terça-feira, 11 de abril de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 11 de Abril de 2017

Terça-feira DA SEMANA SANTA

Santa Gema Galgani, virgem, +1903, Santo Estanislau, bispo, mártir, +1097, Beata Elena Guerra, virgem, +1914

Comentário do dia
São Leão Magno : «Eram os nossos sofrimentos que Ele levava sobre si» (Is 53,4)

Is. 49,1-6.

Terras de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe.
Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava.
E disse-me: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória».
E eu dizia: «Cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». Mas o meu direito está no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus.
E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe reconduzir Jacob e reunir Israel junto d'Ele. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor, e Deus é a minha força.
Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».


Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.

Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.




João 13,21-33.36-38.

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará».
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava.
Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado.
Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere».
Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou-Lhe: «Quem é, Senhor?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse-lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».
Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa.
Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres.
Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite.
Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n'Ele.
Se Deus foi glorificado n'Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l'O-á sem demora.
Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou»
Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois».
Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti».
Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Sermão 3 sobre a Paixão, 4-5

«Eram os nossos sofrimentos que Ele levava sobre si» (Is 53,4)

O Senhor revestiu-Se de uma grande fraqueza, para cobrir a nossa inconstância com a firmeza da sua força. Ele veio do Céu a este mundo como um mercador rico e generoso e, através de uma troca admirável, concluiu um negócio: tomando o que era nosso, concedeu-nos o que era seu; pelo que fazia a nossa vergonha, deu a sua honra, pelas dores a cura, pela morte a vida. [...]

O santo apóstolo Pedro foi o primeiro a fazer a experiência de quanto essa humildade foi proveitosa para todos os crentes. Abalado pela tempestade violenta da sua perturbação, voltou a si por uma mudança brusca, e recuperou a sua força: encontrara remédio no exemplo do Senhor. [...] O servo, com efeito, não podia ser maior que o seu senhor, nem o discípulo que o seu mestre (Mt 10,24); e ele não teria podido vencer o tremor da fragilidade humana se o vencedor da morte não tivesse tremido primeiro. O Senhor olhou, portanto, para Pedro (Lc 22,61); no meio das calúnias dos sacerdotes, das mentiras das testemunhas, das injúrias dos que Lhe batiam e escarneciam dele, encontrou o seu discípulo, abalado por esses olhos que haviam visto antecipadamente a sua perturbação. A Verdade penetrou-o com o seu olhar, chegando aonde o seu coração precisava de ser curado. Foi como se a voz do Senhor se tivesse feito ouvir para lhe dizer: «Aonde vais, Pedro, porque foges? Vem a Mim, confia em Mim e segue-Me. Este é o tempo da minha Paixão, a hora do teu suplício ainda não chegou. Porque temes agora? Também tu o ultrapassarás. Não te deixes desconcertar pela fraqueza que assumi. Por causa do que tomei de ti é que tremi, mas tu não tenhas medo por causa do que vês em Mim».