sábado, 10 de outubro de 2015

Profecia do Dia


Domingo, dia 11 de Outubro de 2015

28º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Vigésimo Oitavo Domingo do Tempo Comum (semana IV do saltério)Nossa Senhora de Vandoma

S. João XXIII, papa, +1963, S. Maria Soledade Torres, virgem, fundadora, +1887

Comentário do dia
São Clemente de Alexandria : «Falta-te uma coisa.»

Sab. 7,7-11.

Orei e foi-me dada a prudência; implorei e veio a mim o espírito de sabedoria.
Preferi-a aos cetros e aos tronos e, em sua comparação, considerei a riqueza como nada.
Não a equiparei à pedra mais preciosa, pois todo o ouro, à vista dela, não passa de um pouco de areia, e, comparada com ela, a prata é considerada como lodo.
Amei-a mais do que a saúde e a beleza e decidi tê-la como luz, porque o seu brilho jamais se extingue.
Com ela me vieram todos os bens e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis.


Salmos 90(89),12-13.14-15.16-17.

Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando?
Tende piedade dos vossos servos.

Saciai-nos, desde a manhã, com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Compensai em alegria os dias de aflição,
os anos em que sentimos a desgraça.

Manifestai a vossa obra aos vossos servos
e aos seus filhos a vossa majestade.
Desça sobre nós a graça do Senhor.
Confirmai em nosso favor a obra das nossas mãos.




Heb. 4,12-13.

A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que uma espada de dois gumes: ela penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito, das articulações e medulas, e é capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração.
Não há criatura que possa fugir à sua presença: tudo está patente e descoberto a seus olhos. É a ela que devemos prestar contas.


Marcos 10,17-30.

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d'Ele e perguntou-Lhe: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: 'Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe'».
O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude».
Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.
Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!

É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».
Pedro começou a dizer-Lhe: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Homilia «Os ricos não poderão salvar-se»

«Falta-te uma coisa.»

Há uma riqueza que semeia a morte por onde domina: libertai-vos dela e sereis salvos. Purificai a vossa alma, tornai-a pobre para poder escutar o apelo do Salvador que vos repete: «Vem e segue-Me!» Ele é o caminho por onde segue quem tem o coração puro: a graça de Deus não penetra numa alma cheia de empecilhos e atormentada por uma multidão de posses.


O que olha a fortuna, o ouro e a prata ou as casas, como dons de Deus, esse testemunha a Deus o seu reconhecimento, indo em auxílio dos pobres com os seus bens, pois sabe que os possui mais para os seus irmãos do que para si mesmo; deste modo, torna-se senhor das suas riquezas, em vez de seu escravo: não as guarda em sua alma, nem encerra nelas a sua vida, mas prossegue sem se cansar uma obra tão divina. E, se algum dia a sua fortuna vier a desaparecer, aceita essa ruína com um coração livre. A esse homem, Deus declara-o bem-aventurado, «pobre em espírito», herdeiro do Reino dos Céus (Mt 5,3).


Em contrapartida, há quem, em vez de ter o Espírito Santo em seu coração, tenha as riquezas. Esse guarda para si as terras; acumula fortunas sem fim e não se preocupa senão com ajuntar sempre mais; nunca levanta os olhos para o céu, enredando-se nas coisas temporais, porque não é senão pó e em pó se há-de tornar (Gn 3,19). Como poderá experimentar o desejo do Reino aquele que, no lugar do coração, tem um campo ou uma mina, e a quem a morte há-de surpreender no meio das suas paixões? «Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6,21).