domingo, 4 de outubro de 2015

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 05 de Outubro de 2015

Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum

Santa Faustina, religiosa, +1935, S. Benedito, o Negro, confessor, +1589, Beato Alberto Marvelli, leigo, +1946

Comentário do dia
São Gregório de Nissa : O bom samaritano

Jonas 1,1-16.2,1.11.

A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai:
«Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que a fama da sua malícia chegou à minha presença».
Jonas levantou-se, a fim de fugir para Társis, para longe da presença do Senhor. Desceu a Jope, onde encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a sua passagem e embarcou, a fim de seguir com os viajantes para Társis, para longe da presença do Senhor.
Mas o Senhor fez que soprasse um forte vento sobre o mar e levantou-se uma grande tempestade, a ponto de o navio ameaçar afundar-se.
Os marinheiros estavam aterrados e começou cada qual a clamar pelo seu deus. Para aliviarem o navio, deitaram a carga ao mar. Entretanto, Jonas tinha descido ao porão do navio e, deitado, dormia profundamente.
O capitão foi ter com ele e disse-lhe: «Como podes dormir? Levanta-te e invoca o teu Deus. Talvez Ele Se lembre de nós e não pereçamos».
Os tripulantes disseram uns para os outros: «Vamos deitar sortes, para sabermos quem é o responsável desta desgraça». Deitaram sortes e a sorte caiu sobre Jonas.
Então disseram-lhe: «Declara-nos por que motivo nos vem esta desgraça. Qual é a tua profissão? Donde vens? Qual é a tua terra e a que povo pertences?».
Jonas respondeu-lhes: «Eu sou hebreu e presto culto ao Senhor, Deus do Céu, que fez o mar e a terra».
Então aqueles homens sentiram um grande temor e disseram-lhe: «Que fizeste? – Pelo que Jonas lhes tinha contado, eles sabiam que fugia da presença do Senhor
– Que havemos de fazer-te, para que o mar se acalme à nossa volta?». É que o mar tornava-se cada vez mais impetuoso.
Jonas disse-lhes: «Agarrai-me e lançai-me ao mar e o mar acalmar-se-á à vossa volta, porque eu sei que é por minha causa que esta grande tormenta caiu sobre vós».
Os marinheiros remaram, tentando alcançar a costa, mas em vão, porque o mar se agitava cada vez mais contra eles.
Então invocaram o Senhor, dizendo: «Ah, Senhor! Não queremos morrer por causa deste homem; mas não nos torneis responsáveis pela morte dum inocente, porque Vós, Senhor, fareis o que Vos agrada».
Pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar e o mar acalmou a sua fúria.
Aqueles homens começaram a temer muito o Senhor; ofereceram-Lhe um sacrifício e fizeram-Lhe votos.
Então o Senhor enviou um grande peixe para engolir Jonas e Jonas ficou nas entranhas do peixe três dias e três noites.
Por fim, o Senhor ordenou ao peixe que vomitasse Jonas na praia.


Jonas 2,2.3.4.5.8.

«Na minha aflição invoquei o Senhor,
e Ele ouviu-me.
Clamei a ti do meio da morada dos mortos,
e Tu ouviste a minha voz.  

Lançastes-me no profundo abismo dos mares
e as ondas me envolveram;
as vossas torrentes e vagas
passaram sobre mim.

Na minha aflição eu dizia:
«Fui afastado da vossa presença.
Como poderei ainda
voltar a ver o vosso templo santo?».

Quando minha alma desfalecia,
lembrei-me do Senhor
e a minha oração chegou à vossa presença,
ao vosso templo santo.




Lucas 10,25-37.

Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus disse-lhe: «Que está escrito na lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?».
Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: 'Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar'.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: «Então vai e faz o mesmo».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Homilia 15 sobre o Cântico dos Cânticos

O bom samaritano

«Este é o meu amado; este é o meu amigo, mulheres de Jerusalém» (Ct 5,16). A Esposa do Cântico mostra aquele que procurava, dizendo: «Eis quem eu procuro, Aquele que, para Se tornar nosso irmão, veio de Judá. Tornou-Se amigo daquele que caiu nas mãos dos salteadores; curou as suas feridas com azeite, vinho e ligaduras; içou-o para a sua própria montada; levou-o para uma estalagem; deu duas moedas de prata para que cuidassem dele; e prometeu pagar, quando regressasse, o que tivessem gastado no cumprimento das suas ordens». Cada um destes detalhes tem um significado bem evidente.


O doutor da Lei tentou o Senhor e quis mostrar a sua superioridade em relação aos outros, dizendo: «E quem é o meu próximo?» O Verbo expõe-lhe então, sob a forma de uma narrativa, toda a história sagrada da misericórdia: conta a queda do homem, a emboscada dos salteadores, o roubo da veste incorruptível, as feridas do pecado, a invasão causada pela morte em metade da nossa natureza (uma vez que a nossa alma permanece imortal), a passagem inútil da Lei (uma vez que nem o sacerdote nem o Levita trataram das feridas daquele que tinha caído nas mãos dos salteadores).


«Era, na verdade, impossível que o sangue dos toiros e dos carneiros apagasse o pecado» (Heb 10,4): só o podia fazer Aquele que revestiu toda a natureza humana: a dos judeus, dos samaritanos, dos gregos, numa palavra, de toda a humanidade. Com o seu corpo, que é a montada, Ele veio ao encontro da miséria do homem. Curou as suas feridas, fê-lo repousar na sua própria montada, fez da sua misericórdia uma estalagem, onde todos os que penam e se vergam sob o seu fardo encontram repouso (cf Mt 11,28).