sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2017

Sexta-feira da 3ª semana do Tempo Comum

Santo Henrique Ossó e Cervelló, presb., fundador, +1896, Santa Ângela Mérici, v., fundadora, +1540

Comentário do dia
Santo Ambrósio : «As aves do céu podem abrigar-se à sua sombra»

Heb. 10,32-39.

Irmãos: Lembrai-vos dos primeiros dias, em que, depois de terdes sido iluminados, suportastes tão grandes e dolorosos combates,
ora expostos publicamente aos insultos e tribulações, ora tornando-vos solidários com os que eram assim tratados.
De facto, compartilhastes o sofrimento dos prisioneiros e aceitastes com alegria a espoliação dos vossos bens, sabendo que possuís riqueza melhor e duradoira.
Não queirais, portanto, perder a vossa confiança, que terá uma grande recompensa.
Vós tendes necessidade de perseverança, para cumprir a vontade de Deus e alcançar os bens prometidos.
Porque "ainda um pouco e bem pouco tempo, e Aquele que há-de vir não tardará".
Ora "o meu justo viverá pela fé, mas se retroceder, não agradará à minha alma".
Nós não somos daqueles que retrocedem para a sua perdição, mas daqueles que perseveram na fé para salvar a sua alma.


Salmos 37(36),3-4.5-6.23-24.39-40.

Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.

Confia ao Senhor o teu destino
e tem confiança, que Ele atuará.
Fará brilhar a tua luz como a justiça
e como o sol do meio-dia os teus direitos.

O Senhor consolida os passos do homem
e aprova os seus caminhos.
Se cair, não ficará por terra,
porque o Senhor o tomará pela mão.

A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende,
porque n'Ele procuraram refúgio.




Marcos 4,26-34.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de S. Lucas

«As aves do céu podem abrigar-se à sua sombra»

O próprio Senhor é um grão de mostarda. [...] Se Cristo é um grão de mostarda, como é Ele o mais pequeno e como cresce? Não é na sua natureza, mas segundo a aparência, que Ele Se torna grande. Quereis saber de que forma é o menor? «Vimo-lo sem aspeto atraente» (Is 53,2). Aprendei também como é Ele o maior: «És o mais belo de entre os filhos do homem» (Sl 44,3). Com efeito, Aquele que não tinha atrativo nem beleza tornou-Se superior aos anjos (Heb 1,4), ultrapassando toda a glória dos profetas de Israel. [...] Ele é a menor de todas as sementes, porque não Se apresentou com a realeza, nem com as riquezas, nem com a sabedoria deste mundo. E subitamente, como uma árvore, fez dilatar o cume elevado do seu poder, de tal maneira que nós dizemos: «Anelo sentar-me à sua sombra» (Cant 2,3).

Muitas vezes me pareceu, em simultâneo, árvore e semente. É semente quando dizem dele: «Não é este o filho do carpinteiro?» (Mt 13,55). Mas foi no decurso da sua própria pregação que Ele cresceu: «De onde Lhe vem esta sabedoria?» (v. 54). Ele é, pois, semente na aparência, árvore pela sabedoria. Na folhagem dos seus ramos poderão repousar com segurança a ave noturna na sua morada, o pássaro solitário sobre o telhado (Sl 101,8), aquele que foi arrebatado até ao paraíso (2Cor 12,4), assim como aquele que será «arrebatado juntamente com eles sobre as nuvens» (1Tes 4,17). Aí repousam também as potências e os anjos do Céu e todos aqueles cujas ações espirituais lhes permitiram levantar voo. Foi aí que repousou São João, quando se apoiou no peito de Jesus (Jo 13,25). [...]

E nós, que estávamos longe (Ef 2,13), espalhados por entre as nações, que fomos durante muito tempo agitados no vazio do mundo pelas tempestades do espírito do mal, abrindo as asas da virtude, dirijamos o nosso voo para que esta sombra dos santos nos abrigue do calor escaldante deste mundo. Já recuperámos a vida na paz e na segurança desta morada, a partir do momento em que a nossa alma, outrora curvada sob o peso dos pecados, escapou «como um pássaro do laço do caçador» (Sl 123,7), e foi transportada para os ramos altos e as montanhas do Senhor (Sl 10,1).