segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Profecia do Dia


Terça-feira, dia 12 de Janeiro de 2016

Terça-feira da 1ª semana do Tempo Comum

S. Bernardo de Corleone, rel., +1667, S. Bento Biscop, abade, +690

Comentário do dia
São Jerónimo : «Vieste para nos perder?»

1 Sam. 1,9-20.

Naqueles dias, depois de ter comido em Silo, Ana levantou-se e apresentou-se diante do Senhor. O sacerdote Heli estava sentado em sua cadeira, à entrada do templo do Senhor.
Com a alma cheia de amargura, Ana orou ao Senhor, derramando muitas lágrimas,
e fez o seguinte voto: «Senhor do Universo! Se Vos dignardes olhar para a humilhação da vossa serva, se Vos lembrardes de mim e não esquecerdes esta vossa serva, se lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor por toda a vida e a navalha não passará pela sua cabeça».
Enquanto ela continuava a rezar diante do Senhor, Heli observou os movimentos dos seus lábios:
Ana falava em seu coração; só mexia os lábios, mas não se ouvia a sua voz. Por isso Heli pensou que estivesse embriagada
e perguntou-lhe: «Até quando estarás embriagada? Livra-te desse vinho».
Ana respondeu: «Não, meu senhor; sou apenas uma infeliz. Não bebi vinho nem outra bebida que embriague; estava apenas a desabafar diante do Senhor.
Não tomes a tua serva por uma vadia, porque o excesso da minha dor e da minha aflição é que me fez falar até agora».
Então Heli disse-lhe: «Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o que Lhe pediste».
Ana respondeu: «Queira Deus que a tua serva encontre sempre em ti acolhimento favorável». A mulher foi-se embora, comeu e já tinha outro semblante.
No outro dia, levantaram-se de manhã cedo e, depois de se terem prostrado diante do Senhor, voltaram para sua casa, em Ramá. Elcana uniu-se a sua mulher, Ana, e o Senhor lembrou-Se dela.
Ana concebeu e, decorrido o tempo, deu à luz um filho, a quem deu o nome de Samuel, dizendo: «Eu o pedi ao Senhor».


1 Sam. 2,1.4-5.6-7.8.

Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação.
A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.

Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.

É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta.
Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra.




Marcos 1,21-28.

Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar,
todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas.
Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar:
«Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem».
O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele.
Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!».
E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de S. Marcos, 2

«Vieste para nos perder?»

«Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro». Esse espírito não podia suportar a presença do Senhor; tratava-se do espírito impuro que tinha conduzido os homens à idolatria. […] «Que acordo pode existir entre Cristo e Satanás?» (2Cor 6,15); Cristo e Satanás não podem estar associados um ao outro. «Começou a gritar: "Que tens Tu a ver connosco?"» Aquele que assim grita é um indivíduo que se exprime em nome de várias pessoas; isto prova que tem consciência de ter sido vencido, ele e os seus.

«Começou a gritar: "Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus."» Em pleno tormento, e apesar da intensidade do sofrimento que o faz gritar, não abandonou a hipocrisia. É forçado a dizer a verdade, o sofrimento a isso o obriga, mas a malícia impede-o de dizer toda a verdade: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno?» Porque não reconheces o Filho de Deus? Será de facto o Nazareno quem te tortura, e não o Filho de Deus? […]

Moisés era um santo de Deus. E Isaías e Jeremias também o foram. […] Porque não lhes dizes: «Sei quem Tu és: o Santo de Deus»? [...] Não digas, pois: «Santo de Deus», mas «Deus Santo». Pensas que sabes, mas não sabes; ou, se sabes, calas-te por duplicidade. Porque Ele não é apenas o Santo de Deus, mas o Deus Santo.