domingo, 31 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 31 de Dezembro de 2017

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ - Festa
Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José - Ano B (semana I do saltério)

S. Silvestre I, papa, +335

Comentário do dia
São João Paulo II : O mistério da Sagrada Família

Gén. 15,1-6.21,1-3.

Naqueles dias, foi dirigida a Abrão a palavra do Senhor numa visão: «Não temas, Abrão: Eu sou o teu escudo; será grande a tua recompensa».
Abrão respondeu: «Senhor, meu Deus, que me dareis? Vou partir desta vida sem descendência e o herdeiro da minha casa é Eliezer de Damasco».
E continuou: «Vós não me destes descendência e um servo nascido na minha casa é que será o meu herdeiro».
Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: «Não é ele que será o teu herdeiro; o teu herdeiro vai ser alguém nascido do teu sangue».
Deus levou Abrão para fora de casa e disse-lhe: «Olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar». E acrescentou: «Assim será a tua descendência».
Abrão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído como justiça.
O Senhor visitou Sara, como lhe tinha dito, e realizou nela o que prometera.
Sara concebeu e, na data marcada por Deus, deu um filho a Abraão, quando este já era velho.
Ao filho que lhe nascera de Sara, deu Abraão o nome de Isaac.


Salmos 105(104),1b-2.3-4.5-6.8-9.

Louvai o Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-Lhe salmos e hinos,
proclamai todas as suas maravilhas.

Gloriai-vos no seu nome santo,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.
Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua face.

Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.
Vós, descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.




Heb. 11,8.11-12.17-19.

Irmãos: Pela fé, Abraão, ao ser chamado, obedeceu e partiu para um lugar que havia de receber como herança e partiu sem saber para onde ia.
Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lho prometeu.
É por isso também que de um só homem – um homem que a morte já espreitava – nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia que há na praia do mar.
Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas,
como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua descendência».
Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.


Lucas 2,22-40.

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor",
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
- e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações".
Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Paulo II (1920-2005), papa
Angelus de 28/12/1980

O mistério da Sagrada Família

Irmãos, fomos em espírito a Belém no dia de Natal, a Belém onde o Verbo divino Se fez carne, tendo diante dos olhos da fé o mistério insondável do Deus encarnado por nós, homens, e para nossa salvação. Mas este mistério reveste ao mesmo tempo a forma, tão nossa conhecida, da família, da família humana. Com efeito, nssa noite em que a Virgem Maria, esposa de José, trouxe Jesus ao mundo, revelou-se a família que a Igreja venera hoje com devoção.

Partindo desta Sagrada Família de Belém e de Nazaré da qual Cristo, o próprio Filho do Deus vivo, Se tornou Filho, a Igreja pensa hoje em todas as famílias do mundo, dirigindo-se a cada uma e rezando por cada uma. Esta festa é a Jornada da Família. Assim como a família de Nazaré foi o lugar privilegiado do amor, o meio particular onde reinou o respeito mútuo das pessoas umas pelas outras e pela sua vocação, assim como foi também a primeira escola onde a mensagem cristã foi intensamente vivida, assim também a família cristã deve ser uma comunidade de amor e de vida, os seus dois valores fundamentais.

Neste dia, convido-vos a todos a meditar e a viver conscientemente aquilo que Deus, a Igreja e a humanidade inteira esperam hoje da família. Convido-vos a unir-vos à minha oração por todas as famílias: «Deus, "do qual provém toda a paternidade no Céu e na Terra" (Ef 3,15), Tu, Pai, que és amor e vida, faz com que nesta Terra, por teu Filho Jesus Cristo, nascido de mulher, e pelo Espírito Santo, fonte da caridade divina, cada família se torne um verdadeiro santuário da vida e do amor para as gerações que se renovam sem cessar. Que a tua graça oriente os pensamentos e as ações dos esposos para o maior bem das suas famílias; que o amor, reforçado pela graça do sacramento, seja mais forte que todas as fraquezas e crises. E que a Igreja possa cumprir com fruto a sua missão na família e pela família.»







sábado, 30 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 30 de Dezembro de 2017

6º Dia da Oitava do Natal

Beata Margarida Colona, religiosa, +1280

Comentário do dia
São Pedro Crisólogo : Finalmente, Ana vê a Deus no seu Templo

1 João 2,12-17.

Escrevo-vos, meus filhos, porque os vossos pecados foram perdoados, pelo nome de Jesus.
Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque vencestes o Maligno.
Escrevo-vos, meus filhos, porque conheceis o Pai. Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno.
Não ameis o mundo nem o que existe no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.
Porque tudo o que há no mundo - concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho da riqueza - não vem do Pai, mas do mundo.
Ora o mundo passa com as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente.


Salmos 96(95),7-8a.8b-9.10.

Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.

Levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios,
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d'Ele a terra inteira.

Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.




Lucas 2,36-40.

Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 147, sobre o mistério da Encarnação

Finalmente, Ana vê a Deus no seu Templo

Como pode o homem, com o seu olhar tão limitado, abranger o Deus que o mundo não consegue abarcar? O amor não se incomoda em saber se uma coisa é adequada, conveniente ou possível. O amor [...] ignora a medida. Não se consola com o pretexto de que é impossível; a dificuldade não o detém [...]. O amor não consegue deixar de ver quem ama. [...] Como pode alguém acreditar que é amado por Deus sem O contemplar? Assim, o amor que deseja ver Deus, mesmo que não seja racional, é inspirado pela intuição do coração. Foi por isso que Moisés ousou dizer: «Se alcancei graça aos teus olhos, revela-me as tuas intenções» (Ex 33,13s), e o salmista: «Mostra-nos o teu rosto» (79,4). [...]

Por conseguinte, conhecendo o desejo que os homens têm de O ver, Deus escolheu, para Se tornar visível, um meio que beneficiasse todos os habitantes da Terra, sem com isso prejudicar o Céu. Pode a criatura que Deus fez semelhante a Si neste mundo ser considerada pouco digna no Céu? «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança», disse Deus (Gn 1,26). [...] Se Deus tivesse adotado a forma de um anjo, ter-Se-ia mantido invisível; se, em contrapartida, tivesse encarnado numa natureza inferior à do homem, teria ofendido a divindade e teria rebaixado o homem, em vez de o elevar. Portanto, que ninguém, irmãos muito amados, considere uma ofensa a Deus o facto de Ele ter vindo aos homens como homem, e de ter encontrado este meio para ser visto por nós.







sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 29 de Dezembro de 2017

5º Dia da Oitava do Natal

S. Tomás Becket, bispo, mártir, +1170

Comentário do dia
São Boaventura : Recebe o Menino nos braços

1 João 2,3-11.

Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz conhecê-l'O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele.
Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto reconhecemos que estamos n'Ele.
Quem diz que permanece n'Ele deve também proceder como Ele procedeu.
Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes.
No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo — o que é verdadeiro n'Ele e em vós—, porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira.
Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas.
Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado.
Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.


Salmos 96(95),1-2a.2b-3.5b-6.

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.

Anunciai dia a dia a sua salvação,
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

Foi o Senhor quem fez os céus:
diante d'Ele a honra e a majestade,
no seu templo o poder e o esplendor.




Lucas 2,22-35.

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor",
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
- e uma espada trespassará a tua alma - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações".



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
«A Árvore da Vida», n.º 7

Recebe o Menino nos braços

O Mestre da perfeita humildade não Se contentou, Ele que era em tudo igual a seu Pai, com submeter-Se à mais humilde das virgens; submeteu-Se também à Lei, a fim de resgatar e libertar da escravidão da corrupção «os que se encontravam sob o domínio da Lei» (Gal 4,5), «para alcançarem a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rom 8,21). E quis ainda que sua Mãe, embora puríssima, observasse a lei da purificação. Redentor de todos, quis ser Ele próprio resgatado como primogénito, apresentado no Templo de Deus, e quis que se oferecesse uma vítima por Ele em presença dos justos, que exultaram de alegria.

Exulta pois, também tu, com este santo velho e com Ana, mulher de tanta idade. Corre adiante da Mãe e do Menino, e que o amor triunfe sobre a vergonha, que o afeto expulse o temor. Recebe o Menino nos teus braços, e diz com a Esposa: «Abracei-O e não O largarei» (Cant 3,4). Deixa-te levar pelos transportes do santo velho e canta com ele: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo.»







quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 28 de Dezembro de 2017

SANTOS INOCENTES, mártires - Festa

Santos Inocentes, mártires, séc. I

Comentário do dia
Santa Teresa Benedita da Cruz : Os Santos Inocentes, pobres como Cristo foi pobre

1 João 1,5-10.2,1-2.

Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n'Ele não há trevas.
Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade.
Se dissermos que não pecamos, fazemos d'Ele um mentiroso e a sua palavra não está em nós.
Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.


Salmos 124(123),2-3.4-5.7b-8.

Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa proteção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a terra.




Mateus 2,13-18.

Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar».
José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto
e ficou lá até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta: «Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado.
Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer:
«Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para o dia 6 de Janeiro de 1941

Os Santos Inocentes, pobres como Cristo foi pobre

Pouco depois de Santo Estêvão, o primeiro mártir, temos as «flores martyrum», as flores dos mártires, esses pequenos botões que foram arrancados antes de estarem maduros para se oferecerem. De acordo com uma piedosa tradição, a graça adiantou-se ao desenvolvimento natural destas crianças inocentes, proporcionando-lhes a compreensão daquilo que estava a suceder-lhes, a fim de as tornar capazes de uma doação livre de si mesmas e lhes garantir a recompensa reservada aos mártires. Apesar disso, não se assemelham ao confessor da fé que já chegou ao estado adulto e que, com coragem heróica, abraça a causa de Cristo. Entregues sem defesa, assemelham-se antes às «ovelhas conduzidas ao matadouro» (Is 53,7; At 8,32).

Elas são, pois, a imagem da pobreza extrema. O único bem que possuem é a própria vida, que nesta altura lhes arrebatam sem que elas ofereçam resistência. Rodeiam o presépio, para nos mostrar de que natureza é a mirra que devemos oferecer ao divino Menino: aquele que deseja pertencer-Lhe por completo terá de se entregar a Ele com total desprendimento de si mesmo, abandonando-se à vontade divina como estas crianças.







quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 27 de Dezembro de 2017

S. JOÃO, apóstolo e evangelista - Festa

S. João, Apóstolo e Evangelista

Comentário do dia
São Tomás de Aquino : A luz da Verdade imutável

1 João 1,1-4.

Caríssimos: O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos, o que tocámos com as nossas mãos acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos.
Porque a Vida manifestou-Se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada.
Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em comunhão connosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa.


Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.

O Senhor é rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

Derretem-se os montes como cera
diante do senhor de toda a terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.

A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações retos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.




João 20,2-8.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Comentário sobre S. João

A luz da Verdade imutável

O símbolo de João é a águia. Eis porquê: os outros três evangelistas ocuparam-se do que Cristo cumpriu na carne e são designados por seres vivos da terra, a saber, o homem, o touro e o leão; João, que voa como uma águia por sobre as nuvens da fragilidade humana, contempla a luz da Verdade imutável com os olhos do coração, com o mais penetrante e firme olhar que é possível ao homem. Atento à divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual Ele é igual ao Pai, João esforçou-se principalmente, no seu Evangelho, por a manifestar, tanto quanto, sendo um homem entre os homens, acreditou ser necessário. Desse voo de João, diz-se no Livro de Job: «A águia [isto é, João] levanta voo» (Jb 39,27), e ainda: «os seus olhos descobrem à distância» (Jb 39,29), porque, com o olhar do espírito, ele contempla o próprio Verbo de Deus no seio do Pai.

O privilégio de João foi ser, de entre todos os discípulos do Senhor, o mais amado por Cristo: João foi de facto «o discípulo que Jesus amava» (Jo 21,20), como ele próprio disse sem se nomear. Cristo revelou portanto os seus segredos de maneira muito especial a este discípulo muito especialmente amado. Foi ele quem, vendo com maior perfeição a luz do Verbo, no-la manifestou dizendo: «O Verbo era a luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9).







terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 26 de Dezembro de 2017

Sto. ESTÊVÃO, primeiro mártir - Festa

Santo Estêvão, diácono, primeiro mártir, séc. I

Comentário do dia
Santo Aelredo de Rievaulx : «Por causa do meu nome»

Actos 6,8-10.7,54-59.

Naqueles dias, Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes prodígios e milagres entre o povo.
Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos, oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia, vieram discutir com Estêvão,
mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo com que ele falava.
Ao ouvirem estas palavras, estremeciam de raiva em seu coração e rangiam os dentes contra Estêvão.
Mas ele, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé à sua direita e exclamou:
e exclamou: «Vejo o Céu aberto e o Filho do homem de pé à direita de Deus».
Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos; depois atiraram-se todos contra ele,
empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas colocaram os mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito».


Salmos 31(30),3cd-4.6.8ab.16bc.17.

Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação;
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.

Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia.
porque conhecestes as angústias da minha alma.

Livrai-me das mãos dos meus inimigos.
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa face,
salvai-me pela vossa bondade.




Mateus 10,17-22.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão-de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Sermão para a festa de Santo Estêvão (Leccionário)

«Por causa do meu nome»

Temos ainda nos braços o filho da Virgem [...], os anjos cantam ainda a glória de Deus e os pastores rejubilam. [...] Quem poderia afastar os olhos de tal nascimento? Ora, enquanto nos maravilhamos, eis que Estêvão, cheio de graça e de poder, realiza sinais e prodígios no meio do povo (At 6,8). Deveremos afastar-nos do rei para lançar os olhos para o soldado? Mas é o próprio rei que a isso nos convida: o Filho do rei assiste, na dor do seu coração, ao combate do seu soldado vitorioso. [...]

Estêvão, cheio de graça e de poder, revestido de graça e protegido pelo escudo do poder divino, realizava grandes sinais e prodígios no meio do povo. Então, alguns levantaram-se contra esta testemunha (At 6,8). Mas a voz do homem livre ergue-se e, com base nos livros deles, apresenta-lhes a palavra da verdade. O Espírito de Deus toma conta do mártir [...]; ele olha para o céu mas já não é o céu que vê: vê, diz, os céus abertos e Jesus à direita do poder de Deus (At 7,58). [...] O Senhor está de pé com aquele que está de pé, combate com aquele que luta, é lapidado naquele que lapidam. [...] Sim, com razão merece o primeiro lugar entre os mártires aquele que exprime de forma tão admirável a sua semelhança com o Senhor suspenso da cruz. Estêvão grita com voz forte: «Senhor, não lhes imputes este pecado!» (At 7,60; cf Lc 23,34). Grande é o seu grito, porque grande é o seu amor. Adormece no Senhor [...] e repousa nos braços de Deus.







segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 25 de Dezembro de 2017

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO - Solenidade com Oitava - Missa do Dia
Natal do Senhor (ofício próprio)

Comentário do dia
Venerável Pio XII : E o Verbo fez-Se carne

Is. 52,7-10.

Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei».
Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêm com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião.
Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém.
O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações, e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.


Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.

Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.




Heb. 1,1-6.

Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas.
Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo.
Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus
e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança.
Na verdade, a qual dos Anjos disse Deus alguma vez: "Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei"? E ainda: "Eu serei para Ele um Pai, e Ele será para Mim um Filho"?
E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: "Adorem-n'O todos os Anjos de Deus".


João 1,1-18.

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d'Ele e sem Ele nada foi feito.
N'Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não O receberam.
Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d'Ele, exclamando: "Era deste que eu dizia: 'O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim'".
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Venerável Pio XII (1876-1958), papa
Encíclica «Mystici Corporis Christi » (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)

E o Verbo fez-Se carne

O Filho unigénito de Deus já antes do princípio do mundo nos abraçou no seu infinito conhecimento e eterno amor. Amor que demonstrou palpavelmente e de modo verdadeiramente assombroso assumindo a nossa natureza em unidade hipostática; donde se segue, como nota candidamente Máximo de Turim, que «em Cristo é a nossa própria carne que nos ama» (Sermão 29).

Esse amorosíssimo conhecimento que o divino Redentor de nós teve desde o primeiro instante da sua encarnação excede tudo quanto a razão humana pode alcançar; pois que, pela visão beatífica de que gozou apenas concebido no seio de sua Mãe Santíssima, Ele tem continuamente presentes todos os membros do seu corpo místico e a todos abraça com amor salvífico.

Oh admirável condescendência da divina bondade para conosco! Oh inconcebível desígnio da imensa caridade! No presépio, na cruz, na glória sempiterna do Pai, Cristo vê e abraça todos os membros da Igreja muito mais claramente, com muito maior amor, do que a mãe o filho que tem no regaço, do que cada um de nós se conhece e se ama a si mesmo.







domingo, 24 de dezembro de 2017

Santo e feliz Natal

Prezados assinantes,

Toda a equipa de Evangelho Quotidiano vos deseja um Natal belo, feliz e santo!

Que contraste entre esse bebé deitado na manjedoura e aquilo que Ele é realmente: o Verbo Encarnado, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Nesta noite maravilhosa, assistimos à irrupção da luz divina no nosso mundo cheio de trevas e de pecados, para nos fazer viver e nos mostrar o caminho. Com efeito, Deus toma a nossa natureza humana e, em troca, permite que participemos na sua vida divina. Convida-nos a libertar-nos do pecado, a afastar-nos das imperfeições, para caminharmos com ele livres de qualquer prisão a nós mesmos.

Para apagar a transgressão cometida por Adão e Eva, Cristo mostrou-se obediente e dócil em lugar deles, para com Deus Pai. Como Ele, sejamos, nós também, humildes, dóceis e obedientes.

Os pastores acreditaram na palavra do anjo. Receberam a graça insigne de ver Deus feito homem. Ajoelhando-se diante do Menino, tornaram-se homens de vida interior; são nossos modelos. O tempo de Natal é o momento privilegiado para fazermos crescer a nossa vida interior, com mais oração e recolhimento. A oração do terço é uma ajuda particularmente preciosa: as nossas Ave Maria lançadas até ao céu fazem-nos tecer laços estreitos com Cristo e com a Sua Mãe, a nossa melhor mediadora. Eles prendem-nos solidamente à nossa pátria celeste e impedem-nos de partir à deriva.

Com os melhores votos para este Natal,

a equipa do Evangelho Quotidiano em língua portuguesa, um serviço evangelizo.org

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INFORMAÇÕES
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Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 24 de Dezembro de 2017

4º Domingo do Advento
4º Domingo do Advento - Ano B (semana IV do saltério)

S. Charbel Makhlouf, monge, eremita, +1898

Comentário do dia
Liturgia bizantina: «Ave, cheia de graça»

2 Sam. 7,1-5.8b-12.14a.16.

Quando David já morava em sua casa e o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam,
o rei disse ao profeta Natã: «Como vês, eu moro numa casa de cedro e a arca de Deus está debaixo de uma tenda».
Natã respondeu ao rei: «Faz o que te pede o coração, porque o Senhor está contigo».
Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para que habite nesse lugar, sem que jamais tenha receio e sem que os maus tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Serei para ele um Pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».


Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,

no céu permanece firme a vossa fidelidade.
Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,

estabelecerei o teu trono por todas as gerações.
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,

a minha aliança com ele será irrevogável.



Romanos 16,25-27.

Irmãos:
Seja dada glória a Deus, que tem o poder de vos confirmar, segundo o Evangelho que eu proclamo, anunciando Jesus Cristo. Esta é a revelação do mistério que estava encoberto desde os tempos eternos,
mas agora foi manifestado e dado a conhecer a todos os povos pelas escrituras dos Profetas, segundo a ordem do Deus eterno, para que eles sejam conduzidos à obediência da fé.
A Deus, o único sábio, por Jesus Cristo, seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.


Lucas 1,26-38.

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Liturgia bizantina
Hino Acatistos à Mãe de Deus (séc. VII)

«Ave, cheia de graça»

Do céu foi enviado um arcanjo eminente para dizer à Mãe de Deus: «Alegra-te!» Quando Te viu, Senhor, encarnar à sua voz, exclamou surpreendido e encantado:

Alegra-te, porque em ti brilha a alegria da salvação.
Alegra-te, pois por ti o mal desapareceu.
Alegra-te, porque ergues Adão da sua queda.
Alegra-te, porque Eva também já não chora.
Alegra-te, montanha inacessível aos pensamentos dos homens.
Alegra-te, abismo insondável aos próprios anjos.
Alegra-te, porque te tornaste o trono e o palácio do Rei.
Alegra-te, pois acolhes em ti Aquele que tudo pode.
Alegra-te, estrela que anuncias o nascer do Sol.
Alegra-te, porque em teu seio Deus tomou a nossa carne.
Alegra-te, pois por ti toda a criação é renovada.
Alegra-te, pois por ti o Criador fez-Se menino.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.

A Puríssima, conhecendo o seu estado virginal, respondeu confiadamente ao anjo Gabriel: «Que estranha maravilha essa que dizes, incompreensível para a minha alma; como poderei conceber sem semente para engravidar, como estás a dizer?» Aleluia, aleluia, aleluia!
Para compreender este mistério desconhecido, a Virgem dirige-se ao servo de Deus e pergunta-lhe como pode um Filho ser concebido nas suas castas entranhas. Cheio de respeito, o anjo aclama-a:

Alegra-te, pois Deus revela-te os seus desígnios inefáveis.
Alegra-te, confiança dos que rezam em silêncio.
Alegra-te, porque és a primeira das maravilhas de Cristo.
Alegra-te, pois em ti são recapituladas as doutrinas divinas.
Alegra-te, escada pela qual Deus desce do Céu.
Alegra-te, ponte que nos conduz da terra ao Céu.
Alegra-te, inesgotável admiração dos anjos.
Alegra-te, ferida incurável para os demónios.
Alegra-te, pois geras a luz de forma inexprimível.
Alegra-te, pois não revelas o segredo a ninguém.
Alegra-te, porque ultrapassas a sabedoria dos sábios.
Alegra-te, porque iluminas a inteligência dos crentes.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.

Então, o poder do Altíssimo cobriu com a sua sombra a Virgem que não tinha sido desposada, para a levar a conceber. E o seu seio fecundado tornou-se um jardim de delícias para os que nele querem colher a salvação, cantando: Aleluia, aleluia, aleluia!







sábado, 23 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 23 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 23 de Dezembro

S. João Câncio, presbítero, professor, +1473, Santo Ivo, presbítero, advogado, +1303, Santa Vitória, mártir, séc. III

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.»

Malaquias 3,1-4.23-24.

Assim fala o Senhor Deus: "Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem - diz o Senhor do Universo -.
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros.
Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi, como se purifica o ouro e a prata, e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a justiça.
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Eu vos enviarei o profeta Elias, antes de chegar o dia grande e terrível do Senhor.
Ele reconduzirá o coração dos pais a seus filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que Eu não venha ferir de maldição a terra».


Salmos 25(24),4bc-5ab.8-9.10.14.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.




Lucas 1,57-66.

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho.
Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela.
Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas a mãe interveio e disse: «Não, Ele vai chamar-se João».
Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome».
Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse.
O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.
Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.
Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos.
Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 293

«Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus.»

Por fim, João nasce, recebe o seu nome e eis que a língua de seu pai se solta. Aproximemos este episódio da realidade profunda que ele simboliza e contemplemos um grande mistério: Zacarias cala-se e fica mudo até ao nascimento de João, o precursor do Senhor, que lhe abre a boca. Que significa este silêncio de Zacarias, senão o véu que se estendia sobre as profecias e de alguma forma as escondia e as selava antes do anúncio da Boa Nova de Cristo? Com o seu nascimento, elas descobrem-se; tornam-se claras quando chega Aquele de quem falavam.

O nascimento de João solta, pois, a língua de Zacarias. Este acontecimento tem o mesmo sentido do rasgar do véu do Templo no momento da morte de Cristo na cruz (Mt 27,51). Se João não tivesse anunciado a vinda de outro, a boca de Zacarias não se teria aberto; a sua língua solta-se porque o nascimento de seu filho é o nascimento da própria voz. Não dirá João mais tarde: «Eu sou a voz do que clama no deserto» (Jo 1,23)?







sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 22 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 22 de Dezembro

Santa Francisca Xavier Cabrini, religiosa, fundadora, +1917

Comentário do dia
Santo Ambrósio : «Em uníssono exaltemos o seu nome» (Sl 33,4)

1 Sam. 1,24-28.

Naqueles dias, Ana tomou Samuel consigo e, levando um novilho de três anos, três medidas de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor, em Silo. O menino era muito pequeno.
Imolaram o touro e apresentaram o menino a Heli.
Ana disse-lhe: «Ouve, meu senhor. Por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui orando ao Senhor na tua presença.
Eis o menino por quem orei: o Senhor ouviu a minha súplica.
Por isso também eu o ofereço para que seja consagrado ao Senhor todos os dias da sua vida». E adoraram o Senhor.


1 Sam. 2,1.4-5.6-7.8abcd.

Exulta o meu coração no Senhor,
no meu Deus se eleva a minha fronte.
Abre-se a minha boca contra os inimigos,
porque me alegro com a vossa salvação.
A arma dos fortes foi destruída
e os fracos foram revestidos de força.

Os que viviam na abundância andam em busca de pão
e os que tinham fome foram saciados.
A mulher estéril deu à luz muitos filhos
e a mãe fecunda deixou de conceber.
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta.

É o Senhor quem despoja e enriquece,
é o Senhor quem humilha e exalta.
Levanta do chão os que vivem prostrados,
retira da miséria os indigentes;
fá-los sentar entre os príncipes
e destina-lhes um lugar de honra.




Lucas 1,46-56.

A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia.
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário a S. Lucas 2,26-27

«Em uníssono exaltemos o seu nome» (Sl 33,4)

Que em todos resida a alma de Maria que glorifica o Senhor; que em todos resida o espírito de Maria que exulta em Deus. Se, fisicamente, há uma só Mãe de Cristo, pela fé, Cristo é fruto de todos, porque todas as almas recebem o Verbo de Deus se permanecerem sem mancha, preservadas do mal e do pecado, guardando a castidade numa pureza inalterada. Assim, todas as almas que alcançam este estado exaltam o Senhor, como a alma de Maria exaltou o Senhor e o seu espírito se alegrou em Deus Salvador.

Com efeito, o Senhor é exaltado, como lestes noutra passagem: «Em uníssono exaltemos o seu nome». Não que a palavra humana possa acrescentar seja o que for ao Senhor, mas porque Ele cresce em nós. Porque «Cristo é a imagem de Deus» (2Cor 4,4), de maneira que a alma que faz coisas justas e religiosas exalta esta imagem de Deus, à semelhança da qual foi criada. E, exaltando-a, participa de alguma maneira na sua grandeza, na qual é elevada, parecendo reproduzir em si esta imagem através das cores vivas das suas boas obras, e como que copiá-la pelas suas virtudes.







quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 21 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 21 de Dezembro

S. Pedro Canísio, presbítero, Doutor da Igreja, +1597

Comentário do dia
São João Damasceno : «Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

Cânt. dos Cânt. 2,8-14.

Eis a voz de meu amado! Ei-lo que chega, correndo pelos montes, saltando sobre as colinas.
O meu amado é semelhante a uma gazela ou ao filhinho da corça. Ei-lo detrás do nosso muro, a olhar pela janela, a espreitar através das grades.
O meu amado ergue a voz e diz-me:
«Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem. Já passou o inverno, já se foram e cessaram as chuvas.
Desabrocharam as flores sobre a terra; chegou o tempo das canções e já se ouve nos nossos campos a voz da rola.
Na figueira começam a brotar os primeiros figos e a vinha em flor exala o seu perfume. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem.
Minha pomba, escondida nas fendas dos rochedos, ao abrigo das encostas escarpadas, mostra-me o teu rosto, deixa-me ouvir a tua voz. A tua voz é suave e o teu rosto é encantador».


Salmos 33(32),2-3.11-12.20-21.

Louvai o Senhor com a cítara, cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
Cantai-Lhe um cântico novo,
cantai-Lhe com arte e com alma.
O plano do Senhor permanece eternamente

e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protetor.

N'Ele se alegra o nosso coração,
em seu nome santo pomos a nossa confiança.



Lucas 1,39-45.

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
1.º sermão sobre a Dormição da Virgem

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre». [...] Com efeito, eis que as gerações te chamam bem-aventurada, como tu declaraste (Lc 1,48). As filhas de Jerusalém, isto é, da Igreja viram-te e proclamaram a tua felicidade. [...] Tu és, na verdade, o trono real junto do qual se encontravam os anjos contemplando o seu Senhor e Criador, que nele estava sentado (Dn 7,9). Tu tornaste-te o Éden espiritual, mais sagrado e mais divino que o antigo Éden. No primeiro, habitava o Adão terreno; em ti, habita o Senhor que veio dos céus (1Cor 15,47). A arca de Noé prefigurou-te, ela que salvou o gérmen da segunda criação, pois tu geraste a Cristo, a salvação do mundo, que submergiu o pecado e acalmou as vagas.

Foi a ti que a sarça ardente revelou antecipadamente, que as tábuas escritas por Deus desenharam (Ex 31,18), que a arca da aliança narrou; foi a ti que a urna de ouro, o candelabro [...] e o ramo florido de Aarão (Nm 17,23) manifestamente prefiguraram. [...] E já me esquecia da escada de Jacob. Tal como Jacob viu o céu unido à terra pelas extremidades da escada, os anjos a subirem e descerem por ela e aquele que é realmente o forte e invencível travar com ele uma luta simbólica, assim tu mesma te tornaste a mediadora e a escada por onde Deus desceu até nós, tomando sobre Si as fraquezas da nossa substância, abraçando-a e unindo-Se estreitamente a ela.     

      







quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 20 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 20 de Dezembro

S. Domingos de Silos, abade, +1073

Comentário do dia
São Bernardo : «Faça-se em mim segundo a tua palavra»

Is. 7,10-14.

Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo, quer lá em cima nas alturas».
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova».
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens, para quererdes também molestar o meu Deus?
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel».


Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.




Lucas 1,26-38.

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Louvores à Virgem Maria, 4, 11

«Faça-se em mim segundo a tua palavra»

Oiçamos todos a resposta daquela que foi escolhida para ser a Mãe de Deus, e que apesar disso não perdeu a sua humildade: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra». [...] Ao dizer isto, Maria exprime a vivacidade do seu desejo mais do que pedir a realização do mesmo, à maneira de alguém que alimentasse dúvidas. Nada nos impede, contudo, de vermos uma oração neste «fiat», neste «faça-se em mim». Porque [...] Deus quer que Lhe peçamos mesmo as coisas que nos promete. É certamente por isso que começa por nos prometer muitas coisas que já decidiu dar-nos: a promessa desperta o nosso fervor e a oração faz-nos merecer aquilo que íamos receber gratuitamente. [...]

A Virgem compreendeu que assim é, dado que, ao dom da promessa gratuita juntou o mérito da sua oração: «"Faça-se em mim segundo a tua palavra". Que a Palavra eterna faça de mim aquilo que diz hoje a tua palavra. Que a Palavra que desde o princípio estava em Deus (Jo 1,1) Se faça carne da minha carne segundo a tua palavra. [...] Que esta Palavra não seja apenas percetível aos meus ouvidos, mas visível aos meus olhos, palpável às minhas mãos, e que eu possa levá-la nos meus braços. Que não seja uma palavra escrita e muda, mas a Palavra encarnada e viva; que não sejam sinais inertes traçados sobre um pergaminho ressequido, mas uma Palavra com forma humana, impressa viva nas minhas entranhas. [...] "Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas" (Heb 1,1); a sua palavra foi-lhes dada a conhecer, a proclamar ou a praticar. [...] Por mim, peço que seja colocada nas minhas entranhas. [...] Apelo à Palavra insuflada em mim no silêncio, encarnada numa Pessoa, corporalmente misturada com a minha carne. [...] Que ela se faça em mim, em benefício de todo mundo».







terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 19 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 19 de dezembro

Beato Urbano V, papa, +1370

Comentário do dia
Orígenes : «Grande aos olhos do Senhor»

Juízes 13,2-7.24-25a.

Naqueles dias, vivia em Soreá um homem da tribo de Dã, chamado Manoé, cuja mulher, sendo estéril, não tinha filhos.
O Anjo do Senhor apareceu a essa mulher e disse-lhe: «És estéril e sem filhos, mas conceberás e darás à luz um filho.
Agora tem cuidado: não bebas vinho nem outra bebida alcoólica, nem comas nada impuro, porque vais conceber e dar à luz um filho.
A navalha não tocará na sua cabeça, porque o menino será consagrado a Deus desde o seio materno e começará a libertar Israel das mãos dos filisteus».
A mulher foi dizer ao marido: «Veio ter comigo um homem de Deus. Tinha o aspeto de um Anjo do Senhor, cheio de majestade. Não lhe perguntei donde vinha, nem ele me revelou o seu nome.
Mas disse-me: «Conceberás e darás à luz um filho. Agora não bebas vinho nem outra bebida alcoólica e não comas nada impuro, porque o menino será consagrado a Deus desde o seio materno até ao dia da sua morte».
A mulher deu à luz um filho e pôs-lhe o nome de Sansão. O menino cresceu e o Senhor abençoou-o.
Foi em Maané-Dan, entre Sorá e Estaol, que o espírito do SENHOR começou a agitar Sansão.


Salmos 71(70),3-4a.5-6ab.16-17.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

Meu Deus, hei-de narrar os vossos feitos grandiosos,
recordarei, Senhor, a vossa justiça sem igual.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.




Lucas 1,5-25.

Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias, cuja esposa era descendente de Aarão e se chamava Isabel.
Eram ambos justos aos olhos de Deus e cumpriam irrepreensivelmente todos os mandamentos e leis do Senhor.
Não tinham filhos, porque Isabel era estéril e os dois eram de idade avançada.
Quando Zacarias exercia as funções sacerdotais diante de Deus, no turno da sua classe,
coube-lhe em sorte, segundo o costume sacerdotal,entrar no Santuário do Senhor para oferecer o incenso.
Toda a assembleia do povo, durante a oblação do incenso, estava cá fora em oração.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso.
Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor.
Mas o Anjo disse-lhe: «Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João.
Será para ti motivo de grande alegria e muitos hão de alegrar-se com o seu nascimento,
porque será grande aos olhos do Senhor. Não beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo desde o seio materno
e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
Irá à frente do Senhor, com o espírito e o poder de Elias, para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, a fim de preparar um povo para o Senhor».
Zacarias disse ao Anjo: «Como hei-de saber que é assim, se eu estou velho e a minha esposa de idade avançada?».
O Anjo respondeu-lhe: «Eu sou Gabriel, que assisto na presença de Deus e fui enviado para te anunciar esta boa nova.
Mas tu vais guardar silêncio, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto aconteça, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão a seu tempo.
Entretanto, o povo esperava por Zacarias e admirava-se por ele se demorar no Santuário.
Quando ele saiu, não lhes podia falar e então compreenderam que tinha tido uma visão no Santuário. Ele fazia-lhes sinais e continuava mudo.
Ao terminarem os seus dias de serviço, Zacarias voltou para casa.
Algum tempo depois, Isabel, sua esposa, concebeu e permaneceu oculta durante cinco meses, dizendo:
«Assim procedeu o Senhor para comigo nos dias em que Se dignou livrar-me desta desonra diante dos homens».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilia IV sobre S. Lucas

«Grande aos olhos do Senhor»

Zacarias ficou perturbado ao ver o anjo. De facto, quando uma figura desconhecida se oferece aos olhares humanos, perturba a inteligência e deixa o coração atemorizado. Por isso, o anjo, sabendo o que é a natureza humana, traz-lhe remédio para tal perturbação, dizendo-lhe: «Não temas, Zacarias». Reconforta-lhe a alma assustada e enche-a de alegria com esta mensagem: «A tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João. Será para ti motivo de grande alegria». Quando um justo vem ao mundo, os que são responsáveis pelo seu nascimento regozijam-se. [...] Ainda hoje o nascimento de João constitui para todo o mundo anúncio de uma alegre notícia. Quem [...] consente em ter filhos e em assumir essa responsabilidade deve suplicar a Deus que o seu filho seja capaz de fazer uma entrada semelhante no mundo, e este nascimento também será para ele motivo de grande alegria.

Está escrito acerca de João que ele «será grande aos olhos do Senhor». Estas palavras revelam a grandeza de alma de João, a grandeza que aparece aos olhos de Deus. Mas há também uma certa pequenez na alma; pelo menos é assim que eu compreendo esta passagem do Evangelho: «Não desprezeis nenhum destes pequeninos» (Mt 18,10). Não me pedem para não desprezar aquele que é grande, porque aquele que é grande não pode ser desprezado; mas dizem-me: «Não desprezeis nenhum destes pequeninos». [...] «Pequenino» e «pequeno» não são palavras usadas por acaso.







segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 18 de Dezembro de 2017

Últimos dias feriais do Advento - 18 de dezembro
Expectação da Virgem Santa Maria

S. Flávio, presbítero, eremita, séc. VI, Santos Zózimo e Rufo, mártires, +107

Comentário do dia
São Beda: «Por-Lhe-ás o nome de Jesus»

Jer. 23,5-8.

«Dias virão — diz o Senhor— em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria: há-de exercer no país o direito e a justiça.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Este será o seu nome: 'O Senhor é a nossa justiça'».
Por isso, dias virão —oráculo do Senhor— em que já não se dirá: 'Vive o Senhor, que fez sair os filhos de Israel da terra do Egipto';
mas sim 'Vive o Senhor, que fez sair e regressar os descendentes da casa de Israel da região do norte e de todos os países em que os tinha dispersado, para poderem habitar na sua própria terra'».


Salmos 72(71),2.12-13.18-19.

Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Socorrerá o pobre que pede auxílio e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres e defenderá a vida dos oprimidos.
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel:
só Ele faz maravilhas.


Bendito para sempre o seu nome glorioso:
Toda a terra se encha da sua glória.





Mateus 1,18-24.

O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho, e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado 'Emanuel', que quer dizer 'Deus connosco'».
Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
Homilia 5

«Por-Lhe-ás o nome de Jesus»

Em hebraico, «Jesus» significa «salvação» ou «Salvador», um nome que designava para os profetas uma vocação muito determinada. Assim se compreendem estas palavras, cantadas com um grande desejo de O ver: «A minha alma exultará no Senhor, e rejubilará na sua salvação, a minha alma consuma-se pela tua salvação» (Sl 12,6; 34,9; 118,81). «Alegrar-me-ei no Senhor, exultarei em Deus meu Salvador» (Hab 3,18). E, acima de tudo, «Salva-me ó Deus, por teu nome» (Sl 54,3). É como se disséssemos: «Tu que Te chamas Salvador, manifesta a glória do teu nome salvando-me». Portanto, o nome do Filho que nasceu da Virgem Maria é Jesus, segundo a explicação do anjo: «Ele salvará o povo dos seus pecados». [...]

A palavra «Cristo», por sua vez, designa a dignidade sacerdotal ou real. Com efeito, os sacerdotes e os reis eram «crismados», ou seja, ungidos dos óleos santos; por isso, eram sinal daquele que, aparecendo no mundo como o verdadeiro rei, o grande pai, recebeu a unção do «óleo da alegria, preferindo-te aos teus companheiros» (Sl 44,8). É por causa desta unção que Ele é chamado Cristo, e que aqueles que tomam parte nesta mesma unção da graça espiritual são chamados cristãos. Que, pelo seu nome de Salvador, Ele Se digne salvar-nos dos nossos pecados! Que, pela sua unção de grande pai, Ele Se digne reconciliar-nos com Deus Pai. Que, pela sua unção de rei, nos dê o reino eterno de seu Pai.







domingo, 17 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 17 de Dezembro de 2017

3º Domingo do Advento
3º Domingo do Advento - Ano B (semana III do saltério)

S. Lázaro, amigo de Jesus, séc. I, Santa Olímpia, viúva, diaconisa, +408

Comentário do dia
Liturgia latina: «Quando João Batista viu Jesus aproximar-Se, disse [...]: "Foi dele que eu disse: depois de mim vem um homem que tem o seu lugar à minha frente, pois antes de mim Ele era"» (Jo 1,29-30)

Is. 61,1-2a.10-11.

O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos infelizes, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros,
a promulgar o ano da graça do Senhor.
Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de justiça, como noivo que cinge a fronte com o diadema e a noiva que se adorna com as suas joias.
Como a terra faz brotar os germes e o jardim germinar as sementes, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor diante de todas as nações.


Lucas 1,46-48.49-50.53-54.

A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas as gerações.

O Todo-poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.

Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia.





1 Tess. 5,16-24.

Irmãos: Vivei sempre alegres,
orai sem cessar,
dai graças em todas as circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus.
Não apagueis o Espírito,
não desprezeis os dons proféticos;
mas avaliai tudo, conservando o que for bom.
Afastai-vos de toda a espécie de mal.
O Deus da paz vos santifique totalmente, para que todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve irrepreensível para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É fiel Aquele que vos chama e cumprirá as suas promessas.


João 1,6-8.19-28.

Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?».
Ele confessou e não negou: "Eu não sou o Messias".
Eles perguntaram-lhe: "Então, quem és tu? És Elias?" "Não sou", respondeu ele. "És o Profeta?" Ele respondeu: "Não".
Disseram-lhe então: "Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?"
Ele declarou: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o caminho do Senhor', como disse o profeta Isaías".
Entre os enviados havia fariseus
que lhe perguntaram: "Então porque batizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?"
João respondeu-lhes: "Eu batizo na água; mas no meio de vós está Alguém que não conheceis:
Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias".
Tudo isto se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava a batizar.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Liturgia latina
Antífonas do Magnificat de 17 a 23 de Dezembro

«Quando João Batista viu Jesus aproximar-Se, disse [...]: "Foi dele que eu disse: depois de mim vem um homem que tem o seu lugar à minha frente, pois antes de mim Ele era"» (Jo 1,29-30)

Ó Sabedoria do Altíssimo, que abraçais o universo e tudo governais com firmeza e suavidade: vinde ensinar-nos o caminho da salvação.

Ó Adonai, Guia e Senhor da Casa de Israel, que manifestastes o vosso nome na sarça ardente e no Sinai destes a Lei a Moisés: vinde resgatar-nos com o poder do vosso braço.

Ó Rebento da raiz de Jessé, sinal erguido diante dos povos, diante de Vós os reis se calam e os povos se prosternam: vinde libertar-nos, não tardeis mais.

Ó Chave da Casa de David e cetro da Casa de Israel, que abris e ninguém pode fechar, fechais e ninguém pode abrir: vinde libertar os que vivem nas trevas.

Ó Sol nascente, Esplendor da luz eterna e Sol de justiça: vinde iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte.

Ó Rei das nações, Desejado dos povos e dos reis, Pedra angular da Igreja, que dos pagãos e de Israel fizestes um só povo: vinde salvar o homem que formastes do pó da terra.

Ó Emanuel, Rei que trazeis a nova Lei, Esperança das nações e Salvador do mundo: vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus, não tardeis mais.







sábado, 16 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 16 de Dezembro de 2017

Sábado da 2a semana do Advento

Santo Eusébio, papa, mártir, +309, Santa Adelaide (ou Alice), imperatriz da Alemanha, +999, Beata Maria do Anjos, virgem, +1717, Santa Albina (ou Branca), mártir, séc. III

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Ele irá adiante do Senhor com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17)

Sirac 48,1-4.9-11.

O profeta Elias surgiu como um fogo e a sua palavra queimava como um facho ardente.
Fez vir a fome sobre os homens de Israel e no seu zelo reduziu-os a um pequeno número.
Pela palavra do Senhor fechou o céu e três vezes fez descer o fogo.
– Como foste admirável, Elias, pelos teus prodígios! Quem se pode gloriar de ser como tu?
Foste arrebatado num turbilhão de chamas e num carro puxado por cavalos de fogo.
Foste designado, na perspetiva dos tempos futuros, para aplacar a ira divina antes que ela se inflamasse, para reconciliar com os filhos o coração dos pais e restabelecer as tribos de Jacob.
Felizes os que te viram e os que morreram no amor de Deus,


Salmos 80(79),2ac.3b.15-16.18-19.

Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós.

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.




Mateus 17,10-13.

Ao descerem do monte, os discípulos perguntaram a Jesus: «Porque dizem os escribas que Elias tem de vir primeiro?»
Jesus respondeu-lhes: «Certamente Elias há-de vir para restaurar todas as coisas.
Eu vos digo, porém, que Elias já veio; mas, em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem será maltratado por eles».
Então os discípulos compreenderam que Jesus lhes falava de João Baptista.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de S. João

«Ele irá adiante do Senhor com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17)

«Porque dizem os escribas que Elias tem de vir primeiro?» O Senhor responde-lhes: «Elias já veio; mas, em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. E, se desejais sabê-lo, é João, o Batista». No entanto, quando é interrogado, João declara que não é Elias nem é Cristo (Jo 1,20s). [...] Porque afirma ele então: «Eu não sou Elias», quando o Senhor diz aos seus discípulos que ele é Elias? Nosso Senhor queria falar simbolicamente da sua vinda gloriosa, e dizer que João viera no espírito de Elias. O que João foi para a primeira vinda, Elias será para a segunda. Há dois adventos para o Juiz; há também dois precursores. O Juiz é o mesmo nos dois adventos, mas há dois precursores. [...] O Juiz tinha de vir primeiro, para ser julgado; mandou adiante de Si um primeiro precursor, e chamou-lhe Elias, pois Elias será para o segundo advento aquilo que João foi para o primeiro.

Considerai, bem-amados irmãos, quanto esta explicação está fundada sobre a verdade. No momento em que João foi concebido [...], o Espírito Santo fez este vaticínio: «Ele irá adiante do Senhor com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17). [...] Quem poderá entender estas coisas? Aquele que tiver imitado a humildade do precursor e conhecido a majestade do Juiz. Ninguém foi mais humilde que este santo precursor. Essa humildade de João constitui o seu maior mérito; ele poderia enganar os homens, passar por Cristo, ser visto como Cristo, tão grandes eram a sua graça e a sua virtude, e contudo declara abertamente: «Eu não sou Cristo. - És Elias? [...] – Não sou Elias» (Jo 1,20-21).