quarta-feira, 30 de abril de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 01 de Maio de 2014

Quinta-feira da 2ª semana da Páscoa

Santa Comba do Alentejo, martir, +300, São José Operário

Comentário do dia
Santo Ireneu de Lyon : «Quem crê no Filho tem a vida eterna, mas quem se nega a crer no Filho não verá a vida»

Actos 5,27-33.

Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los.


Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que nele se refugia.

A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os,
e livrou-os das suas angústias.

O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do justo,
mas o Senhor o livra de todas elas.



João 3,31-36.

«Aquele que vem do Alto está acima de tudo. Quem é da terra à terra pertence e fala da terra. Aquele que vem do Céu está acima de tudo
e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.
Quem aceita o seu testemunho reconhece que Deus é verdadeiro;
pois aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus, porque dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão.
Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, IV, 37

«Quem crê no Filho tem a vida eterna, mas quem se nega a crer no Filho não verá a vida»

Deus fez o homem livre […] para que ele pudesse responder aos seus apelos voluntariamente e sem constrangimentos. De facto, em Deus não há violência, mas Ele convida-nos constantemente ao bem. Ele deu ao homem o poder de escolher, como havia feito com os anjos. […] E não é só no âmbito da sua actividade, mas também no campo da fé que o Senhor salvaguarda a liberdade […] do homem. Com efeito, Ele diz: «Faça-se segundo a tua fé» (Mt 9,29), mostrando assim que a fé é característica do homem, porque depende da sua decisão pessoal. Diz ainda: «Tudo é possível a quem crê» (Mc 9,23) e, noutra passagem, «Vai, que tudo se faça segundo a tua fé» (Mt 8,13). Todos estes textos mostram que o homem orienta o seu próprio destino conforme escolhe acreditar ou não. É por isso que «quem crê no Filho tem a vida eterna, mas quem se nega a crer no Filho não verá a vida». […]


Dir-se-ia então que teria sido melhor que Deus não tivesse criado os anjos com a possibilidade de desobedecerem à sua Lei. Também não devia ter criado os homens, já que tão rapidamente se tornariam ingratos para com Ele; na verdade, esse era o risco associado à sua natureza racional, capaz de examinar e julgar. Ele deveria tê-los feito à semelhança dos seres sem razão e sem princípio de vida própria. […] Mas, nesse caso, o bem não teria nenhuma atracção para os homens, a comunhão com Deus nenhum valor a seus olhos. O bem não despertaria neles o menor desejo, uma vez que seria adquirido sem que tivessem de o procurar […]; o bem seria inato neles, concedido. […] Se o homem fosse bom por natureza e não por vontade […], não compreenderia que o bem é apetecível, não poderia apreciá-lo. Que gozo do bem teriam aqueles que o desconhecessem? Que glória, aqueles que não tivessem feito qualquer esforço para o alcançar? Que coroa, aqueles que não tivessem lutado para o obter? […] Pelo contrário, quanto mais a nossa recompensa resultar de um combate, mais valor terá; quanto maior for o seu preço, mais a desejaremos.







terça-feira, 29 de abril de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 30 de Abril de 2014

Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa

S. Pio V, papa, +1572, S. José Bento Cottolengo, presbítero, fundador, +1842

Comentário do dia
São Clemente de Alexandria : «A luz veio ao mundo»

Actos 5,17-26.

Naqueles dias, surgiu o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é, o partido dos saduceus encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública.
Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes:
«Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida.»
Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas, depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.»
Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos, e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo.
Veio, então, alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.»
O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo.


Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que nele se refugia.



João 3,16-21.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n'Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Exortação aos gregos, 11, 113; GCS 1, 79

«A luz veio ao mundo»

«Os seus preceitos são puros, iluminam os olhos» (Sl 18,9). Recebe Cristo, recebe a capacidade de ver, recebe a luz, a fim de conheceres a Deus e ao homem. […] Recebamos a luz a fim de recebermos a Deus […], recebamos a luz e tornemo-nos discípulos do Senhor […], expulsemos a ignorância e as trevas que turvam os nossos olhos como um nevoeiro, contemplemos o Deus verdadeiro. […] Quando jazíamos nas trevas, prisioneiros da sombria região da morte (Mt 4,16; Is 42,7), resplandeceu para nós uma luz vinda do céu, uma luz mais pura que o sol e mais suave que a vida neste mundo. Esta luz é a vida eterna e tudo o que nela participa tem a vida. A noite teme esta luz; com medo, desaparece e dá lugar ao dia do Senhor; tudo se tornou luz sem ocaso.


O ocidente tornou-se oriente; é «a nova criatura» (Gal 6,15; Ap 21,1). Porque o «Sol de justiça» (Mal 3,20), que passa por todo o lado no seu percurso, visita todo o género humano sem distinção. Ele imita o Pai, que «faz com que o sol se levante sobre todos os homens» (Mt 5,45) e espalha sobre todos o orvalho da verdade. […] Ao crucificar a morte, Ele transformou-a em vida; arrancou o homem à perdição e fixou-o nos céus; transplantou o que era perecível para o tornar imperecível; transformou a terra em céu. […]


Ele dá a vida de Deus aos homens através dos seus ensinamentos divinos: «Imprimirei a minha lei no seu pensamento, gravá-la-ei no seu coração […]: todos Me conhecerão, grandes e pequenos, pois a todos perdoarei as suas faltas e não Me lembrarei mais dos seus pecados. Assim fala o Senhor» (Jer 31,33ss). Acolhamos pois as leis da vida, obedeçamos aos ensinamentos de Deus, aprendamos a conhecê-Lo.







segunda-feira, 28 de abril de 2014

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 29 de Abril de 2014

Santa Catarina de Sena

Santa Catarina de Sena, virgem, Doutora da Igreja, Padroeira da Europa,+1380

Comentário do dia
São João Crisóstomo : «Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna»

1 João 1,5-10.2,1-2.

Caríssimos: Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos: Deus é luz e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas.
Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Pelo contrário, se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros e o sangue do seu Filho Jesus purifica-nos de todo o pecado.
Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessamos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade.
Se dizemos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
Filhinhos meus, escrevo-vos estas coisas para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos junto do Pai um advogado, Jesus Cristo, o Justo,
pois Ele é a vítima que expia os nossos pecados, e não somente os nossos, mas também os de todo o mundo.


Salmos 103(102),1-2.3-4.8-9.13-14.17-18a.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
É Ele quem perdoa as tuas culpas
e cura todas as tuas enfermidades.

É Ele quem resgata a tua vida do túmulo
e te enche de graça e de ternura.
O Senhor é misericordioso e compassivo,
é paciente e cheio de amor.
Não está sempre a repreender-nos,
nem a sua ira dura para sempre.

Como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor se compadece dos que o temem.
Ele sabe de que somos formados;
não se esquece de que somos pó da terra.
Mas o amor do Senhor é eterno para os que O temem
e a sua justiça chega até aos filhos dos seus filhos,

para os que guardam a sua aliança.



Mateus 11,25-30.

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a Cruz e o Ladrão 1; PG 49, 399-401

«Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna»

Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na cruz e nós estamos em festa, para que saibais que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Antigamente a cruz designava um castigo, hoje tornou-se objecto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la, hoje, princípio de salvação. Porque para nós ela é a causa de inumeráveis bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos nas trevas e reconciliou-nos com Deus; fôramos para Ele inimigos e longínquos estrangeiros, e ela deu-nos a sua amizade e fez-nos aproximar-nos dele. A cruz é para nós a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.


Graças a ela, deixámos de errar pelos desertos, porque conhecemos agora o verdadeiro caminho. Não ficamos do lado de fora do palácio real, porque encontrámos a porta. Já não tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, saímos do estado de viuvez, porque reencontrámos o Esposo. Não tememos o lobo, porque temos o bom pastor. Graças à cruz, não tememos o usurpador, porque moramos ao lado do Rei.


Eis porque estamos em festa ao celebrar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos convida à festa em honra da cruz: «Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). E deu ainda a razão para tal honra, dizendo: «Pois Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós» (v. 7).







domingo, 27 de abril de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 28 de Abril de 2014

Segunda-feira da 2ª semana da Páscoa

S. Luís Maria Grignion de Montfort, presbítero, +1716, S. Pedro Chanel, presbítero, mártir, padroeiro da Oceânia, +1841, Santa Joana Beretta Molla, mãe de família, +1962

Comentário do dia
Santa Gertrudes de Helfta : «Nascer da água e do Espírito»

Actos 4,23-31.

Naqueles dias, Pedro e João tendo sido postos em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito.
Depois de tudo terem ouvido, ergueram a voz a Deus, numa só alma, e disseram: «Senhor, Tu é que fizeste o Céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra.
Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca do nosso pai David, teu servo: 'Porque bramiram as nações e os povos formaram vãos projectos?
Levantaram-se os reis da Terra e os chefes coligaram-se contra o Senhor e contra o seu Ungido.'
Sim, realmente, Herodes e Pôncio Pilatos coligaram-se nesta cidade com as nações e os povos de Israel, contra o teu Santo Servo Jesus, a quem ungiste,
para levarem a cabo tudo quanto determinaste antecipadamente, pelo teu poder e sabedoria.
Agora, Senhor, tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro,
estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios, em nome do teu Santo Servo Jesus.»
Tinham acabado de orar, quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com desassombro.


Salmos 2,1-3.4-6.7-9.

Porque se amotinam as nações
e os povos fazem planos insensatos?
Revoltam-se os reis da terra
e os príncipes conspiram juntos  
"Quebremos as algemas
e atiremos para longe de nós o seu jugo!"

Aquele que habita nos céus sorri;
o Senhor escarnece deles.
Depois, atemoriza-os com a sua ira
e com a sua cólera confunde-os:
"Fui Eu que consagrei o meu Rei
sobre o meu monte santo de Sião!"

Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei nações por herança
e os confins da terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro,
quebrá-los como vasos de barro»



João 3,1-8.

Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus.
Veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.»
Em resposta, Jesus declarou-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez, e nascer?»
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo que nasce do Espírito é espírito.
Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, n.º 1, Para recuperar a inocência baptismal; SC 127

«Nascer da água e do Espírito»

Para a imersão na fonte baptismal: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Jesus, fonte da vida, faz-me beber a taça de água viva na própria fonte que és Tu, a fim de que, tendo-Te saboreado para a eternidade, não tenha outra sede senão de Ti (cf Jo 4,10)! Imerge-me toda inteira nas profundezas da tua misericórdia! Baptiza-me e entrega-me sem mancha à tua preciosa morte. […] Com a água do teu Santíssimo Lado (Jo 19,34), lava-me de toda a mácula com que manchei a inocência baptismal! Preenche-me com o teu Espírito e toma total posse de mim na pureza do corpo e da alma. […]


Para a veste branca: Jesus, sol de justiça (Mal 3,20), consente que seja revestida com a tua pessoa, e assim viva segundo a tua palavra! Permite que, sob a tua direcção, seja capaz de manter branca, santa e imaculada a veste da inocência baptismal para que, apresentando-a sem mácula no teu tribunal, a conserve para a vida eterna!


Para pedir a iluminação interior na entrega do círio: Jesus, luz inextinguível, acende em mim a candeia ardente do teu amor, e faz que ela nunca se apague; ensina-me a conservar o meu baptismo livre de todo o pecado, para que, convidada então para as tuas bodas, dos pés à cabeça mereça entrar nas delícias da vida eterna, onde Te verei, ó verdadeira luz, e à doce face da tua divindade (cf Mt 25,1 ss)! […]


Senhor, meu Deus, meu Criador e Reparador, renova hoje mesmo o meu coração com o teu Espírito. […] Senhor meu Deus, verdadeiro Rei, torna-me grande na fé, alegre na esperança, paciente na tribulação, digna das delícias dos teus louvores, cheia do fervor do Espírito Santo, fielmente afeiçoada ao teu serviço e perseverante na tua vigilância até ao último dia da minha vida! Desse modo, contemplarei um dia verdadeiramente com os meus olhos aquilo em que creio e espero. Então, ver-Te-ei tal como és, face a face (1Jo 3,2; 1Cor 13,12); então, doce Jesus, Tu me saciarás de Ti próprio; e na contemplação do teu divino rosto serás o meu repouso eterno. Ámen.







sábado, 26 de abril de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 27 de Abril de 2014

2º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano A

S. Pedro Canísio, presbítero, doutor da Igreja, +1597, Santa Zita, virgem, +1278

Comentário do dia
São Pedro Crisólogo : «Meu Senhor e meu Deus!»

Actos 2,42-47.

Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações.
Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos.
Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum.
Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração.
Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.


Salmos 118(117),2-4.13-15.22-24.

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.

Empurraram-me com violência para eu cair,
mas o Senhor veio em meu auxílio.
O Senhor é a minha fortaleza e o meu cantar,
é a minha salvação.
Ressoam vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos.

A pedra que os construtores rejeitaram,
tornou-se pedra angular.
Isto se fez por obra do Senhor,
e é um prodígio dos nossos olhos.
O Senhor actuou neste dia
cantemos e alegremo-nos n'Ele.



1 Pedro 1,3-9.

Bendito seja Deus, Pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, que na sua grande misericórdia nos gerou de novo através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança incorruptível, imaculada e indefectível, reservada no Céu para vós,
a quem o poder de Deus guarda, pela fé, até alcançardes a salvação que está pronta para se manifestar no momento final.
É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações;
deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo.
Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante,
alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.


João 20,19-31.

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.
E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio.
Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»
Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».
Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 84

«Meu Senhor e meu Deus!»

Tomé, ouvindo dizer que os seus companheiros tinham visto o Senhor, respondeu: «Se eu não vir o sinal dos pregos e não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei.» Porque é que Tomé exige estes sinais de fé? […] O poder do diabo decaiu, a prisão do inferno foi aberta, as cadeias dos mortos foram quebradas, abriram-se os túmulos daqueles que ressuscitaram (Mt 27,52) […], a pedra do sepulcro do Senhor foi rolada, o sudário foi afastado, a morte fugiu diante da glória do Ressuscitado. […] Porque é que apenas tu, Tomé, exiges com tanto rigor que as feridas te sejam apresentadas, apenas a ti, como prova de fé? […]


Irmãos, foi o seu fervoroso amor que o pediu. […] Porque Tomé não curava apenas a dúvida do seu coração, mas a dúvida de todos os homens. Destinado a levar esta novidade às nações, como mensageiro consciencioso procura as bases sobre as quais fundaria a proclamação de uma verdade de fé tão importante. […] Portanto, este discípulo adquiriu para os outros o sinal que reclamou por causa do seu atraso.


«Jesus veio, pôs-Se no meio deles, e mostrou-lhes as mãos e o lado.» Na verdade, dado que entrou estando todas as portas fechadas e foi considerado pelos seus discípulos como um espírito, Ele não poderia provar a quem duvidasse que era mesmo Ele, a não ser pelos sofrimentos do seu corpo, pelas marcas dos seus ferimentos. Por isso, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito, para que estas feridas abertas de novo por ti difundam a fé sobre a terra, como já verteram água para a purificação e sangue para a redenção dos homens» (Jo 19,34). Tomé disse: «Meu Senhor e meu Deus!» Venham os hereges, oiçam e, como o Senhor disse, não sejam incrédulos, mas crentes. Porque Tomé proclama que, não só este corpo de homem, mas as dores sofridas por este corpo, mostram que Cristo é Deus e Senhor. E Ele é realmente Deus, Ele que vive após a morte, que ressuscita dos seus ferimentos e que, depois de ter sofrido tais suplícios, vive e reina pelos séculos dos séculos. Ámen.







sexta-feira, 25 de abril de 2014

Profecia do Dia


Sabado, dia 26 de Abril de 2014

SÁBADO NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo Anacleto (Cleto), papa, mártir, séc. I, S. Pedro de Rates, mártir, 1º bispo de Braga, séc. I (?)

Comentário do dia
Papa Francisco: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.»

Actos 4,13-21.

Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas ao verem a firmeza de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus,
mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar.
Mandaram-nos, então, sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo.
No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los, com ameaças, de falar, doravante, a quem quer que seja, nesse nome.»
Chamaram-nos, então, e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus.
Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus.
Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.»
Eles, então, com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido.


Salmos 118(117),1.14-15.16ab-18.19-21.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.  
O Senhor é a minha fortaleza e o meu cantar,
é a minha salvação.
Ressoam vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos.

A direita do Senhor é exaltada,
a direita do Senhor opera maravilhas!
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.

Abri-me as portas da justiça:
entrarei para dar graças ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu vos dou graças porque me ouvistes
e fostes o meu salvador.



Marcos 16,9-15.

Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu primeiro a Maria de Magdala, da qual tinha expulsado sete demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo.
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu, finalmente, aos próprios Onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium/A alegria do evangelho» §§19-23 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.»

A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28,19-20). […] O Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os tempos e lugares, para que a fé nele se estenda a todos os cantos da terra.

Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de «saída», que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: «Vai; Eu te envio» (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf Ex 3,17). A Jeremias disse: «Irás aonde Eu te enviar» (Jr 1, 7). […] Todos somos chamados a esta nova «saída» missionária. Cada cristão e cada comunidade há-de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: a sair da própria comodidade e a ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.

A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria (cf Lc 10,17). Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo […]. Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contém sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além. O Senhor diz: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim» (Mc 1,38). […] Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo.







quinta-feira, 24 de abril de 2014

Profecia do Dia


Sexta-feira, dia 25 de Abril de 2014

6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Marcos, evangelista, Santa Maria Eufrásia Pelletier, virgem, fundadora, +1868

Comentário do dia
Bento XVI: «Ao nascer dia, o Senhor encontrava-Se na margem»

Actos 4,1-12.

Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»


Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.  
Diga a casa de israel:
é eterna asua misericórdia.

Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
A pedra que os construtores rejeitaram,
tornou-se pedra angular.

Isto se fez por obra do Senhor,
e é um prodígio dos nossos olhos.
O Senhor actuou neste dia
cantemos e alegremo-nos n'Ele.

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.

Deus, o Senhor, é quem nos alumia



João 21,1-14.

Naquele tempo, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-Se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia da Vigília Pascal, 11/04/2009 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Ao nascer dia, o Senhor encontrava-Se na margem»

Mas o que é a ressurreição? Ela não entra no âmbito das nossas experiências, pelo que a mensagem acaba por ser, em certa medida, frequentemente mal compreendida, uma coisa do passado. A Igreja procura levar-nos à sua compreensão […] na linguagem dos símbolos […]. Na Vigília Pascal, indica-nos o significado deste dia sobretudo através de três símbolos: a luz, a água e o cântico novo do aleluia.

Temos, em primeiro lugar, a luz. A criação por obra de Deus – acabámos de ouvir a sua narração bíblica – começa com as palavras: «Haja luz!» (Gen 1,3). Onde há luz, nasce a vida, o caos pode transformar-se em cosmos. Na mensagem bíblica, a luz é a imagem mais imediata de Deus: Ele é todo Resplendor, Vida, Verdade, Luz. Na Vigília Pascal, a Igreja lê a narração da criação como profecia. Na ressurreição, verifica-se de modo mais sublime aquilo que este texto descreve como o início de todas as coisas. Deus diz de novo: «Haja luz». A ressurreição de Jesus é uma irrupção de luz. A morte é superada, o sepulcro escancarado. O próprio Ressuscitado é Luz, a Luz do mundo. Com a ressurreição, o dia de Deus entra nas noites da história. A partir da ressurreição, a luz de Deus difunde-se pelo mundo e pela história. Faz-se dia. Somente esta Luz – Jesus Cristo – é a luz verdadeira, mais verdadeira que o fenómeno físico da luz. Ele é a Luz pura: é o próprio Deus, que faz nascer uma nova criação no meio da antiga, que transforma o caos em cosmos.







quarta-feira, 23 de abril de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 24 de Abril de 2014

5ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Fidélis (Fiel) de Sigmaringa, mártir, +1622

Comentário do dia
São Narsés Snorhali : «Apresentou-Se no meio deles»

Actos 3,11-26.

Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro dirigiu a palavra ao povo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque nos olhais, como se tivéssemos feito andar este homem por nosso próprio poder ou piedade,?
O Deus de Abraão, de Isaac e Jacob, o Deus dos nossos pais, glorificou o seu servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a libertá-lo.
Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino.
Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos, e disso nós somos testemunhas.
Pela fé no seu nome, este homem, que vedes e conheceis, recobrou as forças. Foi a fé que dele nos vem que curou completamente este homem na vossa presença.
Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes.
Dessa forma, Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam apagados;
e, assim, o Senhor vos conceda os tempos de conforto, quando Ele enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus,
que deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas, de que Deus falou outrora pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: 'O Senhor Deus suscitar-vos-á um Profeta como eu, de entre os vossos irmãos. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse Profeta, será exterminado do meio do povo.'
E, por outro lado, todos os profetas que falaram desde Samuel anunciaram igualmente estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus concluiu com os vossos pais, quando disse a Abraão: 'Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra.'
Foi primeiramente para vós que Deus suscitou o seu Servo e o enviou para vos abençoar e para se afastar cada um de vós das suas más acções.»


Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.

Ó Senhor, nosso Deus,
como é admirável o teu nome em toda a terra!
que é o homem para que te lembres dele,
o filho do homem para dele te ocupares?

Quase fizeste dele um ser divino;  
de glória e de honra o coroaste;
deste-lhe domínio sobre as obras das Tuas mãos,
tudo submeteste a seus pés.

Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.



Lucas 24,35-48.

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes, então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado;
e, tomando-o, comeu diante deles.
Depois, disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse, quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.»
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia;
que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas destas coisas.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Narsés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio
Jesus, Filho Unigénito do Pai, §§ 771-774; SC 203

«Apresentou-Se no meio deles»

Na noite da ressurreição,

No domingo, primeiro dia da semana,

Apareceste aos Onze,

Estando as portas fechadas, de noite.


E o primeiro sopro

Que havíamos perdido no Paraíso

De novo lho concedeste,

E, por eles, à nossa natureza humana (Jo 20,22).


Em minh'alma mantenho as portas do espírito

Fechadas à tua palavra,

E habito sem luz, nas trevas,

Como na morada da escuridão.


Não deixes, jamais,

Que o Maligno coabite sob o meu tecto sem luz.

Abre porém a câmara nupcial do meu coração;

Faz nela brilhar a tua luz refulgente.







terça-feira, 22 de abril de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 23 de Abril de 2014

4ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Jorge, mártir, +303, Santo Adalberto de Praga, bispo, mártir, +997

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Fica connosco»

Actos 3,1-10.

Naqueles dias, Pedro e João subiam ao templo, para a oração das três horas da tarde.
Era para ali levado um homem, coxo desde o ventre materno, que todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola àqueles que entravam.
Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.»
O coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles.
Mas Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!»
E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante, os pés e os artelhos se lhe tornaram firmes.
De um salto, pôs-se de pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus.
Bem o conheciam, como sendo aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram cheios de assombro e estupefactos com o que lhe acabava de suceder.


Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.

Louvai o Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos,
proclamai as suas maravilhas.

Orgulhai-vos do seu nome santo;
alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.

Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito.
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.



Lucas 24,13-35.

Dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém;
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer.
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia.
Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.»
Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?»
E, começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E, quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram, então, um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros,
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!»
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermão 235; PL 38, 1117

«Fica connosco»

Irmãos, quando é que o Senhor Se deu a conhecer? Quando partiu o pão. Fiquemos portanto tranquilos: quando partirmos o pão, reconheceremos o Senhor. Se Ele só quis ser reconhecido nesse instante, foi por nossa causa, foi para que não O víssemos na carne, comendo no entanto da sua carne. Portanto tu que crês nele, quem quer que sejas, tu que não tomas em vão o nome de cristão, tu que não entras numa igreja por acaso, tu que escutas a palavra de Deus no temor e na esperança, para ti o pão partido será uma consolação. A ausência do Senhor não é uma ausência verdadeira. Tem confiança, guarda a fé e Ele estará contigo, ainda que não O vejas.


Quando o Senhor os abordou, os discípulos não tinham fé. Não acreditavam na sua ressurreição; nem sequer esperavam que Ele pudesse ressuscitar. Tinham perdido a fé; tinham perdido a esperança. Eram mortos que caminhavam ao lado de um vivo; caminhavam mortos juntamente com a vida. A vida caminhava com eles mas, no coração destes homens, a vida ainda não se tinha renovado.


E tu? Desejas a vida? Imita os discípulos e reconhecerás o Senhor. Eles ofereceram a sua hospitalidade; o Senhor parecia estar decidido a seguir o seu caminho, mas eles detiveram-no. […] Retém, também tu, o estrangeiro, se queres reconhecer o teu Salvador. […] Aprende onde podes procurar o Senhor, onde podes possuí-Lo, onde podes reconhecê-Lo: partilhando o pão com ele.







segunda-feira, 21 de abril de 2014

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 22 de Abril de 2014

3ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Sotero, papa, mártir, +296, Santa Senhorinha, virgem, +982

Comentário do dia
São Gregório Palamas : «Vai ter com os meus irmãos»

Actos 2,36-41.

No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo.
Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos, assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.»
Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.»
Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.


Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.

As palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.

Os olhos do Senhor velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade,
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós, Senhor, o teu amor,
pois depositamos em ti a nossa confiança.



João 20,11-18.

Naquele tempo, Maria Madalena estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo,
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.
Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele.
E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.»
Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!»
Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'»
Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório Palamas (1296-1359), monge, bispo, teólogo
Homilia 20, sobre os oito evangelhos matinais segundo São João; PG 151, 265

«Vai ter com os meus irmãos»

Lá fora reinava a obscuridade, ainda não era dia, mas este sepulcro estava cheio da luz da ressurreição. Maria, pela graça de Deus, viu esta luz: o seu amor por Cristo tornou-se mais vivo e ela teve força para ver os anjos. […] Então estes disseram-lhe: «Mulher porque choras? Vês o céu neste sepulcro, ou antes, um templo celeste no lugar de um túmulo escavado para ser uma prisão. […] Porque choras?» […]


Lá fora o dia está ainda hesitante, e o Senhor não torna visível aquele brilho divino que O tornaria reconhecível mesmo no meio do sofrimento. Por isso, Maria não O reconheceu. […] Quando Ele falou e Se deu a conhecer […], mesmo aí, vendo-O vivo, ela continuou a não ter ideia da sua grandeza divina mas dirigiu-Se-lhe como se Ele fosse um simples homem de Deus. […] No impulso do seu coração quis então lançar-Se-lhe aos joelhos e tocar-Lhe os pés. Mas Ele disse-lhe: «Não Me toques […], porque o corpo de que estou revestido é mais etéreo e mais móvel que o fogo; ele consegue subir ao céu e ir para junto de meu Pai, no mais alto dos céus. Ainda não subi para o Pai porque ainda não Me mostrei aos meus discípulos. Vai ter com eles; são meus irmãos porque somos todos filhos do mesmo Pai» (cf Gal 3,26). […]


A Igreja a que pertencemos é o símbolo deste sepulcro. Até é mais do que um símbolo: ela é, por assim dizer, outro Santo Sepulcro. Nela se encontra o local onde foi deposto o corpo de Mestre […]; aqui se encontra a mesa sagrada. Por isso aquele que correr de todo o coração para este divino túmulo, verdadeira morada de Deus […], aprenderá as palavras dos livros inspirados, que o instruirão à maneira dos anjos sobre a divindade e a humanidade do Verbo, a Palavra de Deus incarnada. E assim verá, sem erro possível, o próprio Senhor. […] Porque aquele que olha com fé para a mesa mística e para o pão da vida deposto sobre ela vê o Verbo de Deus real que Se fez carne e que estabeleceu a sua morada entre nós (Jo 1,14). E se se mostrar digno de o receber, não apenas O verá, como participará do seu ser; recebê-lo-á em si para que Ele aí permaneça.







domingo, 20 de abril de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 21 de Abril de 2014

2ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo Anselmo de Cantuária, bispo, Doutor da Igreja, +1109,, S. Romano Adame, presbítero, mártir, +1927

Comentário do dia
Papa Francisco: Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Alegrai-vos!» [texto grego]

Actos 2,14.22-33.

No dia de Pentecostes, Pedro de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: 'Eu via constantemente o Senhor diante de mim, porque Ele está à minha direita, a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou; e até a minha carne repousará na esperança,
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos, nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua presença.'
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado, e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo por estas palavras: 'Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição.'
Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.


Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,  
a minha sorte está nas tuas mãos.  

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,  
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso, o meu coração se alegra
e a minha alma exulta  
e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos,
nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.

Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na tua presença,
e de delícias eternas, à tua direita.



Mateus 28,8-15.

Naquele tempo, Maria Madalena, e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a dar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido!
Eles reuniram-se com os anciãos; e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados,
recomendando-lhes: «Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.'
E, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.»
Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Papa Francisco
Homilia de 24/03/2013 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Alegrai-vos!» [texto grego]

«Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19,38). […] Respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus e inclinou-Se para curar o corpo e a alma. Assim é Jesus. Assim é o seu coração, que nos vê a todos, que vê as nossas enfermidades, os nossos pecados. Grande é o amor de Jesus! […] Jesus é Deus, mas desceu a caminhar connosco como nosso amigo, como nosso irmão. […]

E aqui temos a primeira palavra que vos queria dizer: alegria! Nunca sejais homens e mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do facto de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do facto de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis… e há tantos! E nestes momentos vem o inimigo, vem o diabo, muitas vezes disfarçado de anjo, que insidiosamente nos diz a sua palavra. Não o escuteis! Sigamos a Jesus! Nós acompanhamos, seguimos a Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. E, por favor, não deixeis que vos roubem a esperança! Não vos deixeis roubar a esperança… aquela que nos dá Jesus!







sábado, 19 de abril de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 20 de Abril de 2014

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Domingo de Páscoa (ofício próprio)

S. Teodoro, presbítero, +613, Santa Inês de Montepulciano, virgem, +1312, Santa Sara, padroeira do povo cigano, séc. I

Comentário do dia
São Gregório de Nissa : «Eis que faço novas todas as coisas» (Ap 21,5)

Actos 10,34a.37-43.

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:«
Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:
como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele.
E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele, que mataram, suspendendo-o de um madeiro,
Deus ressuscitou-o, ao terceiro dia, e permitiu-lhe manifestar-se,
não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois da sua ressurreição dos mortos.
E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído, por Deus, juiz dos vivos e dos mortos.
É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.»


Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.  
Diga a casa de israel:
é eterna asua misericórdia.

A direita do Senhor é exaltada,
a direita do Senhor opera maravilhas!
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram,
tornou-se pedra angular.
Isto se fez por obra do Senhor,
e é um prodígio dos nossos olhos.



Coloss. 3,1-4.

Irmãos: Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra.
Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória.


João 20,1-9.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
2ª homilia para a Páscoa

«Eis que faço novas todas as coisas» (Ap 21,5)

Esse dia é o primeiro dia duma nova criação. Neste dia Deus criou «um novo céu e uma nova terra» (cf Is 65,17; Ap 21,1). […] Neste dia é criado o verdadeiro homem, feito «à imagem e semelhança de Deus» (Gn 1,26). Vê o mundo que foi inaugurado neste dia, neste «dia que o Senhor fez» (Sl 118,24). […] Este dia aboliu a dor da morte e colocou no mundo «o primogénito de entre os mortos» (Col 1,18). Neste dia, […] a prisão da morte foi destruída, e os cegos recuperaram a vista, porque o astro do alto elevou-Se «para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte» (Lc 1,78ss). […]


Apressemo-nos, nós também, a contemplar esse espectáculo extraordinário […], para não sermos ultrapassados pelas mulheres. Tenhamos nas mãos os aromas que são a fé e a consciência, pois neles está «o bom perfume de Cristo» (cf Lc 24,1; 2Cor 2,15). Não procuremos mais «O que está vivo entre os mortos» (cf Lc 24,5), porque o Senhor repudia os que O procuram assim, dizendo: «Não Me detenhas» (Jo 20,17). […] Não representes na tua fé a sua condição corporal de servidão, mas adora Aquele que está na glória do Pai, na «condição de Deus» […]; e esquece a «condição de escravo» (Fil 2,6-7).


Escutemos a boa nova trazida por Maria Madalena, mais rápida que o homem graças à sua fé. […] E que boa nova nos traz ela? A que não vem «da parte dos homens, nem por meio de homem algum, mas por meio de Jesus Cristo» (Gal 1,1). «Escuta», diz ela, «o que o Senhor nos ordenou que vos digamos, a vós a quem Ele chama irmãos»: «Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus» (Jo 20,17). Que bela notícia! Aquele que, por nossa causa, Se tornou como nós, para fazer de nós seus irmãos […], arrasta consigo todo o género humano para o verdadeiro Pai […]. Aquele que pelos seus numerosos irmãos (Rom 8,29), Se tornou, através da sua carne, primogénito da boa criação, atraiu a Si toda a natureza.







sexta-feira, 18 de abril de 2014

Profecia do Dia


Sabado, dia 19 de Abril de 2014

Sábado Santo - VIGÍLIA PASCAL - Ano A
Sábado Santo - Vigília Pascal

Santo Expedito, mártir, séc. III, S. Leão IX, papa, +1054, Santa Maria da Encarnação, viúva, religiosa, +1613

Comentário do dia
Homilia grega do século IV : «Isto foi obra do Senhor e é um prodígio aos nossos olhos» (Sl 118,23)

Ex. 14,15-31.15,1a.

Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir.
E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o, e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca.
E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles, e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros,
e os egípcios saberão que Eu sou o Senhor, quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.»
O anjo de Deus, que caminhava à frente do acampamento de Israel, levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem levantou-se de diante deles e colocou-se atrás deles.
Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, e iluminou-se a noite, e não se aproximaram um do outro toda a noite.
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez recuar o mar com um vento forte de oriente toda a noite, e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se,
e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
Os egípcios perseguiram-nos, e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros, entraram atrás deles para o meio do mar.
E aconteceu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e de nuvem, para o acampamento dos egípcios, e lançou a confusão no acampamento dos egípcios.
Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra, e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egipto.»
O Senhor disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar, e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.»
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o Senhor desfez-se dos egípcios no meio do mar.
As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum.
Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar, e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
O Senhor salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto, e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar.
Israel viu a mão poderosa com que o Senhor actuou contra o Egipto, o povo temeu o Senhor e acreditou nele e em Moisés, seu servo.
Então, Moisés cantou, e os filhos de Israel também, este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar.


Ex. 15,1b-2.3-4.5-6.17-18.

«Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande:
cavalo e cavaleiro lançou no mar.  
Ele é o meu deus: eu O exalto
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico  

O Senhor é um guerreiro: Senhor é o seu nome.
Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar  
Os seus combatentes escolhidos foram afundados  
no Mar dos Juncos.

Cobrem-nos os abismos:
desceram às profundezas como uma pedra.  
A tua direita, Senhor, resplandeceu de força;
a tua direita, Senhor, apanhou o inimigo.  

Conduzistes com amor o povo que libertastes
e com o vosso poder  o levastes à vossa morada santa,
à morada segura que fizestes, senhor.  
O Senhor reinará eternamente e para sempre.»



Romanos 6,3-11.

Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre; e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.


Mateus 28,1-10.

Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro.
Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela.
O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve.
Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos.
Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado;
não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia
e ide depressa dizer aos seus discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis.' Eis o que tinha para vos dizer.»
Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Homilia grega do século IV (inspirada numa homilia perdida de Santo Hipólito de Roma)
Sobre a santa Páscoa, §1 e 58ss; PG 59, 743; SC 27

«Isto foi obra do Senhor e é um prodígio aos nossos olhos» (Sl 118,23)

Eis a hora em que aparece a luz bendita de Cristo; os raios puros do Espírito elevam-se e o céu abre os tesouros da glória divina. A noite vasta e obscura foi engolida, dissiparam-se as trevas espessas, a triste sombra da morte afundou-se nas sombras. A vida desdobra-se sobre todas as coisas; tudo se enche de uma luz sem fim. A aurora das auroras levanta-se sobre a terra e, «das entranhas da madrugada» (Sl 110,3), antes dos astros, imortal e imenso, o grande Cristo brilha mais que o sol sobre todos os seres.


Para nós, que cremos nele, instaura-se um dia de luz vasta e eterna, que nada poderá extinguir: é a Páscoa mística, celebrada em prefiguração pela Lei, consumada em verdade por Cristo, Páscoa magnífica, maravilha da força de Deus, obra do seu poder, a verdadeira festa, o memorial eterno: a libertação de todo o sofrimento nasce da Paixão, a imortalidade nasce da morte, a vida nasce do sepulcro, a cura nasce da ferida, a levantamento nasce da queda, a ascensão nasce da descida aos infernos. […]


As mulheres foram as primeiras a vê-Lo ressuscitado. Tal como tinha sido uma mulher a introduzir o primeiro pecado no mundo, também foi ela que trouxe em primeiro lugar a notícia da vida. Foi por isso que as mulheres ouviram esta palavra sagrada: «Mulheres, alegrai-vos!» (Cf Mt 28,9 grego), para que a primitiva tristeza fosse tragada pela alegria da ressurreição. […]


À vista de mistério tão grande — um homem ascendendo a Deus —, as potências dos céus bradam de alegria aos exércitos dos anjos: «Ó portas, levantai os vossos umbrais! Alteai-vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.» Vendo esta maravilha, a natureza humana unida à de Deus, estas por sua vez clamaram: «Quem é esse rei glorioso?» e os outros responderam: «É o Senhor do universo! É Ele o rei glorioso. É o Senhor, poderoso herói, o Senhor, herói na batalha» (Sl 24,7ss).







quinta-feira, 17 de abril de 2014

Profecia do Dia


Sexta-feira, dia 18 de Abril de 2014

6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR
Sexta-feira santa

Beata Sabina Petrilli, religiosa, +1923

Comentário do dia
São Narsés Snorhali : «Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda» (Lc 23,33)

Is. 52,13-15.53,1-12.

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos, ao verem coisas inenarráveis, e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR?
O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios, e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum, nem praticado qualquer fraude.
Mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento, para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias, e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos, porque carregou com o crime deles.
Por isso, ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos, porque ele próprio entregou a sua vida à morte, e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos, e sofreu pelos culpados.


Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.

Em Vós, Senhor, me refugio;
não seja eu confundido para sempre!
Livrai-me pela vossa justiça.
Nas vossas mãos entrego o meu espírito;
Tornei-me objecto de opóbrio para todos os meus inimigos,
especialmente para os meus vizinhos;
objecto de terror para os meus conhecidos;
fogem de mim os que me vêem na rua.

Caí no esquecimento dos corações como um morto:
fui (rejeitado) como um vaso abandonado.
Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: «Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.»

Brilhe sobre o vosso servo a luz da vossa face;
salvai-me pela vossa misericórdia.
Sede corajosos e valentes no vosso coração,
todos quantos esperais no Senhor.



Heb. 4,14-16.5,7-9.

Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos, então, com grande confiança, do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna,


João 18,1-40.19,1-42.

Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas, então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!»
Jesus replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora.»
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então, o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás, porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto, Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro.
Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido, porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque me bates?»
Então, Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto, Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe, então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus de novo; e nesse instante cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus,
em cumprimento do que Jesus tinha dito, quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo.
Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.»
Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque disse ser Filho de Deus.»
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe, então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado.»
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então, hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César.»
Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.
Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então, os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então, os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Depois disso, Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz, porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Narsés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio
Jesus, Filho Unigénito do Pai, §§ 727-736; SC 203

«Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda» (Lc 23,33)

Ao contrário da árvore produtora de morte,

Plantada no meio do Paraíso (Gn 3,3),

Tu levaste aos ombros o madeiro da Cruz

E carregaste-o até ao lugar do Gólgota.


Conforta a minha alma, caída no pecado,

Debaixo de carga tão pesada!

Conforta-a, graças ao «jugo suave»

E ao «fardo leve» da Cruz (Mt 11,30).


À sexta-feira, às três horas,

Dia em que o primeiro homem foi seduzido,

Foste pregado na Cruz, Senhor,

Ao mesmo tempo que o malfeitor e ladrão.


As tuas mãos, que haviam criado a Terra,

Estendeste sobre a Cruz, ao contrário

Das de Adão e Eva, estendidas para a árvore

Onde foram colher a morte.


A mim, pecador como eles, e até muito mais

Do que eles, perdoa, Senhor, os delitos,

Como já a eles perdoaste na região

Donde toda a esperança foi banida (1Ped 3,19).


Tendo subido à Santa Cruz,

Toda a transgressão humana apagaste

E ao inimigo da natureza humana

Nela cravaste para sempre.


Fortalece-me sob a protecção

Desse Santo Signo, sempre vencedor,

E mal ele apareça a oriente (Mt 24,27.30)

Ilumina-me com a sua luz!


Ao ladrão que estava à tua direita

Abriste as portas do Paraíso:

Assim Te lembres de mim quando vieres

Na realeza de teu Pai! (Mt 26,64)


Assim eu próprio possa um dia

Ouvir proclamar a sentença que faz exultar:

«Hoje mesmo estarás comigo

No jardim do Éden, tua primeira pátria!» (Lc 23,43; Gn 2,8)