segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 06 de Janeiro de 2015

Terça-feira do Tempo Natal depois da Epifania.

Santos Reis Magos, Beato André Bessette, conf., +1937

Comentário do dia
São João da Cruz : «A hora já ia muito adiantada [...]. Comeram até ficarem saciados»

1 João 4,7-10.

Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.
E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que, por Ele, tenhamos a vida.
É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.


Salmos 72(71),2.3-4ab.7-8.

Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Os montes trarão a paz ao povo
e as colinas a justiça.
Ele fará justiça aos humildes
e salvará os indigentes.

Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.




Marcos 6,34-44.

Naquele tempo, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ove-lhas sem pastor. Começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.
A hora já ia muito adiantada, quando os discípulos se aproximaram e disseram: «O lugar é deserto e a hora vai adiantada.
Manda-os embora, para irem aos campos e aldeias comprar de comer.»
Jesus respondeu: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Eles disseram-lhe: «Vamos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?»
Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes? Ide ver.» Depois de se informarem, responderam: «Cinco pães e dois peixes.»
Ordenou-lhes que os mandassem sentar por grupos na erva verde.
E sentaram-se, por grupos de cem e cinquenta.
Jesus tomou, então, os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e dava-os aos seus discípulos, para que eles os repartissem. Dividiu também os dois peixes por todos.
Comeram até ficarem saciados.
E havia ainda doze cestos com os bocados de pão e os restos de peixe.
Ora os que tinham comido daqueles pães eram cinco mil homens.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
Cântico espiritual, 2ª recensão (trad. OC, Cerf 1990, p. 1299)

«A hora já ia muito adiantada [...]. Comeram até ficarem saciados»

O meu Bem-Amado é como a noite tranquila

Semelhante ao nascer da aurora,

A silenciosa melodia,

E a solidão sonora,

A ceia retemperadora, que inflama o amor.


Na Sagrada Escritura, o repouso da noite designa a visão de Deus. Tal como a ceia marca a conclusão dos trabalhos do dia e o princípio do repouso da noite, também a alma saboreia, nesta notícia pacífica de que falamos, uma antecipação do fim dos seus males e a garantia dos bens que espera. Também por isto o seu amor a Deus é em muito aumentado. Para a alma, o amor de Deus é realmente «a ceia retemperadora» que lhe anuncia o fim dos seus males, e que «inflama o amor», assegurando-lhe a posse de todos os bens.


Para melhor podermos compreender quão deliciosa é de facto esta ceia para a alma – pois, como o temos dito, a ceia é afinal o próprio Bem-Amado –, recordemos as palavras do Esposo, no Apocalipse: «Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20). Já aqui Ele nos dá a entender que traz a ceia consigo, isto é, o sabor e as delícias com que Ele próprio Se alimenta e que comunica à alma ao unir-Se-lhe, para que também esta se alimente do mesmo. É este o sentido das suas palavras: «Cearei com ele, e ele comigo», e é este o efeito produzido pela união da alma com Deus: os mesmos bens de Deus tornam-se comuns a Ele e à alma Esposa, porque Ele comunica-lhos gratuitamente e com soberana liberalidade. Deus é em Si mesmo esta «ceia retemperadora, que inflama o amor». Ele retempera a Esposa com a sua liberalidade, e inflama-a de amor com a sua benevolência.