quinta-feira, 12 de abril de 2012

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 13 de Abril de 2012
6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Martinho I, papa, +656,  Santo Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI : «De futuro, serás pescador de homens»

Leituras

Actos 4,1-12.


Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»


Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.


Louvai o Senhor, porque Ele é bom,
porque o seu amor é eterno.
O Senhor é o meu refúgio e a minha força;
Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos:

Digam os que crêem no Senhor:
«O seu amor é eterno.»
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornopu-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.










João 21,1-14.


Naquele tempo, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Papa Bento XVI
Homília da missa inaugural do pontificado, 24/04/05

«De futuro, serás pescador de homens»

A chamada de Pedro para ser pastor (Jo 21,15-17) [...] acontece depois de
uma pesca abundante: depois de uma noite durante a qual tinham lançado as
redes sem pescar nada, os discípulos vêem na margem do lago o Senhor
Ressuscitado. Ele ordena-lhes que voltem a pescar mais uma vez e eis que a
rede se enche tanto, que eles não conseguem tirá-la para fora da água:
cento e cinquenta e três peixes grandes. «E apesar de serem tantos, a rede
não se rompeu» (Jo 21,11).


Esta narração do final do caminho terreno de Jesus com os Seus discípulos
corresponde a uma narração do início: também então os discípulos não tinham
pescado nada durante toda a noite; também então Jesus tinha convidado Simão
a fazer-se ao largo mais uma vez. E Simão, que ainda não era chamado Pedro,
deu esta admirável resposta: Mestre, porque Tu o dizes, lançarei as redes!
E eis que Jesus lhe confere a sua missão: «Não tenhas receio; de futuro,
serás pescador de homens» (Lc 5,1-11).


Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao
largo no mar da história e que lancem as redes, para conquistar os homens
para o Evangelho, para Deus, para Cristo, para a vida. Os Padres dedicaram
um comentário muito particular a esta tarefa. Dizem eles: para o peixe,
criado para a água, é mortal ser tirado para fora do mar; ele é privado do
seu elemento vital para servir de alimento ao homem. Mas na missão do
pescador de homens acontece o contrário: nós, homens, vivemos alienados nas
águas salgadas do sofrimento e da morte, num mar de obscuridade sem luz; a
rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao
esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na
missão de pescador de homens, no seguimento de Cristo: é necessário
conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações, rumo à
terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para
mostrar Deus aos homens.




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Este é o dia que o Senhor fez

Naquele belo poema que ouvimos na vigília pascal, o autor do livro do Génesis recorda-nos a obra da Criação e acaba-o contemplando: «Assim foram terminados os céus e a terra… No sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho por Ele realizado» (Gn 2, 1-2). É o shabbat, o dia do Senhor, o dia em que, segundo a antiga Lei, ninguém deveria trabalhar, «nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escravo… nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas» (Dt 5,14). Todos somos chamados a parar, diante das maravilhas da obra do Senhor Deus.

E eis que Deus decide fazer novas todas as coisas (cf. Is 65,17). Na sua bondade infinita, na sua misericórdia, perante o homem infiel e esmagado pelos seus pecados, Deus decide enviar o Seu Filho, o Verbo eterno, Jesus, Filho do homem e Filho de Deus, encarnado, morto e ressuscitado por nós e para nossa salvação. É um novo “primeiro dia”, em que Deus diz outra vez «Faça-se luz!» (Gn 1,3), não a luz que destruiu o caos inicial mas a luz sem fim, a luz que brilhará para sempre (cf. Ap 21,23). É a nova Criação que se inicia.

«Este é o dia que o Senhor fez», diz o Salmo 118 (Sl 118-117,24) que cantamos ao longo de toda a semana pascal. Contudo, nesta nova Criação, nós não somos apenas a mais bela manifestação do poder do Criador («Deus viu que era muito bom», Gn 1,31), mas fazemos parte do projeto. «Corpo de Cristo» (1 Co 12,27), «mortos e ressuscitados» com Cristo (cf. Rm 6,4), somos também atores desta salvação universal.

A liturgia oferece-nos cinquenta dias “dos nossos” para contemplarmos este “dia do Senhor”, para meditarmos e vivermos esta pertença – cinquenta dias de Páscoa! Animemo-nos uns aos outros para encontrarmos a nossa resposta pessoal a viver este apelo de anunciarmos a luz da Ressurreição, de nos tornarmos caminho de paz e de salvação para todos os homens e mulheres «por Deus amados» (cf. Lc 2,14).

Com os votos de um tempo pascal muito fecundo,

a equipa de Evangelizo em língua portuguesa