sábado, 20 de fevereiro de 2016

Profecia do Dia


Domingo, dia 21 de Fevereiro de 2016



S. Pedro Damião, bispo, Doutor da Igreja, +1072

Comentário do dia
Teófanes de Cerameia : «Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai» (Mt 13,43)

Gén. 15,5-12.17-18.

Naqueles dias, Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua descendência».
Abrão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça.
Disse-lhe Deus: «Eu sou o Senhor, que te mandou sair de Ur dos Caldeus, para te dar a posse desta terra».
Abrão perguntou: «Senhor, meu Deus, como saberei que a vou possuir?».
O Senhor respondeu-lhe: «Toma uma vitela de três anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho».
Abrão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves.
Os abutres desceram sobre os cadáveres, mas Abrão pô-los em fuga.
Ao pôr do sol, apoderou-se de Abrão um sono profundo, enquanto o assaltava um grande e escuro terror.
Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo passaram entre os animais cortados.
Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abrão uma aliança, dizendo: «Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egipto até ao grande rio Eufrates».


Salmos 27(26),1.7-8.9abc.13-14.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,
tende compaixão de mim e atendei-me.
Diz-me o coração: «Procurai a sua face».
A vossa face, Senhor, eu procuro.

Não escondais de mim o vosso rosto,
nem afasteis com ira o vosso servo.
Não me rejeiteis nem me abandoneis,
meu Deus e meu Salvador.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.




Filip. 3,17-21.4,1.

Irmãos: Sede meus imitadores e ponde os olhos naqueles que procedem segundo o modelo que tendes em nós.
Porque há muitos, de quem tenho falado várias vezes e agora falo a chorar, que procedem como inimigos da cruz de Cristo.
O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas.
Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo.
Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor.


Lucas 9,28b-36.

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar.
Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto, e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente.
Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias,
que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém.
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer.
Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem.
Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O».
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Teófanes de Cerameia (século XII), monge de São Basílio
Homilia sobre a Transfiguração

«Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai» (Mt 13,43)

Aproximava-se a hora da Paixão. […] Nesse momento os discípulos não deviam estar com o espírito abalado; não devia acontecer que aqueles que, pouco antes, tinham confessado pela voz de Pedro que Ele era o filho de Deus (Mt 16,16) acreditassem, vendo-O pregado na cruz como um culpado, que Ele era um simples homem. Foi por isso que Ele os fortaleceu com esta visão admirável.

Assim, quando O vissem traído, em agonia, implorando que Lhe fosse afastado o cálice da morte e arrastado ao tribunal do sumo sacerdote, lembrar-se-iam da subida ao Tabor e compreenderiam que era por sua livre vontade que Se entregava à morte. […] Quando vissem os golpes e os escarros na sua face, não se escandalizariam, relembrando-se do seu brilho que ultrapassava o do sol. Quando O vissem revestido pelo escárnio do manto escarlate, lembrar-se-iam de que esse mesmo Jesus estivera vestido de luz no monte. Quando O vissem crucificado na cruz entre dois malfeitores, lembrar-se-iam de que Ele tinha aparecido entre Moisés e Elias como o seu Senhor. Quando O vissem sepultado na terra como um morto, pensariam na nuvem luminosa que O envolvera.

Aqui está pois um motivo para a Transfiguração. E talvez haja outro: o Senhor exortava os seus discípulos a não tentarem economizar a sua própria vida, dizendo-lhes: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). Mas renunciar a si mesmo e ir ao encontro de uma morte vergonhosa é uma coisa difícil; é por isso que o Salvador mostra aos seus discípulos qual o tipo de glória de que serão julgados dignos os que imitarem a sua Paixão. Com efeito a Transfiguração não é senão a manifestação por adiantamento do último dia, onde «os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai» (Mt 13,43).