terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 19 de Fevereiro de 2014

Quarta-feira da 6ª semana do Tempo Comum

S. Conrado de Placência, confessor, +1351, S. Bonifácio, bispo, +1265

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «Vês alguma coisa?»

Tiago 1,19-27.

Caríssimos irmãos: Cada um seja pronto para ouvir, lento para falar e lento para se irar,
pois uma pessoa irada não faz o que é justo aos olhos de Deus.
Rejeitai, pois, toda a imundície e todo o vestígio de malícia e recebei com mansidão a Palavra em vós semeada, a qual pode salvar as vossas almas.
Mas tendes de a pôr em prática e não apenas ouvi-la, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, quem se contenta com ouvir a palavra, sem a pôr em prática, assemelha-se a alguém que contempla a sua fisionomia num espelho;
mal acaba de se contemplar, sai dali e esquece-se de como era.
Aquele, porém, que medita com atenção a lei perfeita, a lei da liberdade, e nela persevera – não como quem a ouve e logo se esquece, mas como quem a cumpre – esse encontrará a felicidade ao pô-la em prática.
Se alguém se considera uma pessoa piedosa, mas não refreia a sua língua, enganando assim o seu coração, a sua religião é vazia.
A religião pura e sem mácula diante daquele que é Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.


Salmos 15(14),2-3ab.3cd-4ab.5.

Aquele que leva uma vida sem mancha,
pratica a justiça e diz a verdade com todo o coração;
aquele cuja língua
não levanta calúnias  

e não faz mal ao seu próximo,
nem causa prejuízo a ninguém;
aquele que despreza o que é desprezível,
mas estima os que temem o Senhor;

O que não falta ao seu juramento mesmo em seu prejuízo
e que não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Quem assim proceder não há-de sucumbir para sempre.



Marcos 8,22-26.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram-lhe um cego, pedindo-lhe que o tocasse.
Jesus tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou: «Vês alguma coisa?»
Ele ergueu os olhos e respondeu: «Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar.»
Em seguida, Jesus impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; ficou restabelecido e distinguia tudo com nitidez.
Jesus mandou-o para casa, dizendo: «Nem sequer entres na aldeia.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
Revelações do amor divino, cap. 52

«Vês alguma coisa?»

Vi que Deus Se regozija por ser nosso pai, que Deus Se regozija por ser nossa mãe, que Deus Se regozija por ser o nosso verdadeiro esposo e por ter a nossa alma por esposa bem-amada. Cristo regozija-Se por ser nosso irmão, Jesus regozija-Se por ser o nosso Salvador. […]


Durante o tempo da nossa existência, nós os que vamos ser salvos conhecemos uma espantosa mistura de bem e de mal. Temos em nós a Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitado, e temos em nós a miséria e a malícia da queda e da morte de Adão. […] Ficámos tão afectados pela queda de Adão que, devido ao pecado e a vários outros sofrimentos, temos a sensação de estar nas trevas; cegos, mal conseguimos sentir o mais pequeno conforto. Mas, pela nossa vontade e o nosso desejo, permanecemos em Deus e cremos com confiança na sua misericórdia e na sua graça; é assim que Ele opera em nós. Através da sua bondade, abre o olhar do nosso entendimento, que umas vezes nos faz ver mais, outras vezes menos, consoante a capacidade que Ele nos dá. Tão depressa nos eleva, como permite que caiamos.


Esta mistura é tão desencorajante que nos é difícil saber, no que diz respeito a nós próprios e aos nossos semelhantes em Cristo, qual o caminho que trilhamos, de tal forma o que sentimos é mutável. Mas o que conta é dizer um santo «sim» a Deus quando O sentimos, querer estar verdadeiramente com Ele com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças (Mc 12,30); então odiamos e desprezamos o nosso impulso para o mal. […] Encontramo-nos nesta encruzilhada todos os dias da nossa vida.