderam eles ao rei: «Com certeza».
«Pois bem –replicou o rei – vejo quatro homens soltos, que passeiam no meio do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o aspecto de um filho de Deus.»
Nabucodonosor, tomando a palavra, disse: «Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego! Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes que prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não fosse o Deus deles.


Dan. 3,52.53.54.55.56.


«Bendito sejas, Senhor, Deus de nossos pais:
digno de louvor e glória eternamente!  
Bendito seja o teu nome santo e glorioso:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!  

Bendito sejas no templo da tua santa glória:
digno de supremo louvor e glória eternamente!  
Bendito sejas no teu trono real:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!  

Bendito sejas por penetrares os abismos,
sentado sobre os querubins:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no firmamento dos céus:
digno de supremo louvor e glória eternamente





João 8,31-42.


Naquele tempo, dizia Jesus aos judeus que n'Ele tinham acreditado: «Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discípulos,
conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.»
Replicaram-lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém! Como é que Tu dizes: 'Sereis livres'?»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é servo do pecado,
e o servo não fica na família para sempre; o filho é que fica para sempre.
Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.
Eu sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque não aderis à minha palavra.
Eu comunico o que vi junto do Pai, e vós fazeis o que ouvistes ao vosso pai.»
Eles replicaram-lhe: «O nosso pai é Abraão!» Jesus disse-lhes: «Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão!
Agora, porém, vós pretendeis matar-me, a mim, um homem que vos comunicou a verdade que recebi de Deus. Isso não o fez Abraão!
Vós fazeis as obras do vosso pai.» Eles disseram-lhe, então: «Nós não nascemos da prostituição. Temos um só Pai, que é Deus.»
Disse-lhes Jesus: «Se Deus fosse vosso Pai, ter-me-íeis amor, pois é de Deus que Eu saí e vim. Não vim de mim próprio, mas foi Ele que me enviou.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Homilia 83

Fazer as obras de Abraão

Em Mambré, três homens aproximam-se de Abraão e colocam-se de pé junto dele
(Gn 18). Imaginai a cena: estes homens apresentam-se acima dele, não à face
dele. Abraão submeteu-se à vontade de Deus, o que fica expresso pelo facto
de Deus Se apresentar num nível superior ao dele. Portanto, Eles não se
apresentam [...] diante dele para o humilhar, mas acima dele, para o
proteger. Abraão acolhe os três homens e serve-lhes três medidas de pão.
Que explicação dar a isto, meus irmãos, se não a de que ele reconhece o
mistério da Trindade? Também lhes leva um vitelo que não é duro, mas «dos
mais tenros e gordos». Para ser assim tão bom, assim tão tenro, não pode
senão tratar-se d'Aquele que Se humilhou por nós até à morte, Cristo. É
mesmo Ele, o vitelo gordo que o Pai imola para celebrar o regresso do filho
pródigo arrependido (cf. Lc 15,23): «Porque, tanto amou Deus o mundo que
lhe deu o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16).


Abraão vai, portanto, ao encontro dos três homens, mas Aquele que ele adora
é único. [...] Como já disse, aqui discernimos o mistério da Trindade; se
ele se prostrou em adoração, como se, diante dele, estivesse apenas uma
pessoa, foi porque sabia que Deus é único em três pessoas. Dirige-se apenas
a uma pessoa, ao dizer: «Peço-te que não passes adiante, sem parar em casa
do Teu servo» (v. 3); mas acrescenta, deixando que se pense que se dirige a
várias pessoas: «Permite que se traga um pouco de água para Vos lavar os
pés» (v. 4).


Que o bem-aventurado Abraão vos sirva de exemplo, irmãos, para receberdes
os vossos hóspedes com amabilidade, e lhes lavardes os pés com humildade e
respeito. [...] Não negligencieis este propósito, irmãos, vós que não
quereis mostrar-vos hospitaleiros, vós que recebeis o vosso hóspede como a
um inimigo. De facto, devido à sua hospitalidade, o bem-aventurado Abraão
mereceu receber Deus em pessoa, recebendo estes três homens. Cristo também
confirma este propósito, dizendo no Evangelho: «Era peregrino e vós Me
recolhestes» (Mt 25,35). Não negligencieis, pois, os viajantes, não seja
que vos recuseis a receber o próprio Deus.




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segunda-feira, 26 de março de 2012

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 27 de Março de 2012
Terça-feira da 5ª semana da Quaresma

S. João do Egipto, eremita, +374,  S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749,  Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326,  Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Máximo de Turim : «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do homem, então ficareis a saber que Eu sou»

Leituras

Núm. 21,4-9.


Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o mar Vermelho, contornando a terra de Edom.  
O povo falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do Egipto? Foi para morrer no deserto, onde não há pão nem água, estando enjoados com este pão levíssimo?»
Mas o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que mordiam o povo, e por isso morreu muita gente de Israel.
O povo foi ter com Moisés e disse-lhe: «Pecámos ao protestarmos contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as serpentes.» E Moisés intercedeu pelo povo.
O Senhor disse a Moisés: «Faz para ti uma serpente abrasadora e coloca-a num poste. Sucederá que todo aquele que tiver sido mordido, se olhar para ela, ficará vivo.»
Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, vivia.


Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.


Senhor, escuta a minha oração
e chegue junto de ti o meu clamor!
Não me ocultes o teu rosto
no dia da aflição.
Inclina para mim o teu ouvido;
no dia em que te invocar,
responde-me sem demora

Os povos honrarão, Senhor, o teu nome,
e todos os reis da terra, a tua majestade.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória, 
há-de voltar-se para a oração do indigente
e não desprezará as suas súplicas.

Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras,
e os que hão-de nascer louvarão o Senhor.  
Senhor observa do alto do seu santuário;
lá do céu, Ele olha para a terra,
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.  








João 8,21-30.


Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: «Eu vou-me embora: vós haveis de procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não podereis ir para onde Eu vou.»
Então, os judeus comentavam: «Será que Ele se vai suicidar, dado que está a dizer: 'Vós não podeis ir para onde Eu vou'?»
Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois deste mundo; Eu não sou deste mundo.
Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se não crerdes que Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus: «Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer!
Tenho muitas coisas que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que falo ao mundo é do que ouvi àquele que me enviou, e que é verdadeiro.»
Eles não perceberam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes, pois, Jesus: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço sempre aquilo que lhe agrada.»
Quando expunha estas coisas, muitos creram nele.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão CC 57; PL 57, 339

«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do homem, então ficareis a saber que Eu sou»

Cristo nosso Senhor foi crucificado para libertar a humanidade do naufrágio
deste mundo [...]. No Antigo Testamento, Moisés tinha erigido, no meio dos
hebreus que morriam, uma serpente de bronze amarrada a uma estaca, instando
o povo a pôr a sua esperança de cura neste sinal (Nm 21,6 s), do qual
retirou remédio de tal poder contra as picadas das serpentes, que o ferido,
voltando-se para a serpente em cruz, se enchia de esperança e recuperava
rapidamente a saúde. O Senhor não deixa de recordar este episódio no
Evangelho quando diz: «Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto,
assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto» (Jo
3,14). [...]


A serpente é pois a primeira a ser crucificada, e é-o por Moisés. É justo
que assim seja, já que o diabo foi o primeiro a pecar aos olhos do Senhor
(Gn 3). [...] Ela é crucificada numa vara, o que é justo, dado que o homem
foi enganado por via da árvore do desejo; doravante, é salvo por uma vara
pregada a outra árvore. [...] Depois da serpente, foi o homem que foi
crucificado no Salvador, sem dúvida para punir, não só o responsável, mas
também o crime. A primeira cruz vinga a serpente, a segunda o seu veneno
[...]: o veneno que a sua persuasão incutiu no homem foi rejeitado e
sanado. [...] Eis o que o Senhor fez com a Sua natureza humana: Ele o
inocente, sofreu; n'Ele a desobediência, causada pela famosa mentira do
diabo, foi corrigida; libertado da sua culpa, o homem foi libertado da
morte.


Uma vez que temos como Senhor aquele Jesus que nos libertou pela Sua
Paixão, mantenhamos permanentemente os olhos fixos n'Ele, na esperança de
encontrarmos neste sinal a cura para as nossas feridas. Se o veneno da
avareza se espalhou dentro de nós, olhemos para a cruz, ela nos livrará; se
o desejo, esse escorpião, nos corrói, imploremos-lhe e ela curar-nos-á; se
as mordeduras dos pensamentos deste mundo nos dilaceraram, oremos e
viveremos. Estas são as serpentes espirituais da nossa alma: o Senhor foi
crucificado para as espezinhar. Ele mesmo diz: «Olhai que vos dou poder
para pisar aos pés serpentes e escorpiões, nada vos poderá causar dano» (Lc
10,9).




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domingo, 25 de março de 2012

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 26 de Março de 2012
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidad

Anunciação do Senhor (ofício próprio)
Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?,  S. Ludgero, bispo, +809,  S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Ivo de Chartres : «Nada é impossível para Deus»

Leituras

Is. 7,10-14.8.10.


Naqueles dias, o Senhor mandou dizer ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede ao SENHOR teu Deus um sinal, quer no fundo dos abismos, quer lá no alto dos céus.»
Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o SENHOR.»
Isaías respondeu: «Escuta, pois, casa de David: Não vos basta já ser molestos para os homens, senão que também ousais sê-lo para o meu Deus?
Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel.
Assim como é verdade que a capital da Síria é Damasco, e que o chefe de Damasco é Recin;
O SENHOR mandou dizer de novo a Acaz:


Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.


Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou!"


"No Livro da Lei está escrito
aquilo que devo fazer.  
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a tua lei está dentro do meu coração."

Não escondi a tua justiça no fundo do coração;  
proclamei a tua fidelidade e a tua salvação.
Não ocultei à grande assembleia
a tua bondade e a tua verdade.






Heb. 10,4-10.


Irmãos: Uma vez que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes apague os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: Tu não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-me um corpo.
Não te agradaram holocaustos nem sacrifícios pelos pecados.
Então, Eu disse: Eis que venho – como está escrito no livro a meu respeito – para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Disse primeiro: Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e holocaustos pelos pecados – e, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei.
Disse em seguida: Eis que venho para fazer a tua vontade. Suprime, assim, o primeiro culto, para instaurar o segundo.
E foi por essa vontade que nós fomos santificados, pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.


Lucas 1,26-38.


Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.»
Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação.
Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus.
Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David,
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»
Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?»
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus.
Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril,
porque nada é impossível a Deus.»
Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.


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Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Ivo de Chartres (c. 1040-1116), bispo
Discurso 15, PL 162, 583

«Nada é impossível para Deus»

Hoje celebramos a admirável concepção de Jesus pela Virgem. Celebramos o
início de nossa redenção e anunciamos o plano de Deus, formado com bondade
e poder. Pois se o Senhor do universo tivesse vindo à procura de Seus
servos em fuga para os julgar e não para lhes mostrar a Sua bondade, jamais
Se teria revestido com este frágil invólucro de pó (Gn 2:7) no qual sofreu
connosco e por nós.


Para os gentios, isto parece, segundo as palavras de São Paulo, escândalo e
loucura (1 Cor 1,23.25), porque eles se baseiam na vã filosofia e formam
juízos sobre o Criador segundo as leis da criação. Pois haverá maior obra
de poder que uma Virgem conceber, contra as leis da natureza? E, depois de
ter tomado a nossa condição humana, reconduzir uma natureza mortal à glória
da imortalidade, passando através da morte? É por isso que o apóstolo diz:
«o que é tido como fraqueza de Deus é mais forte que os homens» (v. 25)
[...]


Hoje, o ventre da Virgem é a porta do céu, pela qual Deus desce até os
homens para os fazer ascender ao céu.




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sábado, 24 de março de 2012

Profecia do Dia

Domingo, dia 25 de Março de 2012
5º Domingo da Quaresma - Ano B

Quinto Domingo da Quaresma (semana I do saltério)
S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Proclo de Constantinopla : «Queremos ver Jesus»

Leituras

Jer. 31,31-34.


Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor.
Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, embora Eu fosse o seu Deus – oráculo do Senhor.
Esta será a Aliança que estabelecerei, depois desses dias, com a casa de Israel – oráculo do Senhor: Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Ninguém ensinará mais o seu próximo ou o seu irmão, dizendo: 'Aprende a conhecer o Senhor!' Pois todos me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, porque a todos perdoarei as suas faltas, e não mais lembrarei os seus pecados» – oráculo do Senhor.


Salmos 51(50),3-4.12-13.14-15.


Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro;
renova e dá firmeza ao meu espírito.

Não me afastes da tua presença,
nem me prives do teu santo espírito!
Dá-me de novo a alegria da tua salvação
e sustenta-me com um espírito generoso.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos
e os pecadores hão de voltar para ti.



Heb. 5,7-9.


Nos dias da sua vida terrena, Cristo apresentou orações e súplicas Àquele que o podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna,


João 12,20-33.


Naquele tempo, entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos.
Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!»
Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem.
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna.
Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim!
Pai, manifesta a tua glória!» Veio, então, uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!»
Entre as pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!»
Jesus respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós.
Agora é o julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado fora.
E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a mim.»
Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.


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Comentário ao Evangelho do dia feito por

Proclo de Constantinopla (c. 390-446), bispo
Sermão para o Domingo de Ramos; PG 65, 772

«Queremos ver Jesus»

Em Jerusalém, a multidão gritava: «Hosana nas alturas. Bendito seja Aquele
que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel» (cf Mc 11,10). E é acertado que
se diga «Aquele que vem» porque Ele vem incessantemente, nunca nos falta:
«O Senhor está perto de todos os que O invocam com sinceridade. Bendito
seja o que vem em nome do Senhor» (Sl 144,18; 117,26). O Rei doce e
pacífico está à nossa porta. [...] Os soldados na terra, os anjos nos céus,
os mortais e os imortais [...] gritavam: «Bendito seja Aquele que vem em
nome do Senhor, o Rei de Israel». Mas os fariseus punham-se à parte (Jo
12,19) e os sacerdotes estavam ultrajados. As vozes que cantavam louvores a
Deus ecoavam sem cessar: a criação estava feliz. [...]


Foi por isso que, naquele dia, alguns gregos, levados por aquela magnífica
aclamação a honrar Deus com fervor, se aproximaram de um apóstolo chamado
Filipe e lhe disseram: «Queremos ver Jesus». Reparai: é toda a multidão que
desempenha o papel de arauto e incita os gregos a converterem-se. De
imediato, dois deles dirigem-se aos apóstolos de Cristo: «Queremos ver
Jesus». Estes pagãos imitam Zaqueu; não sobem para um sicómoro [para ver
jesus] mas apressam-se a elevar-se no conhecimento de Deus (Lc 19,3).
«Queremos ver Jesus»: não tanto para contemplar o Seu rosto, mas para
carregar a Sua cruz. Porque Jesus, ao ver o desejo deles, anunciou sem
rodeios aos que ali se encontravam: «Chegou a hora de se revelar a glória
do Filho do Homem», chamando glória à conversão dos pagãos.


E deu à cruz o nome de «glória». Porque desde esse dia até hoje a cruz é
glorificada; com efeito, é a cruz que ainda hoje consagra os reis, adorna
os padres, protege as virgens, dá força aos ascetas, reforça os elos dos
esposos, dá ânimo às viúvas. É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os
povos, guarda o deserto, abre o paraíso.




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sexta-feira, 23 de março de 2012

Profecia do Dia

Sabado, dia 24 de Março de 2012
Sábado da 4ª semana da Quaresma

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801,  Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurado Tito Brandsma : «Será que também vós ficastes seduzidos?»

Leituras

Jer. 11,18-20.


Quando o Senhor me instruiu, eu entendi. E então vi com clareza o seu proceder para comigo.
E eu, como manso cordeiro conduzido ao matadouro, ignorava as maquinações tramadas contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor; arranquemo-la da terra dos vivos, que o seu nome caia no esquecimento.»
Mas o Senhor do universo, justo juiz, sonda os rins e o coração. Que eu seja testemunha da tua vingança sobre eles, pois a ti confio a minha causa.


Salmos 7,2-3.9bc-10.11-12.


Senhor, meu Deus, a ti me confio;
livra-me de todos os que me perseguem e salva-me.
Que não me arrebatem como o leão
e me dilacerem, sem que ninguém me valha.

Julga-me Senhor, segundo o meu direito
e segundo a minha inocência.

Acaba com a malícia dos ímpios; fortalece os que são justos,
Tu, que perscrutas o íntimo dos corações, ó Deus de justiça!

A minha protecção está em Deus,
que salva os de coração sincero.
Deus é um justo juiz,
que, a todo o momento, pode castigar.



João 7,40-53.


Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão: «Ele é realmente o Profeta.»
Diziam outros: «É o Messias.» Outros, porém, replicavam: «Mas pode lá ser que o Messias venha da Galileia?!
Não diz a Escritura que o Messias vem da descendência de David e da cidade de Belém, donde era David?»
Deste modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por sua causa.
Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão.
Depois os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: «Porque é que não o trouxestes?»
Os guardas responderam: «Nunca nenhum homem falou assim!»
Replicaram-lhes os fariseus: «Será que também vós ficastes seduzidos?
Porventura acreditou nele algum dos chefes, ou dos fariseus?
Mas essa multidão, que não conhece a Lei, é gente maldita!»
Nicodemos, aquele que antes fora ter com Jesus e que era um deles, disse-lhes:
«Porventura permite a nossa Lei julgar um homem, sem antes o ouvir e sem averiguar o que ele anda a fazer?»
Responderam-lhe eles: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia não sairá nenhum profeta.»
E cada um foi para sua casa.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Bem-aventurado Tito Brandsma, carmelita holandês, mártir (1881-1942)
Convite ao heroísmo na fé e no amor

«Será que também vós ficastes seduzidos?»

Vivemos num mundo em que o próprio amor está condenado: chamam-lhe
fraqueza, algo a superar. Há quem diga: «O amor não tem importância, o que
temos de desenvolver é a força; que todos se tornem tão fortes quanto
possível; e que o fraco pereça!» Dizem ainda que a religião cristão, com os
seus sermões sobre o amor, é uma coisa do passado. [...] Passa-se deste
modo: eles dirigem-se a nós com essas doutrinas e até encontram pessoas que
as adoptam com muito gosto. O amor é desconhecido: «O Amor não é amado»
dizia São Francisco de Assis; e, séculos mais tarde em Florença, Santa
Maria Madalena de Pazzi fazia soar os sinos do seu carmelo para que o mundo
soubesse como o Amor é belo! Também eu gostaria de fazer soar os sinos para
dizer ao mundo como é belo amar!


O neo-paganismo [do nazismo] pode repudiar o amor ; a História ensina-nos
que, apesar de tudo, venceremos esse neo-paganismo através do amor. Nós não
abandonaremos o amor. O amor far-nos-á reconquistar os corações desses
pagãos. A natureza é mais forte do que a filosofia. Ainda que uma filosofia
condene e rejeite o amor e o apelide de fraqueza, o testemunho vivo do amor
renovará sempre o seu poder para conquistar e cativar os corações dos
homens.




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quinta-feira, 22 de março de 2012

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 23 de Março de 2012
Sexta-feira da 4ª semana da Quaresma

S. Turíbio de Mogrovejo, bispo, +1606,  Beato Marcos de Montegalo, presbítero, +1496



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurado João Paulo II : «Sabeis quem Eu sou ? E sabeis de onde venho?»

Leituras

Sab. 2,1a.12-22.


Dizem os ímpios, pensando erradamente: «
Armemos laços ao justo porque nos incomoda, e se opõe à nossa forma de actuar. Censura-nos as transgressões da Lei, acusa-nos de sermos infiéis à nossa educação.
Ele afirma ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor!
Ele tornou-se uma viva censura para os nossos pensamentos; só o acto de o vermos nos incomoda,
pois a sua vida não é semelhante à dos outros e os seus caminhos são muito diferentes.
Ele considera-nos como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de imundícies. Declara feliz a sorte final do justo e gloria-se de ter a Deus por pai.
Vejamos, pois, se as suas palavras são verdadeiras, e que lhe acontecerá no fim da vida.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus há-de ampará-lo e tirá-lo das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para avaliar da sua paciência e comprovar a sua resistência.
Condenemo-lo a uma morte infame, pois, segundo ele diz, Deus o protegerá.»
Estes são os seus pensamentos, mas enganam-se porque os cega a sua malícia.
Ignoram os desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no prémio reservado às almas simples.


Salmos 34(33),17-18.19-20.21.23.


A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.

Muitas são as tribulações do justo,
mas o Senhor o livra de todas elas.
Ele guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
O Senhor resgata a vida dos seus servos;
os que nele confiam não serão condenados.



João 7,1-2.10.25-30.


Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, visto que os judeus procuravam matá-lo.
Estava próxima a festa judaica das Tendas.
Contudo, depois de os seus irmãos partirem para a festa, Ele partiu também, não publicamente, mas quase em segredo.
Então, alguns de Jerusalém comentavam: «Não é este a quem procuravam, para o matar?
Vede como Ele fala livremente e ninguém lhe diz nada! Será que realmente as autoridades se convenceram de que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos donde Ele é, ao passo que, quando chegar o Messias, ninguém saberá donde vem.»
Entretanto, Jesus, ensinando no templo, bradava: «Então sabeis quem Eu sou e sabeis donde venho?! Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou, e que vós não conheceis.
Eu é que o conheço, porque procedo dele e foi Ele que me enviou.»
Procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão, pois a sua hora ainda não tinha chegado.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Bem-aventurado João Paulo II
Encíclica «Dives in Misericordia» § 8

«Sabeis quem Eu sou ? E sabeis de onde venho?»

O mistério pascal é Cristo no topo da revelação do insondável mistério de
Deus. É então que se cumprem plenamente as palavras proferidas no Cenáculo:
«Quem Me viu, viu o Pai» (Jo 14,9). Com efeito, Cristo, que o Pai «não
poupou» (Rm 8,32) a favor do homem e que, na sua Paixão e no suplício da
cruz não foi alvo da misericórdia humana, revelou na Sua ressurreição a
plenitude do amor que o Pai tem por Ele e, através d'Ele, por todos os
homens. «Não é Deus de mortos mas de vivos» (Mc 12,27).


Na Sua ressurreição, Cristo revelou o Deus do amor misericordioso,
precisamente porque aceitou a cruz como caminho para a ressurreição. E é
por isso que, quando evocamos a cruz de Cristo, a Sua Paixão e a Sua morte,
a nossa fé e a nossa esperança se fixam no Ressuscitado: em Cristo que, «na
tarde desse dia, o primeiro da semana [...], veio pôr-Se no meio dos
discípulos» no Cenáculo onde «eles se encontravam [...], soprou sobre eles
e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão
retidos» (Jo 20,19ss).


Eis que o Filho de Deus, na Sua ressurreição, teve a experiência radical da
misericórdia, isto é, do amor do Pai, mais forte do que a morte. E é também
o mesmo Cristo que [...] Se revela como fonte inesgotável da misericórdia,
do amor [...] mais forte do que o pecado.




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Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 22 de Março de 2012
Quinta-feira da 4ª da Quaresma

Santa Catarina de Génova, viúva, +1510,  S. Zacarias, papa, +752,  S. Saturnino, bispo e mártir, séc. III



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Alexandria : «Se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito»

Leituras

Ex. 32,7-14.


Naqueles dias, O Senhor falou a Moisés dizendo: «Vai, desce, porque o teu povo, aquele que tiraste do Egipto, está pervertido.
Desviaram-se bem depressa do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: «Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egipto.»
O Senhor prosseguiu: «Vejo bem que este povo é um povo de cerviz dura.
Agora, deixa-me; a minha cólera vai inflamar-se contra eles e destruí-los-ei. Mas farei de ti uma grande nação.»
Moisés implorou ao Senhor, seu Deus, dizendo-lhe: «Porquê, Senhor, a tua cólera se inflamará contra o teu povo, que fizeste sair do Egipto com tão grande poder e com mão tão poderosa?
Não é conveniente que se possa dizer no Egipto: 'Foi com má intenção que Ele os fez sair, foi para os matar nas montanhas e suprimi-los da face da Terra!' Não te deixes dominar pela cólera e abandona a decisão de fazer mal a este povo.
Recorda-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, aos quais juraste por ti mesmo: tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e concederei à vossa posteridade esta terra de que falei, e eles hão-de recebê-la como herança eterna.»
E o Senhor arrependeu-se das ameaças que proferira contra o seu povo.


Salmos 106(105),19-20.21-22.23.


Fizeram um bezerro de ouro no Horeb
e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram assim o seu Deus glorioso
pela figura de um animal que come feno.
Esqueceram a Deus, que os salvara,  
que realizara prodígios no Egipto,  

maravilhas na terra de Cam,
feitos gloriosos no Mar dos Juncos.  
Deus decidiu aniquilá-los.
Moisés, porém, seu escolhido,
intercedeu junto dele,
para acalmar a sua ira destruidora.  



João 5,31-47.


Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Se Eu testemunhasse a favor de mim próprio, o meu testemunho não teria valor;
há outro que testemunha em favor de mim, e Eu sei que o seu testemunho, favorável a mim, é verdadeiro.
Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.
Não é, porém, de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para vos salvardes.
João era uma lâmpada ardente e luminosa, e vós, por um instante, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas tenho a meu favor um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai me confiou para levar a cabo, essas mesmas obras que Eu faço, dão testemunho de que o Pai me enviou.
E o Pai que me enviou mantém o seu testemunho a meu favor. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu rosto,
nem a sua palavra permanece em vós, visto não crerdes neste que Ele enviou.
Investigai as Escrituras, dado que julgais ter nelas a vida eterna: são elas que dão testemunho a meu favor.
Vós, porém, não quereis vir a mim, para terdes a vida!
Eu não ando à procura de receber glória dos homens;
a vós já vos conheço, e sei que não há em vós o amor de Deus.
Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome, a esse já o receberíeis.
Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?
Não penseis que Eu vos vou acusar diante do Pai; há quem vos acuse: é Moisés, em quem continuais a pôr a vossa esperança.
De facto, se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em mim, porque ele escreveu a meu respeito.
Mas, se vós não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de João, III, 3

«Se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito»

Moisés disse: «O Senhor, teu Deus, suscitará em teu favor um profeta saído
das tuas fileiras, um dos teus irmãos, como eu: é a ele que escutarás» (Dt
18,15). O próprio Moisés explica [...] o que acabou de anunciar: «Foi o que
pediste ao Senhor teu Deus no monte Horeb, no dia da Assembleia, quando Lhe
disseste: 'Não quero mais ouvir a voz do Senhor, meu Deus, nem tornar a ver
mais este fogo intenso, pois tenho medo de morrer'» (v. 16).


Moisés afirma veementemente que lhe foi então atribuído um papel de
mediador, uma vez que a assembleia dos judeus ainda estava incapaz de
contemplar as realidades que a excediam: uma visão de Deus extraordinária e
aterradora para os olhos, sons de trompeta estranhos e intoleráveis para os
ouvidos (Ex 19,16). O povo tinha, portanto, a prudência de renunciar ao que
excedia as suas forças, e a mediação de Moisés auxiliava a fraqueza dos
homens da sua geração: ele estava encarregado de transmitir os mandamentos
divinos ao povo reunido.


Mas se procurares descobrir sob este símbolo a realidade prefigurada,
compreenderás que ela visa Cristo, «Mediador entre Deus e os homens» (1Tim
2,5): é Ele que, com a Sua voz humana, voz recebida quando nasceu para nós
de uma mulher, transmite aos corações dóceis a vontade sublime de Deus Pai,
que é Ele o único a conhecer enquanto Filho de Deus e Sabedoria de Deus,
«perscrutando tudo, mesmo as profundezas de Deus» (1Cor 2,10). Não podíamos
atingir com os nossos olhos de carne a glória inexprimível, pura e nua,
d'Aquele que está para lá de tudo – «o homem não pode ver o Meu rosto,
disse Deus, e ficar vivo» (Ex 33,20). Por isso, o Verbo, o Filho único de
Deus, devia amoldar-Se à nossa fraqueza revestindo um corpo humano [...]
segundo o desígnio redentor, para nos revelar a vontade de Deus Pai, como
Ele próprio disse: «tudo o que ouvi de Meu Pai vo-lo dei a conhecer» (Jo
15,15), e ainda: «não falei por Mim mesmo; o Pai, que Me enviou, foi Quem
determinou o que devo dizer e anunciar» (Jo 12,49).




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terça-feira, 20 de março de 2012

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 21 de Março de 2012
Quarta-feira da 4ª semana da Quaresma

S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487,  Trânsito de S. Bento



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo : «Os que estão nos túmulos hão-de ouvir a Sua voz»: «Lázaro, vem cá para fora!» (Jo 11,43)

Leituras

Is. 49,8-15.


Assim fala o Senhor: «Eu respondi-te no tempo da graça, e socorri-te no dia da salvação. Defendi-te e designei-te como aliança do povo, para restaurares o país e repartires as heranças devastadas,
para dizeres aos prisioneiros: 'Saí da prisão!' E aos que estão nas trevas: 'Vinde à luz!' Ao longo dos caminhos encontrarão que comer, e em todas as dunas arranjarão alimento.
Não padecerão fome nem sede, e não os molestará o vento quente nem o sol, porque o que tem compaixão deles os guiará, e os conduzirá em direcção às fontes.
Transformarei os meus montes em caminhos planos, e as minhas estradas serão alteadas.
Vede como eles chegam de longe! Uns vêm do Norte e do Poente, e outros, da terra de Siene.»
Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Prorrompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o SENHOR consola o seu povo, e se compadece dos desamparados.
Sião dizia: «O SENHOR abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.»
Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.


Salmos 145(144),8-9.13cd-14.17-18.


O Senhor é clemente e compassivo,  
é paciente e cheio de bondade.  
o Senhor é bom para com todos  
e a sua mesiricórdia se estende a todas as suas obras.   

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor  ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos.


O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e misericordioso em todas as suas obras.  
O Senhor está perto de todos os que O invocam,
dos que O invocam sinceramente.  



João 5,17-30.


Naquela tempo, disse Jesus aos judeus: «Meu Pai trabalha intensamente, e Eu também trabalho em todo o tempo.»
Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho.
De facto, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há-de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados.
Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer.
O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão,
pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo;
e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem.
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz,
e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação.
Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 53; PL 52, 375; CCL 241, 498

«Os que estão nos túmulos hão-de ouvir a Sua voz»: «Lázaro, vem cá para fora!» (Jo 11,43)

O Senhor tinha ressuscitado a filha de Jairo mas, numa altura em que o
cadáver ainda estava quente, a morte ainda só tinha feito metade da sua
obra (cf. Mt 9,18ss). [...] Ressuscitou também o filho único duma mãe, mas
detendo a padiola antes de esta chegar à tumba [...], antes que esse morto
entrasse completamente na lei da morte (cf. Lc 7,11s). Mas o que se passa
com Lázaro é único [...]: Lázaro, em quem todo o poder da morte já se tinha
concretizado e em quem resplandeceu igualmente a imagem completa da
ressurreição. [...] Com efeito, Cristo ressuscitou ao terceiro dia porque
era o Senhor; Lázaro, que era servo, foi chamado à vida ao quarto dia.
[...]


O Senhor dizia e repetia aos Seus discípulos: «Vamos subir a Jerusalém e o
Filho do Homem vai ser entregue aos sumos-sacerdotes e aos doutores da Lei,
que O vão condenar à morte. Hão-de entregá-Lo aos pagãos, que O vão
escarnecer, açoitar e crucificar» (Mt 20,18ss). E, dizendo isto, via-os
indecisos, tristes, inconsoláveis. Ele sabia que eles tinham de ficar
subjugados ao peso da Paixão, até que nada das suas vidas subsistisse, nada
da sua fé, nada da sua luz pessoal, mas que, pelo contrário, os seus
corações ficariam obscurecidos pela noite quase total da falta de fé. Foi
por isso que fez com que a morte de Lázaro se prolongasse por quatro dias.
[...] Daí que o Senhor tenha dito aos Seus discípulos: «Lázaro morreu; e
Eu, por amor de vós, estou contente por não ter estado lá» (Jo 11,14-15)
[...] «para, assim, poderdes crer». A morte de Lázaro foi, portanto,
necessária, para que, com Lázaro, a fé dos Seus discípulos também se
elevasse da tumba.


«Por não ter estado lá». E haveria algum lugar onde Cristo não estivesse?
[...] Cristo Deus estava lá, meus irmãos, mas Cristo homem não estava.
Quando Lázaro morreu, Cristo Deus estava lá, mas, agora, Cristo vinha para
junto do morto, uma vez que Cristo Senhor ia entrar na morte: «É na morte,
no túmulo, nos infernos, é aí que todo o poder da morte tem de ser abatido,
por Mim e pela Minha morte».




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segunda-feira, 19 de março de 2012

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 20 de Março de 2012
Terça-feira da 4ª semana da Quaresma

S. Martinho de Braga, bispo, +580,  Santa Eufémia, virgem e mártir, +300,  Santa Cláudia, mártir, +304



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Máximo de Turim : «Queres ficar são?»: a Quaresma conduz os catecúmenos às águas do baptismo

Leituras

Ezeq. 47,1-9.12.


Naqueles dias, o anjo reconduziu-me à entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea, em direcção ao oriente, porque o templo estava voltado para oriente. A água brotava da parte de baixo do lado direito do templo, a sul do altar.
Fez-me sair pelo pórtico setentrional e contornar o templo por fora, até ao pórtico exterior oriental; vi rebentar a água do lado direito.
O homem avançou para oriente com o cordel que tinha na mão, e mediu mil côvados; depois fez-me atravessar a água; ela chegava-me até aos tornozelos.
Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; ela chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; chegava-me aos quadris.
Mediu ainda mil côvados; era uma torrente que eu não conseguia atravessar, porque a água era tão profunda que era necessário nadar. Efectivamente, era uma torrente que não se podia atravessar.
E Ele disse-me: "Viste, filho de homem?" E levou-me até à beira da torrente.
Quando aí cheguei, eis que havia à beira da torrente grande quantidade de árvores, em cada uma das margens.
Ele disse-me: "Esta água corre para o território oriental, desce para a Arabá e dirige-se para o mar; quando chegar ao mar, as suas águas tornar-se-ão salubres.
Por onde quer que a torrente passar, todo o ser vivo que se move viverá. O peixe será muito abundante, porque aonde quer que esta água chegar, tornar-se-á salubre; e a vida desenvolver-se-á por toda a parte aonde ela chegar.
Ao longo da torrente, nas suas margens, crescerá toda a sorte de árvores frutíferas, cuja folhagem não murchará e cujos frutos nunca cessam: produzirão todos os meses frutos novos, porque esta água vem do Santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas, de remédio."


Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9.


Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
ajuda permanente nos momentos de angústia.
Por isso, não temos medo, mesmo que a terra trema,
mesmo que as montanhas se afundem no mar;

Um rio, com os seus canais, alegra a cidade de Deus,
a mais santa entre as moradas do Altíssimo.

Deus está no meio dela, não pode vacilar;
Deus irá em seu auxílio, ao romper do dia.

O Senhor do universo está connosco!
O Deus de Jacob é a nossa fortaleza!
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que Ele realizou na terra.



João 5,1-16.


Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém.
Em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, há uma piscina, em hebraico chamada Betzatá. Tem cinco pórticos,
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos.

Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e oito anos.
Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo assim, disse-lhe:«Queres ficar são?»
Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda.»
E, no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou na enxerga e começou a andar. Ora, aquele dia era de sábado.
Por isso os judeus diziam ao que tinha sido curado: «É sábado e não te é permitido transportar a enxerga.»
Ele respondeu-lhes: «Quem me curou é que me disse: 'Toma a tua enxerga e anda'.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem é esse homem que te disse: 'Toma a tua enxerga e anda'?»
Mas o que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus se tinha afastado da multidão ali reunida.
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Vê lá: ficaste curado. Não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior.»
O homem foi-se embora e comunicou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado.
E foi por isto, por Jesus realizar tais coisas em dia de sábado, que os judeus começaram a persegui-lo.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Máximo de Turim (? - c. 420), bispo
Sermão da Quaresma

«Queres ficar são?»: a Quaresma conduz os catecúmenos às águas do baptismo

Caríssimos irmãos, o número quarenta possui um valor simbólico, ligado ao
mistério da nossa salvação. Com efeito, assim que a maldade dos homens
invadiu, nos primeiros tempos, a superfície da terra, Deus fez cair do céu
a chuva durante quarenta dias e inundou a terra inteira com as águas do
dilúvio (Gn 7). A partir dessa altura, estava lançada simbolicamente a
história da nossa salvação: as águas da chuva caíram durante quarenta dias
para purificar o mundo. Agora, durante os quarenta dias da Quaresma, é
oferecida aos homens a misericórdia, para que se purifiquem [...]


Assim, o dilúvio é figura do baptismo; o que então se verificou ainda hoje
se cumpre [...] e, quando o pecado do mundo desapareceu no fundo do abismo,
a santidade pôde elevar-se até ao céu. Assim ainda hoje acontece na Igreja
de Cristo: [...] levada pelas águas do baptismo, também ela se ergue até ao
céu; são submersas as superstições e as idolatrias e sobre a terra se
espalha a fé, resplandecente como a arca do Salvador. [...] É verdade que
somos pecadores e que o mundo será um dia destruído; só escaparão à ruína
aqueles que a arca albergar no seu interior. Esta arca é a Igreja [...] e
nós vo-lo anunciamos: o mundo não escapará ao naufrágio. Por isso vos
exortamos, irmãos, a todos vós, a que tomeis refúgio nesse santuário.




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domingo, 18 de março de 2012

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 19 de Março de 2012
S. JOSÉ, esposo da Virgem Santa Maria, padroeiro da Igreja universal - solenidade

S. José, esposo da Virgem Maria, Solenidade (ofício próprio)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Claude la Colombière : «Não temas receber Maria, tua esposa»

Leituras

2 Sam. 7,4-5a.12-14a.16.


Naqueles dias, o Senhor falou a Natan, dizendo:  
«Vai dizer ao meu servo David: Diz o Senhor: "És tu que me vais construir uma casa para Eu habitar?
Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, manterei depois de ti a descendência que nascerá de ti e consolidarei o seu reino.
Ele construirá um templo ao meu nome, e Eu firmarei para sempre o seu trono régio.
Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, hei-de corrigi-lo com varas e com açoites, como fazem os homens,
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre".»


Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.


Hei de cantar para sempre o amor do Senhor;
a todas as gerações anunciarei a sua fidelidade.
Proclamarei que o teu amor é para sempre,
e que a tua fidelidade é eterna como o céu.
"Fiz uma aliança com o meu eleito,
jurei a David, meu servo:

'Estabelecerei a tua descendência para sempre
e o teu trono há-de manter-se eternamente'."
Ele me invocará, dizendo: 'Tu és meu pai,
és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!'
Hei-de assegurar lhe para sempre o meu favor
e a minha aliança com ele há-de manter-se firme.



Romanos 4,13.16-18.22.


Irmãos: Não foi em virtude da Lei, mas da justiça obtida pela fé que a Abraão, ou à sua descendência, foi feita a promessa de que havia de receber o mundo em herança.
Por isso, é da fé que depende a herança. Só assim é que esta é gratuita, de tal modo que a promessa se mantém válida para todos os descendentes: não apenas para aqueles que o são em virtude da Lei, mas também para os que o são em virtude da fé de Abraão, pai de todos nós,
conforme o que está escrito: Fiz de ti o pai de muitos povos. Pai diante daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe.
Foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou e assim se tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito: Assim será a tua descendência.
Esta foi exactamente a razão pela qual isso lhe foi atribuído à conta de justiça.


Mateus 1,16.18-21.24a.


Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.
José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Claude la Colombière (1641-1682), jesuíta
1º Panegírico de São José

«Não temas receber Maria, tua esposa»

Sabemos muito pouco da vida de S. José. O Evangelho não relata mais do que
dois ou três factos; e um autor antigo observou que não se encontra nele
nenhuma palavra sua. Talvez que [...] o Espírito Santo quisesse com isso
assinalar o silêncio e a humildade de São José, o seu amor pela solidão e a
vida escondida. Seja como for, perdemos muito com isso. Se o Senhor tivesse
permitido que soubéssemos detalhes da vida deste grande santo, com certeza
que se teriam encontrado belos exemplos, belas regras, sobretudo para quem
vive no estado de casado. [...]


Toda a vida de São José se pode dividir em duas partes: a primeira é a que
precedeu o seu casamento; a segunda é a que se lhe segue. Não sabemos
absolutamente nada da primeira e da segunda sabemos muito pouco. Afirmo no
entanto que ambas foram muito santas: a primeira porque foi coroada por
casamento tão vantajoso; a segunda foi ainda mais santa porque toda ela se
passou neste casamento. [...]


Que proveito deve São José ter tirado dos muitos anos de diálogo que
manteve quase continuamente com a Santa Virgem! [...] Não tenho qualquer
dúvida de que o próprio silêncio de Maria foi extremamente edificante e de
que só olhar para ela era suficiente para ele se sentir levado a amar Deus
e a desprezar tudo o resto. Mas quais não seriam os discursos de uma alma
onde o Santo Espírito habitava, onde Deus tinha derramado uma plenitude de
graças, que Lhe tinha mais amor que todos os serafins juntos! Que fogo não
sairia desta boca quando ela se abria para exprimir os sentimentos do seu
coração! Que frialdades, que gelos este fogo não teria dissipado! E que
efeito não teria ele tido em José, que já tinha uma tão grande disposição a
ser inflamado! [...] Este grande fogo, capaz de abrasar toda a terra, teve
só o coração de José para acalorar e consumir durante muitos anos. [...] Se
Ela acreditou que o coração de São José era uma parte do seu, que cuidados
não terá tido em o inflamar do amor de Deus!




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