domingo, 30 de abril de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 30 de Abril de 2017

3º Domingo da Páscoa
3º Domingo de Páscoa (semana III do saltério)

S. Pio V, papa, +1572, S. José Bento Cottolengo, presbítero, fundador, +1842

Comentário do dia
São Gregório Magno : «Não vos esqueçais da hospitalidade» (Heb 13,1)

Actos 2,14.22-33.

No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito: 'O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta, e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença'.
Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado, e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis».


Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,

nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.




1 Pedro 1,17-21.

Caríssimos: Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo.
Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha,
predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.


Lucas 24,13-35.

Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem.
Ele perguntou-lhes. «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Pararam, com ar muito triste,
e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram».
Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?».
Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante.
Mas eles convenceram-n'O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n'O. Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?».
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles,
que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 23; PL 76, 1182

«Não vos esqueçais da hospitalidade» (Heb 13,1)

Dois dos discípulos caminhavam juntos. Eles não acreditavam, e no entanto falavam sobre o Senhor. De repente Este apareceu-lhes, mas sob uns traços que não lhes permitiam reconhecê-Lo. [...] Convidam-no para partilhar da sua pousada, como é costume entre viajantes [...] Põem a mesa, apresentam os alimentos, e descobrem a Deus, que não tinham ainda reconhecido na explicação das Escrituras, na fração do pão. Não foi portanto ao escutarem os preceitos de Deus que foram iluminados, mas ao cumpri-los: «Não são os que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas os que praticam a Lei é que serão justificados» (Rom 2,13). Se quisermos compreender o que ouvimos, apressemo-nos a pôr em prática o que conseguimos perceber. O Senhor não foi reconhecido enquanto falava; Ele dignou-Se manifestar-Se quando Lhe ofereceram de comer.

Ponhamos pois amor no exercício da hospitalidade, queridos irmãos; pratiquemos de coração a caridade. Diz Paulo sobre este assunto: «Que permaneça a caridade fraterna. Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos» (Heb 13,1; Gn 18,1ss). Também Pedro diz: «Exercei a hospitalidade uns para com os outros, sem queixas» (1Pe 4,9). E a própria Verdade nos declara: «Era peregrino e recolhestes-Me». [...] «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,35.40) [...] Apesar disto, somos tão preguiçosos diante da graça da hospitalidade! Avaliemos, irmãos, a grandeza desta virtude. Recebamos Cristo à nossa mesa, para que possamos ser recebidos no seu festim eterno. Demos agora a nossa hospitalidade a Cristo que no estrangeiro está, para que no dia do julgamento não sejamos como estrangeiros que Ele não sabe de onde vêm (Lc 13,25), mas sejamos irmãos que em seu Reino recebe.