sábado, 29 de outubro de 2016

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 29 de Outubro de 2016

Sábado da 30ª semana do Tempo Comum

S. Narciso, bispo de Jerusalém, +212, Santa Ermelinda, virgem, eremita, séc. VI, Beata Chiara Luce Badano, virgem +1990

Comentário do dia
Diádoco de Foticeia : Dar a Deus o lugar principal

Filip. 1,18b-26.

Irmãos: Contanto que Cristo seja anunciado, com segundas intenções ou com sinceridade, eu me alegro e me alegrarei sempre.
De facto, sei que isto servirá para minha salvação, graças às vossas orações e à assistência do Espírito de Jesus Cristo.
Espero-o firmemente e tenho a certeza de que não serei confundido. Estou absolutamente seguro, hoje como sempre, de que Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra.
Porque, para mim, viver é Cristo e morrer é lucro.
Mas, se viver neste corpo mortal é útil para o meu trabalho, não sei o que escolher.
Sinto-me constrangido por este dilema: desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor;
mas é mais necessário para vós que eu permaneça neste corpo mortal.
Convencido disto, sei que ficarei e permanecerei junto de vós, para o progresso e alegria da vossa fé.
Assim espero que, ao tornar a visitar-vos, tereis novos motivos de glória em Cristo Jesus.


Salmos 42(41),2.3.5bcd.

Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei contemplar a face de Deus?

Quando passava em cortejo para a Casa do Senhor,
entre vozes de alegria e de louvor
da multidão em festa.




Lucas 14,1.7-11.

Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.
Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu;
então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: 'Dá o lugar a este'; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar.
Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: 'Amigo, sobe mais para cima'; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo
Sobre a perfeição espiritual, 12-15

Dar a Deus o lugar principal

Aquele que a si próprio se preza não pode amar a Deus; mas aquele que não se preza, devido às riquezas superiores da caridade divina, esse ama a Deus. É por isso que tal homem nunca procura a própria glória, mas a de Deus; porque o que a si mesmo se preza procura a glória própria. Aquele que preza a Deus ama a glória do seu Criador. É, de facto, próprio das almas profundas e amigas de Deus procurar constantemente a glória de Deus em todos os mandamentos que cumprem, e ter regozijo na própria humilhação. Porque a Deus convém a glória em razão da sua grandeza, e ao homem a humilhação; deste modo se torna o homem próximo de Deus. Se assim agirmos, regozijando-nos com a glória do Senhor, a exemplo de S. João Batista, diremos continuamente: «É preciso que ele cresça e que eu diminua» (Jo 3,30).

Conheço uma pessoa que ama tanto a Deus, ainda que muito se lamente por não O amar como quereria, que a alma lhe arde ininterruptamente no desejo de em si próprio e nos seus gestos ver Deus glorificado, e de se ver a si mesmo como não tendo existência própria. Esse homem não sabe o que é, ainda que seja elogiado com palavras; porque, no seu grande desejo de humilhação, não pensa na sua própria dignidade. Executa os serviços divinos como fazem os padres, mas na sua extrema disposição de amor para com Deus aniquila a recordação da sua própria dignidade no mais profundo da sua caridade para com Deus, enterrando em pensamentos humildes a glória que daí tiraria. Assume-se sempre como um mero servo inútil; o seu desejo de humilhação exclui-o, de certa maneira, da sua própria dignidade. O mesmo devemos nós fazer, de forma a afastarmo-nos de todas as honras, de toda a glória, fazendo jus à riqueza transbordante do amor daquele que tanto nos amou.