domingo, 31 de março de 2013

Santa Páscoa

EVANGELHO QUOTIDIANO

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www.evangelhoquotidiano.org

 

«Senhor, a quem iríamos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6, 68

 

Queridos assinantes

A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio eterno de Deus: pela sua morte, Cristo liberta-nos do pecado; pela sua ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida. A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção (CIC, §638, 653-655).

Recordemos a homilia do nosso Santo Padre Francisco no passado dia 14 de março :

«Tenhamos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado». E assim, poderemos ir mais longe.

 

Querido assinantes, desejamos-vos santas festas pascais…

 

… e é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda). Esperamos anunciar-vos em breve a abertura de novas versões do Evangelho Quotidiano.

 

Com toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na caminhada para o Pai,

a equipa do Evangelho Quotidiano em língua portuguesa

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 01 de Abril de 2013
2ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo Hugo de Grenoble, bispo, +1152



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo : «Ide anunciar aos Meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão»

Leituras

Actos 2,14.22-33.


No dia de Pentecostes, Pedro de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: 'Eu via constantemente o Senhor diante de mim, porque Ele está à minha direita, a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou; e até a minha carne repousará na esperança,
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos, nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua presença.'
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado, e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo por estas palavras: 'Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição.'
Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.


Salmos 16(15),5.8-11.


Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas tuas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,  
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso, o meu coração se alegra
e a minha alma exulta  
e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos,
nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.

Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na tua presença,
e de delícias eternas, à tua direita.


Mateus 28,8-15.


Naquele tempo, Maria Madalena, e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a dar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido!
Eles reuniram-se com os anciãos; e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados,
recomendando-lhes: «Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.'
E, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.»
Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 76, 2-3; CCL 24A, 465-467

«Ide anunciar aos Meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão»

O anjo tinha dito às mulheres: «Ele ressuscitou dos mortos  e vai à vossa
frente para a Galileia. Lá O vereis» (Mt 28,7). Ao dizer isto, não era a
Maria Madalena e à outra Maria que o anjo se dirigia mas, nestas duas
mulheres, era a Igreja que ele enviava em missão, era a Esposa que o anjo
enviava ao encontro do Esposo.


Enquanto elas se afastam, o Senhor vem ao seu encontro e saúda-as, dizendo:
«Salve!» [...] Ele dissera aos discípulos: «Não vos detenhais a saudar
ninguém pelo caminho» (Lc 10,4); nesse caso, como pode ir ao encontro
destas mulheres e cumprimentá-las tão jubilosamente? Ele não espera que O
reconheçam, não procura ser identificado, não Se presta a que Lhe façam
perguntas, mas apressa-Se, cheio de ímpeto, a ir ao encontro delas. [...]
Eis o que faz a força do amor; ele é mais forte do que tudo, passa por cima
de tudo. Ao saudar a Igreja, é a Si mesmo que Cristo saúda, pois fê-la Sua,
ela tornou-se Sua carne, ela tornou-se o Seu corpo, como atesta o apóstolo
Paulo: «É Ele a cabeça do Corpo, que é a Igreja» (Col 1,18). Sim, é de
facto a Igreja, em toda a sua plenitude, que aquelas duas mulheres
personificam. [...]


Quando Ele encontra estas mulheres, elas estão já num estádio de maturidade
da fé: dominaram as próprias fragilidades, e concentram-se no mistério,
procurando o Senhor com todo o fervor da sua fé. Por isso, merecem que o
Senhor Se lhes ofereça quando vai ao seu encontro e lhes diz: «Salve!» O
Senhor não só consente em que O toquem, mas que O agarrem à medida do amor
que Lhe têm. [...] Tais mulheres são, na Igreja, o modelo dos mensageiros
da Boa Nova.




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sábado, 30 de março de 2013

Profecia do Dia

Domingo, dia 31 de Março de 2013
DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Santa Balbina, virgem, mártir (+132),  Santo Amós, profeta,  Santo Acácio, bispo, +250,  S. Guido, Leigo, Peregrino, séc. X e XI



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beato John Henry Newman : Eis o dia

Leituras

Actos 10,34a.37-43.


Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:«
Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:
como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele.
E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele, que mataram, suspendendo-o de um madeiro,
Deus ressuscitou-o, ao terceiro dia, e permitiu-lhe manifestar-se,
não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois da sua ressurreição dos mortos.
E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído, por Deus, juiz dos vivos e dos mortos.
É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.»


Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.


Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.  
Diga a casa de israel:
é eterna asua misericórdia.

A direita do Senhor é exaltada,
a direita do Senhor opera maravilhas!
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram,
tornou-se pedra angular.
Isto se fez por obra do Senhor,
e é um prodígio dos nossos olhos.



Coloss. 3,1-4.


Irmãos: Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra.
Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória.


João 20,1-9.


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «The Difficulty of Realizing Sacred Privileges», PPS, t. 6, n°8

Eis o dia

«O Senhor actuou neste dia, cantemos e alegremo-nos nele» (Sl 117,24).
[...] Enquanto cristãos, nascemos para o Reino de Deus desde a mais tenra
infância [...]; porém, embora tenhamos consciência desta verdade e
acreditemos totalmente nela, temos muita dificuldade em captar este
privilégio e levamos muitos anos a compreendê-lo. E é evidente que ninguém
o compreende totalmente. [...] E mesmo neste grande dia, neste dia entre os
dias, em que Cristo ressuscitou dos mortos [...], estamos como crianças,
[...] sem olhos para ver nem coração para compreender quem somos
verdadeiramente. [...]


Eis o dia de Páscoa — repitamo-lo uma vez e outra, com profundo respeito e
uma grande alegria. Como as crianças dizem «Chegou a primavera» ou «Olha o
mar», para tentarem captar a ideia [...], digamos nós também «Eis o dia
entre os dias, o dia régio (Ap 1,10 grego), o dia do Senhor. Eis o dia em
que Cristo ressuscitou dos mortos, o dia que nos traz a salvação.» Este é o
dia que nos torna maiores do que podemos compreender. É o dia do nosso
repouso, o nosso verdadeiro sabbat; Cristo entrou no Seu repouso (Heb 4), e
nós com Ele. Este dia conduz-nos, em prefiguração, através do túmulo e das
portas da morte, até ao tempo do repouso no seio de Abraão (Act 3,20; Lc
16,22).


Estamos cansados da fadiga, da morosidade, da lassidão, da tristeza e do
remorso. Estamos cansados deste mundo sofrido. Estamos cansados dos seus
barulhos e da sua algazarra; a sua melhor música mais não é que ruído. Mas
agora reina o silêncio, e é um silêncio que fala [...]: tal é doravante a
nossa beatitude. Começam os dias calmos e serenos, onde Cristo Se faz ouvir
com a Sua «voz doce e tranquila» (1R 19,12), porque o mundo já não fala.
Despojemo-nos do mundo e revistamo-nos de Cristo (Ef 4,22; Rm 13,14). [...]
E que, despojando-nos assim, nos vistamos de coisas invisíveis e
imperecíveis! Que cresçamos em graça e no conhecimento do nosso Senhor e
Salvador, estação após estação, ano após ano, até que Ele nos leve Consigo
[...] para o Reino de Seu Pai e nosso Pai, do Seu Deus e nosso Deus (Jo
20,17).




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sexta-feira, 29 de março de 2013

Profecia do Dia

Sabado, dia 30 de Março de 2013
VIGILIA PASCAL

S. João Clímaco, religioso, +649,  S. Leonardo Murialdo, confessor, +1900,  Santa Irene, virgem (séc. IX)



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bento XVI : «A luz brilha nas trevas» (Jo 1,5)

Leituras

Gén. 1,1-31.2,1-2.


No princípio, quando Deus criou os céus e a terra,
a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.
Deus disse: «Faça-se a luz.» E a luz foi feita.
Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas.
Deus chamou dia à luz, e às trevas, noite. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia.
Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas, para as manter separadas umas das outras.» E assim aconteceu.
Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam por cima do firmamento.
Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus, num único lugar, a fim de aparecer a terra seca.» E assim aconteceu.
Deus chamou terra à parte sólida, e mar, ao conjunto das águas. E Deus viu que isto era bom.
Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies, e contendo semente.» E assim aconteceu.
A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie, e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom.
Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus, para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos;
servirão também de luzeiros no firmamento dos céus, para iluminarem a Terra.» E assim aconteceu.
Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; fez também as estrelas.
Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra,
para presidirem ao dia e à noite, e para separarem a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom.
Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos, e que por cima da terra voem aves, sob o firmamento dos céus.»
Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom.
Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre a terra.»
Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.
Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies.» E assim aconteceu.
Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies. E Deus viu que isto era bom.
Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.»
Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher.
Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»
Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra, assim como todas as árvores de fruto com semente, para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» E assim aconteceu.
Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Foram assim terminados os céus e a Terra e todo o seu conjunto.
Concluída, no sétimo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado.


Salmos 104(103),1-2.5-6.10.12-14.24.35.


Bendiz, ó minha alma, o Senhor!
Senhor, meu Deus, como Tu és grande!
Estás revestido de esplendor e majestade!
Estás envolto num manto de luz
e estendeste os céus como um véu.

Fundaste a terra sobre bases sólidas,
ela mantém-se inabalável para sempre.
Tu a cobriste com o manto do abismo
e as águas cobriram as montanhas.

Transformas as fontes em rios,
que serpenteiam entre as montanhas.
Os pássaros do céu vêm morar nas suas margens;
ali chilreiam entre a folhagem.

Das tuas altas moradas regas as montanhas;
com a bênção da chuva sacias a terra.
Fazes germinar a erva para o gado
e as plantas úteis para o homem,
para que da terra possa tirar o seu alimento:

Senhor, como são grandes as tuas obras!
Todas elas são fruto da tua sabedoria!
A terra está cheia das tuas criaturas!
Desapareçam da terra os pecadores!
Os ímpios deixem de existir!
Bendiz, ó minha alma, o Senhor! Aleluia!



Romanos 6,3-11.


Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre; e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.


Lucas 24,1-12.


No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado.
Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro
e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes.
Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: «Porque buscais o Vivente entre os mortos?
Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galileia,
dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia.»
Recordaram-se, então, das suas palavras.
Voltando do sepulcro, foram contar tudo isto aos Onze e a todos os restantes.
Eram elas Maria de Magdala, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas diziam isto aos Apóstolos;
mas as suas palavras pareceram-lhes um desvario, e eles não acreditaram nelas.
Pedro, no entanto, pôs-se a caminho e correu ao sepulcro. Debruçando-se, apenas viu as ligaduras e voltou para casa, admirado com o sucedido.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia de 7/4/2012 [da Vigília Pascal] (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«A luz brilha nas trevas» (Jo 1,5)

Na Vigília Pascal, a Igreja fixa as suas atenções sobretudo na primeira
frase da narração da Criação: «Deus disse: "Faça-se a luz"!» (Gn 1, 3).
Emblematicamente, a narração da Criação começa pela criação da luz. [...] O
facto de Deus ter criado a luz significa que criou o mundo como espaço de
conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem
e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom. E o mal não
vem do ser que é criado por Deus, mas existe só em virtude da sua negação.
É o «não».


Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente:
«Faça-se a luz!». Antes tinham vindo a noite do Monte das Oliveiras, o
eclipse solar da paixão e morte de Jesus, a noite do sepulcro. Mas, agora,
é de novo o primeiro dia; a criação recomeça, inteiramente nova. «Faça-se a
luz!», disse Deus. «E a luz foi feita». Jesus ressuscita do sepulcro. A
vida é mais forte do que a morte. O bem é mais forte do que o mal. O amor é
mais forte do que o ódio. A verdade é mais forte do que a mentira. A
escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus
ressuscita do sepulcro e Se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus.


Isto, porém, não se refere somente a Ele, nem se refere apenas à escuridão
daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente
criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da
Ressurreição, e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus,
que vale para todos nós. Mas como pode isto acontecer? Como é possível tudo
isto chegar até nós, de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se
torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Baptismo e
da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, uma ponte pela
qual o novo dia nos alcança. No Baptismo, o Senhor diz a quem o recebe:
Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega
também a nós. Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás
sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira.




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quinta-feira, 28 de março de 2013

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 29 de Março de 2013
6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Santo Eustáquio (ou Eustásio), monge, +629,  Beata Joana Maria de Maillé, viúva, +1414,  S. José de Arimateia, séc. I



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Germano de Constantinopla : O trono da cruz

Leituras

Is. 52,13-15.53,1-12.


Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos, ao verem coisas inenarráveis, e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR?
O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum, nem praticado qualquer fraude.
Mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento, para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias, e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos, porque carregou com o crime deles.
Por isso, ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos, porque ele próprio entregou a sua vida à morte, e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos, e sofreu pelos culpados.


Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.


Em Vós, Senhor, me refúgio; não seja eu confundido para sempre!
Livrai-me pela vossa justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.
Tornei-me objecto de opóbrio para todos os meus inimigos,
especialmente para os meus vizinhos;
objecto de terror para os meus conhecidos;
fogem de mim os que me vêem na rua.

Caí no esquecimento dos corações como um morto:
fui (rejeitado) como um vaso abandonado.
Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: «Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.»

Brilhe sobre o teu servo a luz da tua face;
salva-me pela tua misericórdia.»
Sede corajosos e valentes no vosso coração,
todos quantos esperais no Senhor.


Heb. 4,14-16.5,7-9.


Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos, então, com grande confiança, do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna,


João 18,1-40.19,1-42.


Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas, então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!»
Jesus replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora.»
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então, o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás, porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto, Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro.
Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido, porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque me bates?»
Então, Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto, Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe, então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus de novo; e nesse instante cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus,
em cumprimento do que Jesus tinha dito, quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo.
Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.»
Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque disse ser Filho de Deus.»
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe, então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado.»
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César.»
Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.
Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então, os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Germano de Constantinopla (?-733), bispo
In Domini corporis supulturam; PG 98, 251-260

O trono da cruz

«O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam
na região da sombra da morte resplandeceu a luz» (Is 9,1), a luz da
redenção. Vendo a morte que o tiranizava, ferindo-o de morte, este povo
regressa das trevas para a luz; da morte, passa para a vida.


A madeira da cruz sustenta Aquele que fez o universo. Sofrendo a morte pela
minha vida, Aquele que conduz o universo é fixado à madeira como um morto;
Aquele que infunde a vida aos mortos rende a vida sobre o madeiro. A cruz
não O envergonha; antes, qual troféu, demonstra a Sua vitória total. Ele
senta-Se como justo juiz no trono da cruz. A coroa de espinhos que usa na
fronte confirma a Sua vitória: «Tende confiança, Eu venci o mundo e o
príncipe deste mundo, suportando o pecado do mundo» (Jo 16,33; 1,29).


Que a cruz é um triunfo, as próprias pedras o proclamam (cf Lc 19,40),
essas pedras do Calvário onde Adão, nosso primeiro pai, foi enterrado,
segundo uma antiga tradição dos padres. «Adão, onde estás?» (Gn 3,9), grita
de novo Cristo na cruz. «Vim procurar-te e, para poder encontrar-te,
estendi as mãos sobre a cruz. De mãos estendidas, volto-Me para o Pai para
dar graças por te ter encontrado, depois volto-as para ti para te beijar.
Não vim para julgar o teu pecado, mas salvar-te pelo amor que tenho aos
homens (cf Jo 3,17). Não vim amaldiçoar-te pela tua desobediência, mas
abençoar-te pela Minha obediência. Cobrir-te-ei com as Minhas asas,
encontrarás refúgio à Minha sombra, a Minha fidelidade te cobrirá com o
escudo da cruz e não temerás os terrores da noite (Sl 90,1-5), porque verás
o dia sem declínio (Sb 7,10). Vou buscar a tua vida, escondida nas trevas e
na sombra da morte (Lc 1,79). E não descansarei até que, humilhado e
descido aos infernos para te procurar, te tenha reconduzido ao céu.»




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quarta-feira, 27 de março de 2013

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 28 de Março de 2013
5ª FEIRA SANTA (Missa Vespertina na Ceia do Senhor)

Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065,  S. Gontrão, rei e confessor, +514,  S. Sisto III, papa, +440



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Teresinha do Menino Jesus : «Isto é o Meu corpo, que é para vós» (1Co 11,24)

Leituras

Ex. 12,1-8.11-14.


Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano, e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês, e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés, e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite, e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais, e contra todos os deuses do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo; e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio, quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.


Salmos 116(115),12ab-13ab.15ab-16ab.17ab-18ab.


Como retribuirei ao SENHOR todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação
invocando o nome do Senhor.
É preciosa aos olhos do Senhor

a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva.
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,

invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei com as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o seu povo.


1 Cor. 11,23-26.


Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.


João 13,1-15.


Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois, a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?»
Jesus respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.»
Disse-lhe, então, Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem, porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Oração para obter humildade

«Isto é o Meu corpo, que é para vós» (1Co 11,24)

Ó Jesus, quando ereis peregrino nesta terra (Heb 11,13) dissestes:
«Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis
descanso para o vosso espírito» (Mt 11,29). Oh poderoso monarca dos céus,
sim, a minha alma encontra repouso ao ver-Vos revestido da forma e da
natureza de um escravo (Fl 2,7), baixar-Vos ao ponto de lavardes os pés aos
apóstolos. Lembro-me então das palavras que haveis pronunciado para me
ensinar a praticar a humildade: «Dei-vos o exemplo para que, assim como Eu
fiz, vós façais também. [...] Não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o
enviado mais do que aquele que o envia. Uma vez que sabeis isto, sereis
felizes se o puserdes em prática». Senhor, eu entendo essas palavras saídas
do Vosso coração manso e humilde; quero praticá-las, com a ajuda da Vossa
graça. [...]


Ninguém, oh meu bem-amado, tinha direitos sobre Vós e, no entanto, haveis
obedecido, não somente à Virgem Santa e a São José, mas também aos Vossos
algozes. Agora é na hóstia que Vos vejo, cúmulo da Vossa aniquilação. Que
grande humildade, oh divino Rei da Glória, submeter-Vos a todos os Vossos
sacerdotes sem fazer distinção entre os que Vos amam e os que são,
infelizmente, tíbios ou frios no Vosso serviço. Ao seu chamamento, Vós
desceis do céu. [...] Oh, meu Bem-Amado, que manso e humilde de coração me
pareceis sob o véu da branca hóstia! Para me ensinar a humildade não
poderíeis baixar-Vos mais. [...]


Mas, Senhor, a minha fraqueza é por Vós conhecida; todas as manhãs tomo a
resolução de praticar a humildade e à noite reconheço que ainda cometi
muitas faltas por orgulho. Tendo isto em vista, sou tentada a desanimar;
mas, sei-o bem, o desânimo também é orgulho. Assim sendo, quero, ó meu
Deus, fundamentar apenas em Vós a minha esperança; uma vez que tudo podeis,
dignai-Vos fazer nascer na minha alma a virtude que desejo. Para obter essa
graça da Vossa infinita misericórdia vou repetir-Vos muitas vezes: «Ó
Jesus, manso e humilde de coração, tornai o meu coração semelhante ao
Vosso!»




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terça-feira, 26 de março de 2013

Profecia do Dia

Quarta-feira, dia 27 de Março de 2013
4a-FEIRA DA SEMANA SANTA

S. João do Egipto, eremita, +374,  S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749,  Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326,  Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santa Catarina de Sena : O desespero de Judas

Leituras

Is. 50,4-9a.


«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados, como roupa velha, roída pela traça.»


Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.


Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.

Porque o zelo da vossa casa me consumiu,
e os insultos daqueles que vos ultrajam caíram sobre mim.
Esperei compaixão, mas em vão,
alguém que me consolasse,

mas não encontrei.
Por alimento servem-me veneno,
por bebida contra a minha sede dão-me vinagre.
Louvarei o vosso nome com cantares,
glorificar-vos-ei em acção de graças.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos
buscai o Senhor e o vosso coração reanimará.
O Senhor ouve o os pobres
e não despreza os cativos.



Mateus 26,14-25.


Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.'»
Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus.


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Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Diálogo, 37

O desespero de Judas

[«(Judas) foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos
sumos-sacerdotes e aos anciãos, dizendo: "Pequei, entregando sangue
inocente". Eles replicaram: "Que nos importa? Isso é lá contigo". Atirando
as moedas para o santuário, ele saiu e foi enforcar-se» (Mt 27,3-5).


Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] O pecado que não tem perdão, nem
neste mundo nem no outro, é o do homem que, desprezando a Minha
misericórdia, não quis ser perdoado. É isso que considero mais grave e foi
por isso que o desespero de Judas Me entristeceu mais e foi mais penoso
para o Meu Filho do que a sua traição. Os homens serão pois condenados por
esse falso juízo que os leva a crer que o seu pecado é maior que a Minha
misericórdia. [...] São condenados pela sua injustiça quando lamentam mais
a sua sorte do que a ofensa que Me fizeram.


Pois é então que eles são injustos: não Me dando o que Me pertence e não
dando a si próprios o que lhes pertence. A Mim é-Me devido o amor, o
arrependimento da falta e a contrição; é isso que devem oferecer-Me devido
às suas ofensas, mas fazem o contrário. Não têm amor nem compaixão a não
ser por si mesmos, uma vez que só sabem lamentar-se dos castigos que os
esperam. Vês, portanto, que cometem uma injustiça e é por isso que dão por
si duplamente punidos, por terem desprezado a Minha misericórdia.




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segunda-feira, 25 de março de 2013

Profecia do Dia

Terça-feira, dia 26 de Março de 2013
3a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?,  S. Ludgero, bispo, +809,  S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Francisco de Sales : «Não cantará o galo, antes de Me teres negado três vezes!»

Leituras

Is. 49,1-6.


«Terras de Além- Mar, escutai-me; prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR, e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno, para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob, e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob, e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»


Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.


Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.

Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.

Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.

A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude me ensinaste
e até hoje anunciei sempre os teus prodígios.



João 13,21-33.36-38.


Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa', ou que desse alguma coisa aos pobres.
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir', também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Obras Completas, vol. 10

«Não cantará o galo, antes de Me teres negado três vezes!»

São Pedro, Apóstolo, foi muito injusto para com o seu Senhor porque O
negou, jurando que não O conhecia e, não contente com isso, foi maldizente
e blasfemo, asseverando não saber Quem Ele era (Mt 26,69 ss). Este
incidente magistral partiu o coração de Nosso Senhor. Que fazeis e que
dizeis vós, pobre São Pedro? Não sabeis quem Ele é, não O conheceis?, vós
que fostes chamado pela Sua própria boca ao Apostolado e que haveis
confessado ser Ele o Filho do Deus vivo? (Mt 16,16) Ah, homem miserável,
como ousais dizer que não O conheceis? Não foi Ele Quem vos lavou outrora
os pés (Jo 13,6), Ele Quem vos alimentou com o Seu Corpo e o Seu Sangue?
[...]


Portanto, que ninguém presuma das suas boas obras e pense não ter nada a
temer, uma vez que São Pedro, que tantas graças recebeu, que prometeu
acompanhar Nosso Senhor até à prisão e até à morte, se prontificou a
negá-lo ao mais pequeno reparo duma criada.


Ao cantar do galo, São Pedro lembrou-se do que acabara de fazer e do que
lhe havia dito o seu Bom Senhor; então, reconhecendo a sua falta, saiu a
chorar tão amargamente que só por isso recebeu indulgência plenária e
remissão de todos os seus pecados. Bem-aventurado São Pedro, que através de
tal contrição recebestes o perdão de tão grande deslealdade [...] Bem sei
que foi o sagrado olhar de Nosso Senhor que lhe calou fundo no coração e
lhe abriu os olhos para reconhecer o seu pecado (Lc 22,61) [...], pois a
partir daí não deixou jamais de chorar, em especial sempre que ouvia o galo
cantar [...] Assim, de grande pecador tornou-se um grande santo.




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domingo, 24 de março de 2013

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 25 de Março de 2013
2a-FEIRA DA SEMANA SANTA

S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beato João Paulo II : «Uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço»

Leituras

Is. 42,1-7.


«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça.
Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará, nem desfalecerá, até estabelecer na terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus, que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes, e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações;
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros, e da prisão, os que vivem nas trevas.


Salmos 27(26),1.2.3.13-14.


O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Quando os malvados avançam contra mim,
para me devorar,
são eles, meus opressores e inimigos,
que resvalam e caem.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Creio, firmemente, vir a contemplar
a bondade do Senhor na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte,
tem coragem e confia no Senhor.



João 12,1-11.


Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?»
Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.
Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro,
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Exortação apostólica «Vita Consecrata», §§ 104-105 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço»

Diversos são aqueles que hoje se interrogam perplexos: Porquê a vida
consagrada? Porquê abraçar este género de vida, quando existem tantas
urgências [...] às quais se pode responder igualmente sem assumir os
compromissos peculiares da vida consagrada? A vida consagrada não será uma
espécie de desperdício de energias humanas que podiam ser utilizadas,
segundo critérios de eficiência, para um bem maior da humanidade e da
Igreja? [...] Sempre existiram interrogações semelhantes, como demonstra
eloquentemente o episódio evangélico da unção de Betânia: «Maria, tomando
uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e
enxugou-os com os cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume» (Jo
12,3). A Judas que, tomando como pretexto as necessidades dos pobres, se
lamentava por tão grande desperdício, Jesus respondeu: «Deixa-a fazer!» (Jo
12,7).Esta é a resposta, sempre válida, à pergunta que tantos, mesmo de boa
fé, colocam acerca da actualidade da vida consagrada: [...] «Deixa-a
fazer!»Para aqueles a quem foi concedido o dom de seguir mais de perto o
Senhor Jesus, é óbvio que Ele pode e deve ser amado com coração indiviso,
que se Lhe pode dedicar a vida toda e não apenas alguns gestos, alguns
momentos ou algumas actividades. O perfume de alto preço, derramado como
puro acto de amor e, por conseguinte, fora de qualquer consideração
utilitária, é sinal de uma superabundância de gratuidade, como a que
transparece numa vida gasta a amar e a servir o Senhor, a dedicar-se à Sua
Pessoa e ao Seu Corpo Místico. Mas é desta vida derramada sem reservas que
se difunde um perfume que enche toda a casa. A casa de Deus, a Igreja, é
adornada e enriquecida hoje, não menos que outrora, pela presença da vida
consagrada. [...] A vida consagrada é importante precisamente por ser
superabundância de gratuidade e de amor, o que se torna ainda mais
verdadeiro num mundo que se arrisca a ficar sufocado na vertigem do
efémero.




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sábado, 23 de março de 2013

Profecia do Dia

Domingo, dia 24 de Março de 2013
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano C

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801,  Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Alexandria : «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)

Leituras

Is. 50,4-7.


«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.


Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.


Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo."

Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.

Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!

Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!
És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-vos no meio da assembleia.



Filip. 2,6-11.


Cristo Jesus, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome,
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor!", para glória de Deus Pai.


Lucas 22,14-71.23,1-56.


Quando chegou a hora, Jesus sentou-se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes:
Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer,
pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.»
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.»
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.»
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue!»
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior.
Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores.
Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações,
e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor,
a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.»
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.»
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.»
Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.»
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito chega ao seu termo.»
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta!»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele.
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.»
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.»
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava.
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra.
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza.
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.»
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar.
Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o.
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»
Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe.
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles.
Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitandoo, disse: «Este também estava com Ele.»
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»
Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.»
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.»
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo.
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.»
E, vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no.
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?»
E proferiam muitos outros insultos contra Ele.
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal.
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis
e, se vos perguntar, não respondereis.
Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.»
Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis; Eu sou.»
Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.»
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos
e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias Rei.»
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes.»
Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.»
Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia até aqui.»
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou-se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com veemência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo,
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais.
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte.
Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.»
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso.
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade, e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!»
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o castigar.»
Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência.
Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele.
Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.'
Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas: 'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?»
E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»
Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.»
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde.
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!»
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado.
Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado.
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Homilia 13; PG 77, 1049

«Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)

Irmãos, celebremos hoje a vinda do nosso Rei, vamos ao Seu encontro, porque
Ele também é o nosso Deus. [...] Elevemos o coração até Deus, não apaguemos
o Espírito (1Ts 5,19), aprontemos alegremente as candeias (Mt 25,7),
mudemos as vestes da alma. Quais vencedores, peguemos em palmas e, quais
pessoas simples, aclamemo-Lo com o povo. Com as crianças, cantemos, com um
coração infantil: «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mt
21,15) [...] Hoje mesmo Ele entra em Jerusalém, de novo se prepara a cruz,
o documento de acusação de Adão foi abolido (Col 2,14); de novo se abre o
Paraíso, e o ladrão nele entra (Lc 23,43); de novo a Igreja está em festa.
[...]


Ele não vem acompanhado pelas forças invisíveis do céu e pelas legiões de
anjos; não está sentado num trono alto e sublime, protegido pelas asas dos
serafins, por um carro de fogo e por seres vives de múltiplos olhos, que
tudo fazem tremer com prodígios e com o som das trombetas (Ez 1,4ss). Ele
vem escondido na natureza humana. É uma exaltação de bondade, não de
justiça; de perdão, não de vingança. Ele não aparece na glória do Seu Pai
(Ex 19,16ss), mas na humildade da Sua mãe. Já outrora o profeta Zacarias
nos anunciara esta aparição; e convidava toda a criação ao júbilo [...]:
«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9) As mesmas palavras que o anjo
Gabriel pronunciara à Virgem: «Salve, ó cheia de graça» (Lc 1,28), e a
mesma mensagem que o Salvador anunciou às santas mulheres após a Sua
ressurreição : «Salve!» (Mt 28,9) [...]


«Exulta de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu Rei, ao teu encontro,
manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta». [...] Que significa
isto? Ele não não vem com pompa e esplendor, como é próprio dos reis. Vem
na condição de servo (Fl 2,7), de esposo cheio de ternura, de Cordeiro
dulcíssimo (Jo 1,29), fresco orvalho no Seu velo (Jz 6,36ss), ovelha que é
levada ao matadouro (Jr 11,19), manso cordeiro arrastado para o sacrifício
(Is 53,7). [...] Hoje, os filhos dos hebreus correm à Sua frente,
oferecendo ramos de oliveira Àquele que é misericordioso e, em júbilo,
recebem com palmas o Vencedor da morte. «Hossana! Bendito seja O que vem em
nome do Senhor!»




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sexta-feira, 22 de março de 2013

Profecia do Dia

Sabado, dia 23 de Março de 2013
Sábado da 5ª semana da Quaresma

S. Turíbio de Mogrovejo, bispo, +1606,  Beato Marcos de Montegalo, presbítero, +1496



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Leão Magno : «Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

Leituras

Ezeq. 37,21-28.


Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, por onde se dispersaram; vou reuni-los de toda a parte e reconduzi-los ao seu país.
Farei deles uma só nação na minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão divididos em dois reinos.
Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias, pelas quais pecaram, e os purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei e eles terão um só pastor; caminharão segundo os meus preceitos, observarão os meus mandamentos e os porão em prática.
Habitarão o país que Eu dei ao meu servo Jacob e no qual habitaram seus pais; aí ficarão eles, os seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. David, meu servo, será para sempre o seu chefe.
Farei com eles uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os estabelecerei e os multiplicarei; e colocarei o meu santuário no meio deles para sempre.
A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Então, reconhecerão as nações que Eu sou o SENHOR que santifica Israel, quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para sempre."


Jer. 31,10.11-12ab.13.


Como o pastor guarda o seu rebanho, assim nos guarda o Senhor.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'

Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião,
e afluirão aos bens do Senhor.  

Então, a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los, e aliviá-los das suas penas.




João 11,45-56.


Naquele tempo, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus fez, creram nele.
Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito.
Os sumos sacerdotes e os fari- seus convocaram então o Conselho e diziam: «Que havemos nós de fazer, dado que este homem realiza muitos sinais miraculosos?
Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar santo e a nossa nação.»
Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não entendeis nada,
nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo, e não pereça a nação inteira.»
Ora ele não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.
E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos.
Assim, a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte.
Por isso, Jesus já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.
Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele virá à Festa?»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Oitava homilia sobre a Paixão, 7; SC 74 bis

«Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

«Uma vez levantado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12,32). Admirável
poder da cruz! Indescritível glória da Paixão! Aí se encontra o tribunal do
Senhor, o julgamento do mundo e a vitória do Crucificado. Sim, Tu atraíste
todos a Ti, Senhor, e quando «estendias continuamente as mãos para um povo
incrédulo e rebelde» (Is 65,2; Rom 10,21), o mundo inteiro percebeu que
devia glorificar a Tua majestade. [...] Tu atraíste todos a Ti, Senhor,
porque, quando o véu do templo se rasgou (Mt 27,51), a imagem do Santo dos
Santos manifestou-se na verdade, a profecia foi completamente cumprida, e a
Lei antiga foi substituída pelo Evangelho. Tu atraíste todos a Ti, Senhor,
para que o culto de todas as nações seja celebrado em plenitude pelo
mistério que, até então envolto em símbolos num só templo na Judeia, seja
finalmente expresso abertamente. [...]


Porque a Tua cruz é a fonte de todas as bênçãos, a causa de toda a graça.
Da fraqueza da cruz os crentes recebem a força; da sua vergonha, a glória;
de Tua morte, a vida. Agora, de facto, acabaram os múltiplos sacrifícios: a
oferenda única do Teu corpo e do Teu sangue leva ao seu cumprimento todos
os sacrifícios oferecidos nas diferentes partes do mundo, porque Tu és o
verdadeiro Cordeiro de Deus, que tira o pecado o mundo (Jo 1,29). Tu
realizas em Ti todas as religiões de todos os homens, para que todos os
povos formem um só Reino.




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