quarta-feira, 2 de março de 2016

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 03 de Março de 2016

Quinta-feira da 3ª da Quaresma

Beato Inocêncio de Berzo, presbítero, +1890, Santos Marino e Astério, mártires, +260

Comentário do dia
Orígenes : O combate espiritual

Jer. 7,23-28.

Assim fala o Senhor: «Foi isto que ordenei ao meu povo: 'Escutai a minha voz, e Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo. Segui sempre o caminho que vou indicar-vos e sereis felizes'.
Mas eles não ouviram nem prestaram atenção: seguiram as más inclinações do seu coração obstinado, voltaram-Me as costas, em vez de caminharem para Mim.
Desde o dia em que os seus pais saíram da terra do Egipto até hoje, enviei-lhes todos os profetas, meus servos, dia após dia, incansavelmente.
Mas eles não Me ouviram nem Me prestaram atenção: endureceram a sua cerviz, fizeram pior que seus pais.
Se lhes disseres tudo isto, não te escutarão; se chamares por eles, não te responderão.
Por isso lhes dirás: Esta é a nação que não ouviu a voz do Senhor seu Deus e não quis aceitar os seus ensinamentos. Perdeu-se a fidelidade, foi eliminada da sua boca».


Salmos 95(94),1-2.6-7.8-9.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
Pois Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz:
«Não endureçais os vossos corações,
como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram,

apesar de terem visto as minhas obras».



Lucas 11,14-23.

Naquele tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada.
Mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre Josué 15, 1-4

O combate espiritual

Se as guerras [do Antigo Testamento] não fossem símbolos das guerras espirituais, parece-me que os livros de história dos judeus não teriam sido transmitidos aos discípulos de Cristo, que veio ensinar a paz; nem teriam sido transmitidos pelos apóstolos como leitura a fazer nas assembleias. Com efeito, de que serviriam tais descrições de guerras àqueles que ouvem Jesus dizer: «Dou-vos a paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), àqueles a quem o apóstolo Paulo ordenou: «Não vos vingueis por vós próprios» (Rom 12,19), e «Aceitai a injustiça, preferi ser prejudicados» (1Cor 6,7)?

Paulo bem sabia que não temos de travar uma guerra material, mas temos de combater com grande esforço na nossa alma contra os nossos adversários espirituais. Qual comandante de um exército, dá pois o seguinte preceito aos soldados de Cristo: «Revesti-vos das armas de Deus, a fim de poderdes resistir às emboscadas do demónio» (Ef 6,11). E foi para que possamos ir buscar aos actos dos antigos modelos para a nossa guerra espiritual que quis que se lessem na assembleia os relatos das suas façanhas. Assim, se formos espirituais, nós que aprendemos que «a Lei é espiritual» (Rom 7,14), abordaremos essa leitura «das realidades espirituais em termos espirituais» (1Cor 2,13). E consideraremos, ao ver as nações que atacaram visivelmente o Israel material, qual é o poder das nações dos inimigos espirituais, desses «espíritos maus que andam espalhados pelos ares» (Ef 6,12), travando guerras contra a Igreja do Senhor, que é o novo Israel.