sábado, 9 de agosto de 2014

Profecia do Dia


Domingo, dia 10 de Agosto de 2014

19º Domingo do Tempo Comum - Ano A
XIX Domingo Comum (semana III do saltério)

S. Lourenço, diácono, mártir, +258

Comentário do dia
Orígenes : «Passemos à outra margem» (Lc 8,22)

1 Reis 19,9a.11-13a.

Naqueles dias, o profeta Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb, e passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a palavra:
"Que fazes aí, Elias? Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis que
Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave.
Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um manto. Saiu e pôs-se à entrada da caverna.


Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.

Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que o temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

O amor e a fidelidade vão encontrar-se.
Vão beijar-se a justiça e a paz.
Da terra vai brotar a verdade
e a justiça descerá do céu.  

O próprio Senhor nos dará os seus bens
e a nossa terra produzirá os seus frutos.  
A justiça caminhará diante dele
e a paz, no rasto dos seus passos.  




Romanos 9,1-5.

Irmãos: É verdade o que vou dizer em Cristo; não minto, pois é a minha consciência que, pelo Espírito Santo, disto me dá testemunho:
tenho uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Desejaria ser amaldiçoado, ser eu próprio separado de Cristo, pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne.
Eles são os israelitas, a quem pertence a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas.
A eles pertencem os patriarcas e é deles que descende Cristo, segundo a carne. Deus que está acima de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos! Ámen. Eleição dos patriarcas


Mateus 14,22-33.

Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões.
Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só.
O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo.
No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»
Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.»
«Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!»
Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
E, quando entraram no barco, o vento amainou.
Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Comentário sobre o evangelho de Mateus, livro 11, cap. 5-6

«Passemos à outra margem» (Lc 8,22)

Jesus obrigou os discípulos a subirem para o barco e a irem à sua frente para a outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. A multidão não podia ir até à outra margem; não eram hebreus, no sentido espiritual da palavra, que se traduz como: «povos da outra margem». Essa obra estava reservada aos discípulos de Jesus: partirem para a outra margem, ultrapassarem o visível e o corpóreo, as realidades temporárias, e serem os primeiros a alcançar o invisível e o eterno. […] E, no entanto, os discípulos não conseguiram chegar antes de Jesus à outra margem […]; talvez Ele quisesse ensinar-lhes, através da experiência, que sem Ele não conseguiriam lá chegar. […] E que barco era esse no qual Jesus obrigou os discípulos entrar? Não seria a luta contra as tentações e as circunstâncias difíceis? […]



Depois subiu à montanha a sós para orar. Por quem orava? Provavelmente pelas multidões, para que, ao serem enviadas depois de terem comido o pão bendito, não fizessem nada de contrário a esse envio de Jesus. Também pelos discípulos […], para que nada de mal lhes acontecesse no mar, com as vagas e o vento contrário. Apetece-me dizer que foi graças a essa oração de Jesus a seu Pai que os discípulos não sofreram nenhum mal, apesar de o mar, as vagas e o vento se encarniçarem contra eles. […]


E nós, se um dia depararmos com tentações inevitáveis, lembremo-nos de que foi Jesus que nos mandou embarcar; não é possível chegar à outra margem sem suportar a prova das vagas e do vento contrário. Depois, quando nos virmos rodeados por inúmeras e penosas dificuldades, cansados de navegar no meio delas com a pobreza dos nossos meios, pensemos que a nossa barca está no meio do mar e que essas vagas tentam «fazer naufragar na nossa fé» (cf 1Tim 1,19). […] Tenhamos então a certeza de que «a noite adianta-se e o dia está próximo» (Rom 13,12), de que o Filho de Deus chegará junto de nós para amansar o mar, caminhando sobre as suas águas.