terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 15 de Janeiro de 2014

Quarta-feira da 1ª semana do Tempo Comum

Santo Amaro ou Mauro, rel., +584, S. Paulo, eremita, conf., +342, S. Franc. Fernandes de Capillas, presb., m., +1648

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «De madrugada, ainda escuro [Jesus] foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração»

1 Sam. 3,1-10.19-20.

Naqueles dias, o jovem Samuel servia o Senhor sob a direcção do sumo sacerdote Eli. O Senhor, naquele tempo, falava raras vezes e as visões não eram frequentes.
Ora certo dia aconteceu que Eli estava deitado, pois os seus olhos tinham enfraquecido e mal podia ver.
A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado e Samuel repousava no templo do Senhor, onde se encontrava a Arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel. Ele respondeu: «Eis-me aqui.»
Samuel correu para junto de Eli e disse-lhe: «Aqui estou, pois me chamaste.» Disse-lhe Eli: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»
O Senhor chamou de novo Samuel. Este levantou-se e veio dizer a Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Eli respondeu: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»
Samuel ainda não conhecia o Senhor, pois até então nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
Pela terceira vez, o Senhor chamou Samuel, que se levantou e foi ter com Eli: «Aqui estou, pois me chamaste.» Compreendeu Eli que era o Senhor quem chamava o menino e disse a Samuel:
«Vai e volta a deitar-te. Se fores chamado outra vez, responde: «Fala, Senhor; o teu servo escuta!» Voltou Samuel e deitou-se.
Veio o Senhor, pôs-se junto dele e chamou-o, como das outras vezes: «Samuel! Samuel!» E Samuel respondeu: «Fala, Senhor; o teu servo escuta!»
Samuel ia crescendo, o Senhor estava com ele e cumpria à letra todas as suas predições.
Todo o Israel, desde Dan até Bercheba, reconheceu que Samuel era um profeta do Senhor.


Salmos 40(39),2.5.7-8a.8b-9.10.

Invoquei o Senhor com toda a confiança;
Ele inclinou-se para mim e ouviu o meu clamor.
Feliz o homem que confia no Senhor
e não se volta para os idólatras,
para os que seguem a mentira.

Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.

Então eu disse: «Aqui estou!»
«No Livro da Lei está escrito
aquilo que devo fazer.

Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a tua lei está dentro do meu coração.»
Anunciei a tua justiça na grande assembleia;
Tu bem sabes, Senhor, que não fechei os meus lábios.



Marcos 1,29-39.

Naquele tempo, Jesus saíu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela.
Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos,
e a cidade inteira estava reunida junto à porta.
Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era.
De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.
Simão e os que estavam com Ele seguiram-no.
E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.»
E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
Revelações do amor divino, cap. 43

«De madrugada, ainda escuro [Jesus] foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração»

A oração une a alma a Deus. Mesmo que a nossa alma, pela sua natureza, se assemelhe sempre a Deus, restaurada que foi pela graça, de facto ela é-Lhe muitas vezes dissemelhante por causa do pecado. A oração testemunha então que a alma deveria querer o que Deus quer; reconforta a consciência; torna-nos aptos a receber a graça. Deus ensina-nos, assim, a rezar com uma confiança firme de que receberemos aquilo que pedimos em oração; porque Ele olha-nos com amor e quer associar-nos à sua vontade e às suas acções benfazejas. Incita-nos, assim, a rezar para que seja feita a sua vontade […]; parece dizer-nos: «Que Me poderia satisfazer mais do que ouvir uma súplica fervorosa, sábia e insistente para que os Meus desígnios se cumpram?» Portanto, pela oração, a alma entra em concordância com Deus.


Mas quando, pela sua graça e a sua cortesia, Nosso Senhor Se revela à nossa alma, então obtemos o que desejamos. Nesse momento já não conseguimos ver que mais poderíamos pedir. Todo o nosso desejo, toda a nossa força, estão inteiramente concentrados nele, para O contemplar. Parece-me ser uma oração muito alta, impossível de sondar. O objectivo da nossa oração é estarmos unidos, pela visão e pela contemplação, Àquele a Quem rezamos, com uma alegria maravilhosa e um temor respeitoso, numa doçura e delícia tão grandes que, nesses momentos, não podemos rezar senão como Ele nos conduz a fazê-lo. Bem sei que, quanto mais Deus Se revela a uma alma, mais ela tem sede dele, pela sua graça; mas, quando não O vemos, sentimos a necessidade e a urgência de rezar a Jesus, por causa da nossa fraqueza e da nossa incapacidade.