quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Profecia do Dia

Sexta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2013
Sexta-feira depois das Cinzas

S. Cláudio La Colombière, presbítero, + 1682



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno : O jejum que agrada a Deus

Leituras

Is. 58,1-9a.


Eis o que diz o Senhor Deus: «Grita em voz alta, sem te cansares. Levanta a tua voz como uma trombeta. Denuncia ao meu povo as suas faltas, aos descendentes de Jacob, os seus pecados.
Consultam-me dia após dia, mostram desejos de conhecer o meu caminho, como se fosse um povo que praticasse a justiça, e não abandonasse a lei de Deus. Pedem-me sentenças justas, querem aproximar-se de Deus.
Dizem-me: «Para quê jejuar, se vós não fazeis caso? Para quê humilhar-nos, se não prestais atenção?» É porque no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios, e oprimis todos os vossos empregados.
Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto.
Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza? Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao SENHOR?
O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão,
repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão.
Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do SENHOR atrás de ti.
Então invocarás o SENHOR e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!»


Salmos 51(50),3-4.5-6a.18-19.


Não desprezeis, Senhor, o nosso coração humilhado e contrito.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos

Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho diante  de mim as minhas culpas.
Pequei contra Vós, só contra Vós,
e fiz o mal diante dos vossos olhos.

Não é do sacrifício que vos agradais
e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é o espírito arrependido:
não desprezeis, Senhor, um espírito humilhado e contrito.





Mateus 9,14-15.


Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Ele e perguntaram-Lhe: «Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?»
Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo e, então, hão-de jejuar.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 16 sobre os Evangelhos

O jejum que agrada a Deus

Ao comer do fruto da árvore proibida, Adão transgrediu os preceitos da vida
(Gn 3,6). Quanto a nós, é reduzindo, na medida do possível, o que comemos
que nos reergueremos e reencontraremos a alegria do Paraíso.


No entanto, que ninguém fique a pensar que basta essa abstinência. Com
efeito, diz Deus pelo Seu profeta: «O jejum que Me agrada é este: [...]
repartir o teu pão com os esfo¬meados, dar abrigo aos infelizes sem casa,
atender e vestir os nus e não des¬prezar o teu irmão» (Is 58,6-7). Aí está
o jejum que Deus aprova: aquele que é apresentado com as mãos cheias de
esmolas e o coração cheio de amor, um jejum todo preenchido de bondade. Dá
a outrem aquilo de que te privas pessoalmente e a tua penitência corporal
contribuirá para o bem-estar físico dos que passam necessidades.


Assim poderás compreender a censura do Senhor pela boca do profeta: «Quando
jejuastes e chorastes [...], foi realmente em Minha honra que
multiplicastes os vossos jejuns? E quando comíeis e bebíeis, não éreis vós
os comedores e os bebedores?» (Zc 7,5-6) Ser comedor e bebedor é consumir
alimentos destinados ao sustento do corpo sem os partilhar com ninguém, já
que eles foram destinados pelo Criador a toda a comunidade humana. Jejuar
em proveito próprio é privar-se temporariamente de alimento, mas reservar
esse fruto da auto-restrição para o consumir mais tarde. «Ordenai um
jejum», diz o profeta (Jl 1,14). [...] Que a cólera cesse e as querelas
desapareçam! É vã a mortificação do corpo que não impõe ao coração a
disciplina para refrear desejos desordenados. [...] Diz ainda o profeta:
«No dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios, e oprimis todos os
vossos empregados. Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó
nem piedade» (Is 58,3-4). [...] Com efeito, só perdoando aos nossos irmãos
é que Deus não nos imputará a nossa injustiça.




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