quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 30 de Novembro de 2017

S. André, Apóstolo – Festa

Santo André, apóstolo

Comentário do dia
Bento XVI: Santo André, apóstolo do mundo grego

Romanos 10,9-18.

Irmãos: Se confessares com a tua boca: «Jesus é o Senhor», e acreditares no teu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo.
Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação.
Na verdade, a Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido».
Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam.
Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Ora, como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que o anuncie?
E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas!
Porém, nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?
Portanto, a fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo.
Mas, pergunto eu, será que não a ouviram? Pelo contrário: A voz deles ressoou por toda a terra e até aos confins do mundo as suas palavras.


Salmos 19(18),2-3.4-5.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.




Mateus 4,18-22.

Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram-n'O.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os,
e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n'O.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 14/06/06

Santo André, apóstolo do mundo grego

A primeira característica que impressiona vivamente em André, o irmão de Simão Pedro, é o seu nome; ele não é hebraico, como se poderia esperar, mas grego, sinal não insignificante de uma certa abertura cultural da sua família. [...] Pouco antes da Paixão, tinham ido uns gregos à cidade santa de Jerusalém [...] para adorarem o Deus de Israel na festa da Páscoa. André e Filipe, os dois apóstolos com nomes gregos, serviram de intérpretes e de mediadores junto de Jesus a este pequeno grupo. [...] Jesus disse aos dois discípulos, e por seu intermédio ao mundo grego: «Chegou a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12,23-24). Que significam estas palavras neste contexto? Jesus quis dizer: Sim, o encontro entre Mim e os gregos terá lugar, mas não como uma conversa simples e breve entre Mim e outras pessoas, impelidas sobretudo pela curiosidade. Com a minha morte, comparável à queda na terra de um grão de trigo, virá a hora da minha glorificação. Da minha morte na cruz virá a grande fecundidade. O grão de trigo morto, símbolo de Mim próprio crucificado, tornar-se-á, na ressurreição, pão da vida para o mundo; será luz para os povos e culturas.» [...] Por outras palavras, Jesus profetisa a Igreja grega, a Igreja dos pagãos, a Igreja do mundo como fruto da sua Páscoa.

Uma tradição muito antiga vê em André [...] o apóstolo dos gregos nos anos que se seguiram ao Pentecostes, dando a entender que ele foi anunciador e intérprete de Jesus no mundo grego. Pedro, seu irmão, saiu de Jerusalém, passando por Antioquia e chegando a Roma, para aí exercer a sua missão universal; André foi, pelo contrário, o apóstolo do mundo grego. Aparecem assim, na vida e na morte, como verdadeiros irmãos – uma fraternidade que se exprime simbolicamente na especial semelhança entre os centros de Roma e de Constantinopla, Igrejas verdadeiramente irmãs.







quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 29 de Novembro de 2017

Quarta-feira da 34ª semana do Tempo Comum

Beato Redento da Cruz, religioso, mártir, +1638, Beato Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638, S. Saturnino, mártir, séc. IV

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas»

Dan. 5,1-6.13-14.16-17.23-28.

Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus dignitários, na presença dos quais bebeu vinho.
Sob a ação do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém, para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas.
Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas.
Beberam vinho e entoavam louvores aos seus deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra.
De repente, apareceram dedos de mão humana, que escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que escrevia,
o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para aqui?
Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma inteligência e uma sabedoria superiores.
Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no governo do reino».
Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros os teus presentes. Contudo, vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação.
Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas mulheres e as tuas concubinas. E entoaste louvores aos deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra, que não ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos.
Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras.
Eis a escrita que foi traçada: 'Mené, Téquel, Parsin':
e esta é a sua interpretação: 'Mené', quer dizer, 'Contado': Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo;
'Téquel', quer dizer, 'Pesado': foste pesado na balança e achado sem peso;
'Parsin', quer dizer, 'Dividido': o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».


Dan. 3,62.63.64.65.66.67.

Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.




Lucas 21,12-19.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
2.º sermão sobre o salmo 26

«Nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas»

«Levantaram-se contra mim falsos testemunhos, que desencadearam a violência» (Sl 26,12). [...] O salmista debate-se nas mãos dos que o perseguem e o atormentam; perde a respiração, sofre, mas mantém-se confiante porque Deus o sustenta, Deus o ajuda, Deus o conduz, Deus o guia. Ao mesmo tempo cheio de alegria pelo que pode admirar e cantar, e acabrunhado pela dor por causa do que tem de sofrer, por fim respira e exclama: «Creio firmemente que poderei contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos» (13). Oh, como é doce a bondade do Senhor, imortal, incomparável, eterna, imutável! E quando te verei, ó bondade do Senhor? Creio que te verei, não na terra dos mortais, mas «na terra dos vivos». O Senhor far-me-á sair da terra dos mortais, Ele que, por mim, Se dignou aceitar esta terra dos mortais e morrer às mãos dos mortais. [...]

Escutemos, também nós, a voz do Senhor que das alturas nos exorta e nos consola; escutemos a voz daquele que temos por pai e por mãe (10). Porque Ele escutou os nossos gemidos, viu a nossa aflição, sondou os desejos do nosso coração [...]. Graças à intercessão de Cristo, acolheu favoravelmente a nossa única prece, o nosso único pedido. E enquanto completamos a nossa peregrinação neste mundo, mesmo que o caminho seja longo, Ele não recusará aquilo que nos prometeu, pois disse-nos: «Espera no Senhor». Quem fez a promessa é todo-poderoso, verdadeiro, fiel. «Espera no Senhor; sê forte e corajoso no teu coração» (4). Não te deixes, pois, perturbar.







terça-feira, 28 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 28 de Novembro de 2017

Terça-feira da 34 semana do Tempo Comum

Santa Catarina Labouré, religiosa, +1876

Comentário do dia
São João Paulo II : «Há de erguer-se povo contra povo»

Dan. 2,31-45.

Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspeto era terrível.
A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas eram de bronze,
as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
Estavas a olhar para ela, quando uma pedra se deslocou sem intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro, e reduziu-os a pó.
Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra.
Foi esse o sonho; e daremos a sua interpretação diante do rei:
Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória.
Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu, onde quer que eles habitem, e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro.
Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra.
E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros.
Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole.
Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro é porque o reino será em parte forte e em parte frágil.
Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir solidamente, como o ferro não pode misturar-se com o barro.
No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre.
É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».


Dan. 3,57.58.59.60.61.

Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.



Lucas 21,5-11.

Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: 'Sou eu'; e ainda: 'O tempo está próximo'. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Paulo II (1920-2005), papa
Mensagem aos católicos da Áustria, Junho 1982

«Há de erguer-se povo contra povo»

Perante os múltiplos perigos e ameaças contra a existência da humanidade, os cristãos lutam, com toda a força da sua esperança e em união com todos os homens de boa vontade, por um futuro mais seguro, mais digno de ser vivido. Aliás, o que nos anima não é apenas uma esperança puramente terrena, mas é também, e sobretudo, a esperança que provém da fé, cujos fudamento e cujo objetivo são o próprio Deus: Deus que, em Cristo Jesus, disse o seu sim definitivo ao homem. Com a sua cruz e ressurreição, Cristo venceu todo o sofrimento e todas as calamidade do mundo, tornando-Se assim para todos nós sinal da esperança.

A esperança é uma virtude divina; é basicamente um dom que obtereis desde já [...] se o pedirdes inisistentemente a Deus, com os outros e pelos outros. [...] Nós, os cristãos, temos simultaneamente o dever de manifestar publicamente a nossa esperança e de a partilhar com os outros. Pelas nossas palavras e ações, ricas de esperança, ajudaremos os outros a vencerem o medo de viver, a resignação e a indiferença, e a terem confiança em Deus e nos homens. Como discípulos de Cristo [...], oferecereis ao Homem de hoje, cercado por mil ameaças e cheio de confusão, a palavra e a esperança que libertam.







segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 27 de Novembro de 2017

Segunda-feira da 34ª semana do Tempo Comum
Nossa Senhora das Graças

Comentário do dia
São João Crisóstomo : «Na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».

Dan. 1,1-6.8-20.

No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei de Babilónia, veio cercar Jerusalém.
O Senhor entregou-lhe nas mãos Joaquim, rei de Judá, e uma parte dos objetos do templo de Deus. Ele levou-os para a terra de Sinear e depositou-os no tesouro do templo do seu deus.
Depois o rei mandou a Aspenaz, chefe do pessoal do palácio, que trouxesse de entre os filhos de Israel alguns jovens de sangue real ou de família nobre,
sem defeito, de boa presença, dotados de toda a sabedoria, instruídos, inteligentes e cheios de vigor, a fim de os colocar no palácio do rei e ensinar-lhes a literatura e a língua dos caldeus.
O rei fixou-lhes uma provisão diária da sua mesa e do vinho que ele bebia, ordenando que fossem educados durante três anos e depois entrariam ao serviço do rei.
Entre eles havia alguns filhos de Judá: Daniel, Ananias, Misael e Azarias.
Daniel fez o propósito firme de não se contaminar com o alimento do rei e o vinho que ele bebia. Pediu ao chefe do palácio que não o obrigasse a manchar-se
e Deus fez que Daniel ganhasse a simpatia do chefe do pessoal do palácio.
Mas o chefe do pessoal disse a Daniel: «Tenho medo do rei, meu senhor, que vos determinou o alimento e a bebida. Se ele vir as vossas fisionomias mais abatidas que a dos jovens da vossa idade, pondes a minha cabeça em perigo diante do rei».
Daniel disse ao guarda a quem o chefe do pessoal tinha confiado Daniel, Ananias, Misael e Azarias:
«Peço-te que ponhas à prova os teus servos durante dez dias: dá-nos apenas legumes para comer e água para beber.
Depois verás o nosso aspeto e o dos jovens que comem do alimento real e procederás com os teus servos conforme o que tiveres visto».
O guarda consentiu no que eles lhe propuseram e pô-los à prova durante dez dias.
E notou-se, ao fim dos dez dias, que eles tinham melhor aspeto e estavam mais nutridos do que todos os jovens sustentados pelo alimento real.
Então o guarda retirou-lhes o alimento que lhes era destinado e o vinho que deviam beber e continuou a dar-lhes legumes.
Deus concedeu a esses quatro jovens a ciência e o conhecimento de toda a escritura e de toda a sabedoria e a Daniel a inteligência de todas as visões e sonhos.
Ao fim do tempo fixado pelo rei para que os vários jovens lhe fossem apresentados, o chefe do pessoal levou-os à presença de Nabucodonosor.
O rei conversou com eles e não havia entre todos quem se comparasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias, que por isso ficaram ao serviço do rei.
Sempre que o rei os consultava em questões de sabedoria e inteligência, verificava que eles eram dez vezes superiores aos magos e adivinhos que havia em todo o seu reino.


Dan. 3,52.53.54.55.56.

Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito o vosso nome glorioso e santo: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no templo santo da vossa glória: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais, Vós que sondais os abismos e estais sentado sobre os Querubins: digno de louvor e de glória para sempre.

Bendito sejais no firmamento do céu: digno de louvor e de glória para sempre.



Lucas 21,1-4.

Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas.
Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas.
Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.
Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Sermão sobre o diabo tentador

«Na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».

Dou-te a conhecer os cinco caminhos da conversão: o primeiro é o arrependimento pelos nossos pecados; depois, o perdão concedido às ofensas do próximo; o terceiro consiste na oração; o quarto, na esmola; o quinto, na humildade. Não fiques, pois, inativo, mas toma cada dia todos estes caminhos. São caminhos fáceis e não podes apresentar como pretexto a tua miséria.

Pois, mesmo que vivas na maior pobreza, podes abandonar a cólera, praticar a humildade, rezar assiduamente e arrepender-te dos teus pecados [...]. Uma vez que estejas no caminho da conversão, dá o que possuis. Nem a pobreza nos impede de cumprir este mandamento: vemo-lo na viúva que deu as duas moedas que tinha.

Esta é a maneira decurarmos as nossas feridas: apliquemos, pois, estes remédios. Tendo retomado a saúde da alma, aproximar-nos-emos da mesa santa e, com muita glória, iremos ao encontro do Rei da glória, Cristo. Ganhemos os bens eternos pela graça, a misericórdia e a bondade de Jesus Cristo Nosso Senhor.







domingo, 26 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 26 de Novembro de 2017

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - Solenidade
XXXIV Domingo do Tempo Comum - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano A (semana II do saltério)

Beato Tiago Alberione, presbítero, fundador, +1971, S. João Berchmans, jovem seminarista, +1621

Comentário do dia
Concílio Vaticano II: Rei e Senhor

Ezeq. 34,11-12.15-17.

Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei-de encontrá-las.
Como o pastor vigia o seu rebanho, quando estiver no meio das ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu guardarei as minhas ovelhas, para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas.
Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus.
Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei-de apascentá-las com justiça.
Quanto a vós, meu rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e cabritos».


Salmos 23(22),1-2a.2b-3.4a.5.6.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo.

Para mim preparais a mesa,
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.




1 Cor. 15,20-26.28.

Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.
Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida.
Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai, depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
E o último inimigo a ser aniquilado é a morte,
Quando todas as coisas Lhe forem submetidas, então também o próprio Filho Se há-de submeter Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.


Mateus 25,31-46.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;
e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo.
Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me'.
Então os justos Lhe dirão: 'Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?'.
E o Rei lhes responderá: 'Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes'.
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.
Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber;
era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar'.
Então também eles Lhe hão-de perguntar: 'Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?'.
E Ele lhes responderá: 'Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer'.
Estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 13

Rei e Senhor

Todos os homens são chamados ao novo povo de Deus. Por isso, este povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os séculos, para se cumprir o desígnio da vontade de Deus, que [...] quis juntar em unidade todos os seus filhos que estavam dispersos (cf Jo 11,52). Foi para isto que Deus enviou o seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas (cf Heb 1,2), para ser Mestre, Rei e Sacerdote universal, cabeça do novo e universal povo dos filhos de Deus. Para isto, Deus enviou finalmente também o Espírito de seu Filho, Senhor e fonte de vida, o qual é para toda a Igreja e para cada um dos crentes princípio de agregação e de unidade na doutrina e na comunhão dos Apóstolos, na fração do pão e na oração (cf At 2,42).

E assim, o povo de Deus encontra-se entre todos os povos da Terra, já que de todos recebe os cidadãos, que o são dum reino não terreno mas celeste. Pois todos os fiéis espalhados pelo orbe comunicam com os restantes por meio do Espírito Santo [...]. Mas, porque o reino de Cristo não é deste mundo (cf Jo 18,36), a Igreja, ou seja, o povo de Deus, ao implantar este reino, não subtrai coisa alguma ao bem temporal de nenhum povo, mas, pelo contrário, fomenta e assume as qualidades, as riquezas, os costumes e o modo de ser dos povos, na medida em que são bons; e, assumindo-os, purifica-os, fortalece-os e eleva-os. Pois lembra-se de que lhe cumpre ajuntar-se com aquele Rei a quem os povos foram dados em herança (cf Sl 2,8), e dirigir-se para a cidade à qual levam dons e ofertas (cf Sl 71,10; Is 60,47; Apoc 21,24). Este carácter de universalidade que distingue o povo de Deus é dom do Senhor; por ele, a Igreja católica tende eficaz e constantemente à recapitulação total da humanidade com todos os seus bens, sob a cabeça, Cristo, na unidade do seu Espírito.







sábado, 25 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 25 de Novembro de 2017

Sábado da 33a semana do Tempo Comum

Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, +305

Comentário do dia
São Paciano de Barcelona : Viver é Cristo

1 Mac. 6,1-13.

Naqueles dias, o rei Antíoco atravessava as altas províncias do seu reino, quando ouviu falar em Elimaida, cidade da Pérsia, notável pela suas riquezas, pela sua prata e pelo seu ouro.
O templo que nela havia era muito rico e lá se encontravam armaduras de ouro, couraças e armas, que Alexandre, filho de Filipe da Macedónia, o primeiro a reinar sobre os gregos, nele tinha deixado.
Antíoco dirigiu-se para lá e tentou apoderar-se da cidade para a saquear. Mas não conseguiu, porque os habitantes da cidade tomaram conhecimento da
notícia e opuseram-se-lhe à mão armada. Obrigado a fugir, retirou-se dali com enorme desgosto e regressou a Babilónia.
Estava ainda na Pérsia, quando lhe vieram anunciar que os exércitos enviados contra a terra de Judá haviam sido destroçados;
que Lísias avançara com um poderoso exército, mas tinha sido posto em fuga pelos judeus, os quais se tinham fortalecido com as armas, o equipamento e os consideráveis despojos tomados aos exércitos vencidos.
Além disso, tinham demolido a abominação que ele, Antíoco, mandara contruir sobre o altar de Jerusalém. Tinham rodeado de muralhas o santuário, como antigamente, e ainda Betsur, uma das cidades do rei.
Ao ouvir estas notícias, o rei ficou perturbado e abatido. Caiu de cama e adoeceu de tristeza, porque os projetos não lhe tinham corrido como desejava.
Ficou assim muitos dias, constantemente acabrunhado por intenso desgosto, e convenceu-se de que ia morrer.
Então mandou chamar todos os amigos e disse-lhes: «O sono afastou-se dos meus olhos e o meu coração está abatido pela inquietação.
Disse comigo mesmo: A que estado de angústia cheguei, em que forte agitação agora me encontro, eu que era feliz e estimado quando era poderoso!
Mas agora me lembro do mal que fiz a Jerusalém, quando me apoderei de todos os objetos de prata e ouro que lá se encontravam e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá.
Reconheço que por causa disto me aconteceram estas desgraças e vou morrer de profunda angústia em terra estrangeira».


Salmos 9(9A),2-3.4.6.16b.19.

De todo o coração, Senhor, Vos quero louvar
e contar todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós,
quero cantar o vosso nome, ó Altíssimo.

Quando batiam em retirada os meus inimigos,
vacilavam e pereciam diante de Vós.
Ameaçastes os pagãos, destruístes os ímpios,
apagastes o seu nome para sempre.

Os pagãos caíram no fosso que fizeram;  
os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.
Mas o pobre jamais será esquecido,
não será iludida a esperança dos humildes.




Lucas 20,27-40.

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus – que negam a ressurreição
– e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: 'Se morrer a alguém um irmão, que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão'.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo
e depois o terceiro desposaram a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?».
Disse-lhes Jesus: «Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento.
Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento.
Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor 'o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob'.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos».
Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre».
E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Paciano de Barcelona (?-c. 390), bispo
Sermão sobre o batismo, 6; PL 13, 1093 (breviário)

Viver é Cristo

Assim, irmãos caríssimos, nunca mais morreremos. Ainda que este nosso corpo se dissolva, viveremos em Cristo, como Ele próprio diz: «Aquele que acredita em Mim, ainda que morra, viverá» (Jo 11,25). Temos a certeza, fundada no testemunho do Senhor, de que Abraão, Isaac e Jacob e todos os santos de Deus estão vivos. É o próprio Senhor que diz a respeito deles: «para Ele todos estão vivos, porque [Deus ] não é um Deus de mortos, mas de vivos»; e, falando de si próprio, o próprio Apóstolo afirma: «para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. [...] Tenho o desejo de partir e estar com Cristo» (Fil 1,21-23). [...]

É esta a nossa fé, irmãos caríssimos. De resto, «se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens» (1Cor 15,19). A nossa vida terrena, como vós mesmos podeis observar, é semelhante à dos animais, das feras e das aves. O que é próprio do homem, o que Cristo nos deu pelo seu Espírito, é a vida eterna, desde que deixemos de pecar. Porque, assim como a morte vem por causa do pecado, assim nos livramos dela por meio da santidade; portanto, a vida perde-se com o pecado e salva-se com a santidade. «É que o salário do pecado é a morte; ao passo que o dom gratuito que vem de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rom 6,23).







sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 24 de Novembro de 2017

Sexta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Santo André Dung Lac e companheiros, presbíteros, mártires vietnamitas, séc. XVIII e XIX

Comentário do dia
Missal Romano: «A minha casa será uma casa de oração» (Is 56,7)

1 Mac. 4,36-37.52-59.

Naqueles dias, disseram Judas Macabeu e os seus irmãos: «Agora que os nossos inimigos foram desbaratados, subamos a purificar o templo e celebrar a sua dedicação».
Reuniu-se todo o exército e subiram ao monte Sião.
No dia vinte e cinco do nono mês, que é o mês de Quisleu, do ano cento e quarenta e oito, levantaram-se de madrugada
e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o altar dos holocaustos que tinham construído.
O altar foi dedicado ao som de cânticos, de cítaras e de címbalos, no mesmo mês e dia em que os gentios o tinham profanado.
Todo o povo se prostrou em adoração de rosto por terra e deu graças ao Céu por lhes ter dado tão feliz sucesso.
Celebraram a dedicação do altar durante oito dias e ofereceram holocaustos com grande alegria, bem como sacrifícios de comunhão e de ação de graças.
Adornaram a fachada do templo com coroas de ouro e escudos; restauraram as entradas e as salas, onde colocaram as portas.
Foi grande a alegria do povo e assim foi afastado o opróbrio causado pelos gentios.
Judas, com os seus irmãos e toda a assembleia de Israel, decidiu que todos os anos se celebrasse com alegria e regozijo a festa da dedicação do altar, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Quisleu.


1 Crónicas 29,10.11abc.11d-12a.12bcd.

Bendito sejais, Senhor, para todo o sempre,
Deus do nosso pai, Israel.
A Vós, Senhor, a grandeza e o poder,
a honra, a majestade e a glória.

Tudo, no céu e na terra, Vos pertence,
sois o Rei soberano de todas as coisas.
sois o Rei soberano de todas as coisas.
De Vós nos vem a riqueza e a glória,

sois Vós o Senhor de todo o universo.
Na vossa mão está o poder e a força,
em vossas mãos tudo se afirma e cresce.
Nós vos louvamos, Senhor, nosso Deus,

e celebramos o voss nome glorioso.



Lucas 19,45-48.

Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores,
dizendo-lhes: «Está escrito: 'A minha casa é casa de oração'; e vós fizestes dela 'um covil de ladrões'».
Jesus ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte,
mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Missal Romano
Prefácio da Dedicação de uma igreja

«A minha casa será uma casa de oração» (Is 56,7)

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças sempre e em toda a parte,
por Cristo, Nosso Senhor.

Nesta casa visível, que nos destes a graça de construir,
incessantemente concedeis os vossos favores
à vossa família que, neste lugar, peregrina para Vós.

Aqui nos dais o sinal admirável da vossa comunhão connosco,
e nos fazeis participar no mistério da vossa aliança;
aqui edificais o vosso templo, que somos nós,
e fazeis crescer a Igreja, presente em toda a Terra,
na unidade do Corpo do Senhor,
que um dia tornareis perfeita
na visão de paz da celeste cidade de Jerusalém.

Por isso, com os anjos e os santos,
nós Vos louvamos no templo da vossa glória,
e Vos bendizemos e glorificamos,
cantando a uma só voz:

Santo, santo, santo...







quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 23 de Novembro de 2017

Quinta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

S.Clemente I, papa, mártir, +102, S. Columbano, abade, +615

Comentário do dia
Orígenes : «Ao ver a cidade, [Jesus] chorou sobre ela»

1 Mac. 2,15-29.

Naqueles dias, os enviados do rei Antíoco, encarregados de impor a apostasia, vieram à cidade de Modin para organizar sacrifícios.
Muitos israelitas obedeceram-lhes, mas Matatias e seus filhos ficaram reunidos à parte.
Os enviados do rei dirigiram-se a Matatias e disseram-lhe: «Tu és um homem importante e ilustre nesta cidade e tens o apoio dos teus filhos e dos teus irmãos.
Sê também o primeiro a cumprir o decreto do rei, como já fizeram todas as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Assim tu e os teus filhos sereis contados entre os amigos do rei e enriquecidos com prata, ouro e muitos presentes».
Matatias respondeu em alta voz: «Ainda que todos os povos do império do rei lhe obedeçam, abandonando o culto dos seus pais e cumprindo as vossas ordens,
eu, os meus filhos e os meus irmãos seguiremos a aliança dos nossos pais.
Deus nos livre de abandonar a Lei e os seus preceitos.
Não acataremos as ordens do rei, desviando-nos do nosso culto, quer para a direita quer para a esquerda».
Quando ele acabou de falar, aproximou-se um judeu à vista de todos, para oferecer um sacrifício no altar de Modin, segundo o decreto real.
À vista dele, Matatias inflamou-se de zelo, estremeceu-lhe o coração e, num impulso de justa ira, lançou-se sobre ele e degolou-o sobre o altar.
Em seguida matou o enviado do rei, que obrigava a oferecer sacrifícios, e demoliu o altar.
Assim mostrou o seu zelo pela Lei, tal como fizera Fineias a Zambri, filho de Salu.
Depois Matatias percorreu a cidade, dizendo em altas vozes: «Todo aquele que sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança siga-me».
Então ele e os seus filhos fugiram para os montes, deixando tudo quanto possuíam na cidade.
Muitos israelitas, que amavam a justiça e o direito, desceram ao deserto e aí se estabeleceram.


Salmos 50(49),1-2.5-6.14-15.

Falou o Senhor, Deus soberano,
e convocou a terra, do Oriente ao Ocidente.
De Sião, cheia de beleza, Deus refulgiu,
o nosso Deus vem e não Se calará.

«Reuni os meus fiéis,
que selaram a minha aliança com um sacrifício».
Os céus proclamam a sua justiça:
o próprio Deus vem julgar.

Oferece a Deus sacrifícios de louvor
e cumpre os votos feitos ao Altíssimo.
Invoca-Me no dia da tribulação:
Eu te livrarei e tu Me darás glória».




Lucas 19,41-44.

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilia 38 sobre Lucas

«Ao ver a cidade, [Jesus] chorou sobre ela»

Quando se aproximou de Jerusalém e a viu, o nosso Senhor e Salvador chorou sobre ela: «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos. Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras» [...]. Alguém poderá dizer: «O sentido destas palavras é claro; com efeito, elas realizaram-se a propósito de Jerusalém: o exército romano cercou-a e devastou-a até à exterminação e virá o tempo em que dela não restará pedra sobre pedra.»

Não o nego, Jerusalém foi destruída por causa da sua cegueira, mas pergunto: aquele choro não diria respeito à nossa própria Jerusalém? Porque nós somos a Jerusalém sobre a qual Jesus chorou, nós que estamos convencidos de ter um olhar tão penetrante. Se, depois de ter sido instruído nos mistérios da verdade, depois de ter recebido a palavra do Evangelho e o ensinamento da Igreja [...], um de nós peca, esse provocará lamentações e choros; e não se chora sobre um pagão, mas sobre aquele que, depois de ter feito parte de Jerusalém, dela saíu.      

Sobre a nossa Jerusalém derramam-se lágrimas porque, em razão dos seus pecados, os inimigos vão rodeá-la, quer dizer, as forças adversas, os espíritos maus elevarão à sua volta uma barricada, sitiá-la-ão e «não deixarão [...] pedra sobre pedra». [...]. Eis pois a Jerusalém sobre a qual se derramam lágrimas.      







quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 22 de Novembro de 2017

Quarta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Santa Cecília, virgem, mártir, séc. III ou IV

Comentário do dia
São Bernardo : Um negócio precioso

2 Mac. 7,1.20-31.

Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe, e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi, a comer carne de porco proibida pela lei judaica.
Eminentemente admirável e digna de memória foi a mãe, que, vendo morrer num só dia os seus sete filhos, tudo suportou com firme serenidade, pela esperança que tinha no Senhor.
Exortava cada um deles na sua língua pátria e, cheia de nobres sentimentos, juntava uma coragem varonil à ternura de mulher. Ela dizia-lhes:
«Não sei como aparecestes no meu seio, porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida, nem fui eu que ordenei os elementos de cada um de vós.
Por isso, o Criador do mundo, que é o autor do nascimento e origem de todas as coisas, vos restituirá, pela sua misericórdia, o espírito e a vida, porque vos desprezais agora a vós mesmos por amor das suas leis».
Então o rei Antíoco julgou-se insultado e suspeitou que aquelas palavras o ultrajavam. Como o filho mais novo ainda estava vivo, não só começou a exortá-lo com palavras, mas também lhe prometeu com juramento que o tornaria rico e feliz, se ele abandonasse as tradições dos seus antepassados. Faria dele seu amigo, confiando-lhe altas funções.
Como o jovem não lhe deu a menor atenção, o rei chamou a mãe à sua presença e exortou-a a aconselhar o jovem para lhe salvar a vida.
Depois de muita insistência do rei, ela consentiu em persuadir o filho.
Inclinou-se para ele e, ludibriando o tirano, assim lhe falou na língua pátria: «Filho, tem compaixão de mim, que te trouxe nove meses no meu seio, te amamentei durante três anos, te criei e eduquei até esta idade, provendo sempre ao teu sustento.
Peço-te, meu filho, olha para o Céu e para a terra, contempla tudo o que neles existe e reconhece que Deus os criou do nada, assim como a todo o género humano.
Não temas este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte, para que eu te possa encontrar com eles no dia da misericórdia divina».
Apenas ela acabou de falar, o jovem exclamou: «Por que esperais? Eu não obedeço às ordens do rei. Obedeço aos mandamentos da Lei que foi dada por Moisés aos nossos antepassados.
E tu, inventor de todos os males contra os hebreus, não escaparás às mãos de Deus».


Salmos 17(16),1.5-6.8b.15.

Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração,
feita com sinceridade.

Firmai os meus passos nas vossas veredas,
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.

Protegei-me à sombra das vossas asas,
Senhor, mereça eu contemplar a vossa face
e, ao despertar, saciar-me com a vossa imagem.




Lucas 19,11-28.

Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente.
Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar.
Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: 'Fazei-as render até que eu volte'.
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: 'Não queremos que ele reine sobre nós'.
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu dez minas'.
Ele respondeu-lhe: 'Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades'.
Veio o segundo e disse-lhe: 'Senhor, a tua mina rendeu cinco minas'.
A este respondeu igualmente: 'Tu também ficarás à frente de cinco cidades'.
Depois veio o outro e disse-lhe: 'Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço,
pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste'.
Disse-lhe o rei: 'Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei.
Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros'.
Depois disse aos presentes: 'Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez'.
Eles responderam-lhe: 'Senhor, ele já tem dez minas!'.
O rei respondeu: 'Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença'».
Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermões diversos, n.º 42, «Os cinco negócios»

Um negócio precioso

O Verbo do Pai, o Filho único de Deus, o Sol de justiça (Mal 3,20) é o grandde negociante, que nos trouxe o preço da nossa redenção. Trata-se de um negócio precioso, que nunca apreciaremos suficientemente, aquele em que um Rei, o filho do Rei supremo, se transforma na moeda de troca, em que o ouro pagou pelo chumbo, em que o justo foi trocado pelo pecador. Misericórdia verdadeiramente gratuita, amor perfeitamente desinteressado, bondade surpreendente [...], negócio totalmente desproporcionado, em que o Filho de Deus Se entrega pelo servo, o Criador é morto por aquele que criou, o Senhor é condenado pelo escravo.

Ó Cristo, são estas as tuas obras, Tu que desceste da luminosidade do céu para as nossas trevas infernais, para iluminar a nossa prisão obscura. Tu desceste da direita da majestade divina para o meio da nossa miséria humana, para vires resgatar o género humano; Tu desceste da glória do Pai para a morte na cruz, para triunfares da morte e do seu autor. Tu és único, pois mais nenhum como Tu foi levado, pela sua bondade, a resgatar-nos. [...]

Que todos os negociantes de Teman (Bar 3,23) se retirem desse local [...]; não foram eles que escolheste, mas Israel, o teu bem-amado, Tu que escondes estes mistérios aos sábios e aos prudentes e os revelas aos teus servos pequenos e humildes (Lc 10, 21). [...] Senhor, de boa vontade abraço este negócio, porque me diz respeito! Recordar-me-ei de tudo o que fizeste, pois queres que nisso me detenha. [...] Aproveitarei, pois, este talento que me deixaste para o fazer render até ao teu regresso, e irei com grande alegria à tua presença. Deus queira que oiça então estas doces palavras: «Coragem, servo fiel! Entra na alegria do teu Senhor» (Mt 25,21).







terça-feira, 21 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 21 de Novembro de 2017

Terça-feira da 33ª semana do Tempo Comum
Apresentação de Nossa Senhora no Templo

Comentário do dia
São Boaventura : Deus, anfitrião da nossa alma

2 Mac. 6,18-31.

Naqueles dias, Eleazar, um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de aspeto muito distinto, era forçado a abrir a boca para comer carne de porco.
Mas ele, preferindo a morte gloriosa à vida desonrada, caminhou espontaneamente para o instrumento de suplício,
depois de ter cuspido fora a carne, como devem proceder os que têm a coragem de repelir o que não é lícito comer, nem sequer por amor à própria vida.
Então os encarregados dessa iníqua refeição ritual, que conheciam aquele homem de velha data, chamaram-no à parte e tentaram persuadi-lo a trazer carne da que lhe fosse lícito servir-se, preparada por ele próprio, e assim fingisse comer a carne prescrita pelo rei, isto é, proveniente do sacrifício.
Procedendo assim, escaparia à morte, aproveitando a benevolência com que o tratavam em consideração da amizade entre eles.
Mas ele optou por uma nobre decisão, digna da sua idade, do prestígio da sua velhice, dos seus cabelos tão ilustremente embranquecidos, do seu excelente modo de proceder desde a infância e, o que é mais, da santa Lei estabelecida por Deus. Com toda a coerência, respondeu prontamente: «Prefiro que me envieis para a morada dos mortos.
Na nossa idade não é conveniente fingir; aliás muitos jovens ficariam persuadidos de que Eleazar, aos noventa anos, se tinha passado para os costumes pagãos;
e com esta dissimulação, por causa do pouco tempo de vida que me resta, viriam a transviar-se também por minha culpa e eu ficaria com a minha velhice manchada e desonrada.
Além disso, ainda que eu me furtasse de momento à tortura dos homens, não fugiria, contudo, nem vivo nem morto, às mãos do Omnipotente.
Por isso, renunciando agora corajosamente a esta vida, mostrar-me-ei digno da minha velhice
e deixarei aos jovens o nobre exemplo de morrer com beleza, espontânea e gloriosamente, pelas veneráveis e santas leis». Dito isto, Eleazar dirigiu-se logo para o instrumento de suplício.
Aqueles que o conduziam mudaram em aversão a benevolência que pouco antes mostraram para com ele, por causa das palavras que acabava de dizer e que eles consideravam uma loucura.
Prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: «Para o Senhor, que possui a santa ciência, é bem claro que, podendo escapar à morte, estou a sofrer cruéis tormentos no meu corpo; mas na alma suporto-os com alegria, porque temo o Senhor».
Foi assim que Eleazar perdeu a vida, deixando, com a sua morte, não só aos jovens, mas também à maioria do seu povo, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.


Salmos 3,2-3.4-5.6-7.

Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar».

Vós, porém, Senhor, sois o meu protetor,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada.

Deito-me e adormeço, e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão,
que de todos os lados me cerca.




Lucas 19,1-10.

Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos.
Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l'O, porque era de pequena estatura.
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali.
Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria.
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador».
Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Exercícios espirituais da alma, cap. 2

Deus, anfitrião da nossa alma

Escuta, ó alma, qual é a tua dignidade. Tão grande é a tua simplicidade que nada pode habitar a morada do teu espírito, nada pode aí morar exceto a pureza e a simplicidade da eterna Trindade. Escuta as palavras do teu Esposo: «Se alguém Me ama guardará a minha Palavra; Meu Pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele morada» (Jo 14,23); e noutra passagem: «Desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa.» Apenas Deus que te criou pode, com efeito, descer ao teu espírito, pois, segundo o testemunho de Santo Agostinho, pretende ser mais íntimo a ti do que tu próprio.

Regozija-te, pois, ó alma feliz, por poderes ser a anfitriã de tal visitante. «Ó alma feliz, que cada dia purificas o teu coração para receber o Deus que te acolhe, este Deus cujo anfitrião não tem necessidade de coisa alguma, uma vez que possui em si mesmo o Autor de todo o bem.»

Que feliz é a alma em quem Deus encontra o seu repouso, pois pode dizer: Aquele que me criou repousa debaixo do meu teto. Ele não poderá, pois, recusar o repouso do céu àquela que Lhe ofereceu o repouso nesta vida.

És demasiado ambiciosa, ó minha alma, se a presença deste visitante não te basta. Fica a saber que Ele é tão generoso que te enriquecerá com os seus dons. Não seria indigno de tal monarca deixar a sua anfitriã na indigência? Ornamenta, pois, a tua câmara nupcial e recebe Cristo, teu Rei, cuja presença deleitará e alegrará toda a família.

Ó palavra verdadeiramente surpreendente e mui admirável! O Rei cujo esplendor é admirado pelo sol e pela lua, cuja majestade é reverenciada pelo céu e pela terra, cuja sabedoria ilumina as legiões dos espíritos celestes e cuja misericórdia sacia a assembleia de todos os bem-aventurados, é este Rei que te pede hospitalidade. Ele deseja e cobiça a tua morada mais do que o seu palácio celeste, pois compraz-Se em habitar com os filhos dos homens.







segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 20 de Novembro de 2017

Segunda-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Santo Edmundo, rei, mártir, +870

Comentário do dia
Odes de Salomão : «Seguiu Jesus, glorificando a Deus.»

1 Mac. 1,10-15.41-43.54-57.62-64.

Naqueles dias, da descendência de Alexandre da Macedónia, brotou aquela raiz de pecado, Antíoco Epífânio, filho do rei Antíoco, que, depois de ter estado como refém em Roma, começou a reinar no ano cento e trinta e sete do império grego.
Nesses dias, apareceram em Israel homens infiéis à Lei, que seduziram muitas pessoas, dizendo: «Vamos fazer uma aliança com os povos que nos rodeiam, pois desde que nos separámos deles sucederam-nos muitas desgraças».
Estas palavras agradaram a muita gente
e alguns de entre o povo apressaram-se a ir ter com o rei, que lhes deu autorização para seguirem os costumes dos gentios.
Construíram um ginásio em Jerusalém, segundo os usos pagãos;
disfarçaram os sinais da circuncisão e afastaram-se da santa aliança; coligaram-se com os estrangeiros e tornaram-se escravos do mal.
O rei Antíoco ordenou por escrito que em todo o seu reino formassem todos um só povo
e cada qual renunciasse aos próprios costumes.
Todas as nações aceitaram as ordens do rei e também muitos homens de Israel adotaram o seu culto, ofereceram sacrifícios aos ídolos e profanaram o sábado.
No dia quinze do nono mês do ano cento e quarenta e cinco, o rei mandou construir sobre o altar dos holocaustos a «abominação da desolação» e também nas cidades circunvizinhas de Judá se ergueram altares.
Queimaram incenso às portas das casas e nas praças,
rasgavam e deitavam ao fogo os livros da Lei que encontravam
e todo aquele que tivesse em seu poder o livro da aliança, ou se mostrasse fiel à Lei, era condenado à morte em virtude do decreto real.
No entanto, muitos em Israel permaneceram firmes e irredutíveis no seu propósito de não comerem alimentos impuros.
Antes quiseram a morte do que mancharem-se com esses alimentos e profanarem a santa aliança; e, de facto, morreram.
Foi realmente grande a ira que se abateu sobre Israel.


Salmos 119(118),53.61.134.150.155.158.

Fico indignado à vista dos ímpios,
que desertam da vossa lei.
Cercaram-me os laços dos ímpios,
mas não esqueci a vossa lei.

Livrai-me da violência dos homens,
para que eu guarde os vossos preceitos.
Aproximam-se os meus iníquos perseguidores,
que estão longe da vossa lei.

Longe dos ímpios está a salvação,
porque não observam os vossos preceitos.
Ao ver os pecadores, sinto-me triste,
porque não guardam a vossa promessa.




Lucas 18,35-43.

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava.
Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Odes de Salomão (texto cristão hebraico do início do século II)
n.º 21

«Seguiu Jesus, glorificando a Deus.»

Ergui os braços aos céus
para a graça do Senhor.
Ele libertou-me das correntes,
atirando-as para longe de mim;
o meu protetor elevou-me
pela sua graça e a sua salvação.

Despi-me das trevas
e vesti-me de luz.
Vi que o meu corpo não sentia
dificuldades, dor ou angústia.

O pensamento do Senhor socorreu-me muito,
assim como a sua comunhão incorruptível.
A sua luz exaltou-me,
caminhei na sua presença,
e aproximar-me-ei dele,
louvando-O e glorificando-O.
O meu coração transbordou,
invadiu-me a boca e jorrou-me nos lábios.
A exultação do Senhor e o seu louvor
alegram o meu rosto.

Aleluia!







domingo, 19 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 19 de Novembro de 2017

33º Domingo do Tempo Comum
XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A (semana I do saltério)

Santa Matilde de Hackeborn, monja, +1298, S. Roque Gonzales e comp., mártires, +1628

Comentário do dia
São João Crisóstomo : A parábola dos talentos

Prov. 31,10-13.19-20.30-31.

Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas.
Nela confia o coração do marido, e jamais lhe falta coisa alguma.
Ela dá-lhe bem-estar e não desventura, em todos dias da sua vida.
Procura obter lã e linho e põe mãos ao trabalho alegremente.
Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso.
Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente.
A graça é enganadora e vã a beleza; a mulher que teme o Senhor é que será louvada.
Dai-lhe o fruto das suas mãos, e suas obras a louvem às portas da cidade.


Salmos 128(127),1-2.3.4-5.

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.




1 Tess. 5,1-6.

Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião, não precisais que vos escreva,
pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão noturno.
E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe, e não poderão escapar.
Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão,
porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas.
Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.


Mateus 25,14-30.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens.
A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu.
O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco.
Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois.
Mas o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles.
O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: 'Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei'.
Respondeu-lhe o senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor'.
Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: 'Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei'.
Respondeu-lhe o senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel. Vem tomar parte na alegria do teu senhor'.
Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: 'Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste.
Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence'.
O senhor respondeu-lhe: 'Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei;
devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro, e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu.
Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez.
Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado.
Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes'».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n.° 78, 2-3

A parábola dos talentos

Um dos servos diz: «Senhor, confiaste-me cinco talentos»; outro diz que lhe couberam dois a guardar. Reconhecem que receberam dele o meio de fazer o bem; dão-lhe testemunho de grande reconhecimento e prestam-lhe contas dos bens confiados. Que lhes responde o seu Senhor? «Muito bem, servo bom e fiel (porque o próprio da bondade é ver o seu próximo); porque foste fiel nas pequenas coisas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do Senhor.» Assim designa Jesus a beatitude completa.

Mas o que apenas tinha recebido um talento foi enterrá-lo. «Quanto a este servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes.» Repara, não é só o ladrão, o homem que procura enriquecer sem olhar a meios, aquele que faz o mal, que é castigado no fim; é também aquele que não faz o bem […]. Que são estes talentos, com efeito? São o poder de cada um, a autoridade de que se dispõe, a fortuna que se possui, o conselho que se pode dar e toda esta sorte de coisas. Que ninguém venha portanto dizer: só tenho um talento, nada posso fazer. Porque tu, mesmo com um único talento, podes agir de maneira louvável.







sábado, 18 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 18 de Novembro de 2017

Sábado da 32a semana do Tempo Comum
Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

Beato Domingos Jorge, leigo, mártir, +1619

Comentário do dia
São João Clímaco : Deus, único mestre de oração

Sab. 18,14-16.19,6-9.

Quando um silêncio profundo envolvia todas as coisas e a noite estava no meio do seu curso,
a vossa palavra omnipotente, Senhor, veio do alto dos Céus, do seu trono real. Como implacável guerreiro, para o meio duma terra de ruína, trazia, como espada afiada,
o vosso decreto irrevogável. Parou e encheu de morte o universo; tocava o céu e caminhava sobre a terra.
Toda a criação, obedecendo às vossas ordens, tomava novas formas segundo a sua natureza, para guardar sãos e salvos os vossos filhos.
Viu-se a nuvem cobrir de sombra o acampamento, a terra enxuta surgir do que antes era água, o Mar Vermelho tornar-se um caminho livre e as ondas impetuosas uma planície verdejante.
Por ali passou um povo inteiro, protegido pela vossa mão, contemplando prodígios admiráveis.
Expandiram-se como cavalos na pradaria e saltavam como cordeiros, cantando a vossa glória, Senhor, seu libertador.


Salmos 105(104),2-3.36-37.42-43.

Cantai salmos e hinos ao Senhor,
proclamai todas as suas maravilhas.
Gloriai-vos no seu nome santo,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.

Feriu de morte todos os primogénitos do Egipto,
as primícias da sua raça
e fez sair o seu povo carregado de prata e ouro
e não havia enfermo nas suas tribos.

Não Se esqueceu da palavra sagrada
que dera a Abraão, seu servo;
e fez sair o povo com alegria,
os seus eleitos com gritos de júbilo.




Lucas 18,1-8.

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: 'Faz-me justiça contra o meu adversário'.
Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: 'É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente'».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Clímaco (c. 575-c. 650), monge do Monte Sinai
«A Escada Santa»

Deus, único mestre de oração

A oração é, quanto à sua natureza, a conversa e a união da alma com Deus; quanto à sua eficácia, é a conservação do mundo e a sua reconciliação com Deus, um ponto elevado acima das tentações, uma muralha contra as tribulações, a extinção das guerras, a alegria futura, a atividade que não cessa, a fonte das graças, a dadora dos carismas, um progresso invisível, o alimento da alma, a iluminação do espírito, o machado que corta o desespero, a expulsão da tristeza, a redução da ira, o espelho do progresso, a manifestação da nossa medida, o teste ao estado da nossa alma, a revelação das coisas futuras, o anúncio seguro da glória.

Tem coragem e terás o próprio Deus como mestre de oração. É impossível aprender a ver por meio de palavras, porque ver é um efeito da natureza. Assim também é impossível aprender a beleza da oração através dos ensinamentos de outros. A oração só se aprende na oração e o seu mestre é Deus, que ensina ao homem a ciência [...], que concede o dom da oração àquele que ora, que abençoa os anos dos justos.







sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 17 de Novembro de 2017

Sexta-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Santa Isabel, rainha da Hungria, +1231

Comentário do dia
Santa Faustina Kowalska : «Quem perder a sua vida há de salvá-la»

Sab. 13,1-9.

Todos os homens que vivem na ignorância de Deus são verdadeiramente insensatos, porque, pelos bens visíveis, não foram capazes de conhecer Aquele que é, nem reconheceram o Artífice, pela consideração das suas obras.
Mas foi o fogo, o vento, o ar ligeiro, o ciclo dos astros, a água impetuosa ou os luzeiros do céu que eles tomaram como deuses e senhores do mundo.
Se, fascinados pela beleza das coisas, as tomaram por deuses, reconheçam quanto é mais excelente o seu Senhor, pois foi o Autor da beleza que as criou.
Se o que os impressionou foi a sua força e energia, compreendam quanto é mais poderoso Aquele que as fez.
Porque a grandeza e a beleza das criaturas, conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor.
Contudo, esses homens incorrem apenas em ligeira censura, porque talvez se extraviem, buscando a Deus e desejando encontrá-l'O:
ocupados na investigação das suas obras, deixam-se seduzir pelas aparências, pois são belas as coisas que vêm.
Mas nem esses têm desculpa:
se conseguiram obter tanta ciência que podem examinar o mundo, como não encontraram mais depressa o Senhor do mundo?


Salmos 19(18),2-3.4-5.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.




Lucas 17,26-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem:
Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos.
Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam.
Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos.
Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem.
Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás.
Lembrai-vos da mulher de Lot.
Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la.
Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado;
estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada.
Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado».
Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa
Diário, § 1230

«Quem perder a sua vida há de salvá-la»

Ó dia eterno, dia desejado,  
Espero-te com nostalgia e impaciência
E em breve o amor rasgará os véus,
E Tu serás a minha salvação.

Ó mais lindo dia, momento incomparável
Em que pela primeira vez o meu Deus contemplarei,
Esposo da minha alma e Senhor dos senhores
Em que o medo não dominará a minha alma.

Dia soleníssimo, dia luminoso
Em que a alma verá a Deus em seu poder
Mergulhando inteira no seu amor
E saberá que já passaram as misérias do exílio.

Dia feliz, dia abençoado,
Em que o meu coração arderá num eterno amor
Pois já agora te pressinto, embora velado.
Na vida, na morte, Jesus sois meu encanto.

Dia com que toda a minha vida sonhei
Por Ti espero impaciente, ó meu Deus,
Pois que Tu és tudo o que eu desejo,
Tu és o Único no meu coração: tudo o resto nada vale.

Dia de delícias, de doçura infinita
Esposo meu e Deus de grande majestade
Sabereis que mais nada sacia um coração virginal
E sobre o teu doce coração reclino a cabeça.







quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 16 de Novembro de 2017

Quinta-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Santa Gertrudes, Magna, monja, +1303, Santa Margarida, rainha da Escócia, +1093, S. José Moscati, médico, +1927

Comentário do dia
São João Cassiano : O Reino de Deus no meio de nós e dentro de nós

Sab. 7,22-30.8,1.

Na Sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, multiforme, subtil, veloz, perspicaz, sem mancha; um espírito lúcido, inalterável, amigo do bem; penetrante,
irreprimível, benfazejo, amigo dos homens; firme, seguro, sereno; ele tudo pode, tudo abrange e penetra todos os espíritos, os mais inteligentes, mais puros e mais subtis.
A Sabedoria é mais ágil que todo o movimento, atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza.
Ela é um sopro do poder de Deus, emanação pura da glória do Omnipotente; por isso nenhuma impureza a pode atingir.
Ela é o esplendor da luz eterna, espelho puríssimo da atividade de Deus, imagem da sua bondade.
Sendo única, ela tudo pode e, imutável em si mesma, tudo renova. Ela comunica-se de geração em geração pelas almas santas e forma os amigos de Deus e os profetas,
pois Deus só ama quem habita com a Sabedoria.
Ela é mais formosa do que o sol e supera todas as constelações. Comparada com a luz, aparece mais excelente, porque à luz sucede a noite, mas a maldade nada pode contra a Sabedoria.
pois a luz dá lugar à noite, mas sobre a sabedoria não prevalece o mal.
Estende o seu vigor dum extremo ao outro da terra e tudo governa com harmonia.


Salmos 119(118),89.90.91.130.135.175.

Senhor, a vossa palavra permanece para sempre
imutável como os céus.
A vossa fidelidade mantém-se de geração em geração,
como a terra que formastes e permanece.

Pela vossa vontade perduram as coisas até este dia,
porque todas elas Vos estão sujeitas.
A manifestação das vossas palavras ilumina
e dá inteligência aos simples.

Fazei brilhar a vossa face sobre o vosso servo
e dai-me a conhecer os vossos decretos.
Viva a minha alma para Vos louvar
e os vossos juízos venham em meu auxílio.




Lucas 17,20-25.

Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus quando viria o reino de Deus e Ele respondeu-lhes, dizendo: «O reino de Deus não vem de maneira visível,
nem se dirá: 'Está aqui ou ali'; porque o reino de Deus está no meio de vós».
Depois disse aos seus discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um dia do Filho do homem e não o vereis.
Hão de dizer-vos: 'Está ali', ou 'Está aqui'. Não queirais ir nem os sigais.
Pois assim como o relâmpago, que faísca dum lado do horizonte e brilha até ao lado oposto, assim será o Filho do homem no seu dia.
Mas primeiro tem de sofrer muito e ser rejeitado por esta geração».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha
Conferências, n.º 1

O Reino de Deus no meio de nós e dentro de nós

A meu ver, seria indigno afastarmo-nos da contemplação de Cristo, nem que fosse um momento. Quando a nossa vida começar a desviar-se deste objetivo divino, voltemos para ele os olhos do nosso coração e remetamos novamente para ele o olhar do nosso espírito. Tudo repousa no santuário profundo da alma; quando o demónio é dele expulso e o mal deixa de reinar, o reino de Deus estabelece-se em nós. Mas «o reino de Deus», escreve o evangelista, «não vem de maneira visível; [...] porque o reino de Deus está no meio de vós».

Ora, em nós não pode haver senão ignorância ou conhecimento da verdade, amor do vício ou da virtude, pelos quais entregamos o reinado do nosso coração ao demónio ou a Cristo.

O apóstolo Paulo, por sua vez, descreve assim a natureza deste reino: «o Reino de Deus não é uma questão de comer e beber, mas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo» (Rom 14,17). Assim, pois, se o reino de Deus está dentro de nós e consiste em justiça, paz e alegria, quem permanece nestas virtudes está sem dúvida no reino de Deus. [...] Elevemos o olhar da nossa alma para este reino, que é alegria sem fim.







quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 15 de Novembro de 2017

Quarta-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Santo Alberto Magno, bispo, Doutor da Igreja, +1280

Comentário do dia
Vida de São Francisco de Assis: «Dar glória a Deus»

Sab. 6,2-11.

Escutai, ó reis, e procurai compreender; aprendei governantes de toda a terra. Prestai atenção, vós que reinais sobre as multidões e vos gloriais do número dos vossos povos!
Do Senhor recebestes o poder e do Altíssimo a soberania; Ele examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções.
Sendo ministros do seu reino, não governastes com retidão, não cumpristes a lei, nem seguistes a vontade de Deus.
Ele virá sobre vós, terrível e repentino, porque julga severamente os que dominam.
Ao mais pequeno perdoa-se por compaixão, mas os grandes serão examinados com rigor.
O Senhor de todos não teme ninguém, nem Se impressiona com a grandeza. Ele criou o pequeno e o grande e a sua providência é igual para todos;
mas aos poderosos reserva um exame severo.
É a vós, soberanos, que se dirigem as minhas palavras, a fim de aprenderdes a Sabedoria e não cairdes em falta.
Porque os que santamente tiverem guardado as leis santas serão declarados santos e os que nelas se tiverem instruído encontrarão segura defesa.
Procurai ouvir as minhas palavras desejai-as ardentemente e sereis instruídos.


Salmos 82(81),3-4.6-7.

Defendei o órfão e o desprotegido,
fazei justiça ao humilde e ao pobre.
Salvai o oprimido e o indigente,
libertai-o das mãos dos ímpios.

O Senhor disse: «Vós sois deuses,
todos vós sois filhos do Altíssimo.
Mas, como homens, morrereis,
como os príncipes, todos vós sucumbireis».




Lucas 17,11-19.

Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância,
disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós».
Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.
Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,
e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano.
Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove?
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?».
E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Vida de São Francisco de Assis, chamada «Colectânea de Perugia» (c. 1311)
§43

«Dar glória a Deus»

Dois anos antes da sua morte, o bem-aventurado Francisco estava já muito doente, sofrendo especialmente dos olhos. [...] Esteve mais de cinquenta dias sem poder suportar a luz do sol durante o dia, nem a claridade do lume durante a noite. Permanecia na obscuridade dentro de casa, na sua cela. [...] Certa noite, refletindo acerca das tribulações que sofria, teve pena de si mesmo e disse: «Senhor, socorre-me nas minhas enfermidades, para que eu tenha força para suportá-las com paciência!» E, de repente, ouviu em espírito uma voz: «Diz-me, irmão: se, como compensação dos teus sofrimentos e tribulações, te dessem um tesouro imenso e precioso, [...] não te alegrarias? [...] Compraz-te e vive na alegria, no meio das tuas enfermidades e tribulações: a partir de agora, vive em paz como se participasses já do meu Reino».

No dia seguinte, disse aos seus companheiros [...]: «Deus deu-me uma tal graça e bênção que, na sua misericórdia, Se dignou assegurar-me, a mim, seu indigno servo que ainda vivo aqui em baixo, que participarei do seu Reino. Assim, para sua glória, para minha consolação e edificação do próximo, quero compor um novo louvor ao Senhor pelas suas criaturas. Todos os dias estas atendem às nossas necessidades, sem elas não poderíamos viver, e por elas o género humano ofende muito o Criador. E todos os dias nós ignoramos tão grande bem, não louvando como deveríamos o Criador e dispensador de todos este dons». [...]

A esse louvor ao Senhor, que começa por: «Altíssimo, omnipotente e bom Senhor», chamou-lhe Cântico do irmão Sol. Com efeito, essa é a mais bela das criaturas, que podemos, mais que qualquer outra, comparar a Deus. E ele dizia: «Ao nascer do Sol, todo o homem deveria louvar a Deus por ter criado esse astro que durante o dia dá aos olhos a sua luz; à tardinha, quando cai a noite, todo o homem deveria louvar a Deus por esta outra criatura, o nosso irmão fogo, que, nas trevas, permite que os nossos olhos vejam claro. Somos todos como cegos, e é por estas duas criaturas que Deus nos dá a luz. Por isso, por estas criaturas e pelas outras que nos servem diariamente, devemos louvar muito particularmente o seu glorioso Criador».

Ele próprio o fazia de todo o coração, estivesse doente ou são, e incitava os outros a cantarem a glória do Senhor. Já doente, entoava muitas vezes este cântico e pedia aos seus companheiros que o prosseguissem; esquecia, deste modo, considerando a glória do Senhor, a violência das suas dores e dos seus males. Procedeu assim até ao dia da sua morte.