quarta-feira, 19 de julho de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 19 de Julho de 2017

Quarta-feira da 15ª semana do Tempo Comum

Santas Justa e Rufina, mártires, +287, Santo Arsénio, eremita, +séc. V

Comentário do dia
Jean Tauler : «Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar»

Ex. 3,1-6.9-12.

Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça, que estava a arder, e viu que a sarça não se consumia.
Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?».
O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!».
Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada».
E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus.
Disse-lhe o Senhor: «O clamor dos filhos de Israel chegou até Mim; vi também a violência com que os egípcios os oprimem.
Agora põe-te a caminho, que Eu vou enviar-te ao faraó, para que tires do Egipto o meu povo, os filhos de Israel».
Moisés disse a Deus: «Quem sou eu, para ir à presença do faraó e tirar do Egipto os filhos de Israel?».
Deus respondeu-lhe: «Eu estarei contigo e este é o sinal de que fui Eu que te enviei: Quando tirares o povo do Egipto, adorareis a Deus neste monte».


Salmos 103(102),1-2.3-4.6-7.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor faz justiça
e defende o direito de todos os oprimidos.
Revelou a Moisés os seus caminhos
e aos filhos de Israel os seus prodígios.




Mateus 11,25-27.

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 29

«Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar»

É-nos impossível encontrar os termos apropriados para falarmos acerca da gloriosa Trindade, e no entanto impõe-se que digamos alguma coisa. [...] É completamente impossível, pela inteligência, compreender como a elevada e essencial unidade é uma unidade simples quanto à essência, e tripla quanto às Pessoas, compreender como as três Pessoas Se distinguem entre Si, como o Pai gera o Filho, como o Filho procede do Pai e contudo nele mora; e compreender como, da sabedoria que dele sai, jorra uma indescritível torrente de amor que é o Espírito Santo; compreender como essas maravilhosas efusões refluem na inefável benignidade da própria Trindade e na fruição que a Trindade faz de Si própria, numa unidade essencial. [...] Mais vale sentir tudo isto do que expô-lo por palavras. [...]

Consideremos esta Trindade em nós próprios; tomemos consciência de que somos verdadeiramente feitos à sua imagem (Gn 1,26), pois encontramos na alma, no seu estado natural, a própria imagem de Deus, imagem verdadeira, clara, ainda que nela não esteja toda a nobreza do objeto que representa. Os sábios dizem que esta reside nas faculdades superiores da alma, na memória, na inteligência, na vontade [...]. Outros mestres dizem, e esta é uma opinião superior, que a imagem da Trindade reside no mais íntimo, no mais secreto e profundo da alma [...]. É certamente no mais profundo da alma que o Pai do Céu gera o seu Filho único [...]. Se quisermos senti-lo, voltemo-nos para o nosso interior, muito acima de quaisquer atividades exteriores ou interiores, acima das imagens e de tudo o que vem do exterior, e perscrutemos o fundo da nossa alma. Então, o poder do Pai virá, o Pai chamará ao homem que há em cada um de nós seu filho único e, tal como o Filho nasce do Pai e reflui no Pai, assim também o próprio homem nascerá do Pai no Filho e refluirá no Pai com o Filho, tornando-se um com Ele. O Santo Espírito difundir-se-á então em caridade e alegria indescritíveis e transbordantes, inundando e penetrando o fundo do homem com os seus doces dons.