sábado, 17 de março de 2012

Profecia do Dia

Domingo, dia 18 de Março de 2012
4º Domingo da Quaresma - Ano B

Quarto Domingo da Quaresma (semana IV do saltério)
S. Cirilo de Jerusalém, bispo, Doutor da Igreja, +386,  Santo Eduardo, rei de Inglaterra, mártir, +978



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI] : «Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna»

Leituras

2 Crónicas 36,14-16.19-23.


Naqueles dias, todos os príncipes dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém.
O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua própria morada.
Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra o seu povo.
Os caldeus incendiaram o templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém. Lançaram fogo aos seus palácios e destruíram todos os objectos preciosos.
O rei dos caldeus deportou para Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada; e foram escravos deles e de seus filhos, até que se estabeleceu o reino dos persas.
Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até que se completaram setenta anos».
No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar, em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação:
«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se a caminho e que Deus esteja com ele».


Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.


Junto aos rios da Babilónia
nos sentámos a chorar,
recordando-nos de Sião.  
Nos salgueiros das suas margens,
pendurámos as nossas harpas.  
Os que nos levaram para ali cativos
pediam-nos um cântico;
e os nossos opressores, uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião.»  

Como poderíamos nós
cantar um cântico do Senhor,
estando numa terra estranha?
Se me esquecer de ti, Jerusalém,
fique ressequida a minha mão direita!  
Pegue-se-me a língua ao paladar,
se eu não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a minha suprema alegria!  



Efésios 2,4-10.


Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou,
precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo – é pela graça que vós estais salvos –
com Ele nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo.
Pela bondade que tem para connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária riqueza da sua graça.
Porque é pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus;
não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos.


João 3,14-21.


Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto,
a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Sermões para a Quaresma de 1981

«Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna»

«Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus: Ele, que
é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus,
mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-Se
semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-Se, identificado como homem,
rebaixou-Se a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus O elevou acima de tudo e Lhe concedeu o nome que
está acima de todo o nome» (Fl 2,5-9). [...] Este texto, de uma riqueza
extraordinária, faz claramente alusão à primeira queda [...]. Jesus Cristo
trilha os passos de Adão. Contrariamente a Adão, Ele é verdadeiramente
«como Deus» (cf. Gn 3,5). Mas ser como Deus, ser igual a Deus, é «ser
Filho» e, portanto, relação total: «o Filho, por Si mesmo, não pode fazer
nada» (Jo 5,19). Por isso, Aquele que é verdadeiramente igual a Deus não Se
agarra à Sua própria autonomia, ao carácter ilimitado do Seu poder e do Seu
querer. Porque percorre o caminho inverso, torna-Se o dependente-mor,
torna-Se o servo. Porque não segue o caminho do poder, mas o do amor, pode
humilhar-Se até à mentira de Adão, até à morte e, então aí, erigir a
verdade, dar a vida.


Assim, Cristo torna-Se o novo Adão por Quem a vida toma um novo rumo [...]
A Cruz, lugar da Sua obediência, torna-se a verdadeira árvore da vida.
Cristo torna-Se a imagem oposta à serpente, tal como diz João no seu
evangelho. Dessa árvore não vem a palavra da tentação, mas a palavra do
amor salvador, a palavra da obediência, pela qual o próprio Deus Se faz
obediente e nos oferece assim a Sua obediência como campo da liberdade. A
cruz é a árvore da vida que de novo se torna acessível. Na Paixão, Cristo
afastou, por assim dizer, a espada flamejante (Gn 3, 24), atravessou o fogo
e levantou a cruz como verdadeiro eixo do mundo, sobre o qual o mundo se
reergue. Por isso a eucaristia, enquanto presença da cruz, é a árvore da
vida que está sempre no meio de nós e nos convida a receber os frutos da
vida verdadeira.




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