sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Profecia do Dia


Sabado, dia 03 de Outubro de 2015

Sábado da 26ª semana do Tempo Comum

Santos Veríssimo, Máxima e Júlia, mártires, +303, Beatos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, e Mateus Moreira, mártires, +1645, S. Francisco de Borja, presbítero, +1572, Santa Maria Josefa Rossello, religiosa, +1880

Comentário do dia
Beato John Henry Newman : «Muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes»

Baruc 4,5-12.27-29.

Tem coragem, meu povo, memorial de Israel.
Fostes vendidos às nações, mas não para vossa ruína. Por terdes provocado a ira de Deus, fostes entregues aos vossos inimigos,
pois irritastes Aquele que vos criou, oferecendo sacrifícios aos demónios e não a Deus.
Esquecestes Aquele que vos sustentou, o Deus eterno, e contristastes também aquela que vos alimentou, Jerusalém.
Ao ver cair sobre vós a ira de Deus, ela disse: «Ouvi, cidades vizinhas de Sião, Deus infligiu-me um grande sofrimento,
pois vi o cativeiro dos meus filhos e filhas, que o Eterno fez cair sobre eles.
Eu tinha-os alimentado com alegria, mas vi-os partir com pranto e aflição.
Ninguém se alegre por causa de mim, vendo-me viúva e abandonada. Fiquei só, por causa dos pecados de meus filhos, porque se desviaram da Lei de Deus.
Tende coragem, meus filhos, e clamai a Deus, pois Aquele que vos castigou lembrar-se-á de vós.
Assim como tivestes o pensamento de abandonar a Deus, agora voltai para Ele e empenhai-vos dez vezes mais em procurá-l'O.
Pois Aquele que vos infligiu estes males fará vir sobre vós a eterna alegria, juntamente com a vossa salvação».


Salmos 69(68),33-35.36-37.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres e não despreza os cativos.

Louvem-n'O o céu e a terra,
os mares e quanto neles se move.
Deus protegerá Sião, reconstruirá as cidades de Judá;

e hão-de voltar a ocupá-la os cativos.
Os seus servos a receberão em herança
e nela hão-de morar os que amam o seu nome.




Lucas 10,17-24.

Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome».
Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago.
Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu».
Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver,
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Meditations and Devotions : Part III, 2, 2 «Our Lord refuses sympathy»

«Muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes»

Poder-se-á dizer que a partilha profunda dos sentimentos é uma lei eterna, porque tem significado, ou melhor, tem cumprimento, de forma primordial, no amor recíproco e indizível da Trindade. Deus, infinitamente uno, foi também sempre três pessoas. Desde sempre, Deus exulta no Filho e no Espírito, e Eles nele [...]. Quando o Filho Se fez carne, viveu durante trinta anos com Maria e José, formando assim uma imagem da Trindade na terra. [...]


Mas convinha que Aquele que havia de ser o verdadeiro Grande Sacerdote, e de exercer esse ministério para toda a raça humana, estivesse livre de laços e de sentimentos, tal como se dissera antigamente que Melquisedeque não tinha pai nem mãe (He 7,3). [...] Abandonar a mãe, gesto que Ele torna plenamente significativo em Caná (Jo 2,4), era portanto o primeiro passo solene necessário ao cumprimento da salvação do mundo [...]. Jesus renunciou não só a Maria e a José, mas também aos amigos secretos. Quando chegou o seu tempo, teve de renunciar a todos eles.


Mas podemos supor que estava em comunhão com os santos patriarcas que haviam preparado e profetizado a sua vinda. Numa ocasião solene, vimo-Lo a falar durante toda a noite com Moisés e Elias sobre a Paixão. Que visão, que pensamentos nos são então abertos acerca da pessoa de Jesus, de Quem tão pouco sabemos! Quando Ele passava noites inteiras em oração [...], quem melhor poderia apoiar o Senhor e dar-Lhe força do que essa «multidão admirável» de profetas de quem Ele era o modelo e o cumprimento? Ele podia pois falar com Abraão, que exultara pensando que tinha visto o Seu dia (Jo 8, 56), e com Moisés [...], ou com David e Jeremias, que tão particularmente O tinham prefigurado, ou com os que mais tinham falado com Ele, como Isaías e Daniel. Encontrava nestes um fundo de grande simpatia. Quando foi para Jerusalém, para o sofrimento último, todos os santos padres da antiga aliança, cujos sacrifícios prefiguravam o seu, vieram invisivelmente ao seu encontro.