sábado, 21 de junho de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 22 de Junho de 2014

Corpo e Sangue de Cristo
Corpo de Deus - Ano A (ofício próprio)

S. Paulino de Nola (bispo, +431), S. João Fisher (bispo mártir, +1535), S. Thomas More (leigo mártir, +1535)

Comentário do dia
Bento XVI: «A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira bebida»

Deut. 8,2-3.14b-16a.

Moisés falou ao povo dizendo: «Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto, a fim de te humilhar, para te experimentar, para conhecer o teu coração e ver se guardarias ou não os seus mandamentos.
Ele te humilhou e fez passar fome; depois, alimentou-te com esse maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis, para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá.
Então, o teu coração se tornaria soberbo e tu esquecerias o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto, da casa de servidão.
Foi Ele quem te conduziu através desse deserto grande e temível, de serpentes venenosas e escorpiões, lugar árido, onde não há água. Foi Ele quem fez jorrar, para ti, água do rochedo duro.
Foi Ele quem te alimentou neste deserto com um maná desconhecido dos teus pais, para te humilhar, para te pôr à prova e, no futuro, te tornar feliz.


Salmos 148(147),12-13.14-15.19-20.

Glorifica, Jerusálem , o Senhor
louva o teu Deus, Sião!
É ele reforçou as tuas portas,
e abençoa os teus filhos no teu seio;

Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e te sacia com a flor do trigo
Envia as suas ordens à terra
e a Sua palavra corre velozmente;

Ele revela os seus planos a Jacob
os seus preceitos e leis a Israel.
Não trata assim os outros povos
todos esses ignoram os seus mandamentos.




1 Cor. 10,16-17.

Irmãos: O cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?
Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão.


João 6,51-59.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.»
Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia,
porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Homilia, celebração eucarística da 20ª Jornada Mundial da Juventude, 21/08/05

«A Minha carne é uma verdadeira comida e o Meu sangue uma verdadeira bebida»

«Isto é o meu Corpo dado em sacrifício por vós. Isto é o cálice da Nova Aliança no meu Sangue». [...] O que se passa aqui? Como pode Jesus dar o seu Corpo e o seu Sangue? Ao fazer do pão o seu Corpo e do vinho o seu Sangue, Ele antecipa a sua morte, aceita-a no seu íntimo e transforma-a num gesto de amor. Aquilo que, visto do exterior, é violência brutal [a crucifixão], torna-se, visto do interior, um gesto de amor que se doa totalmente. Foi esta a transformação substancial que se realizou no cenáculo e que estava destinada a suscitar um processo de transformações cuja finalidade última é a transformação do mundo, até chegar à condição em que Deus será tudo em todos (cf 1Cor 15,28).


Desde sempre que todos os homens, de alguma forma, aguardam no seu coração uma mudança, uma transformação do mundo. Pois este é o único acto central de transformação capaz de renovar verdadeiramente o mundo: a violência transforma-se em amor e, por conseguinte, a morte em vida. E, porque este acto transforma a morte em vida, a morte, como tal, já está superada a partir do seu interior, nela já está presente a ressurreição. A morte está, por assim dizer, ferida intimamente, de modo que jamais poderá ser ela a ter a última palavra. [...]


Esta primeira e fundamental transformação da violência em amor, da morte em vida, arrasta depois consigo as outras transformações. O pão e o vinho tornam-se o seu Corpo e o seu Sangue. Mas a transformação não deve deter-se neste ponto, antes, é aqui que deve começar plenamente. O Corpo e o Sangue de Cristo são-nos dados para que nós mesmos, por nossa vez, sejamos transformados. Nós próprios devemos tornar-nos Corpo de Cristo, seus consanguíneos. Todos comemos o único Pão, mas isto significa que entre nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se assim união. Deus já não está só diante de nós como o Totalmente Outro. Está dentro de nós, e nós estamos nele. A sua dinâmica penetra-nos e, a partir de nós, deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para que o seu amor se torne realmente a medida dominante do mundo.