sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 07 de Outubro de 2016

Sexta-feira da 27ª semana do Tempo Comum
Nossa Senhora do Rosário

Comentário do dia
São Boaventura : «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus» (Mt 12,28)

Gálatas 3,7-14.

Irmãos: Procurai compreender: Os verdadeiros filhos de Abraão são os que vivem segundo a fé.
Tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar os gentios pela fé, anunciou previamente a Abraão esta boa nova: «Em ti serão abençoadas todas as nações».
Assim, os que vivem segundo a fé são abençoados com Abraão, que acreditou.
Na verdade, os que dependem das obras da Lei de Moisés estão sob a maldição, porque está escrito: «Maldito aquele que não cumpre tudo o que está escrito no Livro da Lei».
Além disso, é evidente que diante de Deus, ninguém é justificado pela Lei, porque a Escritura diz: «O justo viverá pela fé».
A Lei, porém, não se baseia na fé, porque diz: «Quem cumprir aqueles preceitos viverá por eles».
Mas Cristo resgatou-nos da maldição da Lei de Moisés, tornando-Se maldição por amor de nós, como está escrito: «Maldito aquele que é suspenso do madeiro».
Assim, por meio de Jesus Cristo, a bênção de Abraão se estendeu-se aos gentios e nós recebemos, pela fé, o Espírito prometido.


Salmos 111(110),1-2.3-4.5-6.

Louvarei o Senhor de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.

A sua obra é esplendor e majestade
e a sua justiça permanece eternamente.
Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo.

Deu sustento àqueles que O temem
e jamais se esquecerá da sua aliança.
Fez ver ao seu povo a força das suas obras,
para lhe dar a herança das nações.




Lucas 11,15-26.

Naquele tempo, Jesus expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.
anda a vaguear por lugares desertos à procura de repouso. Como não o encontra, diz consigo: 'Voltarei para a casa de onde saí'.
Quando o espírito impuro sai do homem, quando lá chega, encontra-a varrida e arrumada.
Então vai e toma consigo sete espíritos piores do que ele, que entram e se instalam nela. E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Vida de São Francisco, legenda maior, cap. 12

«Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demónios, então chegou até vós o Reino de Deus» (Mt 12,28)

Em todas as suas ações, Francisco foi auxiliado pelo Espírito do Senhor, de quem recebeu a unção e a missão (cf Is 61,1), e por «Cristo,  virtude e sabedoria de Deus» (1Cor 1,24). [...] A sua palavra era um fogo ardente que penetrava até ao fundo dos corações e enchia de admiração todos quantos o ouviam, pois não exibia ornamentos inventados pela inteligência humana, mas espalhava o perfume das verdades reveladas por Deus.

Este facto tornou-se bem percetível um dia em que, tendo de pregar na presença do Papa e dos seus cardeais [...], tinha memorizado um sermão cuidadosamente composto. [...] Mas, uma vez diante da assembleia, esqueceu-se completamente dele, não conseguindo recordar-se de uma única palavra. Confessou-o com humildade, recolheu-se para invocar a graça do Espírito Santo, e de imediato encontrou uma eloquência tão persuasiva, tão poderosa sobre a alma dos seus ilustres ouvintes, que se tornou bem claro que já não era ele quem falava, mas o Espírito do Senhor [...].

Não tinha por hábito afagar os vícios dos grandes, mas tratá-los com vigor; nem condescender com a vida dos pecadores, mas admoestá-los severamente. Censurava pequenos e grandes com a mesma firmeza de espírito, e tinha a mesma alegria em falar a pequenos grupos e a grandes multidões. Homens e mulheres, jovens e velhos, acorriam para ver e ouvir este homem novo enviado do Céu; ele percorria as várias regiões, anunciando com fervor o Evangelho; e «o Senhor cooperava, confirmando a palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16,20). De facto, em nome do Senhor, este arauto da verdade expulsava os demónios, e curava os enfermos (Mc 16,17; 6, 13).