sábado, 27 de julho de 2013

Profecia do Dia


Domingo, dia 28 de Julho de 2013

17º Domingo do Tempo Comum - Ano C
Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum

S. Vítor I, papa, +199, Beata Maria Teresa Kowalska, virgem e mártir, +1941

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «Batei e abrir-se-vos-á»

Gén. 18,20-32.

Naqueles dias, disse o Senhor: «O clamor de Sodoma e Gomorra é imenso e o seu pecado agrava-se extremamente.
Vou descer a fim de ver se, na realidade, a conduta deles corresponde ao brado que chegou até mim. E se não for assim, sabê-lo-ei.»
Os homens partiram dali, e encaminharam-se para Sodoma. Abraão, porém, continuava ainda na presença do Senhor.
Abraão aproximou-se e disse: «E será que vais exterminar, ao mesmo tempo, o justo com o culpado?
Talvez haja cinquenta justos na cidade; matá-los-ás a todos? Não perdoarás à cidade, por causa dos cinquenta justos que nela podem existir?
Longe de ti proceder assim e matar o justo com o culpado, tratando-os da mesma maneira! Longe de ti! O juiz de toda a Terra não fará justiça?»
O Senhor disse: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos perdoarei a toda a cidade, por causa deles.»
Abraão prosseguiu: «Pois que me atrevi a falar ao meu Senhor, eu que sou apenas cinza e pó, continuarei.
Se, por acaso, para cinquenta justos faltarem cinco, destruirás toda a cidade, por causa desses cinco homens?» O Senhor respondeu: «Não a destruirei, se lá encontrar quarenta e cinco justos.»
Abraão insistiu ainda e disse: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta.» O Senhor disse: «Não destruirei a cidade, em atenção a esses quarenta.»
Abraão voltou a dizer: «Que o Senhor não se irrite, por eu continuar a insistir. Talvez lá se encontrem trinta justos.» O Senhor respondeu: «Se lá encontrar trinta justos, não o farei.»
Abraão prosseguiu: «Perdoa, meu Senhor, a ousadia que tenho de te falar. Talvez não se encontrem lá mais de vinte justos.» O Senhor disse: «Em atenção a esses vinte justos, não a destruirei.»
Abraão insistiu novamente: «Que o meu Senhor não se irrite; não falarei, porém, mais do que esta vez. Talvez lá não se encontrem senão dez.» E Deus respondeu: «Em atenção a esses dez justos, não a destruirei.»


Salmos 138(137),1-2.2-3.6-7.7-8.

Dou-te graças, Senhor, de todo o coração,
na presença dos poderosos te hei-de louvar.
Inclino-me voltado para o teu santo templo
e louvarei o teu nome,
pela vossa bondade e fidelidade;
exaltais acima de tudo o Vosso nome
e engrandeceis a Vossa palavra.


Quando te invoquei, atendeste-me
aumentaste as forças da minha alma.
O Senhor é excelso, mas repara no humilde
e reconhece de longe o soberbo.  

Quando estou em angústia,
conservas-me a vida;
estendes a mão contra a ira dos meus inimigos,
e a tua mão direita me salva.


O Senhor tudo fará por mim!
Ó Senhor, o teu amor é eterno!
Não abandones a obra das tuas mãos!



Coloss. 2,12-14.

Irmãos: Sepultados com Ele no Baptismo, foi também com Ele que fostes ressuscitados, pela fé que tendes no poder de Deus, que O ressuscitou dos mortos.
A vós, que estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da vossa carne, Deus deu-vos a vida juntamente com Ele: perdoou-nos todas as nossas faltas,
anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz.


Lucas 11,1-13.

Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.»
Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
dá-nos o nosso pão de cada dia;
perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele a meio da noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães,
pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe oferecer',
e se ele lhe responder lá de dentro: 'Não me incomodes, a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para tos dar'.
Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo quanto precisar.»
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á;
porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?
Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
Revelações do amor divino, cap. 41

«Batei e abrir-se-vos-á»

Nosso Senhor fez-me uma revelação sobre a oração. Vi que ela assenta em duas condições: a rectidão e uma confiança firme. Muitas vezes, a nossa confiança não é total. Não temos a certeza de Deus nos escutar, pois pensamos que somos indignos e além disso não sentimos nada. Muitas vezes, depois de rezarmos, estamos tão secos e estéreis como estávamos antes. A nossa fraqueza vem desta consciência de sermos tontos, como eu própria a experimentei. Tudo isso, Nosso Senhor mo apresentou de repente ao espírito e disse-me: «Eu sou a origem da tua súplica. Primeiro, sou Eu que quero fazer-te esse dom, seguidamente faço de modo a que tu mesma o queiras. Incito-te a implorar e tu imploras: portanto, como é possível que não obtenhas o que pedes?»


Nosso Senhor deu-me assim um grande conforto. […] Quando me disse: «e tu imploras», mostrou-me o grande prazer que Lhe dá a nossa súplica e a recompensa infinita que nos dará em resposta à nossa oração. Quando declarou: «como é possível que não obtenhas?», é como se fosse uma impossibilidade não recebermos a graça e a misericórdia, quando a pedimos. Com efeito, tudo o que Nosso Senhor nos leva a implorar, já o encomendou para nós eternamente. Por aqui podemos ver que não é a nossa súplica a causa da bondade que Ele nos testemunha […]: «Eu sou a origem da tua súplica». […]


A oração é um acto deliberado, verdadeiro e perseverante da nossa alma, que se une e se liga à vontade de Nosso Senhor, por obra suave e secreta do Espírito Santo. Parece-me que Nosso Senhor começa por receber pessoalmente a nossa oração, tomando-a com grande reconhecimento e grande alegria, levando-a para o céu e depositando-a num tesouro onde ela jamais perecerá. Ela aí fica, em face de Deus e de todos os santos, continuamente acolhida, a ajudar-nos continuamente nas nossas necessidades. E, quando entrarmos na bem-aventurança, ser-nos-á devolvida, contribuindo para a nossa alegria, com um agradecimento infinito e glorioso da parte de Deus.