segunda-feira, 30 de junho de 2014

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 01 de Julho de 2014

Terça-feira da 13ª semana do Tempo Comum
Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

Comentário do dia
Santo Agostinho : «E sobreveio uma grande calma»

Amós 3,1-8.4,11-12.

Escutai esta palavra que o Senhor pronuncia contra vós, filhos de Israel, contra toda a família que fez sair do Egipto:
"De todas as nações da terra, só a vós conheci. Por isso vos castigarei, por todas as vossas iniquidades."
Porventura andarão dois homens juntos, sem se terem posto de acordo?
Porventura rugirá o leão na floresta, sem ter achado uma presa? Gritará o leãozinho no covil, sem ter lançado a garra a alguma coisa?
Cairá uma ave no laço posto na terra, se o laço não estiver armado? Irá levantar-se a armadilha da terra, antes de ter apanhado alguma coisa?
Tocar-se-á a trombeta na cidade, sem que o povo se assuste? Acontecerá alguma calamidade numa cidade, sem ser por disposição do Senhor?
Porque o Senhor DEUS nada faz sem revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.
O leão ruge: quem não temerá? O Senhor DEUS fala: quem não profetizará?
Causei no meio de vós uma confusão enorme semelhante à de Sodoma e Gomorra. Ficastes como um tição que se tira do fogo. Mas não voltastes para mim - oráculo do SENHOR.
Portanto, eis como te vou tratar, ó Israel! E como é assim que te vou tratar, prepara-te para comparecer diante do teu Deus, ó Israel!


Salmos 5,5-6.7.8.

Vós não sois um Deus que se agrade do mal,
o perverso não tem aceitação junto de Vós.
Vós detestais todos os malfeitores

e exterminais os que dizem mentiras:
o Senhor abomina
os sanguináriops e fraudulentos.

Mas eu, pela grandeza do teu amor,
entrarei na tua casa para te adorar,
com reverência, no teu santo templo.




Mateus 8,23-27.

Naquele tempo, Jesus subiu para o barco e os discípulos acompanharam-n'O.
Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia.
Aproximando-se dele, os discípulos despertaram-no, dizendo-lhe: «Senhor, salva-nos, que perecemos!»
Disse-lhes Ele: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma.
Os homens, admirados, diziam: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermão 63

«E sobreveio uma grande calma»

O sono de Cristo é sinal de mistério. Os ocupantes da barca representam as almas que atravessam a vida deste mundo agarradas ao madeiro da cruz. Por outro lado, a barca é símbolo da Igreja. Sim, verdadeiramente […] o coração de cada fiel é uma barca que navega no mar e que não se afundará se o espírito mantiver bons pensamentos.


Insultaram-te: é o vento que te fustiga. Encolerizaste-te: é a onda que se levanta. Surgiu a tentação: é o vento que sopra. A tua alma está perturbada: são as vagas que se elevam. […] Acorda Cristo, deixa que Ele te fale. «Quem é Este, a quem até o vento e o mar obedecem?» Quem é Ele? «Dele é o mar, pois foi Ele quem o formou»: «por Ele é que tudo começou a existir» (Sl 95,5; Jo 1,3). Imita, pois, os ventos e o mar: obedece ao Criador. O mar mostra-se dócil à voz de Cristo e tu continuas surdo? O mar obedece, o vento acalma-se e tu continuas a soprar? Que queremos dizer com isso? Falar, agitar-se, meditar na vingança: não será tudo isto continuar a soprar e não querer ceder diante da palavra de Cristo? Quando o teu coração está perturbado, não te deixes submergir pelas vagas.


No entanto, se o vento nos virar — porque somos apenas humanos — e acicatar as emoções más do nosso coração, não desesperemos. Acordemos Cristo, para que possamos prosseguir a nossa viagem por mares mais calmos.







domingo, 29 de junho de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 30 de Junho de 2014

Segunda-feira da 13ª semana do Tempo Comum

Santos Protomártires da Igreja de Roma, 64-67, S. Marçal, bispo, séc. III, S. Pedro e S. Paulo (no Brasil)

Comentário do dia
Beata Teresa de Calcutá : «O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»

Amós 2,6-10.13-16.

Assim fala o Senhor: "Por causa do triplo e do quádruplo crime de Israel, não revogarei o meu decreto. Porque vendem o justo por dinheiro e o pobre, por um par de sandálias;
esmagam sobre o pó da terra a cabeça do pobre, desviam os pequenos do caminho certo. Porque o filho e o pai dormem com a mesma jovem, profanando o meu santo nome.
Porque se estendem ao pé de cada altar sobre as roupas recebidas em penhor, e bebem no templo do seu Deus o vinho dos que foram confiscados.
Fui Eu que, diante deles, exterminei os amorreus, que eram altos como cedros e fortes como os carvalhos. Destruí-lhes por cima os frutos e por baixo as raízes.
Eu é que vos tirei da terra do Egipto, e vos conduzi, através do deserto, durante quarenta anos, a fim de vos dar a posse da terra dos amorreus
Pois bem! Eis que vos vou esmagar contra o solo como esmaga um carro bem carregado de feno.
O homem ágil não poderá fugir, o forte em vão recorrerá à sua força, o valente não salvará a sua vida.
O que maneja o arco não resistirá, nem o homem de pés ligeiros escapará, nem o cavaleiro salvará a sua vida.
E o mais corajoso entre os valentes fugirá nu, naquele dia - oráculo do SENHOR."


Salmos 50(49),16bc-17.18-19.20-21.22-23.


"Porque andas sempre a falar da minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e rejeitas as minhas palavras?

Se vês um ladrão, ajuntas-te com ele
e fazes grupo com os adúlteros.
Destes largas à tua boca para o mal
e atua língua tece enganos.

Sentas-te a falar contra o teu irmão
e difamas o filho da tua mãe.
Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar-me?
Pensavas que Eu era igual a ti?

Vou chamar-te a julgamento
e lançar-te tudo isto em rosto!»
Considerai isto, vós que esqueceis a Deus
não aconteça que vos extermine,

sem haver quem vos salve.
Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor;
a quem anda por este caminho
farei participar da salvação de Deus.




Mateus 8,18-22.

Naquele tempo, vendo Jesus em torno de si uma grande multidão, decidiu passar à outra margem.
Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse: «Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.»
Respondeu-lhe Jesus: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»
Um dos discípulos disse-lhe: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.»
Jesus, porém, respondeu-lhe: «Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«Jesus, the Word to Be Spoken», cap. 8, 31

«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»

A pobreza do nosso Salvador é ainda maior que a do animal mais pobre deste mundo: «as raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» Esta era a realidade. Não tinha uma casa sua, não tinha morada fixa. Os Samaritanos tinham-No expulsado e teve de procurar abrigo (Lc 9,53). Tudo era incerto: o alojamento, a alimentação. Tudo aquilo de que Se servia era esmola dos outros.


Isto é realmente a grande pobreza; e como é tocante quando sabemos que Ele é o Deus-Homem, o Senhor do céu e da terra, e tudo o que podia ter possuído! Mas ao mesmo tempo é isso que torna a sua pobreza esplêndida e rica, no sentido em que se trata de uma pobreza voluntária, escolhida por amor a nós e com a intenção de nos enriquecer (cf 2Cor 8,9).


Somos abençoados ao ser chamados a partilhar, à nossa maneira modesta, a imensa pobreza deste grande Deus. Estremecemos de alegria perante esta magnífica errância que é a nossa vida. Não erramos, mas cultivamos o espírito do abandono. Não possuímos nada para viver e, no entanto, vivemos com esplendor; nada sobre que avançar e no entanto avançamos sem medo; nada em que nos apoiarmos e no entanto apoiamo-nos em Deus com confiança porque somos dele e Ele é o nosso Pai previdente.







sábado, 28 de junho de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 29 de Junho de 2014

São Pedro e São Paulo, apóstolos - Solenidade
Solenidade de São Pedro e S. Paulo (ofício próprio)

S. Pedro, apóstolo, S. Paulo, apóstolo

Comentário do dia
Santo Aelredo de Rielvaux : «Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»

Actos 12,1-11.

Naqueles dias, o rei Herodes maltratou alguns membros da Igreja.
Mandou matar à espada Tiago, irmão de João,
e, vendo que tal procedimento agradara aos judeus, mandou também prender Pedro. Decorriam os dias dos Ázimos.
Depois de o mandar prender, meteu-o na prisão, entregando-o à guarda de quatro piquetes, de quatro soldados cada um, na intenção de o fazer comparecer perante o povo, a seguir à Páscoa.
Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele.
Na noite anterior ao dia em que Herodes contava fazê-lo comparecer, Pedro estava a dormir entre dois soldados, bem preso por duas correntes, e diante da porta estavam sentinelas de guarda à prisão.
De repente, apareceu o Anjo do Senhor e a masmorra foi inundada de luz. O anjo despertou Pedro, tocando-lhe no lado e disse-lhe: «Ergue-te depressa!» E as correntes caíram-lhe das mãos.
O anjo prosseguiu: «Põe o cinto e calça as sandálias.» Pedro assim fez. Depois, disse-lhe: «Cobre-te com a capa e segue-me.»
Pedro saiu e seguiu-o. Não se dava conta da realidade da intervenção do anjo, pois julgava que era uma visão.
Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma. Saíram, avançando por uma rua, e logo o anjo se retirou de junto dele.
Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo e me arrancou das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava.»


Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que nele se refugia.




2 Tim. 4,6-8.17-18.

Caríssimo: Quanto a mim, já estou pronto para oferecer-me como sacrifício; avizinha-se o tempo da minha libertação.
Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel.
A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor, justo juiz, e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela sua vinda.
O Senhor, porém, esteve comigo e deu-me forças, a fim de que, por meu intermédio, o anúncio fosse plenamente proclamado e todos os gentios o escutassem. Assim fui arrebatado da boca do leão.
O Senhor me livrará de todo o mal e me levará a salvo para o seu Reino celeste. A Ele, a glória, pelos séculos dos séculos. Ámen!


Mateus 16,13-19.

Naquele tempo, ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?»
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.»
Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»
Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu.
Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
Dar-te ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Aelredo de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense
Sermão 18, para a festa de São Pedro e São Paulo; PL 195, 298

«Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja»

«Trema a Terra com todos os seus habitantes, Eu mesmo firmei as suas colunas» (Sl 75,4). Todos os apóstolos são pilares da Terra, mas em primeiro lugar os dois cuja festa celebramos. Eles são as duas colunas que sustentam a Igreja através do seu ensino, da sua oração e do exemplo da sua constância. Foi o próprio Senhor que fortaleceu essas colunas; porque inicialmente eles eram fracos, incapazes de se aguentarem e de ampararem os outros. E aqui aparece o grande desígnio do Senhor: se tivessem sido sempre fortes, poder-se-ia pensar que a sua força vinha deles mesmos. Por isso, antes de os fortalecer, o Senhor quis mostrar do que eles eram capazes, para que todos saibam que a sua força vem de Deus. […] Pedro foi lançado por terra pela voz de uma simples criada […]; a outra coluna também foi muito fraca: «apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente» (1Tim 1,13). […]


É por isso que devemos louvar de todo o coração estes santos, nossos pais, que sofreram muito pelo Senhor e que perseveraram com tanta fortaleza. Não custa nada perseverar na alegria, na felicidade e na paz; ser grande é ser apedrejado, flagelado, açoitado por Cristo (2Cor 11,25), e perseverar com Cristo. É grande ser amaldiçoado e abençoar como Paulo, ser perseguido e suportar, ser caluniado e consolar, ser como o lixo do mundo e disso tirar glória (1Cor 4,12-13). […] E que dizer de Pedro? Mesmo que ele não tivesse suportado nada por Cristo, bastar-nos-ia, para hoje o celebrarmos, ter sido crucificado por Ele. […] Ele bem sabia onde estava Aquele a quem amava, Aquele que desejava […]: a sua cruz foi o seu caminho para o céu.







sexta-feira, 27 de junho de 2014

Profecia do Dia


Sabado, dia 28 de Junho de 2014

Imaculado Coração de Maria
Imaculado Coração de Maria (ofício próprio)

Santo Irineu, bispo, mártir, +200

Comentário do dia
Bento XVI: «Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração» (Lc 2,51)

Is. 61,9-11.

A linhagem do povo de Deus será conhecida entre os povos e a sua descendência no meio das nações. Quantos os virem terão de os reconhecer como linhagem que o Senhor abençoou.
Rejubilo de alegria no SENHOR, e o meu espírito exulta no meu Deus, porque me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de triunfo. Como um noivo que cinge a fronte com o diadema, e como uma noiva que se adorna com as suas jóias.
Porque, assim como a terra faz nascer as plantas, e o jardim faz brotar as sementes, assim o Senhor DEUS faz germinar a justiça e o louvor diante de todas as nações.


1 Sam. 2,1.4-5ab.6-7.8abcd-.

O meu coração exulta de jú­bilo no Senhor.
Nele se ergue a minha fronte,
a minha boca desafia os meus adver­­sários,
porque me alegro na tua salva­ção.

O arco dos fortes foi quebrado
e os fracos foram revestidos de vi­gor.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.

A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber.
Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.

A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.  

É o Senhor que despoja e enriquece,
É o Senhor quem humilha e exalta. 
Levanta do pó o mendigo
e tira da imundície o pobre,

para os sentar com os prín­ci­pes
e ocupar um trono de glória



Lucas 2,41-51a.

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa.
Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa.
Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem.
Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos.
Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura.
Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas.
Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!»
Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?»
Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse.
Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Discurso de 30/05/2009 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração» (Lc 2,51)

No Novo Testamento vemos que a fé de Maria, por assim dizer, «atrai» o dom do Espírito Santo. Antes de tudo, na concepção do Filho de Deus, mistério que o próprio Arcanjo Gabriel assim explica: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra» (Lc 1,35). […] O coração de Maria, em perfeita consonância com o Filho divino, é templo do Espírito da verdade (Jo 14,17), onde cada palavra e acontecimento são conservados na fé, na esperança e na caridade (cf Lc 2,19.51).

Assim, podemos estar certos de que, em todo o arco da vida escondida em Nazaré, o santíssimo coração de Jesus sempre encontrou no coração imaculado da Mãe uma chama ardente de oração e de atenção constante à voz do Espírito. O que aconteceu durante as bodas de Caná (Jo 2,1ss) é testemunho desta singular sintonia entre Mãe e Filho na busca da vontade de Deus. Numa situação cheia de símbolos da aliança, como o banquete nupcial, a Virgem Maria intercede e provoca, por assim dizer, um sinal de graça superabundante: o «vinho bom», que remete para o mistério do Sangue de Cristo. Isto conduz-nos directamente ao Calvário, onde Maria se encontra aos pés da cruz juntamente com as outras mulheres e com o apóstolo João. A Mãe e o discípulo recolhem espiritualmente o testamento de Jesus: as suas últimas palavras e o seu último suspiro, no qual Ele começa a efundir o Espírito; e recolhem o brado silencioso do seu sangue, inteiramente derramado por nós (cf Jo 19,25-34). Maria sabia de onde provinha aquele sangue: tinha-se formado nela por obra do Espírito Santo, e sabia que aquele mesmo poder criador ia ressuscitar Jesus, como Ele tinha prometido.

Assim, a fé de Maria apoiou a dos discípulos até ao encontro com o Senhor ressuscitado, e continuou a acompanhá-los também depois da sua Ascensão ao céu, na expectativa do «baptismo no Espírito Santo» (cf Act 1,5). […] Eis porque Maria é, para todas as gerações, imagem e modelo da Igreja, que juntamente com o Espírito caminha no tempo invocando o retorno glorioso de Cristo: «Vinde, Senhor Jesus» (cf Ap 22,17.20).







quinta-feira, 26 de junho de 2014

Profecia do Dia


Sexta-feira, dia 27 de Junho de 2014

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, solenidade - Ano A
Sagrado Coração de Jesus - Ano A (ofício próprio)Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

S. Cirilo de Alexandria, bispo, Doutor da Igreja, +444

Comentário do dia
Santa Faustina Kowalska : «Sou manso e humilde de coração»

Deut. 7,6-11.

Moisés falou ao povo, dizendo:«Tu és um povo consagrado ao Senhor teu Deus; foi a ti que o Senhor, teu Deus, escolheu, para seres o seu povo, entre todos os povos que estão sobre a face da terra.»
«Não foi por serdes mais numerosos que outros povos que o Senhor se agradou de vós e vos escolheu; vós até éreis o mais pequeno de todos os povos.
Porque o Senhor vos ama e é fiel ao juramento que fez a vossos pais, por isso, é que, com mão forte, vos tirou e vos salvou da casa da servidão, da mão do faraó, rei do Egipto.
Reconhece, pois, que o Senhor, teu Deus, é que é Deus, o Deus fiel, que mantém a aliança e a bondade para com os que o amam e observam os seus mandamentos até à milésima geração.
Ele castiga, porém, a cada um dos seus inimigos, fazendo-os perecer; não tardará em dar castigo a cada um dos que o odeiam.
Observarás, pois, os mandamentos, as leis e os preceitos, que Eu hoje te mando pôr em prática.


Salmos 103(102),1-2.3-4.6-7.8.10.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

É Ele quem perdoa as tuas culpas
e cura todas as tuas enfermidades.
É Ele quem resgata a tua vida do túmulo
e te enche de graça e de ternura.

O Senhor faz justiça   
e defende o direito de todos os oprimidos.  
Revelou a Moisés os seus caminhos  
e aos filhos de Israel os seus prodígios.  

O Senhor é misericordioso e compassivo,
é paciente e cheio de amor.
Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.    




1 João 4,7-16.

Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.
E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida.
É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
A Deus nunca ninguém o viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós.
Damos conta de que permanecemos nele, e Ele em nós, por nos ter feito participar do seu Espírito.
Nós o contemplámos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.
Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.
Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.


Mateus 11,25-30.

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa
Diário, § 1321

«Sou manso e humilde de coração»

Salve, Coração Misericordioso de Jesus,

Fonte de todas as graças, e seu vivo nexo,

Nossa protecção e refúgio, única Luz,

Em vós que tenho, da esperança, o reflexo.


Salve, Coração Compassivo de meu Senhor,

Inescrutável fonte viva de ternura,

De que brota a vida para o pecador,

E a fonte e a origem de toda a doçura.


Salve, do Sagrado Coração, aberta Chaga,

Donde saíram os raios da Misericórdia,

E da qual nos foi dada a vida em paga,

Vaso único de confiança e concórdia.


Salve, divina inconcebível Bondade,

Nunca medida nem aprofundada,

De amor e misericórdia, plena de santidade,

Porém, como terna mãe, para nós inclinada.


Salve, trono de Misericórdia, de Deus Cordeiro,

Que por mim destes a vida em sacrifício,

Em que minha alma se humilha, até dia derradeiro,

Pois, de viver em fé profunda, é meu ofício.







quarta-feira, 25 de junho de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 26 de Junho de 2014

Quinta-feira da 12ª semana do Tempo Comum

Santos João e Paulo, mártires, +362, S. José Maria Escrivá, presbítero, fundador, +1975, São Paio, mártir, +925

Comentário do dia
São Gregório de Nazianzo : Edificados sobre a Rocha

2 Reis 24,8-17.

Jeconias tinha dezoito anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém.
Fez o mal aos olhos do Senhor, tal como o seu pai.
Foi nesse tempo que os homens de Nabucodonosor, rei da Babilónia, vieram sobre Jerusalém e a sitiaram.
Nabucodonosor chegou à cidade, quando as suas tropas a sitiavam.
Joiaquin, rei de Judá, saiu ao encontro do rei da Babilónia, com sua mãe, com os altos funcionários, com os oficiais e com os eunucos; e o rei da Babilónia prendeu-o. Isto aconteceu no oitavo ano do reinado de Nabucodonosor.
E como o Senhor tinha anunciado, Nabucodonosor levou dali todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, e quebrou todos os objectos de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera para o santuário do Senhor.
Levou cativa toda a corte de Jerusalém, todos os chefes e todos os notáveis, ao todo dez mil, com todos os ferreiros e artífices; deixou apenas os pobres do país.
Deportou Joiaquin de Jerusalém para a Babilónia, com a sua mãe, as suas mulheres, os eunucos do rei e os grandes do país.
Todos os homens de valor, aptos para a guerra, em número de sete mil, os ferreiros e os artífices, em número de mil, o rei da Babilónia levou-os cativos para a Babilónia.
Em lugar de Joiaquin, o rei da Babilónia nomeou rei seu tio Matanias, cujo nome mudou para Sedecias.


Salmos 79(78),1-2.3-5.8.9.

Ó Deus, os pagãos invadiram a tua herança,
profanaram o teu santo templo
e reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.
Deram os cadáveres dos teus servos
em alimento às aves do céu
e os corpos dos teus fiéis, às feras selvagens.

Derramaram o seu sangue em torno de Jerusalém,
e ninguém lhes deu sepultura.
Tornámo-nos motivo de escárnio para os vizinhos,
de irrisão e opróbrio para os que nos rodeiam.
Até quando, Senhor, estarás ainda irritado?
Será a tua indignação como um fogo abrasador?

Não recordes contra nós
as faltas dos nossos antepassados;
venha depressa ao nosso encontro a tua misericódia
Socorre-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do teu nome;
livra-nos e perdoa-nos os nossos pecados

pelo amor do teu nome.



Mateus 7,21-29.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo o que Me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu.
Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizámos, em teu nome que expulsámos os demónios e em teu nome que fizemos muitos milagres?'
E, então, dir-lhes-ei: 'Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.'»
«Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.»
Quando Jesus acabou de falar, a multidão ficou vivamente impressionada com os seus ensinamentos,
porque Ele ensinava-os como quem possui autoridade e não como os doutores da Lei.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
Discurso 26

Edificados sobre a Rocha

Certa noite, andava eu a passear à beira-mar e, como diz a Escritura, «soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se» (Jo 6,18). As vagas elevavam-se ao longe e invadiam a praia, batendo nos rochedos, desfazendo-se e transformando-se em espuma e em gotículas. Os seixos pequenos, as algas e as conchas mais leves eram arrastados pelas águas e atirados para a praia, mas os rochedos permaneciam firmes e inabaláveis, como se tudo estivesse calmo, mesmo no meio das vagas que os assolavam. […]


Retirei uma lição desse espectáculo. Esse mar não será a nossa vida e a condição humana? Também aqui se encontra muita amargura e instabilidade. E não serão como os ventos as tentações que nos assolam e todos os golpes imprevistos da vida? Era nisso, segundo penso, que meditava David quando clamava: «Salva-me, ó Deus, porque as águas quase me submergem; estou a afundar-me num lamaçal profundo, não tenho ponto de apoio; entrei no abismo de águas sem fundo e a corrente está a arrastar-me» (Sl 69,2ss). Entre as pessoas que são postas à prova, umas parecem-me objectos ligeiros e sem vida que se deixam levar sem oferecer a mínima resistência; não têm nenhuma firmeza em si; não têm o contrapeso duma razão sábia que lute contra os assaltos. Outras parecem-me rochedos, dignas dessa Rocha sobre a qual fomos edificados e que adoramos; formadas nos raciocínios da verdadeira sabedoria, elevam-se acima da fraqueza comum e tudo suportam com uma constância inabalável.







terça-feira, 24 de junho de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 25 de Junho de 2014

Quarta-feira da 12ª semana do Tempo Comum

São Máximo, bispo de Turim, +séc. V, S. Guilherme de Vercelli, monge, fundador, +1142

Comentário do dia
Papa Francisco: Toda a árvore boa dá bons frutos

2 Reis 22,8-13.23,1-3.

Naqueles dias, o Sumo Sacerdote Hilquias disse ao escriba Chafan: «Encontrei no templo do Senhor o Livro da Lei.» Hilquias entregou este livro ao escriba Chafan,
o qual, depois de o ler, foi ter com o rei e prestou-lhe contas da missão que lhe fora confiada: «Teus servos juntaram o dinheiro que se encontrava na casa do Senhor e entregaram-no aos encarregados do templo do Senhor.»
E acrescentou: «O Sumo Sacerdote Hilquias entregou-me um livro.» E leu-o na presença do rei.
Ao ouvir as palavras do Livro da Lei do Senhor, o rei rasgou as suas vestes
e ordenou ao sacerdote Hilquias, a Aicam, filho de Chafan, a Acbor, filho de Miqueias, ao escriba Chafan e ao seu oficial Asaías:
«Ide e consultai o Senhor acerca de mim, do povo e de todo o Judá, sobre o conteúdo deste livro, que acaba de ser descoberto. A cólera do Senhor deve ser grande contra nós, porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, nem puseram em prática o que nele se nos prescreve.»
O rei mandou vir à sua presença todos os anciãos de Judá e de Jerusalém,
e subiu ao templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, sacerdotes, profetas e todo o povo, pequenos e grandes. Leu, então, diante de todos, as palavras do Livro da Aliança, descoberto no templo do Senhor.
Pondo-se de pé sobre o estrado, o rei renovou a aliança na presença do Senhor, comprometendo-se a seguir o Senhor, a observar os seus mandamentos, as suas instruções e os seus preceitos, com todo o seu coração e com toda a sua alma, e a cumprir todas as palavras da aliança contidas neste livro. Todo o povo concordou com esta aliança.


Salmos 119(118),33.34.35.36.37.40.

Ensina-me, Senhor, o caminho das tuas leis
e eu hei-de cumpri-las com fidelidade.
Dai-me entendimento para guardar a vossa lei
e para a cumprir de todo o coração.

Conduz-me pela senda dos teus mandamentos,
porque neles estão as minhas delícias.
Inclinai o meu coração para as vossas prescrições
e nunca para minha vaidade.

Desviai os meus olhos da vaidade,
fazei-me viver nos Vossos caminhos.
Vede como anseio pelos Vossos preceitos
fazei-me viver na Vossa Justiça.




Mateus 7,15-20.

Naquele tempo, disse Jesus  aos seus discípulos: «Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.
Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos.
A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos.
Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.
Pelos frutos, pois, os conhecereis.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho» §§ 169-171 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

Toda a árvore boa dá bons frutos

Numa civilização paradoxalmente ferida pelo anonimato e, simultaneamente, obcecada com os detalhes da vida alheia, descaradamente doente de curiosidade mórbida, a Igreja tem necessidade de um olhar solidário para contemplar, comover-se e parar diante do outro, tantas vezes quantas forem necessárias. Neste mundo, os ministros ordenados e os outros agentes de pastoral podem tornar presente a fragrância da presença solidária de Jesus e o seu olhar pessoal. A Igreja deverá iniciar os seus membros – sacerdotes, religiosos e leigos – nesta «arte do acompanhamento», para que todos aprendam a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do outro (cf Ex 3,5). Devemos dar ao nosso caminhar o ritmo salutar da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte e anime a amadurecer na vida cristã. […]

Hoje mais do que nunca precisamos de homens e mulheres que conheçam, a partir da sua experiência de acompanhamento, o modo de proceder onde reine a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, para no meio de todos defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho. Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual. Escutar ajuda-nos a individuar o gesto e a palavra oportunos que nos desinstalam da cómoda condição de espectadores. Só a partir desta escuta respeitosa e compassiva se podem encontrar os caminhos para um crescimento genuíno, pode despertar o desejo do ideal cristão, o anseio de corresponder plenamente ao amor de Deus e o anelo de desenvolver o melhor de quanto Deus semeou na nossa própria vida.







segunda-feira, 23 de junho de 2014

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 24 de Junho de 2014

Nascimento de Saõ João Baptista - Solenidade
Nascimento de S. João Baptista (ofício próprio)

Comentário do dia
Liturgia de rito siríaco: «Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz» (Jo 1,6-7)

Is. 49,1-6.

«Terras de Além- Mar, escutai-me; prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR, e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno, para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob, e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob, e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra.»


Salmos 139(138),1-3.13-14ab.14c-15.

Senhor, tu conheces o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento.
Vês-me quando caminho e quando descanso;

estás atento a todos os meus passos.
Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças

por tão espantosas maravilhas;
admiráveis são as tuas obras.
Quando os meus ossos estavam a ser formados,
e eu, em segredo, me desenvolvia,

tecido nas profundezas da terra,
nada disso te era oculto.



Actos 13,22-26.

Naqueles dias, Paulo falou deste modo: «Deus elevou David como rei, e a seu respeito deu este testemunho: 'Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.'
Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus.
João preparou a sua vinda, anunciando um baptismo de penitência a todo o povo de Israel.
Quase a terminar a sua carreira, João dizia: 'Eu não sou quem julgais; mas vem, depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.'
Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação.


Lucas 1,57-66.80.

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz e um filho.
Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela.
Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar se João.»
Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.»
Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse.
Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.» E todos se admiraram.
Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus.
O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos.
Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.
Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Liturgia de rito siríaco
Hino atribuído a Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja

«Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz» (Jo 1,6-7)

É a ti, João, que reconhecemos como novo Moisés,

Pois viste a Deus com toda a claridade e já não em figura;

É a ti que reconhecemos como novo Josué,

Pois fizeste passar os homens dum mundo ao outro nas águas do Jordão

E já não passar apenas o Jordão duma margem à outra; […]

És tu o novo Samuel, pois baptizaste o Filho de David e já não apenas ungiste a David;

És tu o novo David, que foste morto pelo rei Herodes e já não apenas perseguido pelo rei Saul;

És tu o novo Elias, nutrido por Deus com gafanhotos e mel silvestre no deserto

E já não apenas com pão por um corvo;

És tu o novo Isaías, que proclamaste o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29)

E já não apenas que a Virgem havia de dar à luz o Emanuel (Is 7, 14) […]


Bem-aventurado és tu, João, eleito por Deus, que tiveste as mãos suspensas sobre o teu Mestre

E entre elas a chama cujo brilho faz encandear os anjos!

Estrela da manhã (Nm 24,17), tu mostraste aos homens a manhã verdadeira;

Amanhecer da alegria (Sl 30,6), manifestaste ao género humano o dia da verdadeira glória; Lâmpada ardente e luminosa (Jo 5,35), apontaste aos homens a Luz sem ocaso;

Mensageiro do Deus da reconciliação (Is 9,5 LXX), à tua frente foi enviado o arcanjo Gabriel

A anunciar-te a Zacarias, para quem foste muito mais do que o fruto esperado; […]

O maior entre os nascidos de mulher (Mt 11,11), surgiste antes do Emanuel,

Aquele que excede toda a Criação;

Enfim, primogénito de Isabel, precedeste o Primogénito de toda a criatura (Col 1, 15).







domingo, 22 de junho de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 23 de Junho de 2014

Segunda-feira da 12ª semana do Tempo Comum

S. José Cafasso, presbítero, +1860, S. Bento Menni, presbítero, fundador, +1914

Comentário do dia
Imitação de Cristo: «Não julgueis, para não serdes julgados»

2 Reis 17,5-8.13-15a.18.

Naqueles dias, Salmanasar, rei da Assíria, invadiu todo o país e pôs cerco a Samaria durante três anos.
No ano nono do reinado de Oseias, o rei da Assíria conquistou a Samaria e deportou os israelitas para a Assíria. Estabeleceu-os em Hala, nas margens do Habor, rio de Gozan, e nas cidades da Média.
Isto aconteceu porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os tirara do Egipto e libertara da opressão do Faraó, rei dos egípcios. Adoraram outros deuses
e seguiram os costumes das nações que o Senhor expulsara da frente dos filhos de Israel, e os que foram introduzidos pelos reis de Israel.
O Senhor admoestara Israel e Judá pela boca dos seus profetas e videntes: «Desviai-vos dos vossos maus caminhos, guardai os meus mandamentos e preceitos, observai fielmente a lei que prescrevi a vossos pais e que vos transmiti pelos meus servos, os profetas.»
Mas eles não o quiseram ouvir, e endureceram o seu coração, imitando seus pais, que se tornaram infiéis ao Senhor, seu Deus.
Desprezaram os seus preceitos e a aliança que Ele estabeleceu com os seus pais, e as advertências que lhes tinha feito. Foram atrás das coisas vazias e eles próprios se tornaram vazios, como os povos que os rodeavam, apesar de o Senhor lhes ter proibido imitá-los.
Então, o Senhor indignou-se profundamente contra os filhos de Israel e lançou-os para longe da sua face. Só ficou a tribo de Judá.


Salmos 60(59),3.4-5.12-13.

Tu nos rejeitaste, ó Deus,
e nos destroçaste;
estás irado,
mas restabelece-nos de novo.

Abalaste a terra e a fendeste.
Repara as suas brechas, porque se desmorona!
Fizeste que o teu povo passasse duras provas;
deste nos a beber um vinho inebriante.

Quem senão Tu, ó Deus, que nos rejeitaste
e já não vais à frente dos nossos exércitos?
Concede-nos ajuda na tribulação,
porque é vão qualquer socorro humano.




Mateus 7,1-5.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não julgueis, para não serdes julgados;
pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos.
Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista?
Como ousas dizer ao teu irmão: 'Deixa-me tirar o argueiro da tua vista', tendo tu uma trave na tua?
Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Imitação de Cristo, tratado espiritual do século XV, Livraria Moraes, 1959
Livro II, cap. 3

«Não julgueis, para não serdes julgados»

Sabes bem desculpar e colorir as tuas acções, mas não queres atender às desculpas dos outros.
Seria mais justo que te acusasses, e desculpasses o teu irmão.
Se queres ser suportado, suporta tu os outros.
Vê quão longe estás ainda da verdadeira caridade e humildade, que só sabe irritar-se e indignar-se contra si própria.
Não tem valor conviver com os que são bons e pacientes, pois isso agrada naturalmente a todos; qualquer pessoa quer de boa vontade a paz, e gosta mais do que pensam como ela.
Mas poder viver em paz com os duros e os maus, com os indisciplinados, com os que se nos opõem, é grande graça e acção digna de louvor e corajosa. […]
Aquele que melhor sabe sofrer, maior paz conseguirá. Este é o que se vence a si mesmo e o senhor do mundo, o amigo de Cristo e o herdeiro do céu.







sábado, 21 de junho de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 22 de Junho de 2014

Corpo e Sangue de Cristo
Corpo de Deus - Ano A (ofício próprio)

S. Paulino de Nola (bispo, +431), S. João Fisher (bispo mártir, +1535), S. Thomas More (leigo mártir, +1535)

Comentário do dia
Bento XVI: «A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira bebida»

Deut. 8,2-3.14b-16a.

Moisés falou ao povo dizendo: «Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos.
Ele te humilhou e fez passar fome; depois, alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá.
Então, o teu coração se tornaria soberbo e tu esquecerias o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto, da casa de servidão.
Foi Ele quem te conduziu através desse deserto grande e temível, de serpentes venenosas e escorpiões, lugar árido, onde não há água. Foi Ele quem fez jorrar, para ti, água do rochedo duro.
Foi Ele quem te alimentou neste deserto com um maná desconhecido dos teus pais, para te humilhar, para te pôr à prova e, no futuro, te tornar feliz.


Salmos 148(147),12-13.14-15.19-20.

Glorifica, Jerusálem , o Senhor
louva o teu Deus, Sião!
É ele reforçou as tuas portas,
e abençoa os teus filhos no teu seio;

Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e te sacia com a flor do trigo
Envia as suas ordens à terra
e a Sua palavra corre velozmente;

Ele revela os seus planos a Jacob
os seus preceitos e leis a Israel.
Não trata assim os outros povos
todos esses ignoram os seus mandamentos.




1 Cor. 10,16-17.

Irmãos: O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?
Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão.


João 6,51-59.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.»
Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia,
porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia, celebração eucarística da 20ª Jornada Mundial da Juventude, 21/08/05

«A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira bebida»

«Isto é o meu Corpo dado em sacrifício por vós. Isto é o cálice da Nova Aliança no meu Sangue». [...] O que se passa aqui? Como pode Jesus dar o seu Corpo e o seu Sangue? Ao fazer do pão o seu Corpo e do vinho o seu Sangue, Ele antecipa a sua morte, aceita-a no seu íntimo e transforma-a num gesto de amor. Aquilo que, visto do exterior, é violência brutal [a crucifixão], torna-se, visto do interior, um gesto de amor que se doa totalmente. Foi esta a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cuja finalidade última é a transformação do mundo, até chegar à condição em que Deus será tudo em todos (cf 1Cor 15,28).


Desde sempre que todos os homens, de alguma forma, aguardam no seu coração uma mudança, uma transformação do mundo. Pois este é o único acto central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, por conseguinte, a morte em vida. E, porque este acto transforma a morte em vida, a morte, como tal, já está superada a partir do seu interior, nela já está presente a ressurreição. A morte está, por assim dizer, ferida intimamente, de modo que jamais poderá ser ela a ter a última palavra. [...]


Esta primeira e fundamental transformação da violência em amor, da morte em vida, arrasta depois consigo as outras transformações. O pão e o vinho tornam-se o seu Corpo e o seu Sangue. Mas a transformação não deve deter-se neste ponto, antes, é aqui que deve começar plenamente. O Corpo e o Sangue de Cristo são-nos dados para que nós mesmos, por nossa vez, sejamos transformados. Nós próprios devemos tornar-nos Corpo de Cristo, seus consanguíneos. Todos comemos o único Pão, mas isto significa que entre nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se assim união. Deus já não está só diante de nós como o Totalmente Outro. Está dentro de nós, e nós estamos nele. A sua dinâmica penetra-nos e, a partir de nós, deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para que o seu amor se torne realmente a medida dominante do mundo.







sexta-feira, 20 de junho de 2014

Profecia do Dia


Sabado, dia 21 de Junho de 2014

Sábado da 11ª semana do Tempo Comum

S. Luís Gonzaga, religioso, +1591

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações»

2 Crónicas 24,17-25.

Depois da morte de Joiadá, os chefes de Judá foram prostrar-se diante do rei e o rei deu-lhes ouvidos.
Abandonaram o templo do Senhor, Deus de seus pais, e prestaram culto aos postes sagrados e aos ídolos. Por causa dessa infidelidade, a ira divina inflamou-se contra Judá e Jerusalém.
O Senhor enviou-lhes profetas, a fim de os fazer voltar para Si. Os profetas fizeram-lhes as suas advertências, mas eles não quiseram escutá-los.
Então o espírito de Deus veio sobre Zacarias, filho do sacerdote Joiadá. Zacarias apresentou-se diante do povo e disse-lhe: «Assim fala Deus: Por que razão transgredis os mandamentos do Senhor, atraindo a desgraça sobre vós? Uma vez que abandonastes o Senhor, também Ele vai abandonar-vos».
Conspiraram então contra o profeta e apedrejaram-no por ordem do rei, no átrio do templo do Senhor.
Assim o rei Joás, esquecendo a dedicação de Joiadá, pai de Zacarias, deu a morte ao profeta. Zacarias disse, ao morrer: «O Senhor veja isto e faça justiça».
No princípio do ano seguinte, o exército dos arameus marchou contra Joás e invadiu Judá e Jerusalém. Os arameus mataram todos os chefes do povo e enviaram todos os seus despojos ao rei de Damasco.
Embora o exército dos arameus tivesse vindo com poucos homens, o Senhor entregou em suas mãos um grande exército, porque o povo tinha abandonado o Senhor, Deus de seus pais. Os arameus infligiram justo castigo a Joás;
e, quando se retiraram, deixando-o gravemente doente, os seus servos conspiraram contra ele, por ter derramado o sangue do filho do sacerdote Joiadá, e deram-lhe a morte no próprio leito. Morto o rei, deram-lhe sepultura na Cidade de David, mas não nos sepulcros dos reis.


Salmos 89(88),4-5.29-30.31-32.33-34.


"Fiz uma aliança com o meu eleito,
jurei a David, meu servo:
'Estabelecerei a tua descendência para sempre
e o teu trono há-de manter-se eternamente'."

Eternamente lhe assegurarei o meu favor,
e a minha aliança com ele será fiel.
Estabelecerei para sempre a sua descendência,
e o seu trono terá a duração dos céus.

Se os seus filhos abandonarem a minha aliança
e não caminharem segundo os meus preceitos,
se violarem as minhas determinações
e não cumprirem os meus mandamentos;

Punirei com vara os seus delitos
e com açoites os seus pecados,
mas não lhes retirarei o meu favor,
nem faltarei à minha fifelidade.




Mateus 6,24-34.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»
«Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido?
Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?
Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam!
Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles.
Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos preocupeis, dizendo: 'Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?'
Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso.
Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo.
Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
«Revelações do amor divino», cap. 85

«Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações»

Sentia-me maravilhada: apesar da nossa tolice e da nossa cegueira neste mundo, Nosso Senhor, na sua cortesia, olha-nos sem cessar com benevolência e alegria. O maior prazer que Lhe podemos dar é o de estarmos convencidos disso verdadeiramente e com inteligência, e de nos alegrarmos com Ele e nele. Porque, assim como estaremos para sempre na beatitude de Deus, louvando-O e agradecendo-Lhe, também estamos desde sempre na sua previdência: no seu desígnio eterno, Ele amou-nos e conheceu-nos antes da origem dos tempos.


Foi com esse amor sem começo que Ele nos criou e é por esse mesmo amor que zela por nós: Ele nunca permite que fiquemos feridos a ponto de perdermos a nossa beatitude. É por isso que, no Juízo Final, quando subirmos todos ao céu, veremos claramente em Deus os segredos que agora estão ocultos para nós. Então ninguém se sentirá tentado a dizer: «Senhor, se as coisas se tivessem passado de outra maneira, teria sido perfeito.» Mas diremos todos a uma só voz: «Bendito sejas, Senhor! Assim foi e está tudo bem. Na verdade, vemos que tudo se realizou segundo a ordem que definiras antes do começo de todas as coisas.»







quinta-feira, 19 de junho de 2014

Profecia do Dia


Sexta-feira, dia 20 de Junho de 2014

Sexta-feira da 11ª semana do Tempo Comum

Beata Teresa, viúva, religiosa, +1250, Beata Mafalda, virgem, +1256, Beato Francisco Pacheco, presbítero e mártir, +1626, Beata Sancha, virgem, +1229

Comentário do dia
São Vicente de Paulo : «Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração»

2 Reis 11,1-4.9-18.20.

Naqueles dias, Atália, mãe de Acazias, ao ver seu filho morto, decidiu exterminar toda a descendência real.
Joseba, porém, filha do rei Jorão e irmã de Acazias, tomou Joás, filho de Acazias, e livrou-o do massacre dos filhos do rei, escondendo-o, com a sua ama de leite, no quarto de dormir. Ocultaram-no, assim, de Atália, de modo que pôde escapar à morte.
Esteve seis anos escondido com Joseba no templo do Senhor, no tempo em que Atália reinava no país.
No sétimo ano, Joiadá convocou os centuriões dos cários e os guardas e introduziu-os no templo do Senhor. Fez com eles um pacto, e, depois de os fazer jurar no templo do Senhor, mostrou-lhes o filho do rei
Os centuriões executaram fielmente as ordens do sacerdote Joiadá. Tomaram cada um os seus homens, tanto os que começavam o serviço ao sábado, como os que terminavam, e foram ter com o sacerdote Joiadá.
Este deu-lhes a lança e os escudos do rei David, que se encontravam no templo do Senhor.
Os guardas postaram-se à volta do rei, todos de armas na mão, ao longo do altar e do templo, desde o lado sul até ao lado norte do templo.
Então, Joiadá trouxe para fora o filho do rei, pôs-lhe o diadema na cabeça e entregou-lhe o documento da aliança. Proclamaram-no rei, ungiram-no e todos o aplaudiram, gritando: «Viva o rei!»
Atália, ao ouvir a gritaria que faziam os guardas e o povo, entrou no templo do Senhor pelo meio da multidão.
E viu surpreendida que o rei estava de pé sobre o estrado, segundo o costume, tendo ao seu lado os cantores e as trombetas, enquanto o povo se alegrava, tocando trombetas. Então, ela rasgou as vestes, gritando: «Conspiração! Conspiração!»
Mas o sacerdote Joiadá ordenou aos centuriões que comandavam as tropas: «Levai-a para fora do recinto do templo e, se alguém a seguir, matai-o com a espada.» Pois o pontífice proibira que a matassem no templo do Senhor.
Agarraram-na, por conseguinte, e ao chegarem ao palácio real, pelo caminho da entrada dos cavalos, ali a mataram.
Joiadá fez uma aliança com o Senhor, o rei e o povo, segundo a qual o povo devia ser o povo do Senhor. Fez também uma aliança entre o rei e o povo.
Todo o povo da terra entrou então no templo de Baal e destruiu-o; derrubaram os altares, partiram em bocados as imagens e assassinaram Matan, sacerdote de Baal, diante do altar. O sacerdote Joiadá colocou guardas no templo do Senhor.
Todo o povo da terra se alegrou e a cidade ficou em paz. Atália tinha sido morta à espada no palácio real.


Salmos 132(131),11.12.13-14.17-18.

O Senhor fez um juramento a David,
uma promessa a que não faltará:
«Hei-de colocar no teu trono
um descendente da tua família.

Se os teus filhos guardarem a minha aliança
e os preceitos que lhes hei-de ensinar,
também os filhos deles
se hão-de sentar para sempre no teu trono.»

O Senhor escolheu Sião,
preferiu-a para sua morada:
«Este será para sempre o meu lugar de repouso,
aqui habitarei, porque o escolhi.

«Darei a David um poderoso descendente
e farei brilhar uma luz para o meu Ungido.
Cobrirei de confusão os seus inimigos,
mas sobre ele farei resplandecer o diadema.




Mateus 6,19-23.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar.
Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.
Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado.
Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas. Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas
Conferência de 16 maio 1659, «Sur l'indifférence»

«Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração»

Onde está o coração que ama? No objecto do seu amor. Assim, onde está o nosso amor, aí está cativo o nosso coração; não consegue libertar-se, não consegue elevar-se, não consegue ir nem para a direita nem para a esquerda; ei-lo bloqueado. Onde está o tesouro do avaro, aí está o seu coração; e onde estiver o nosso coração, aí estará o nosso tesouro. O que é deplorável é que as coisas que nos mantêm nessa servidão normalmente são completamente indignas de nós.


E que coisas! Um nada, uma imaginação, uma palavra mais seca que nos dirigiram, a ausência de um acolhimento simpático, uma recusazinha, o simples pensamento de que não somos tidos em grande conta: tudo isso nos fere e nos indispõe ao ponto de não conseguirmos recuperar! O amor-próprio amarra-nos a essas feridas imaginárias; não conseguimos sair daí, ficamos presos interiormente. E porquê? Porque estamos cativos desta paixão. […] Será que temos a «gloriosa liberdade dos filhos de Deus?» (Rom 8,21) Ou estamos apegados aos bens, às comodidades, às honrarias? […]


Ó Salvador, Vós abristes-nos a porta da liberdade; ensinai-nos a encontrá-la. Fazei-nos compreender a importância do privilégio que nos destes [a liberdade]; fazei-nos recorrer a Vós para o alcançar. Iluminai-nos, meu Salvador, para vermos a que estamos apegados e dai-nos, por favor, a liberdade dos filhos de Deus.







quarta-feira, 18 de junho de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 19 de Junho de 2014

Quinta-feira da 11ª semana do tempo comum

Santa Juliana de Falconieri, religiosa, fundadora, +1341, São Romualdo, abade, +1027

Comentário do dia
Santa Teresa de Ávila : «Perdoai-nos as nossas ofensas»

Sirac 48,1-15.

Naqueles dias o profeta Elias levantou-se impetuoso como o fogo; as suas palavras eram ardentes como um facho.
Fez vir sobre eles a fome e, no seu zelo, reduziu-os a poucos.
Com a palavra do Senhor fechou o céu e assim fez cair fogo por três vezes.
Quão glorioso te tornaste, Elias, pelos teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu?
Tu que arrancaste um homem à morte, da morada dos mortos, pela palavra do Altíssimo;
tu precipitaste os reis na ruína, e fizeste cair do seu leito homens gloriosos;
tu ouviste, no Sinai, o juízo do Senhor, e, no monte Horeb, os decretos da sua vingança;
tu sagraste reis, para vingar crimes e estabeleceste profetas para te sucederem;
tu foste arrebatado num redemoinho de fogo, num carro puxado por cavalos de fogo;
tu foste escolhido, nos decretos dos tempos, para abrandar a ira antes de enfurecer, reconciliar os corações dos pais com os filhos e restabelecer as tribos de Jacob.
Felizes os que te viram e os que morreram no amor; pois, nós também viveremos certamente.
Quando Elias foi envolvido num redemoinho, Eliseu ficou repleto do seu espírito. Nunca, em seus dias, ele temeu príncipe algum e ninguém pôde subjugá-lo.
Nada era muito difícil para ele, e, ainda depois de morto, o seu corpo profetizou.
Durante a vida, fez prodígios e, depois da morte, operou maravilhas.
E, apesar de tudo isso, o povo não se converteu, não se afastou dos seus pecados, até que foi expulso da sua terra e espalhado por todo o mundo.


Salmos 97(96),1-7.

O Senhor é rei: alegre-se a terra  
e rejubile a multidão das ilhas!
Ele está rodeado de nuvens e escuridão;  

a justiça e o direito são a base do seu trono.
Há um fogo que O precede
e devora em redor os seus inimigos.

Os seus relâmpagos iluminam o mundo,
aterra vê-os e estremece.
Derretem-se os montes como cera

diante do Senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória,

São confundidos os que adoram imagens
e se vangloriam dos seus ídolos;
todos os deuses se prostram diante do Senhor.




Mateus 6,7-15.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»
«Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.'
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós.
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, doutora da Igreja
«Caminho de Perfeição», Edições Carmelo, 2000, cap. 36, 1-6

«Perdoai-nos as nossas ofensas»

«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» Reparemos, irmãs, que não disse «como perdoaremos», para nos dar a entender que quem […] já pôs a sua vontade na de Deus, isto já deve ter feito. […] Assim, quem deveras tiver dito ao Senhor esta palavra: «seja feita a vossa vontade», tudo isto há-de ter feito, ao menos com a determinação.

Vede aqui como os santos se alegravam com as injúrias e perseguições, porque assim tinham alguma coisa a apresentar ao Senhor quando Lhe pediam. Que fará uma tão pobre como eu, que tão pouco tenha tido a perdoar, e tanto que se lhe perdoe? Coisa é esta, irmãs, para olharmos muito a ela: uma coisa tão grave e de tanta importância como é o perdoar-nos Nosso Senhor as nossas culpas […] com coisa tão pequena, como é o nós perdoarmos. E ainda destas pequenezes tenho tão pouco a oferecer, que a troco de nada me haveis de perdoar, Senhor! Aqui tem lugar a vossa misericórdia. Bendito sejais Vós, por me sofrerdes, a mim, tão pobre! […]

Não façam caso dumas coisitas a que chamam agravos, [que] parece que fazemos como as crianças, casas de palhinhas, com esses pontos de honra! […] Chegaremos até a pensar que temos feito muito se perdoarmos uma coisita destas, que nem era agravo, nem injúria, nem nada; e tal como quem tem feito alguma coisa, viremos pedir ao Senhor que nos perdoe, pois temos perdoado! Dai-nos, meu Deus, a entender que não nos entendemos, e que estamos com as mãos vazias, e perdoai-nos Vós por vossa misericórdia!







terça-feira, 17 de junho de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 18 de Junho de 2014

Quarta-feira da 11ª semana do Tempo Comum

Beata Osana, religiosa, +1505, S. Gregório Barbarigo, bispo, +1697

Comentário do dia
Beato John Henry Newman : «Tu, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai»

2 Reis 2,1.6-14.

Naqueles dias, quando o Senhor quis arrebatar Elias ao céu, num redemoinho, Elias e Eliseu partiram de Gálgala. Quando chegaram a Jericó,  
Elias disse a Eliseu: «Fica aqui porque o Senhor envia-me ao Jordão.» Mas Eliseu respondeu: «Pelo Deus vivo e pela tua vida, juro que não te deixarei.» E partiram juntos.
Seguiram-nos cinquenta filhos dos profetas, que pararam ao longe, voltados para eles, enquanto Elias e Eliseu se detinham na margem do Jordão.
Elias tomou o seu manto, dobrou-o e bateu com ele nas águas, que se separaram de um e de outro lado, de modo que passaram os dois a pé enxuto.
Tendo passado, Elias disse a Eliseu: «Pede o que quiseres, antes que eu seja separado de ti. Que posso fazer por ti?» Eliseu respondeu: «Seja-me concedida uma porção dupla do teu espírito.»
Elias replicou: «Pedes uma coisa difícil. No entanto, se me vires quando estiver a ser arrebatado de junto de ti, terás aquilo que pedes; mas, se não me vires, não o terás.»
Continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que, de repente, um carro de fogo e uns cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho.
Eliseu viu tudo isto e exclamou: «Meu pai, meu pai! Carro e condutor de Israel!» E não o voltou a ver mais. Tomando, então, as suas vestes, rasgou-as em duas partes.
Eliseu apanhou o manto que Elias deixara cair e, voltando, parou na margem do Jordão.
Pegou no manto que Elias deixara cair, bateu com ele nas águas e disse: «Onde está agora o Senhor, o Deus de Elias? Onde está Ele?» Ao bater nas águas, estas separaram-se para um e outro lado, e Eliseu passou.


Salmos 31(30),20.21.24.

Como é grande, Senhor, a tua bondade,
que tens reservada para os que te temem!
À vista dos homens tu a concedes
àqueles que em ti confiam.

Ao abrigo da tua face, Tu os guardas
das intrigas dos homens;
na tua tenda os defendes
contra as línguas maldizentes.

Amai o Senhor,
todos vós, que sois seus amigos!
O Senhor protege os seus fiéis,
mas castiga com rigor os orgulhosos.




Mateus 6,1-6.16-18.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.
Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita,
a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.»
«Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.
«E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Times of Private Prayer», PPS, t. 1, n° 19

«Tu, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai»

Aqueles que buscam o Deus invisível buscam-No nos seus corações e nos seus pensamentos secretos, e não nas palavras barulhentas, como se Ele estivesse longe deles. Têm o costume de se retirar para onde não haja olhos humanos que os vejam; para onde, humildes e cheios de fé, podem encontrar Aquele que está «perto do seu caminho, junto do seu leito e vê todas as suas atitudes». E Deus, «que sonda os corações» (Rom 9,27), os recompensará no último dia. A oração feita em segredo, segundo a vontade de Deus, é conservada como um tesouro no seu Livro da Vida (Sl 68,29). Talvez essa oração tenha requerido uma resposta aqui na terra e não a teve? Talvez o próprio que a formulou se tenha esquecido dela e o mundo nunca tenha sabido da sua existência? Mas Deus recorda-a para sempre; e no último dia, quando os livros forem abertos (Dn 7,10; Ap 20,12), essa oração será revelada e recompensada diante do mundo inteiro. […]


Sabemos bem que devemos estar em oração e meditação, em certo sentido, durante todo o dia (Lc 18,1); mas […] devemos rezar de maneiras determinadas a certas horas do dia? […] Mesmo que estas horas e estas fórmulas precisas não sejam absolutamente necessárias à oração privada, constituem uma grande ajuda; ou antes, Nosso Senhor ordena-nos que as façamos quando diz: «Tu, quando orares, entra no quarto mais secreto…». Até Nosso Senhor tinha momentos privilegiados para a comunhão com Deus. Os seus pensamentos eram realmente um contínuo ofício divino oferecido a seu Pai, mas além disso lemos que Ele «Se retirava para a montanha para orar» e que «passou toda a noite a orar a Deus» (Mt 14,23; Lc 6,12).


É preciso insistir neste dever de respeitar momentos precisos para a oração pessoal e privada, porque no meio das preocupações e das tensões da vida temos muitas vezes tendência para negligenciá-la, e este dever é bem mais importante do que habitualmente o consideram mesmo aqueles que o cumprem.







segunda-feira, 16 de junho de 2014

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 17 de Junho de 2014

Terça-feira da 11ª semana do Tempo Comum

S. Rainério de Pisa, peregrino, +1160

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»

1 Reis 21,17-29.

Depois de Nabot de Jezrael ter sido assassinado, por não querer vender a sua vinha ao rei Acab, o Senhor dirigiu a palavra ao profeta Elias, o tesbita, dizendo:
«Desce e vai ter com Acab, rei de Israel, que vive na Samaria; ele está agora a descer para se apossar da vinha de Nabot.
Diz-lhe: Assim fala o Senhor: 'Cometeste um homicídio e agora vais ainda apoderar-te do alheio?' Acrescentarás ainda: 'Isto diz o Senhor: No mesmo lugar onde os cães lamberam o sangue de Nabot, hão-de lamber também o teu!'»
Então Acab respondeu a Elias: «Tornaste a apanhar-me, meu inimigo!» Elias replicou: «Sim, tornei a apanhar-te porque te prestaste a uma perfídia, fazendo o que é mal aos olhos do Senhor.
Farei cair uma desgraça sobre ti, varrer-te-ei e hei-de exterminar todos os homens da casa de Acab, sejam escravos ou homens livres em Israel.
Tornarei a tua casa semelhante à casa de Joroboão, filho de Nabat, e à de Basa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste pecar Israel.»
O Senhor falou também para Jezabel: «Os cães hão-de devorar Jezabel na propriedade de Jezrael.
Todos os membros da casa de Acab que morrerem na cidade, os cães os hão-de devorar; e todos os membros que morrerem no campo, comê-los-ão as aves do céu.
Não houve nunca ninguém como Acab que se prestasse à perfídia para fazer o mal aos olhos do Senhor. E a sua esposa Jezabel incitava-o ainda mais.
Ele cometeu graves abominações, seguindo os ídolos exactamente como os amorreus, a quem o Senhor despojara diante dos filhos de Israel.»
Ao ouvir estas palavras, Acab rasgou as vestes, cobriu-se de saco e jejuou; dormia sobre um saco e caminhava pensativo.
Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, dizendo:
«Viste com Acab se humilhou na minha presença? Já que ele procedeu assim, não o castigarei durante a sua vida, mas nos dias de seu filho mandarei o castigo sobre a sua casa.»


Salmos 51(50),3-4.5-6a.11.16.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;  
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.

Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho diante de mim as minhas culpas.
Pequei contra ti, só contra ti,
e fiz o mal diante dos teus olhos.

Desviai o vosso rosto das minhas faltas
e purificai-me de todos os meus pecados.
Meu Deus, meu Salvador livrai-me do sangue derramado
e a minha língua proclamará a vossa justiça.




Mateus 5,43-48.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.
Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores.
Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos?
E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
«Revelações do amor divino», cap. 35

«Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»

Tudo acabará em bem: a plenitude da alegria consiste em ver Deus em tudo. Através do mesmo poder, sabedoria e amor benditos com que criou todas as coisas, Ele conduz tudo continuamente para o mesmo objectivo e encaminhará tudo para Ele. Quando chegar a altura, vê-lo-emos claramente. […] Tudo o que Nosso Senhor faz é justo; tudo o que permite contribui para o seu desígnio – o bem e o mal. Porque tudo o que é bom é obra de Nosso Senhor; e o que é mau, Ele o permite. Não digo com isto que o mal seja válido; digo que aquilo que Nosso Senhor permite contribui para o seu desígnio. Deste modo, a sua bondade será conhecida para todo o sempre, bem como as maravilhas da sua humildade e da sua doçura nesta obra de misericórdia e de graça. […]


O próprio Deus é a rectidão por excelência; todas as suas obras são justas, ordenadas que estão desde toda a eternidade pelo seu grande poder, a sua grande sabedoria, a sua grande bondade. Tal como estabeleceu tudo da melhor maneira, assim opera sem cessar com rectidão e conduz todas as coisas até ao seu fim. […] Nós estamos protegidos maravilhosamente e para sempre nesta rectidão, mais do que qualquer outra criatura.


E a misericórdia é uma obra que provém da bondade de Deus; ela manter-se-á enquanto for permitido que o pecado atormente as almas justas. […] Deus permite as nossas quedas; mas protege-nos pelo seu poder e a sua sabedoria. Pela sua misericórdia e a sua graça, eleva-nos a uma alegria infinitamente maior. É assim que Ele quer ser conhecido e amado: na rectidão e na misericórdia, agora e para sempre.