quarta-feira, 20 de março de 2013

Profecia do Dia

Quinta-feira, dia 21 de Março de 2013
Quinta-feira da 5ª da Quaresma

S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487,  Trânsito de S. Bento



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno : «Eu Sou»

Leituras

Gén. 17,3-9.


Naqueles dias, Abrão prostrou-se com o rosto por terra e Deus disse-lhe:
«A aliança que faço contigo é esta: serás pai de inúmeros povos.
Já não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque Eu farei de ti o pai de inúmeros povos.
Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei que de ti nasçam povos e terás reis por descendentes.
Estabeleço a minha aliança contigo e com a tua posteridade, de geração em geração; será uma aliança perpétua, em virtude da qual Eu serei o teu Deus e da tua descendência.
Dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois de ti, o país em que resides como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei Deus para eles.»
Deus disse a Abraão: «Da tua parte, cumprirás a minha aliança, tu e a tua descendência, nas futuras gerações.


Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.


Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.
Recordai as maravilhas que Ele fez,
os seus prodígios e as sentenças da sua boca,  

Vós, descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu escolhido.
O Senhor, é o nosso Deus,
e governa sobre a terra.

Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito.
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.



João 8,51-59.


Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: se alguém observar a minha palavra, nunca morrerá.»
Disseram-lhe, então, os judeus: «Agora é que estamos certos de que tens demónio! Abraão morreu, os profetas também, e Tu dizes: 'Se alguém observar a minha palavra, nunca experimentará a morte'?
Porventura és Tu maior que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas morreram também! Afinal, quem é que Tu pretendes ser?»
Jesus respondeu: «Se Eu me glorificar a mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem me glorifica é o meu Pai, de quem dizeis: 'É o nosso Deus';
e, no entanto, não o conheceis. Eu é que o conheço; se dissesse que não o conhecia, seria como vós: um mentiroso. Mas Eu conheço-o e observo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.»
Disseram-lhe, então, os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: antes de Abraão existir, Eu sou!»
Então, agarraram em pedras para lhe atirarem. Mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelhos, nº 18

«Eu Sou»

«Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o Meu dia; viu-o e ficou
feliz.» Abraão viu o dia do Senhor quando recebeu em sua casa os três anjos
que representam a Santíssima Trindade: três hóspedes a quem se dirigiu como
se fossem um só (cf Gn 18,2-3). [...] Mas o espírito terra-a-terra dos
ouvintes do Senhor não eleva o olhar acima da carne [...], e eles
dizem-Lhe: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?» Então, o nosso
Redentor desvia suavemente o seu olhar do corpo de carne para o elevar à
contemplação da Sua divindade, declarando: «Em verdade, em verdade vos
digo: antes de Abraão existir, Eu sou!» «Antes» indica o passado e «Eu sou»
o presente. Uma vez que a Sua divindade não tem passado nem futuro, mas
existe desde sempre, o Senhor não diz: «Antes de Abraão Eu era» mas sim:
«Antes de Abraão existir, Eu sou!». Foi por isso que Deus declarou a
Moisés: «Eu sou Aquele que sou.» [...] «Assim dirás aos filhos de Israel:
"Eu sou" enviou-me a vós!» (Ex 3,14).


Abraão teve um antes e um depois; veio a este mundo [...] e deixou-o,
levado pelo decurso da sua vida. Mas é próprio da Verdade de existir
sempre (Jo 14,6), pois nem começa num primeiro tempo nem termina num tempo
seguinte. Mas esses descrentes, que não conseguiam suportar as Suas
palavras de vida eterna, foram recolher pedras para lapidar Aquele que não
conseguiam compreender. [...]


«Jesus escondeu-Se e saiu do templo». É espantoso que o Senhor tenha
escapado aos Seus perseguidores escondendo-Se, embora pudesse exercer o
poder da Sua divindade. [...] Então porque Se escondeu? Porque, uma vez
feito homem entre os homens, o nosso Redentor diz-nos umas coisas através
da Sua palavra e outras através do Seu exemplo. E, pelo Seu exemplo, que
nos diz Ele senão para fugirmos humildemente da cólera dos orgulhosos,
mesmo quando podemos oferecer resistência? [...] Por isso, que ninguém
proteste ao ouvir afrontas, que ninguém pague o insulto com o insulto. Pois
é mais glorioso evitar uma injúria calando-se, como fez Deus, que tentar
ganhar a discussão respondendo.




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