sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 03 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

S. Brás, bispo e mártir, +316, S. Oscar (Ansgário), bispo, +865

Comentário do dia
São Beda: João Batista, mártir da verdade

Heb. 13,1-8.

Irmãos: Permanecei no amor fraterno.
Não esqueçais a hospitalidade, porque, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram Anjos.
Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles. Lembrai-vos dos que são maltratados, porque vós também tendes um corpo.
O matrimónio seja honrado por todos e o leito conjugal sem mancha, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.
O vosso modo de proceder seja desinteressado, contentando-vos com o que possuís, porque Deus disse: "Eu não te abandonarei nem te desampararei".
Assim poderemos dizer confiadamente: "O Senhor é por mim: nada temo; que poderão fazer-me os homens?".
Lembrai-vos dos vossos chefes, que vos anunciaram a palavra de Deus; considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé.
Jesus Cristo é sempre o mesmo, hoje e ontem e por toda a eternidade.


Salmos 27(26),1.3.5.8b-9abc.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Se um exército me vier cercar,
o meu coração não temerá.
Se contra mim travarem batalha,
mesmo assim terei confiança.

No dia da desgraça,
Ele me esconderá na sua tenda,
ocultar-me-á no recôndito do seu santuário,
elevar-me-á sobre um rochedo.

A vossa face, Senhor, eu procuro:
Não escondais de mim o vosso rosto,
nem afasteis com ira o vosso servo.
Não me rejeiteis nem me abandoneis,

meu Deus e meu Salvador.



Marcos 6,14-29.

Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus, pois a sua fama chegara a toda a parte e dizia-se: «João Baptista ressuscitou dos mortos; por isso ele tem o poder de fazer milagres».
Outros diziam: «É Elias». Outros diziam ainda: «É um profeta como os antigos profetas».
Mas Herodes, ao ouvir falar de tudo isto, dizia: «João, a quem mandei cortar a cabeça, ressuscitou».
De facto, Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a esposa de seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por mulher.
João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão».
Herodíades odiava João Baptista e queria dar-lhe a morte, mas não podia,
porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer.
Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei».
E fez este juramento: « Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da Igreja
Homilia 23 (livro 2); CCL 122, 354, 356-357

João Batista, mártir da verdade

Não há qualquer dúvida de que S. João Batista sofreu a prisão pelo nosso Redentor, que precedeu pelo seu testemunho, de que foi por Ele que deu a vida. O seu perseguidor não lhe pediu para negar Cristo, mas para calar a verdade, Contudo, foi por Cristo que morreu, pois Cristo disse acerca de Si mesmo: «Eu sou a verdade» (Jo 14,6). Assim, se pela verdade derramou o seu sangue, então foi por Cristo que o fez. Nascendo, João testemunhou que Cristo iria nascer; pregando, testemunhou que Cristo iria pregar; batizando, que Ele iria batizar. Sofrendo primeiro a sua Paixão, significou que o próprio Cristo sofreria a sua [...].

Este homem tão grande chegou, pois, ao fim da sua vida pelo derramamento do seu sangue, depois de um longo e penoso cativeiro. Ele, que anunciou a boa nova da liberdade de uma paz superior, foi lançado na prisão pelos ímpios. Foi fechado na obscuridade de um cárcere, ele que veio para dar testemunho da luz [...]. Pelo seu próprio sangue é batizado aquele a quem foi dado batizar o Redentor do mundo, ouvir a voz do Pai dirigindo-Se a Cristo, e ver descer sobre Ele a graça do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo efetivamente disse-o: «Porque a vós é-vos dado por Cristo, não somente que creiais nele, mas ainda que por Ele padeçais» (Fil 1,29). E, se disse que sofrer por Cristo é um dom dos seus eleitos, é porque, como diz noutra parte: «Tenho como coisa certa que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que há-de revelar-se em nós» (Rom 8,18).