segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 31 de Dezembro de 2013

7º Dia da Oitava do Natal

S. Silvestre I, papa, +335

Comentário do dia
Julien de Vézelay : «O Verbo era a Luz verdadeira»

1 João 2,18-21.

Meus filhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que há-de vir um Anticristo; pois bem, já apareceram muitos anticristos; por isso reconhecemos que é a última hora.
Eles saíram de entre nós, mas não eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido connosco; mas aconteceu assim para que ficasse claro que nenhum deles é dos nossos.
Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e todos estais instruídos.
Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas porque a sabeis, e também que da verdade não vem nenhuma mentira.


Salmos 96(95),1-2.11-12.13.

Cantai ao Senhor um cântico novo.
Cantai ao Senhor, terra inteira.
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
anunciai dia a dia  a sua salvação.

Alegrem-se os céus, exulte a terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém.
Exultem os campos e quanto nele existe,
alegrem-se as árvores dos bosques.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade.



João 1,1-18.

No princípio era o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus.
No princípio Ele estava em Deus.
Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência.
Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens.
A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam.
Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele.
Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz.
O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.
Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'»
Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças.
É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo.
A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Julien de Vézelay (c. 1080-c. 1160), monge beneditino
1º Sermão para o Natal; SC 192

«O Verbo era a Luz verdadeira»

«Quando um profundo silêncio envolvia todas as coisas e a noite estava no meio do seu curso, a vossa palavra omnipotente desceu dos céus e do trono real» (Sab 18,14-15). Este texto das Escrituras refere-se ao tempo santo em que a Palavra todo-poderosa de Deus veio até nós para nos falar da nossa salvação. Partindo do segredo mais íntimo do Pai, ela desceu ao seio de uma mãe. […]



«No meio da noite»: tudo estava mergulhado no silêncio «mediano» — entre os profetas que já não lançavam o seu apelo e os apóstolos que iriam fazê-lo. […] Que acontecimento maravilhoso se deu neste silêncio mediano, para um «mediador entre Deus e os homens» (1Tm 2,5) […] que Se torna mortal para salvar os mortais e que salvará os mortos pela sua morte! No seu papel de mediador, Ele «realizou a salvação no meio da terra» (Sl 73,12): morreu numa cruz, «levantado da terra» (Jo 12,32), entre céu e terra, símbolo da reconciliação entre o céu e a terra. […]


«Quando a noite estava no meio do seu curso.» Que noite é esta? Talvez designe aquele período em que, desde a origem do mundo até ao fim dos tempos, os filhos de Adão viviam naquele Egipto mergulhado em trevas, nas trevas espessas da sua ignorância e totalmente incapazes de se verem uns aos outros (Ex 10,21ss). De facto, poderemos ver os outros quando não lhes vemos o coração? Aproveitando estas trevas que cobrem todos os corações, instalam-se a mentira e o embuste. […] Foi no meio dessa noite, entre «aqueles que se encontram nas trevas» (Lc 1,79; Is 42,7), que chegou «a verdadeira luz que ilumina todos os homens deste mundo». Ela dissipará verdadeiramente todas as trevas quando «iluminar o que se acha escondido nas trevas e mostrar os desígnios dos corações» (1Cor 4,5).