quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 18 de Dezembro de 2014

Últimos dias feriais do Advento - 18 de dezembro
Expectação da Virgem Santa Maria

S. Flávio, presbítero, eremita, séc. VI, Santos Zózimo e Rufo, mártires, +107

Comentário do dia
São Bernardo : «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa»

Jer. 23,5-8.

«Dias virão — diz o Senhor— em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria: há-de exercer no país o direito e a justiça.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Este será o seu nome: 'O Senhor é a nossa justiça'.
Por isso, dias virão —oráculo do Senhor— em que já não se dirá: 'Vive o Senhor, que fez sair os filhos de Israel da terra do Egipto';
mas sim 'Vive o Senhor, que fez sair e regressar os descendentes da casa de Israel da região do norte e de todos os países em que os tinha dispersado, para poderem habitar na sua própria terra'».


Salmos 72(71),2.12-13.18-19.

Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.

Bendito seja o Senhor, Deus de Israel:
só Ele faz maravilhas.
Bendito para sempre o seu nome glorioso:
Toda a terra se encha da sua glória.




Mateus 1,18-25.

O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado 'Emanuel', que quer dizer 'Deus connosco'».
Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.
E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Homilias sobre as palavras do Evangelho: «Eis que o anjo do Senhor lhe apareceu», n°2, 13-15

«José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa»

«José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente» (Mt 1,19). Porque era justo, não queria desonrá-la. Não teria sido justo se se tivesse feito seu cúmplice depois de a ter julgado culpada, nem se, reconhecendo a sua inocência, a tivesse condenado. Eis porque tomou a decisão de secretamente a deixar. Mas porquê deixá-la? […] Pela mesma razão, dizem os Padres, que incitou Pedro a afastar o Senhor, dizendo-Lhe: «Afasta-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador» (Lc 5,8). De igual modo Lhe fechou a porta o centurião, dizendo-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto» (Mt 8,8).


José, que se considerava um pecador, dizia para consigo mesmo que era indigno por ter por mais tempo em sua casa uma mulher cuja excelência e superioridade lhe inspiravam veneração e temor. Ele viu que Ela carregava em si mesma o sinal indubitável da presença divina; e, incapaz de compreender o mistério, queria deixá-la. São Pedro temeu a omnipotência divina; o centurião ficou atemorizado com a presença da majestade de Cristo. José, enquanto homem, foi tomado de espanto ante um milagre tão singular e um tão impenetrável mistério; era por isso que, em segredo, meditava deixar Maria. Não vos espanteis por José se julgar indigno de viver ao lado da Virgem grávida; santa Isabel também não conseguiu suportar a sua presença sem ficar tomada de temor e de respeito: «E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1,43) […]



Porquê deixá-la em segredo? Para não dar azo a que se procurasse a causa de tal separação e para que ninguém viesse exigir explicações. Que poderia este homem justo ter respondido a […] pessoas sempre prontas a contestar? Se tivesse desvelado os seus pensamentos, se tivesse dito estar convencido da pureza da sua noiva, esses cépticos tê-lo-iam votado ao escárnio, e teriam lapidado Maria […]. José teve portanto razão, pois não queria mentir nem difamar. […] Mas o anjo disse-lhe: «Não temas, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo.»