domingo, 23 de outubro de 2016

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 23 de Outubro de 2016

30º Domingo do Tempo Comum - Ano C
Trigésimo Domingo do tempo comum (semana II do saltério)

S. João de Capistrano, religioso, +1456

Comentário do dia
São Bernardo : «O publicano [...] nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu.»

Sirac 35,12-14.16-18.

Pois o Senhor é um juiz, e não faz distinção de pessoas.
Porque o Senhor sabe retribuir e te dará sete vezes mais.
Não tentes suborná-l'O com presentes, porque não os aceitará.
Não favorece ninguém em prejuízo do pobre e atende a prece do oprimido.
Não despreza a súplica do órfão, nem os gemidos da viúva.
Ele não se afastará, enquanto o Altíssimo não olhar, não fizer justiça aos justos e restabelecer a equidade.


Salmos 34(33),2-3.17-18.19.23.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n'Ele confiam.




2 Tim. 4,6-8.16-18.

Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação, e o tempo da minha partida está iminente.
Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
E agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há-de dar naquele dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Ámen.


Lucas 18,9-14.

Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim: 'Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos'.
O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: 'Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador'.
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
3.º sermão sobre a Anunciação, 9-10

«O publicano [...] nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu.»

Qual é o vaso para onde a graça se inclina de preferência? Se a confiança foi feita para receber nela a misericórdia, e a paciência para recolher a justiça, que recipiente podemos propor que esteja apto a receber a graça?

Trata-se de um bálsamo muito puro, que precisa de um vaso muito sólido. Ora, o que há de mais puro e mais sólido que a humildade de coração? É por isso que Deus «dá a sua graça aos humildes» (Tg 4,6). Foi com razão que «Ele poisou o seu olhar na humildade da sua serva» (Lc 1,48); porque um coração humilde não se deixa ocupar pelo mérito humano e a plenitude da graça pode expandir-se nele mais livremente. [...]

Observastes este fariseu em oração? Ele não era ladrão, nem injusto, nem adúltero. Não negligenciava a penitência. Jejuava dois dias por semana, dava o dízimo de tudo quanto possuía. [...] Mas não estava esvaziado de si mesmo, não se despojara de si próprio (Fil 2,7), não era humilde, mas, pelo contrário, altivo. Com efeito, não se preocupou em saber o que ainda lhe faltava, mas exagerou o seu mérito; não estava cheio, mas inchado. E foi-se embora vazio, por ter simulado a plenitude. O publicano, pelo contrário, porque se humilhou a si próprio e se preocupou em se apresentar como um vaso vazio, pôde trazer uma graça muito mais abundante.