domingo, 23 de fevereiro de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 24 de Fevereiro de 2014

Segunda-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX

Comentário do dia
Juliana de Norwich : «Ajuda a minha pouca fé»

Tiago 3,13-18.

Caríssimos: Quem é sábio e inteligente  entre vós mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria.
Mas, se tendes no vosso coração uma inveja amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem falseeis a verdade.
Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica.
Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más.
Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia;
e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.


Salmos 19(18),8.9.10.15.

A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta o espírito;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria ao homem simples.

Os mandamentos do Senhor são rectos,  
alegram o coração;
os preceitos do Senhor são claros,
iluminam os olhos.

O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.

Aceita, com bondade, as palavras da minha boca
e estejam na tua presença
os murmúrios do meu coração,
ó Senhor, meu refúgio e meu libertador.



Marcos 9,14-29.

Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram em torno deles uma grande multidão e uns doutores da Lei a discutirem com eles.
Assim que viu Jesus, toda a multidão ficou surpreendida e acorreu a saudá-lo.
Ele perguntou: «Que estais a discutir uns com os outros?»
Alguém de entre a multidão disse-lhe: «Mestre, trouxe-te o meu filho que tem um espírito mudo.
Quando se apodera dele, atira-o ao chão, e ele põe-se a espumar, a ranger os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.»
Disse Jesus: «Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.»
E levaram-lho. Ao ver Jesus, logo o espírito sacudiu violentamente o jovem, e este, caindo por terra, começou a estrebuchar, deitando espuma pela boca.
Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?» Respondeu: «Desde a infância;
e muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água, para o matar. Mas, se podes alguma coisa, socorre-nos, tem compaixão de nós.»
«Se podes...! Tudo é possível a quem crê», disse-lhe Jesus.
Imediatamente o pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!»
Vendo, Jesus, que acorria muita gente, ameaçou o espírito maligno, dizendo: «Espírito mudo e surdo, ordeno-te: sai do jovem e não voltes a entrar nele.»
Dando um grande grito e sacudindo-o violentamente, saiu. O jovem ficou como morto, a ponto de a maioria dizer que tinha morrido.
Mas, tomando-o pela mão, Jesus levantou-o, e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não pudemos expulsá-lo?»
Respondeu: «Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa
Revelações do amor divino, cap. 11

«Ajuda a minha pouca fé»

Em verdade, eu percebi que tudo é obra de Deus, por mais pequeno que seja; que nada acontece por acaso, que tudo é ordenado pela sabedoria previdente de Deus. O facto de o homem ver nisso a sorte ou o acaso deve-se à nossa cegueira ou vista curta. As coisas que Deus, na sua sabedoria, previu desde toda a eternidade e que conduz de forma perfeita, incessante e gloriosamente até ao seu melhor fim, acontecem para nós de forma inesperada, e dizemos, na nossa cegueira e vista curta, que acontecem por acaso ou por acidente. Mas não é assim aos olhos do Senhor Deus. Devemos, por conseguinte, reconhecer que tudo o que é feito é bem feito, dado que é Deus que faz tudo. […] Mais tarde, Deus mostrou-me o pecado na sua nudez, bem como a forma como opera a sua misericórdia e a sua graça. […]


Vi perfeitamente que Deus nunca altera os seus desígnios, sejam eles quais forem, e que não os alterará por toda a eternidade. Não há nada que, na sua perfeita disposição das coisas, Ele não conheça desde toda a eternidade. […] Nada faltará nesse aspecto, porque foi na plenitude da sua bondade que Ele tudo criou. É por isso que a Santíssima Trindade nunca está plenamente satisfeita com as suas obras. Deus mostrou-mo para minha grande felicidade: «Olha! Sou Deus. Olha! Estou em todas as coisas. Olha! Faço todas as coisas! Olha! Nunca retiro a minha mão das minhas obras, e nunca a retirarei pelos séculos dos séculos. Olha! Conduzo todas as coisas até ao fim que lhes atribuí desde toda a eternidade, com o mesmo poder, a mesma sabedoria, o mesmo amor que quando te criei. O que poderá correr mal?»