quarta-feira, 25 de março de 2015

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 26 de Março de 2015

Quinta-feira da 5ª da Quaresma

Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?, S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Saragoça, bispo, +651

Comentário do dia
Santo Ireneu de Lyon : «Abraão exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»

Gén. 17,3-9.

Naqueles dias, Abrão caiu de rosto por terra e Deus falou-lhe assim:
«Esta é a minha aliança contigo: Serás pai de um grande número de nações.
Já não te chamarás Abrão, mas Abraão será o teu nome, porque farei de ti o pai de um grande número de nações.
Farei que tenhas incontável descendência que dês origem a povos e de ti sairão reis.
Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de geração em geração. Será uma aliança perpétua, para que Eu seja o teu Deus e o Deus dos teus futuros descendentes.
A ti e à tua futura descendência darei a terra em que tens habitado como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em posse perpétua. Serei o vosso Deus».
Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência futura de geração em geração».


Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.

Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua face.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.

Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.




João 8,51-59.

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte».
Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: 'Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte'.
Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?»
Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: 'É o nosso Deus'.
Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria».
Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, 'Eu sou'».
Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias

«Abraão exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»

«Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.» Que quer isto dizer? «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça» (Gn 15,6; Rom 4,3). Em primeiro lugar acreditou que Ele era o criador do céu e da terra, o Deus único; depois, que Ele tornaria a sua posteridade semelhante às estrelas do céu (Gn 15,5). Paulo também o diz: «como astros no mundo» (Fil 2,15). Portanto, foi a justo título que, deixando toda a sua parentela deste mundo, ele seguiu a Palavra de Deus, tornando-se estrangeiro com o Verbo, a fim de se tornar cidadão com o Verbo, o Filho de Deus (cf Ef 2,19). Foi também a título de justiça que os apóstolos, descendentes de Abraão, deixaram o barco e o seu pai e seguiram o Verbo (Mt 4,22). E é a justo título que nós, que temos a mesma fé de Abraão, tomando a nossa cruz tal como Isaac levou a lenha, seguimos este mesmo Verbo (Gn 22,6; Mt 16,24).


Porque em Abraão, o homem já tinha aprendido e já se tinha acostumado a seguir o Verbo de Deus. Na sua fé, com efeito, Abraão observou o mandamento da Palavra de Deus e não hesitou em entregar «o seu único e amado filho» em sacrifício a Deus (Gn 22,2), a fim de que Deus também aceitasse, em favor da toda a sua posteridade, entregar o seu bem-amado Filho único em sacrifício pela nossa redenção (Rom 8,32).


E como Abraão foi profeta e viu no Espírito o dia da vinda do Senhor e o desígnio da sua Paixão, quer dizer, a salvação para si mesmo e para todos aqueles que, como ele, cressem em Deus, estremeceu com grande alegria. O Senhor Jesus Cristo não era, portanto, desconhecido de Abraão, visto que este desejou ver o seu dia. E foi assim que, instruído pelo Verbo, Abraão também conheceu o Pai do Senhor e acreditou nele. […] Por isso disse: «Ergo a minha mão para o Senhor, o Deus Altíssimo que criou os céus e a Terra» (Gn 14,22).